• Enio Meneghetti
  • 09 Julho 2014

Às vésperas das finais da Copa, tudo o que podia ser comentado acerca do desempenho de nossa seleção já o foi.

O que soa estranho é a grande preocupação de certos setores em negar o uso político/eleitoral do clima criado com a realização da “copa das copas” em solo brasileiro. Desde insinuação de “traidores da pátria” àqueles que ousam dizer que o atual governo buscava dividendos políticos com a festança, até negações do que há de mais óbvio na história da humanidade, o uso político do esporte.

Afinal, desde que na Roma antiga, quando foi cunhada a expressão “pão e circo”, passando pelas atrocidades cometidas por Hitler poucos anos depois de ser frustrado pelo desempenho superior demonstrado pelo norte americano afro descendente Jesse Owens, nos jogos olímpicos de Berlim em 1936 – apenas para citar dois fatos - é que se sabe que governantes usam o esporte para faturar politicamente.

Então não surpreende quando o governador Tarso Genro vem a público apresentar números esquisitos acerca da arrecadação gaudéria com o evento. Nosso governador anunciou solenemente que a Copa trouxe R$ 1 bilhão de arrecadação para o Rio Grande. A previsão inicial era que viriam 200 mil pessoas. Tarso agora diz que vieram "350 mil, dos quais 160 mil estrangeiros". Acho bem questionável afirmar – de acordo com a afirmativa do governador – que 190 mil brasileiros de outros estados tenham vindo ao RS assistir os jogos realizados em solo rio-grandense...
Mas vamos supor que viessem os 200 mil estrangeiros da previsão inicial. Ora, cada um teria de ter gasto R$ 5 mil para totalizar R$ 1 bilhão. Mesmo aqueles que ficaram acampados, os argentinos que dormiram no carro, ou os que sequer tinham dinheiro para voltar.

Em entrevista ao UOL Esporte, o presidente do CDL de Porto Alegre, Gustavo Schifino, disse que apesar do bom fluxo de pessoas, os gastos dos turistas ficaram restritos a alimentação e hospedagem e a Copa pode dar prejuízo no RS: "Estamos abaixo da previsão. Inicialmente a ideia era ficar entre R$ 95 milhões e R$ 101 milhões em volume de vendas.” Além disso, como a abertura dos jogos ocorreu no dia 12 de junho, dia dos namorados, a data acabou perdida no calendário dos comerciantes. Os jogos do Brasil resultaram em ponto facultativo e isso também reduziu as vendas no mercado interno.

No Rio de Janeiro, foi detectado efeito semelhante. A estimativa do CDL Rio é de que as perdas cheguem a R$ 1,9 bilhão. A entidade acredita que o faturamento diário das lojas deve cair entre 50% e 70%. De acordo com o presidente do CDL Rio, Aldo Gonçalves, não apenas os feriados municipais, em dias de jogos, que atrapalham as vendas mas a própria Copa, por tirar a atenção dos consumidores. “As pessoas não estão pensando em comprar roupas, um vestido, um terno, carro. Elas estão focadas nos jogos". Com refeições a R$ 1, no Rio de Janeiro, o Restaurante Cidadão da Central do Brasil, mantido pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, que subsidia as refeições, perceberam os turistas no local. Nas últimas semanas o restaurante passou a ser frequentado por turistas de várias nacionalidades, em busca de refeição farta e barata. Café da manhã por R$ 0,35, e almoço a R$ 1, bebida incluída. São argentinos, colombianos, peruanos e equatorianos, que gostam de gastar pouco e ficar bem alimentados.

Ao contrário do que ocorre nos arredores dos estádios que recebem os jogos da Copa do Mundo, os comerciantes da região central de Campinas, em São Paulo, não têm motivos para comemorar nos dias das partidas. Em dias de jogo do Brasil, eles chegar a registrar queda de 80% nas vendas, principalmente nos segmentos bares e restaurantes. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Campinas e região (Sindivarejista), todos os setores sentem os reflexos dos jogos do Brasil. De acordo com o órgão, são quatro horas sem vender por partida.
Então, apesar do oba-oba da imprensa chapa-branca, o resultado do enorme investimento feito à custa do dinheiro de nossos impostos, pode ficar aquém do desejado.

Ninguém deve se sentir ofendido ao ver isso questionado.

http://www.eniomeneghetti.com
 

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  • Leonardo Faccioni
  • 09 Julho 2014

Há quem chame "heróis" os manifestantes que aí estão. Nunca vi herói que se escondesse em multidão. Observando bem, a relação entre as massas e os verdadeiros heróis, mesmo quando entremeada por instantes de glória e deslumbramento recíproco, é vitimada por uma constante tensão: a alma grande deve sempre lidar com o desprezo, a raiva e a incompreensão das maiorias.

O herói é um indivíduo que eleva suas qualidades para além do ordinário, uma alma que transcende. A multidão amorfa é o oposto: o perdimento das qualidades pessoais, a dissolução de tudo o que há de único e sublime, em favor de um denominador comum para com o mais vulgar e instintivo.

Sócrates foi um herói. Foram-no os profetas hebraicos. O herói dos heróis foi Jesus Cristo, o Verbo que por amor fez-se carne, e mesmo d'Ele a multidão quis a cabeça em plebiscito, porque era amor em verdade e a verdade não convém. Os heróis da ficção seguem o arquétipo: a multidão pode idolatrá-los durante algum tempo, mas finda invariavelmente a detestá-los (como sói acontecer aos ídolos, porque necessariamente contingentes). O herói é a formiga que se prepara para a aventura - "ad ventura", o porvir - e tenta demover a cigarra da situação confortável em que se encontra, repleto de compaixão. A cigarra nunca reage bem ao estímulo.

Se o herói pudesse confundir-se com a massa, não seria digno de tal nome. O ouro só é precioso porque difere das rochas entre as quais surge e com elas não se confunde; suas propriedades são exclusivas. É o único metal que resiste aos árduos processos do garimpo, o vestígio excepcional que, recusando-se a acompanhar os outros, agarra-se às calhas e repousa nas peneiras contra a pressão da enxurrada.

É por isso que os heróis, no mais das vezes, passam-se por reacionários. "Uma coisa morta segue a correnteza", dizia Chesterton, "é preciso estar vivo para contrariá-la".

O herói é sempre um, não muitos, jamais todos. Heróis podem unir-se, por que não?, mas seguem sendo cada qual receptáculo de sua virtude. O sujeito da virtude não é o bando; a companhia é a circunstância em que se manifesta.

Herói é este que segue ao lado, com a imagem (o autor se refere à foto do jovem chinês que, sozinho, enfrentou os tanques). Herói desconhecido, que, posto diante a uma corrente inescapável, feita com aço, sangue e ossos multitudinários, parou a marcha, frenou a coluna de blindados e, sozinho, disse "não". Reagiu, o reacionário! Não se deixou levar! Em seguida, tudo indica, foi vítima de um "ato isolado de vandalismo" bastante comum nos Estados totalitários - o Estado-legião, que se afirma a encarnação perfeita e sintética, o alfa e ômega do "interesse geral", da "consciência universal", do "bem de todos".

http://faccioni.blogspot.com.br/
 

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  • Bruno Braga
  • 09 Julho 2014

O Foro de São Paulo realizou em meados de 2013 o seu XIX Encontro. A organização, naquele ano reunida na capital paulista, concentrou suas atividades em dois objetivos centrais, aprofundar as mudanças e acelerar a integração nacional. Uma síntese do que supostamente foram os resultados dos trabalhos está na "declaração final" do encontro. Um documento que fixa uma série de diretrizes para os seus membros. Uma, em especial - se relida hoje - chama a atenção:


[...] "Temos que REPOSICIONAR O ESTADO e APROFUNDAR a democracia, ASSEGURAR A HEGEMONIA e a estabilidade política para a realização das MUDANÇAS e GERAR NOVOS ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO PÚBLICA e no cumprimento dos direitos básicos da população"


No tempo de sua publicação, essa diretriz parecia marcada por uma obscuridade insanável. O que seria propriamente "reposicionar o Estado" e como "gerar novos espaços de participação popular na gestão pública"? No entanto, o que antes era obscuro hoje aparece preenchido de sentido. Adquire forma e gera a espectativa de produzir efeitos com um ato presidencial: o decreto 8.243 [2].

Publicado no Diário Oficial da União no dia 26 de Maio de 2014, o decreto de Dilma Wanda pretende instituir a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social sob o pretexto de "fortalecer" e ampliar os mecanismos de participação da "sociedade civil" na administração pública (art. 1o) e "consolidar a participação social como método de governo" (art. 4o, I). A proposta pode parecer legítima, como um grande benefício para a "sociedade civil". Contudo, "sociedade civil" é apenas uma maquiagem para disfarçar os agentes que efetivamente irão representá-la: líderes, "coletivos" e "movimentos sociais" controlados ou ligados ao partido ou ao grupo político da Presidente da República e fartamente patrocinados com dinheiro público.

A inserção desses agentes nas instâncias decisórias da gestão e do estabelecimento de políticas públicas - em órgãos da administração pública direta e indireta, em agências reguladoras, conselhos, comissões, conferências, ouvidorias, mesas de diálogo, fóruns, audiências, consultas públicas - significa o aparelhamento da administração. Fere o sistema representativo nacional, atinge as prerrogativas do poder legislativo, composto por representantes, estes sim, escolhidos pela população através do voto.

Nestes termos, trata-se de fortalecer - não o poder discricionário do cidadão comum, ou da "sociedade" como um todo -, mas o projeto de poder de um grupo. O decreto de Dilma Wanda pretende subverter a ordem constitucional - "reposicionar o Estado", na expressão da diretriz supra citada - para tornar-se peça da ambição maior do Foro de São Paulo: promover o SOCIALISMO-COMUNISMO na América Latina. É o que estabelece a declaração final do XIX Encontro:

"Temos a convicção de que, continuando o aprofundamento das mudanças e acelerando a integração regional, podemos percorrer caminhos até o SOCIALISMO em nossa América Latina e no Caribe, o que seria uma obra original de nossos povos" (Tradução livre. O destaque é meu) [3].


Dilma Wanda é apenas um títere. Não só do seu partido, que é protagonista do Foro de São Paulo, mas da própria organização fundada por Lula e por Fidel Castro, que no encontro do ano passado decretou em seu "plano de ação": "aprofundar as mudanças onde governamos" [4]. Quer dizer, "nós" - o Foro de São Paulo - "governamos" o Brasil. Se o decreto 8.243 aparece como amostra clara desta determinação, a mensagem que Dilma Wanda gravou para o XIX Encontro do Foro de São Paulo é um sinal nítido de submissão. Porém, mais que servilismo pessoal, é a soberania de um país curvada às ambições de um grupo, a um projeto de poder continental, ao projeto de poder SOCIALISTA-COMUNISTA.

NOTAS.

[1]. XIX Encuentro del Foro de São Paulo. Declaración final [http://peppersp.com.br/forodesaopaulo/?p=3030]. Download do documento em PDF [http://peppersp.com.br/forodesaopaulo/?dl_id=196].

[2]. Decreto 8.243, 23 de Maio de 2014 [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm].

[3]. Cf. Nota [1].

[4]. Cf. Documento "Plan de acción aprobado en el XIX Encuentro", Objetivos principales, ítem 2 [http://peppersp.com.br/forodesaopaulo/?p=3054].
 

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  • Carlos I.S. Azambuja
  • 09 Julho 2014

(26 países e 93 Partidos e Organizações)

Argentina
Movimiento los de Abajo, Partido Obrero, Movimiento Encuentro Popular, Partido Intransigente Popular, Frente Grande, Partido Revolucionario por la Independencia y el Socialismo, Partido Humanista, Partido Comunista, Partido Intransigente, Partido Obrero Revolucionario Posadista, Democracia Avanzada (11)
Bolivia
Movimiento Bolivia Libre, Alternativa del Socialismo Democrático, Eje de Convergencia Patriotica
Partido Comunista (4)
Brasil
Partido dos Trabalhadores, Partido Socialista Brasileiro, Partido Democrático Trabalhista, Partido Comunista do Brasil, Partido Popular Socialista, Partido Comunista Brasileiro (6)
Costa Rica
Grupo Soberania (1)
Chile
Movimiento de Izquierda Revolucionario, Partido Comunista (2)
Cuba
Partido Comunista (1)
Curaçao
Movimiento Antilano Nuevo (1)
Dominica
Dominica Labour Party (1)
Equador
Movimiento Popular Democrático, Acción Popular Rvolucionaria, Partido Liberación Nacional, Partido Socialista Ecuatoriano (4)
El Salvador
Frente Farabundo Martí de Liberación Nacional (1)
Granada
Movimiento Político Maurice Bishop (1)
Guadalupe
Partido Comunista, Unión y Resistencia, Unión Popular para Liberdade (3)
Guatemala
Unidad Revolucionária Nacional Guatemalteca (1)
Guyana
Alianza del Pueblo Trabajador (1)
Haití
Fuerza para Defender los Derechos del Pueblo Haitiano, Partido de los Trabajadores, Movimiento Lavalas (3)

Honduras
Partido para la Transformación (1)
Martinica
Consejo Nacional de Comitês Populares, Partido Comunista para la Independencia y el Socialismo, Grupo Revolucionario Socialista (3)
México
Partido Revolucionario de los Trabajadores, Partido del Trabajo, Partido Popular Socialista, Partido de la Revolución Democrática, Ejército Zapatista de Liberación Nacional (5)
Nicarágua
Frente Sandinista de Liberación Nacional (1)
Panamá
Partido Revolucionario Democrático (1)
Peru
Frente Pátria Libre, Partido Comunista, Partido Mariateguista Revolucionario, Partido Unificado Mariateguista, Unión de Izquierda Revolucionária, Movimiento de Afirmación Socialista (6)
Porto Rico
Partido Socialista, Partido del Trabajo, Partido Popular Socialista, Nuevo Movimiento por la Independencia (4)
República Dominicana
Partido Comunista, Movimiento Popular de Liberación, Partido de los Trabajadores, Partido Comunista del Trabajo, Movimiento Izquierda Unida, Alianza por la Democracia, Movimiento Ola Democrática Camañista, Concentración Democrática (8)
Trinidad y Tobago
Movimiento 18 de Febrero, Movement for Social Transformación (2)
Uruguay
Partido Socialista, Corriente de Unidad Frenteamplista, Corriente Popular, Partido Socialista, Partido por la Vitoria del Pueblo, Movimiento de Participación Popular, MLN – Tupamaros, Partido Obrero Revolucionario, Movimiento 26 de Marzo, Frente de Izquierda de Liberación, Vertente Arguista, Convocatoria Corriente Popular, Movimiento Revolucionario Oriental (13)
Venezuela
Movimiento Electoral del Pueblo, Partido Socialista de los Trabajadores, Movimiento Al Socialismo, Partido Bandera Roja, Unión Patriótica de Venezuela, Liga Socialista, Foro Democrático, Causa Radical. (8)
 


 

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  • Gilberto Simões Pires
  • 20 Junho 2014


CICLISMO FISCAL
Se, por um lado, o Tribunal de Contas da União mostrou ser eficiente e correto ao constatar que a presidente Dilma, além de expert em promover caos econômicos, pratica com rara maestria o CICLISMO FISCAL, por outro se mostrou fraco e extremamente condescendente por conceder um inexplicável prazo de 30 dias (com direito a prorrogação) para que a presidente explique as manobras que fez em cima das combalidas contas públicas, até o ano de 2014.

BRINCADEIRA??
Como já se passaram muitos meses desde que essas fraudes, conhecidas popularmente como -pedaladas fiscais-, que atentam severamente contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, foram comprovadamente cometidas, não é possível entender a razão para concessão de prazo para Dilma explicar algo que não tem explicação, mas tão somente PUNIÇÃO. Aliás, PUNIÇÃO SÉRIA E DE ACORDO COM O QUE MANDA A LEI. A não ser que o TCU esteja brincando...

APENAS 4 ITENS BASTAM
Ora, considerando apenas 4 itens comprovadamente fraudados, entre os 13 apontados pelo TCU, já é o bastante para condenar e punir o governo Dilma-Petista de acordo como manda a lei. Eis aí os pontos que me refiro como mais relevantes:

PONTOS SUFICENTES PARA CONDENAÇÃO
1- não houve contabilização de dívidas do governo junto ao Banco do Brasil, BNDES e FGTS, no total de R$ 40,2 bilhões acumulados até 2014;
2 - a Caixa Econômica Federal adiantou mais de R$ 7 bilhões à União, para despesas dos programas Bolsa Família, Seguro-Desemprego e Abono Salarial, nos exercícios de 2013 e 2014;
3- o FGTS adiantou mais de R$ 1,4 bilhão à União para cobertura de despesas do Programa Minha Casa Minha Vida;
4- o BNDES fez pagamentos para o PSI, que é um programa para estimular a produção, aquisição e exportação de bens de capital e a inovação e não recebeu repasses do governo no tempo certo;

TOLERÂNCIA INFINITA
Como se vê, embora sabendo que as leis não são feitas para serem cumpridas, pois a impunidade é geral e irrestrita, quando os crimes cometidos envolvem governantes, o cumprimento da lei é ainda mais brando. Nesse caso a tolerância parece ser ilimitada ou mesmo infinita. Sempre há espaço para uma explicação, mesmo que pífia e incapaz de reverter o que dizem as provas mais consistentes e evidentes.

MP 664 PARA A 2ª CLASSE
Mudando de assunto: Hoje pela manhã, a presidente Dilma assinou a Medida Provisória 664, que propõe nova engambelação para a já complicada Previdência Social, notadamente aquela que diz respeito apenas à turma que pertence a 2ª CLASSE de brasileiros, ou seja, aqueles que se aposentam pelo RGPS, ou INSS.
Ficam fora do alcance da referida MP, portanto, os Servidores Públicos da União, por exemplo, que fazem parte da 1ª CLASSE, ou CLASSE PRIVILEGIADA.

FÓRMULAS MÁGICAS
Anotem aí: fórmulas mágicas não resolvem o sério problema das nossas Previdências Sociais, tanto daquela que cuida dos pouco mais de 1,1 milhão de privilegiados, que pertencem à 1ª Classe, quanto dos mais de 28 milhões de miseráveis, que perfazem a 2ª Classe.
O que o país realmente precisa é de uma REFORMA DA PREVIDÊNCIA. Algo, enfim, que consiga acabar com os repetidos e continuados ROMBOS que aumentam as despesas públicas (por conta dos pagadores de impostos) em mais de R$ 146 bilhões, como chegou apenas em 2104. De novo: ROMBO!!!!, ou seja a diferença entre a arrecadação em forma de contribuições e o real pagamentos de aposentadorias. Que tal? 

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  • Jacob Dolinger
  • 27 Abril 2014

A PROPÓSITO DO ‘ANÃO DIPLOMÁTICO’
Jacob Dolinger

Assim que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenou energicamente Israel pelo “desproporcional uso de força na Faixa de Gaza” e convocou seu embaixador em Tel Aviv a retornar a Brasília para consultas, o governo israelense, por seu Ministério do Exterior, lamentou que o “Brasil, um gigante cultural e econômico, permaneça um anão diplomático”.
Realmente lamentável o comportamento do governo da sra. Dilma.

Gostaria que nosso chanceler explicasse como ele mede “proporcionalidade” no campo bélico. Saberia ele que se Israel enviasse o mesmo número de mísseis que o Hamas lançou sobre Israel nos últimos anos, Gaza estaria totalmente destruída?

Sabe ele os cuidados que Israel tomou na semana passada avisando centenas de milhares de palestinos para abandonarem suas residências, possibilitando com isso que o Hamas soubesse exatamente onde o Exército israelense se preparava para atacar e causando assim quedas que não ocorreriam se os ataques fossem realizados de surpresa? Ou seja, Israel colocou em perigo seus soldados, sacrificando alguns deles, no esforço de minorar ao máximo as vítimas civis do inimigo.

Têm Sua Excelência e a presidente que ele serve a menor noção da barbárie dos dirigentes de Hamas forçando seu povo a permanecer em casa, enviando mísseis de hospitais e de áreas residenciais, para conseguir que a reação defensiva israelense cause vítimas civis entre o povo palestino?

Aliás, conhece o ministro alguma guerra que não causou vítimas civis? E que sempre houve desproporcionalidade entre o número de vítimas das partes envolvidas no conflito? Não compreende o chefe do Itamaraty que em Israel praticamente não caem vítimas civis porque o Estado protege seus cidadãos, com o mais sofisticado sistema de alarme e refúgio? Não está evidente aos olhos do governo brasileiro que esta, como as anteriores guerras entre Israel e Hamas, foi provocada pelos terroristas fanáticos que governam a Faixa de Gaza como déspotas medievais? Fez o chanceler a mais elementar pesquisa para se assenhorear do que diz a Constituição do Hamas sobre seu desiderato de destruir Israel e eliminar toda a sua população?

A equipe do Ministério de Relações Exteriores se assenhorou dos longos e sofisticados túneis pelos quais os bárbaros se preparavam para atacar covardemente a população civil do Sul de Israel? Qual o nível do sistema de informação de que dispõe nossa chancelaria?
E tem o governo brasileiro uma equipe jurídica sofisticada que poderia adverti-lo de que condenar Israel por sua defesa contra o terrorismo pode perfeitamente constituir cumplicidade com os terroristas e as atrocidades que praticam? Aliás, o mesmo se aplica aos governos dos países da União Europeia. Será que isso traz conforto ao governo brasileiro? E o povo brasileiro, os intelectuais, os estudantes universitários, os jornalistas, saberão aquilatar o fenômeno psíquico que reside atrás desta discriminação contra Israel?

Quanto mais o Estado de Israel progride em alta tecnologia, no avanço de sua medicina, de sua ciência; quanto mais Israel comparece para ajudar populações vitimadas por desastres naturais; quanto mais Israel contribui para minorar o sofrimento de certas populações africanas via todo tipo de assistência, quanto mais os judeus concentrados em Israel lutam por uma paz séria e duradoura com seus vizinhos — apresentando propostas irrecusáveis — sempre ignoradas pelos árabes, que por sua vez nunca oferecem contrapropostas; quanto mais Israel se revela um pais com o mais alto nível de democracia; quanto mais a Suprema Corte israelense atende a reclamações de palestinos; enfim, quanto mais Israel se destaca no plano intelectual, moral e jurídico, mais é vitimado pela hipocrisia das potências democráticas que, em vez de apoiar o Estado Judeu, lançam-se contra ele com mentiras, cinismo e má-fé. Qual a razão mais profunda desta injustiça gritante e vergonhosa? Ninguem desconfia?

Que cada um examine sua alma, sua história familiar, sua educação, sua visão do mundo e responda honestamente por que a demonização do Estado Judeu, por que a campanha injusta, cruel e perversa contra o Estado construído pelos sobreviventes do Holocausto?

Jacob Dolinger é professor
 http://diplomatizzando.blogspot.com.
 

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