• Filipe G. Martins
  • 29 Setembro 2021

 

Filipe G. Martins

 

Estou calado há algum tempo, mas volto aqui para escrever àqueles que tiverem olhos para ler: o projeto de implementação do totalitarismo tecnocrático informatizado segue a todo vapor.

A pandemia acelerou tendências que já estavam presentes e que vinham ganhando tração há alguns anos.

A confusão mental do Ocidente vem tornando possível a ascensão incontestada de potências totalitárias e utilitaristas e, com elas, a consolidação dos “modelos de governança” adotados por essas potências.

A ascensão das agências especializadas como instituições legítimas do “poder funcional” concluirá o processo de subjugação de todos os aspectos de nossas vidas ao domínio de burocratas anônimos e não-eleitos.

A implementação do 5G tornará materialmente viáveis milhões de tecnologias necessárias para o aperfeiçoamento do controle das sociedades e das consciências humanas.

O passaporte de vacinação será só o primeiro passo para a criação e implementação de um sistema de crédito social, baseado no monitoramento e avaliação ininterruptos de nossas atividades diárias, de nossas opiniões e até da nossa interação mais íntima no conforto de nossos lares.

O que há de mais autoritário em termos de tecnologia de poder, já em fase avançada em muitas ditaduras e democracias de fachada, será abraçado pelo establishment ocidental com grande entusiasmo, sob a alegação de que precisamos controlar abstrações como o “discurso de ódio”, as “fake news” e os “sentimentos anti-democráticos”.

O gerenciamento desse sistema de crédito social não ficará a cargo de representantes eleitos — o que já seria um desastre —, mas de burocratas apátridas e não-eleitos encastelados em agências transnacionais localizadas em alguma cidade cosmopolita fora do alcance da pressão dos povos do mundo e de levantes populares, o que possibilitará uma atuação supostamente técnica, sem qualquer respeito pela vontade popular e sem qualquer consideração de ordem religiosa, cultural ou histórica.

O aparato tecnológico que tornará isso tudo possível já está entre nós em versão beta, mas se consolidará de modo definitivo com o 5G. Refiro-me à Internet das Coisas; à Inteligência Artificial; ao Machine Learning; ao Big Data; à Internet Preditiva; etc.

Contra esses riscos e ameaças não há nenhuma fórmula simples de reação ou de resistência. Ainda assim, não podemos desesperar — pois nossa pátria está nos céus e a nossa esperança está no Cristo ressuscitado.

Não se deixe consumir pela preocupação com esse mundo distópico que, pouco a pouco, vem se convertendo em realidade. Antes, busque se fortalecer. Sob todos os aspectos. Em todas as áreas fundamentais da vida.

Não aceite o novo normal.

Não ceda um milímetro sequer.

Não permita que a tentação do conforto substitua sua liberdade.

Seja intransigente com toda e qualquer tentativa de controlar sua consciência, suas palavras e suas ações.

Não deposite suas esperanças na política.

Não deposite suas esperanças em governos.

Não deposite suas esperanças em políticos.

Não deposite suas esperanças neste mundo.

*Reproduzido de https://phvox.com.br/prepare-se-para-o-novo-normal-e-o-totalitarismo-tecnocratico/, há duas semanas.

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 28 Setembro 2021

 

Gilberto Simões Pires

 

PANDEMIA

Desde o momento em que a OMS declarou o COVID19 como PANDEMIA, como -desenhei- em vários editoriais, adverti que o absurdo e pra lá de criminoso -FIQUE EM CASA- produziria efeitos desastrosos para a economia mundial. Volto a lembrar que enquanto os FAZEDORES DE PRODUTOS FÍSICOS foram impedidos de PRODUZIR, por força do maldito LOCKDOWN imposto por maus governantes espalhados mundo afora, os CONSUMIDORES, mesmo trancados EM CASA, e não raro com apetite ainda maior, seguiram comprando -ON LINE.

ESTOQUES

Ora, na medida em que o CONSUMO seguia seu curso normal, e a PRODUÇÃO, ao contrário, permanecia PARALIZADA por força do absurdo FIQUE EM CASA, os ESTOQUES, por óbvio, foram, paulatinamente, sendo reduzidos. E quanto maior a inevitável ESCASSEZ dava as caras, mais os CONSUMIDORES interessados se mostravam dispostos a PAGAR MAIS por produtos que só cada cidadão tem o direito de eleger como ESSENCIAL. O curioso é que os maus governantes, com apoio irrestrito da MÍDIA SUJA, no alto de suas sábias convicções -DITATORIAIS-, eram capazes de afirmar o que é ESSENCIAL e o que é SUPÉRFLUO. Pode?

PREÇO DE TUDO

Pois, para quem ainda não se ligou, o PREÇO DE TUDO é resultante da expressa VONTADE DOS CONSUMIDORES. Eles têm a total LIBERDADE, ou o sagrado direito, de aceitar, recusar ou se propor a pagar um valor maior por aquilo que lhe é oferecido. Portanto, da mesma forma como a elevação dos preços de qualquer coisa resulta de uma DEMANDA maior do que a OFERTA daquilo que está disponível, a baixa dos preços, por sua vez, é fruto de uma OFERTA maior do que o CONSUMO verificado em cada momento. Simples assim.

 INFLAÇÃO PLANETÁRIA

Mais: neste momento, só não vê quem não quer que a INFLAÇÃO PLANETÁRIA é fruto do criminoso LOCKDOWN. Foi o -FIQUE EM CASA CONSUMINDO- que provocou a brutal DESORGANIZAÇÃO ECONÔMICA MUNDIAL. De novo: quem se propunha a PRODUZIR para atender ao CONSUMO foi obrigado a FICAR EM CASA. Ora, a partir desta simples constatação, o aumento dos preços dos produtos pouco ou nada OFERTADOS era mais do que óbvio. Aí estão, para comprovar esta simples lógica de raciocínio, os preços das commodities, que nada mais são do que MATÉRIAS PRIMAS BÁSICAS E/OU NECESSÁRIAS para produzir tudo aquilo que é consumido.

 DEFESA E COMBATE

Diante da escancarada elevação dos preços das COMMODITIES, que só existe porque o CONSUMO se mostra maior do que a OFERTA, os Bancos Centrais, para diminuir o ímpeto dos consumidores tratam de elevar as TAXAS DE JUROS REFERENCIAIS. Isto se dá por uma simples razão: quando o rendimento dos ativos financeiros se mostra insistentemente inferior à TAXA DE INFLAÇÃO, os investidores usam seus recursos para adquirir mais bens duráveis, o que estimula o ritmo de elevação da INFLAÇÃO. Detalhe importante: assim como o aumento do CONSUMO DE BENS DURÁVEIS é um movimento de DEFESA CONTRA A INFLAÇÃO, o aumento dos JUROS é a arma que os Bancos Centrais usam para COMBATER a INFLAÇÃO.

 PREÇO

Concluindo: enquanto a OFERTA não atingir o nível determinado pelo CONSUMO, a inflação, notadamente das commodities e dos produtos considerados indispensáveis para a formação de produtos, como é o caso, por exemplo, dos semicondutores, seguirá inevitavelmente em alta. Este é o PREÇO que a sociedade mundial está sendo obrigada a pagar pelos criminosos LOCKDOWNS.

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  • Pierre Gaxotte
  • 28 Setembro 2021

Pierre Gaxotte

 

Li este conto de Pierre Gaxotte no início dos anos 70. Usei-o em várias aulas. Interessante ver como o autor imaginava uma sociedade massificada (1). Há 50 anos sabia-o quase de cor. O tempo passou, o texto sumiu. Várias vezes pensei em reproduzi-lo. Pequeno problema: a memória falhava… No último sábado, ao colocar em ordem várias apostilas, abri uma delas. Feliz surpresa. Lá estava o texto, bem conservado. Apresento-o a vocês. (Valter Oliveira, ao republicar este conto em olivereduc.com).

 

Após os séculos de culpável fantasia, a França havia se tornado uma nação organizada.

Na escola, ensinava-se às crianças que os gostos são enganosos, as vocações mentirosas, os desejos culpáveis, e que a liberdade consiste em fazer sempre aquilo que não se quer.

O Estado, depositário de toda a ciência, de todo o conhecimento, de toda a sabedoria, de toda a verdade, de toda vontade, escolhia e decidia por todo mundo. Ele assinalava a cada um seu ofício, sua cidade, sua casa e sua esposa. Ao levantar-se, os cidadãos tomavam conhecimento do que eles deveriam pensar durante o dia. Nas cantinas, tomando alimentos calculados segundo as calorias, eles se repetiam mutuamente o que haviam lido nos jornais, e como os jornais continham, todos, os mesmos despachos e os mesmos artigos, uma maravilhosa unanimidade se revelava a todo instante.

           Em certo ano, no mês de dezembro, o Ministério da Meteorologia anunciou que o bom tempo se iniciava e ordenava aos franceses de colocar roupas de verão. Nevava. O ministério se havia enganado. Erro ligeiro de datilografia: a datilógrafa, na folha de previsão, havia batido 25 em lugar de – 5. Gelo ou canícula, um texto é um texto, uma ordem é uma ordem. Ao levantar-se os cidadãos ouviram o rádio. Eles se diziam uns aos outros que o sol brilhava, contra o testemunho de seu conhecimento viciado, que os botões de flores se abriam, que o ar era percorrido por doces zéfiros (2). Vestiram-se de linho ou de flanela. Alguns até creram estar muito calor. Enxugam o rosto e tiravam as vestes.

            Ora, nessa mesma manhã, o químico François Dupont, por culpa de um curto circuito, não ouviu as ordens do locutor oficial. Ele lançou um olhar pela janela, viu que tudo estava brando, colocou uma malha de lã, um sobretudo, um cachecol e se dirigiu, como de costume, para o ônibus 382, que o transportava a seu trabalho. Apenas havia atravessado a rua quando milicianos vestidos de uniforme branco e de capacete colonial o agarraram pelo pescoço e o arrastaram ao posto policial. Ele foi acusado de desobediência às leis, de atividades oposicionistas, de complô, de erro grosseiro, de fascista, de espionagem e de atentado à liberdade do povo. Uma multidão tiritante de frio o vaiava enquanto ele foi levado para a prisão central.

           O processo de François Dupont desenvolveu-se com grande publicidade: deveria ser um processo exemplar. O acusado, que parecia não ter se submetido nem à tortura, nem à privação, explicou com voz bastante firme que não tendo podido ouvir o programa matinal, ele cria ter feito bem em fiar-se do espetáculo dos telhados cheios de neve.

– É isto, respondeu-lhe o procurador, é isto mesmo que eu vos reprovo. Vós pudestes vos levantar, vos barbear, vos vestir, sair de vossa casa sem ter recebido as paternais instruções que asseguram a vossa liberdade. Uma testemunha até lembrou que vós cantáveis enquanto descíeis as escadarias. Vós cantáveis, Dupont, na hora em que vós vos deveríeis sentir órfão, perdido, abandonado. Vós cantáveis na hora em que vós deveríeis estar preso à inquietude, à dúvida, ao horror, à vertigem e ao remorso. Vós não correstes a um vizinho, vós não interrogastes o porteiro. Vós não perguntastes: -“O que disse o rádio” Qual é a minha vontade de hoje? ” “Vós tínheis olhado pela janela e tomado o vosso partido. Sozinho! Contra o Estado, contra o povo, contra a lei.

– Mas, disse François Dupont, uma vez que o Ministério se havia enganado…

– Vós agravais o vosso caso. A administração não se havia enganado porque ela não pode enganar-se. Sua natureza lhe impede. Se for necessário, dez, cem, mil, cem mil pessoas desfilarão diante desta barra para jurar que eles transpiraram naquele dia. Vosso crime é imenso. Sob o falacioso pretexto que nevou uma vez em que o Estado dissera: “Ponde vossas roupas de verão”, vós tentastes restaurar o testemunho dos sentidos, o julgamento pessoal, a reflexão, o livre arbítrio… Eu peço a pena mais severa.

O tribunal condenou Dupont ao máximo: a tornar-se um indivíduo. Um ser completo, responsável por aquilo que pensa, por aquilo que quer, por aquilo que faz, a informar-se por si mesmo, a julgar, decidir, a fiar-se de si mesmo, confiando em avaliar-se por seus próprios conceitos, de pesar-se segundo seus próprios pesos.

Era demais. Dupont não tinha o hábito de agir assim. Dupont suicidou-se naquela mesmo noite”

Fonte: Thèmes et Variations, por Pierre Gaxotte, da Academia Francesa, editora Fayard. É um historiador muito conhecido por sua História da Revolução Francesa cuja abordagem  vai na contramão dos historiadores de esquerda. 

Notas:

  1. As considerações de Gaxotte sobre o homem-massa serão reproduzidas no próximo artigo do olivereduc.
  2. Na mitologia grega Zéfiro é o deus do vento do Oeste. É um dos filhos de Eos e Astreu.

 

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  • Valterlucio Bessa Campelo
  • 24 Setembro 2021

 

Valterlucio Bessa Campelo

O fenômeno do “ditador” que insiste na defesa da liberdade e os “democratas” que querem controlar a mídia.

Os inúmeros brasileiros que como eu já sofreram censura e punição de provedores das redes sociais, sob o argumento de “ir contra a política da empresa”, sabem que se trata-se de um evidente e inaceitável abuso de poder. Ora, se, analogamente, conforme o princípio constitucional da legalidade, inarredável no Direito, “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”, por que eu poderia ser punido com a suspensão de minha conta no Facebook, por exemplo, sem que me fosse objetivamente apresentada a causa, ou seja, apontada a regra desobedecida e a respectiva previsão punitiva?

Tá, é um contrato, uma adesão, estamos em situação típica “pacta sunt servanda”. É mesmo? Então, antes do expurgo me mostre que regras foram infringidas, que cláusulas rompi, que abusos cometi e, mesmo assim, que se cumpra o devido processo – tem que haver um. Além disso, ao agir como “juiz”, é de se esperar que a decisão seja fundamentada. A forma simplista e genérica com que são apresentadas as punições é inaceitável em um regime democrático. Lembrando o presidente Jânio Quadros, parece um “fi-lo porque qui-lo”.

Mais esquisito ainda, é saber que há nas punições um viés ideológico claramente identificável. O conservadorismo está sob ataque, ou, de outro modo, o progressismo avança sobre as nossas liberdades. Seja por suspensão, por redução de alcance das postagens, por sumiço aleatório de seguidores, por priorização em pesquisas, as chamadas big techs agem em uníssono contra abordagens e temas que vão em defesa de uma visão, digamos, para simplificar, à direita. As big techs e os tais algoritmos que comandam os acessos e as postagens tem cor, são vermelhos como o sangue das vítimas de suas ideologias assassinas.

Ocorre, contudo, que os provedores não têm esse mandato estabelecido, não é para isso que estão autorizados. Ao “ler” as nossas postagens com filtro ideológico e eliminarem o que lhes pareça inadequado, eles agem como editores, fugindo assim aos seus pressupostos. Disso, obviamente, aproveita-se a esquerda em sua clássica política de repressão e perseguição a adversários políticos. Nessa batida, chegará o dia em que pelas big techs só transitarão postagens aderentes a uma determinada ideologia. O debate estará encerrado pelo cancelamento dos contrários. Como elas são amplamente majoritárias no mercado, dominarão o conhecimento e a percepção da realidade. Quanto mais nos comunicamos por elas, mais subordinados estaremos às suas regras que, como já admitido por seus próprios donos, não são neutras, obedecem a uma determinada visão de mundo.

Pois bem, em defesa da liberdade de expressão, o governo federal editou uma medida provisória que pretendia limitar a discricionariedade dos provedores e preservar a liberdade de expressão. Os partidos de esquerda imediatamente (como de costume) foram ao Supremo defender o garrote em nossa liberdade. No vaivém de manifestações da AGU, MPF e STF, o presidente do senado, o Pacheco, devolveu a MP ao Executivo, alegando inconstitucionalidade. Contra o governo vale tudo.

Os argumentos são sempre em “defesa da coletividade” e do combate às fakenews. Ora, temos um dono da verdade?  Se, por acaso, eu disser na rede social que em diversas partes do mundo estão promovendo manifestações contra o passaporte sanitário, arrisco ser prontamente suspenso, embora esteja apenas noticiando um fato público e serei execrado como negacionista, autor de “fakenews” atentatória à saúde pública etc, etc, etc. Se eu postar que em determinado lugar aquele remedinho contra verme continua sendo usado, fico de castigo um mês inteiro. Não importa que o fato seja verdadeiro, ou, se contestável, exija apresentação de prova contrária. O que é o silenciamento liminar, senão um filtro de opinião, ou seja, censura escancarada?

O poder das big techs é tão grande que, não esqueçamos, em 2020 silenciaram ninguém menos que o presidente americano Donald Trump, em flagrante militância pró-Biden. Durante meses de campanha as redes não permitiram que fossem expostas as traquinagens e as ações pretéritas da família Biden, que, ao cabo, sem ter que responder sérias acusações, ganhou as eleições, ainda que discutivelmente. Pudera! Perceba-se que o mesmo já estão preparando aqui no Brasil. Imagine contra quem!

Neste domingo,19/09, o Executivo mandou ao Congresso Nacional em forma de projeto de lei, uma proposta com o mesmo objetivo – proteger a liberdade de expressão. Se MP não vale, que uma Lei valha. O item principal do PL do Executivo é “... o provedor de redes sociais é obrigado a notificar o usuário, identificando a medida adotada, apresentando a motivação da decisão de moderação, as informações sobre prazos, canais eletrônicos de comunicação e procedimentos para a contestação, bem como a eventual revisão da decisão”. Parece o mínimo exigível para que não nos subordinemos ao Sr. Algoritmo, embora haja quem aceite docemente a coleira no pescoço.

Com 150 milhões de usuários de redes sociais (70% da população), não parece razoável que toda essa comunicação seja mediada/controlada por empresas segundo critérios desconhecidos e, além disso, sejam de difícil contestação no caso de insatisfação do usuário punido. A idéia é clarificar as regras e preservar o direto fundamental à liberdade de expressão que, obviamente, não pode ser usado para cometimento de crimes (disso cuida a justiça), mas não pode ser cerceada sem critérios rigorosamente subordinados aos direitos fundamentais.

É claro que a pretexto de “combater fakenews”, a horda esquerdista, seguida pelos isentões da cor vermelho-íntimo, cairá de pau em cima do projeto de lei. Para quem, como o lulopetismo e seus puxadinhos, pretende controlar a mídia de modo geral, censurar a postagem do indivíduo é fichinha, especialmente se este fica noticiando e debatendo temas contrários à agenda progressista.

Hoje alegam que há postagens “não científicas” (quem decide, se, por definição, a ciência, segundo Karl Popper, implica refutabilidade?), amanhã o alvo serão as postagens “não-democráticas” (quem decide a extensão e o conceito de democracia?), depois de amanhã serão as mensagens religiosas, ou seja, dependendo de quem decide, a comunicação entre os indivíduos, portanto, o direito à opinião, estará sob controle. Há que se controlar os controladores, daí a necessidade da Lei.

Mais uma vez, nota-se que o presidente Jair Bolsonaro, fantasiado pela velha mídia como um “ditador”, exerce com firmeza e convicção, como em seu discurso na ONU, a mais ampla defesa da democracia, da soberania nacional e das liberdades individuais, o que significa desmentir, dissolver, destruir a falácia de seus adversários. De sobra, ainda defendeu a liberdade religiosa, o que para a esquerda é atestado de atraso.

Os verdadeiros tiranetes, já identificados por suas próprias ações embora ensaboem seu palavrório fino, estão no outro lado da praça, prendendo e arrebentando por delito de opinião, sem lei prévia, na base da hermenêutica de ocasião, coadjuvados pelos donos das big techs que calam os usuários inconvenientes ao sistema, enquanto deixam livres e operantes os militantes de causas e ideologias totalitárias.

Valterlucio Bessa Campelo escreve eventualmente em seu BLOG e no site Conservadores e Liberais (puggina.org)

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  • Viviane Bertoni Araújo
  • 22 Setembro 2021

Viviane Bertoni Araújo

 

Eu li Paulo Freire, não só a bíblia do Santo Freire, A Pedagogia do Oprimido, mas toda sua obra.

Palestrei a respeito de seu conteúdo, e fui um pouco além, antes da palestra, entrevistei um total de três dezenas de professores, ex professores, diretores de escolas e pedagogos.

Já discuti sobre o tema com muitas pessoas, e a maturidade me trouxe uma resposta simples:

Paulo Freire, fala por si só, não é necessário discutir uma teoria, que colocada em prática se mostrou completamente ineficaz.

A escola antiga, tão opressora, inadequada, e segundo alguns, cheia de intolerância com os diferentes saberes, criou gênios da literatura, da poesia, e das artes em nosso país; já a escola nova, nos deu um imenso vácuo de qualquer obra que se possa aproveitar. Isso na música, no teatro, na literatura e para qualquer lugar que se possa observar, não se vê praticamente nada.

O passado nos trouxe mentes brilhantes, a geração Paulo Freire e seus contemporâneos da área da educação nos trouxeram analfabetos funcionais, que estão felizes por terem um diploma de nível superior, um curriculum circulando pela cidade em busca de qualquer colocação profissional e uma incerteza profunda de um futuro promissor.

Paulo Freire, dispensa apresentações, pois a educação atual é seu maior cartão de visitas.

*Publicado originalmente na página da autora no Facebook, em 19/09.

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  • Adriano Marreiros
  • 22 Setembro 2021

A socialista?...

Adriano Marreiros

 

Na verdade, seria incompreensível se a consciência de minha presença no mundo não significasse já a impossibilidade de minha ausência na construção da própria presença. (Paulo Freire)

Muitas vezes eu tentei fugir de mim, mas onde eu ia, eu tava... (Tiririca)

Tomo Tiririca, eu tentei fugir de mim, mas de tanto repetir a tentativa e me encontrar aonde quer que eu fosse, chego a pensar que devo ser um grande idiota.  É, não vai adiantar...  Ainda que O Corvo ainda ecoe em meus ouvidos, fui alfabetizado da forma correta e tive professores que sabiam muito mais que eu e que pouco teriam a aprender comigo...

 Em consideração a eles, em memória de cada pessoa ou bicho que perdi,  e para perpetuar a existência de quem esteve junto às mãos do antigo Adriano cronista, devo prosseguir escrevendo, mas como outro escritor: não um heterônomo, pois não sou Pessoa de tal nível, como já disse, mas um homônimo que soará falso: um impostor.

 Talvez alienígenas tenham criado várias cópias minhas a serem seriamente debatidas: afinal, o Imperador conseguiu se clonar e: O Império Contra-ataca!

 Vamos a mais um assunto jurídico, chato como todo assunto jurídico da era em que o Direito se confunde com o esquerdo...  Falemos de constituição.

 Altamente democrática, com múltiplas garantias de direitos e procedimentos democráticos.  Defensores em todo o mundo saudaram-na como a constituição mais democrática que se poderia imaginar. 

 Constituição brasileira de 1988?  Não.  Não é dela que estão falando, e pesso, digo, peço (ora, fui corretamente alfabetizado e ensinado, tenho que escrever corretamente) que considerem aquele parágrafo todo como se estivesse entre aspas.  É uma citação: é assim que a lamentável Wikipédia se refere à Constituição Stalinista da União Soviética, de 1936 e até mesmo ela a crítica...

 Loucura (não repita 3 vezes, por favor!): vocês vão dizer.  Devagar com andor porque, como certos ídolos com pés de barro, Daniel bem sabe, certas pessoas e conceitos são bem diferentes do que parecem...  Falei sobre isso em curso no Burke Instituto Conservador[1] (inscreva-se).  Vejamos um artigo dessa Constituição tão... democrática:

 Artigo 125 — De acordo com os interesses dos trabalhadores, e a fim de reforçar o sistema socialista, a lei garante a todo o cidadão: 

a) Liberdade de palavra;

b) Liberdade de imprensa; 

c) Liberdade de assembléia ou reunião;

d) Liberdade de passeatas e demonstrações.

Essas liberdades são asseguradas por meio das facilidades que se lhes concede, pondo à disposição dos trabalhadores e de suas organizações, tipografias, material de impressão, edifícios públicos, ruas, meios de condução, etc., para o exercício desses direitos.

 Olhem que belo artigo.  É da Constituição Stalinista!  Não tem algo parecido no quinto?  Não, não o dos infernos. No 5º, artigo 5º da nossa Constituição?  Tem.  Prossigamos:

 O Artigo 125 da constituição garantiu a liberdade de expressão da imprensa e da assembleia. No entanto, esses "direitos" foram circunscritos em outros lugares, de modo que a "liberdade de imprensa" ostensivamente garantida pelo Artigo 125 não tinha nenhuma consequência prática, já que a lei soviética considerava que "Antes que essas liberdades possam ser exercidas, qualquer proposta de redação ou reunião deve ser aprovada por um censor ou uma agência de licenciamento, para que os órgãos de censura possam exercer 'a liderança ideológica’.” (wikipedia, mas procure onde quiser...)

 Até a esquerdíssima Wikipédia diz isso, criticando...  No entanto, até professores, seus ídolos e suas bibliografias louvam sistemas assim até hoje.

 Como pode se falar em Democracia se qualquer escrito ou reunião deve ser aprovada por um censor, por uma agência, pra que sempre esteja na linha de uma “liderança ideológica”.  É claro que LÁ não havia democracia, a despeito do texto constitucional...  Liberdade de expressão, de reunião, de manifestação e de imprensa não existem se estão sujeitas a censores ou dependem de permissões dadas por uns poucos editores que seguem uma liderança, como: o Pravda e o Granma, claro, estou falando de países distantes.  “Adelante”:

 Artigo 3.º — Todo o poder na URSS pertence ao povo, que trabalha nas cidades e no campo, e que é representado por Sovietes de deputados das classes trabalhadoras

Não preciso lembrar que, na nossa, esse poder emana do povo e em seu nome é exercido: e assim é!  Já a URSS era governada de maneira muito contramajoritária, acho que para impedir uma ditadura da maioria, já que só se admitia a “ditadura do proletariado”...  Por isso: todo o poder aos sovietes[2]...  Essas instituições eram a própria democracia comunista: e tinham que ser respeitadas!!!

 Mas: há diferenças.  Voltemos à stalinista:

 Artigo 133 — A defesa da Mãe Pátria é dever sagrado para todos os cidadãos da URSS. Traição à Pátria, violação aos juramentos prestados, deserção, enfraquecimento do poder militar do Estado, espionagem, serão punidos com toda a severidade da lei, considerados que são como os crimes mais graves.

 Art 16 Código Penal: Quando algum fato perigoso não se ache expressamente previsto neste Código, o fundamento e a extensão de sua responsabilidade determinar-se-ão com atinência aos artigos desta lei que prevejam os delitos mais semelhantes".

Esses eles deixaram bem indefinidos.  Ainda bem que, ao contrário de lá, a nossa Constituição garante que não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal...  Ainda bem que, AQUI,  só por Lei!!!

 Enfim, podia me prolongar em várias outras comparações; mas, pra isso, seria melhor um artigo “científico” (direito lá é ciência?!) ou uma aula: e isso eu fiz nas aulas do curso do Burke Instituto Conservador (Inscreva-se!)  É melhor, pois, encerrar por aqui, lembrando que, de boas falsas intenções, a constituição stalinista estava cheia.  Por tal motivo, não vou concluir se nossa Constituição é socialista ou não.  A soviética continha tantas garantias de liberdade e deu no que deu...

 Mas não basta, pra ser livre

Ser forte, aguerrido e bravo

Povo que não tem virtude

Acaba por ser escravo

Mostremos valor, constância

Nesta ímpia e injusta guerra

Sirvam nossas façanhas

De modelo a toda Terra

(Hino do Rio Grande do Sul,

que homenageio neste

20 de setembro,

Dia do Gaúcho, da

Revolução Farroupilha).

 

*   Adriano Alves-Marreiros

Um homônimo de si mesmo (impostor), cansado de tudo e também de fugir de si, corretamente alfabetizado, consciente de que seus bons professores sabiam mais que ele e o carioca mais gaúcho do Brasil.

**   Publicado originalmente no excelente Portal Tribuna Diária, em https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1128/constituicao-de-1988.html

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