• 23/08/2016
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ORDEM E LIBERDADE

 

Percival Puggina

 

Entre as finalidades do Estado se incluem assegurar a liberdade e garantir a ordem. Não é incomum que, na mentalidade revolucionária, essas duas finalidades entrem em conflito. Segundo o interesse de cada momento, a conduta revolucionária, antissocial, considerará que a ordem estabelecida impede a liberdade (inclusive a liberdade de sair quebrando tudo ou invadindo a propriedade alheia). Impor ordem a essa liberdade vira "criminalização de movimentos sociais". No passo seguinte, instalada no poder, a mentalidade revolucionária considerará como atentatórias à ordem as manifestações por liberdade de quem a ela se opuser.


 Esse paradoxo, muito recorrente na história, mostra por que a democracia, além de ser um processo, é um processo que exige adesão, tão consensual quanto possível, a determinado conjunto de valores sem os quais os fins do Estado se tornam parolagem de discurso político.


 Por outro lado, a liberdade individual mantém indissociável relação com o livre arbítrio e com a qualidade das escolhas que fazemos. Sempre que o ser humano, usando da razão para suas escolhas, num espaço de liberdade, faz uma opção, essa opção envolve responsabilidade moral. Respondemos por ela perante nós mesmos em consciência, perante os demais e perante Deus.