Sobreviventes do Holocausto judeu

         Nós, os sobreviventes do Holocausto abaixo assinados, somos as últimas testemunhas dos horrores indizíveis do regime nazista. Somos testemunhas da propaganda antissemita que virou nossos amigos, vizinhos e o público em geral contra nós na Europa. Lembramo-nos dos seis milhões de vidas judaicas perdidas por causa desse ódio.

Em 7 de outubro de 2023, testemunhamos os horrores dos ataques terroristas do Hamas em Israel e a guerra resultante, com sua terrível perda de vidas. Desde então, temos visto uma explosão de antissemitismo sem precedentes em nossas ruas, em nossas telas de televisão, nas redes sociais e em nossas universidades.

Escrevemos esta carta agora porque hoje marca 85 anos desde a Kristallnacht (Noite dos Cristais). Em 9 de novembro de 1938, o regime nazista assassinou judeus e atacou a vida judaica, espalhando terror e queimando sinagogas.

Em vez de condenar essas atrocidades, o mundo ficou observando.

Nunca, nós, os sobreviventes do Holocausto, sentimos a necessidade de fazer uma declaração coletiva como esta até agora. Nunca pensamos que testemunharíamos uma reencenação do ódio insensato e virulento contra os judeus que enfrentamos na Europa. As ações do Hamas são tão familiares, tão bárbaras, mas, em vez de condenar isso, a resposta em todo o mundo é um vergonhoso aumento do antissemitismo.

Nossas memórias e experiências em guetos, campos de concentração e escondidos – vendo nossas famílias e comunidades desaparecerem – nos impulsionam a levantar nossas vozes e implorar à humanidade que rejeite o ódio, o preconceito e a violência. Para reconhecer a agenda do Hamas, condená-la adequadamente e exigir a libertação imediata de todos os reféns – homens, mulheres, bebês e idosos.

Não podemos permitir que a história se repita.

Diante da adversidade, aprendemos a importância da resiliência, da unidade e da esperança. Acreditamos no poder da educação e da lembrança para prevenir que as atrocidades do passado ocorram novamente. Juntos, podemos lutar por um mundo onde cada indivíduo, independentemente de sua fé, independentemente de sua origem cultural, possa viver em paz e segurança.

O antissemitismo é um dos vírus mais antigos e contagiosos do mundo. Pedimos a todos os australianos que denunciem o antissemitismo e o ódio que vemos hoje em nosso belo país e em todo o mundo.

Pedimos que vocês estejam conosco.

*       O texto do manifesto e a imagem foram reproduzidos de matéria do site O Antagonista publicada com texto explicativo em 09/11/23 e pode ser lida aqui.

Comento

As pessoas que subscrevem esse manifesto, certamente com idades entre 90 e 100 anos, acumulam experiências de vida e aquela sabedoria que só o tempo proporciona. Elas se sentem espantadas como eu me sinto com o distúrbio moral capaz de impor silêncio ante as horríveis, monstruosas e abomináveis cenas do ataque terrorista do Hamas a inadvertidos cidadãos de Israel. Mais ainda quando, os mesmos que protegem o terrorismo com seu silêncio, saem às ruas, em todo o Ocidente, para criticar a resposta àquele ato de guerra que teve continuidade com o disparo de três mil mísseis.sobre território israelense.

  • 09 Novembro 2023

 

Percival Puggina

         Na semana passada, chamou-me a atenção um trabalho de Paraná Pesquisas testando nomes em uma possível corrida eleitoral para eleição do substituto de Sérgio Moro caso seu mandato seja cassado pelo TSE.

Inusitado não é o fato de o TSE cassar mandato ou estabelecer inelegibilidades, principalmente de quem, no Judiciário ou no Ministério Público, levou a sério seu trabalho na Lava Jato. Inusitada é a opinião antecipada, prematura, sobre o resultado do julgamento a ponto de já haver pesquisa de opinião, como se uma campanha eleitoral se destacasse no horizonte imediato das possibilidades.

Ou seja, o mandato de Sérgio Moro está a perigo. O plano de vingança de Lula, aquilo com que disse sonhar enquanto esteve preso, segue seu torpe roteiro. Mas a pesquisa de opinião realizada no Paraná deve ter deixado os petistas muito preocupados. No formato em que todos os pretendentes são nominados, o resultado desse primeiro levantamento, segundo relatado pela Gazeta do Povo do dia 26 de outubro, foi o seguinte:

Michelle Bolsonaro        35,7%

Álvaro Dias                   24,4%

Gleisi Hoffmann,           16,2%

Rosangela Moro            7,4%

Ricardo Barros               4,9%

Sergio Sousa                   1,5%

Dos entrevistados, 6,2% votariam em branco ou nulo e 3,7% não souberam responder.

Não imagino que esta informação contribua de algum modo para a felicidade dos petistas. A cassação do mandato de Sérgio Moro poderá trazer um gosto amargo, produzindo como consequência a eleição de Michelle Bolsonaro para o Senado. Note-se que, de momento, ela sequer tem domicílio eleitoral no Paraná e, segundo o presidente do PL, Waldemar Costa Neto, não está interessada nessa cadeira.

  • 03 Novembro 2023

 

Percival Puggina

         A jornalista Malu Gaspar, de O Globo, em sua coluna de 26/10, informou que a Petrobras pretende expurgar de seus estatutos artigos que blindavam a empresa de conflitos de interesse e indicações políticas. A proposta é do Conselho de Administração e segue para aprovação garantida pela assembleia de acionistas onde o governo é majoritário.

Como foi amplamente divulgado e reprovado, já há uma decisão monocrática do ministro Ricardo Lewandowski – quanta falta faz, não é mesmo? – declarando inconstitucionais os benditos e inspirados preceitos da Lei das Estatais que durante seis anos protegeram essas empresas da fuzarca dos corruptos e corruptores. No entanto, como acabou a Lava Jato e seus processos foram anulados, acabou o risco da corrupção pela via política porque os corruptos da década passada são, hoje, as pessoas mais inocentes do país.

Sob o ponto de vista da moralidade pública, o Brasil nunca esteve tão seguro quanto com a volta do petismo ao lugar definido pelo Geraldo Alckmin de outrora.

  • 28 Outubro 2023

 

Percival Puggina       

         Escreve um leitor:

Repete-se o "festival" ocorrido no período de 2002 até 2014. A Petrobras tem o monopólio do petróleo. Então, para que pagar propaganda dela mesmo? Só se tivesse rede de postos.

Desconfio que em 2024, a Globo voltará a transmitir a F1 e o Brasil terá um novo piloto nas disputas, que a nossa bandeira aparecerá, medindo 5 x 8 cm, no carro, capacete e macacão. Afinal, o governo tem que ajudar quem lhe ajudou a ganhar a eleição.

Como veremos adiante, a observação do leitor nos trás de volta à Lei das Estatais, aprovada por iniciativa de Michel Temer durante seu mandato presidencial tampão após o impeachment de Dilma Rousseff. À época, enquanto a Lava Jato cumpria seu papel, o jornalismo brasileiro cumpria o seu informando sem manipular a opinião pública, os cidadãos cumpriam o seu exigindo responsabilização criminal e o fim da corrupção, juízes e cortes cumpriam o seu aplicando a lei aos fatos e os políticos iriam cumprir o seu aprovando uma lei severa para disciplinar a gestão das usadas e abusadas empresas estatais.

Por seu turno, o ministro Gilmar Mendes, futuro inimigo-mor da Lava Jato, dizia num evento da Fiesp em setembro de 2015:

“Na verdade, o que se instalou no país nesses últimos anos e está sendo revelado na Lava-Jato é um modelo de governança corrupta, algo que merece um nome claro de cleptocracia. Veja o que fizeram com a Petrobras. Eles tinham se tornado donos da Petrobras. Infelizmente para eles, e felizmente para o Brasil, deu errado” (aqui).

No mesmo evento, falando sobre o financiamento de campanhas eleitorais, havia afirmado:

“Era uma forma fácil de se eternizar no poder. Pelas contas do novo orçamento da Petrobras, R$ 6,8 bilhões foram destinados à propina. Se um terço disso foi para o partido, eles têm algo em torno de R$ 2 bilhões de reais em caixa. Era fácil disputar eleição com isso” (aqui).

Em oito anos, os ventos mudam de lado e os cômoros de areia alteram sua forma. O PT volta ao poder, o ministro Lewandowski com mala pronta para deixar o STF derruba exigências da Lei das Estatais” e a Petrobras “casualmente” retorna ao mercado publicitário.

 

  • 19 Outubro 2023

 

Oxford Group, editorial

Brasileiros preferem desenvolver seus negócios e contratar nos EUA.

        É impressionante a capacidade do atual executivo e da suprema corte em motivar os empreendedores a saírem do Brasil. Todos os dias temos mais uma ação ou decisão que impõe a necessidade de nossos pequenos, médios e grandes empresários buscarem um terreno menos adverso para seguir empreendendo e, por que não dizer, sobreviver.

A conceituada revista Acontece, na Flórida, traz dados impressionantes.

No último ano, cresceu 47% a contratação de profissionais brasileiros por empresas brasileiras nos EUA. Ou seja, competentes profissionais brasileiros preferiram mudar para os EUA para proporcionar segurança a suas famílias e educação para seus filhos, que, embora em terra estranha, já foram contratados inclusive por empresas brasileiras que preferiram montar seus negócios aqui, visando a uma diversificação ou, pelo menos, à sobrevivência sem ameaças.

Ainda mais claro foi o crescimento de 23% em empresas que começaram a contratar nos EUA. Vale a pena notar, para ajudar a entender a situação dos empresários, que na Flórida não há leis trabalhistas, aviso prévio, contribuição sindical obrigatória ou voluntária, férias remuneradas, 13º salário, etc. Mesmo assim, os funcionários preferem trabalhar nos EUA, competindo por empregos com base em sua dedicação e competência, o que é a base única da meritocracia.

Isso é bom para os empregadores e ainda melhor para os trabalhadores. Com isso, a Flórida deverá ser a 10ª economia do mundo até 2030, recebendo 1000 novos residentes por dia e U$2,7 milhões de investimento por minuto. Está em um ciclo virtuoso de empregos bem remunerados e oferece o melhor padrão de escolas e universidades dos EUA, onde todos que têm a intenção de progredir com segurança têm seu lugar ao sol.

Por que isso importa?

As ações do governo federal brasileiro, juntamente com os membros da suprema corte, estão fazendo com que o Brasil se torne um país de barnabés, de dependentes do estado, com a implantação de um regime alheio às suas tradições.

Comento

       O Oxford Group é formado por um grupo de empresa prestadoras de serviços a cidadãos e empresas brasileiras instaladas ou com intenções de se instalar nos Estados Unidos. A matéria, portanto, o vasto campo de trabalho da organização empresarial que a subscreve.

Meu objetivo ao reproduzi-la é outro. Ao editor deste site, Conservadores & Liberais, importa que o Brasil deixe de ser esse país a serviço dos interesses fisiológicos dos senhores do Estado – desde os tempos de Irineu Evangelista de Souza (o visconde de Mauá) – e perde para o exterior seus melhores quadros jovens.

Voltarei a este assunto.

  • 30 Setembro 2023

 

Percival Puggina 

 

Leio no Diário do Poder

O gabinete do deputado Domingos Sávio (PL-MG) prevê para esta quarta-feira (27) atingir a adesão mínima de parlamentares para garantir a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa autorizar o Congresso Nacional a sustar efeitos de decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal (STF). O texto prevê vetar acórdãos de processos transitados em julgado, avaliados como afrontosos aos limites constitucionais ou usurpadores de competências dos demais Poderes da República.

Nesta manhã, o Diário do Poder foi informado pela assessoria do deputado mineiro de que faltam apenas 18 assinaturas para o quórum mínimo necessário de 171 adesões de parlamentares para protocolar a PEC. “Vamos fechar hoje”, informou o gabinete de Domingos Sávio.

O autor da PEC garante que a derrubada de decisões da cúpula do Judiciário, por maioria qualificada do Congresso Nacional, não afrontaria prerrogativas do STF e nem do Executivo. Domingos Sávio argumenta que o artigo 49 da PEC autorizaria o Congresso Nacional a tomar a decisão contra decisões do Supremo com o quórum de maioria constitucional de três quintos dos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado, em 2 turnos.

Ao menos 16 frentes parlamentares já demonstraram apoio público à proposta que visa a combater “ativismo judicial” protagonizado por iniciativas decisões recentes do STF de apreciar e decidir sobre temas

Comento

Os constituintes originais de 1988 conceberam uma Carta com virtudes e erros. Os dois piores talvez sejam: 1º)  a manutenção do presidencialismo com multipartidarismo e voto proporcional para a deputados federais, estaduais e vereadores, e 2º) não criar qualquer mecanismo para resolver crises entre poderes. Governante sem maioria parlamentar arrasta o país para uma permanente crise política.

Os detentores do poder constituinte derivado, os deputados e senadores das legislaturas que os sucederam, alteraram a Constituição, muitas vezes para pior, como, por exemplo, reinstituindo a possibilidade de reeleição ou com a inclusão das tais pautas identitárias.

Os constituintes originários pensaram num esquema em que o Senado seria o freio e o contrapeso do STF, enquanto este seria o freio e o contrapeso do Congresso Nacional.

Só que não, pelas razões que se foram tornando conhecidas. Ninguém controla ninguém que é melhor para todo mundo. Por isso, é louvável a iniciativa do deputado Domingos Sávio. Tomara que o preceito proposto seja aprovado e – o mais importante – posto em prática.

  • 27 Setembro 2023