Percival Puggina

         No seu editorial de hoje, em Ponto Crítico, Gilberto Simões Pires faz oito perguntas que transcrevo abaixo, para, a seguir, comentar:

     1.    Você contrataria os indicados para ocupar os Ministérios do novo (?) governo depois de conhecer os currículos processuais de cada um deles? 
        2.      Você contrataria o ministro da Fazenda para cuidar das suas finanças pessoais?
        3.      Você contrataria o ministro da Educação para confiar a educação de seus filhos?
        4.      Você escolheria estas pessoas como seus guias espirituais?
        5.      Você apresentaria estas pessoas no seu círculo de amizades?
        6.      Você contrataria algum deles para ser seu advogado?
        7.      Você escolheria o ministro da Saúde para médico de sua família?
        8.      Você diria abertamente que escolheu esta opção?

Essas perguntas – e mais do que elas, as respostas que a imensa maioria das pessoas minimamente esclarecidas lhes darão – revelam o tipo de relação que tantos mantém com o Estado.

Veem-no como um ente meio etéreo, distante, onde não existe pecado e onde tudo é permitido. Aceitam que os senhores do Estado se comportem segundo regras diferentes das suas e conduzam o que consideram ser do interesse público de modo inverso daqueles que elas usam no seu reduzido círculo de relações pessoais e/ou influência.

É claro que isso não pode dar certo. No entanto, esse é o cenário cultural brasileiro, para o qual prestamos tão pouca atenção. E é dele que se valem os que usam e abusam do próprio poder.

  • 27 Dezembro 2022

 

Percival Puggina

         Fatos assim, como este acontecido na Inglaterra, se repetem em estados norte-americanos, no Canadá, na Austrália, mediante leis que inibem ações pró-vida. Que todos fiquem sabendo: divergir das plataformas esquerdistas já produz restrições de direitos, multas e até cadeia em países do Ocidente.

De matéria da Gazeta do Povo que pode e deve ser lida AQUI, extraio este pequeno trecho:

Quanto ao caso britânico, imagens publicadas pela Alliance Defending Freedom (ADF) mostram a polícia confrontando Isabel, que foi acusada de violar uma Ordem de Proteção do Espaço Público por orar silenciosamente perto de uma clínica de aborto em quatro ocasiões diferentes em Kings Norton, Birmingham.

Deve ser inaceitável, para quem vai jogar numa lata de lixo a vida que carrega no ventre, ver alguém talvez rezando por si do outro lado da rua...

Em toda parte, no Ocidente, se percebe crescer a pressão contra as datas e comemorações públicas cristãs. A queima de igrejas, os atentados, os sacrilégios têm o intuito de apagar a memória e a cultura cristã, base da civilização que lhe deu forma e conteúdo.

Se você não consegue imaginar uma trajetória para o totalitarismo, se seus olhos ainda não lhe permitem ver o que acontece à sua volta, assista ao vídeo com olhos e ouvidos de ver e ouvir.

Assista nesta URL ao vídeo com o fato, a abordagem e o diálogo  correspondente à imagem que ilustra esta postagem:

https://www.youtube.com/watch?v=nRKX6g_IfAM

  • 24 Dezembro 2022

       Ontem, no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa, recebi a medalha do Mérito Farroupilha das mãos do deputado Mateus Wesp, autor da proposição que levou meu nome à consideração da Mesa Diretora do parlamento gaúcho.

Embora não me julgue possuidor de méritos para tanto, honrou-me receber tal reconhecimento através do jovem e ilustre parlamentar e professor, pós-doutor em Direito, líder da bancada estadual e presidente de seu partido (PSDB) no Rio Grande do Sul.

Temos as mesmas convicções sobre as causas institucionais dos problemas políticos, sociais e econômicos brasileiros. Esse traço de união e esse trabalho quase missionário que partilhamos há décadas está certamente na razão da presença de muitos outros amigos que, naquele nobre recinto, testemunharam o ato.

Ali estavam, também, irmãos de sangue e de fé cristã, amigos do Partido Progressista ao qual dediquei um quarto de século de minha vida, membros do movimento de cursilhos, da ADCE, da ADESG, defensores, todos, da democracia, da liberdade e do estado de direito. De fato, não de rótulo ou falso argumento.

Ao agradecer a honraria, depois de exaltar a brilhante carreira profissional e intelectual do deputado Wesp, apontei a tirania instalada no país, suas causas e o histórico empenho de muitos ali presentes em promover uma adequada reforma institucional no Brasil. As atuais deficiências, gravadas na pedra constitucional, compõem terrível armadilha pela qual somos periodicamente atraídos à danosa sucessão de crises sociais, econômicas e políticas cuja culminância estamos atingindo. A íntegra do solene ato, com os dois pronunciamentos, meu e do deputado Wesp, pode ser assistido AQUI.

Encantou-me particularmente algo que de modo fortuito percebi numa das fotos enviadas para mim nestas últimas horas. Nela estão três jovens e brilhantes deputados estaduais gaúchos – Mateus Wesp, Marcus Vinícius Almeida e Guilherme Pasin –, Leonardo Paschoal, prefeito reeleito de Esteio, e o ex-vice-prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim. No início do milênio, quando se ensaiavam para as atividades políticas a que se sentiam vocacionados, todos foram alunos da Fundação Tarso Dutra, da qual, por sugestão de Celso Bernardi, fui organizador e presidente ao longo de seis anos dedicados à formação de tais lideranças.  Um trabalho do qual muito me orgulho pelos excelentes frutos, alguns dos quais luzindo entre os melhores do cenário federal. Que Deus a todos conduza e inspire, sempre, para o bem do Brasil, minha paixão e meu chão.

  • 23 Dezembro 2022

 

Percival Puggina

         Anuncia o inesgotável senador Randolfe Rodrigues:

“O ministro Gilmar Mendes acabou de acatar um pedido da Rede Sustentabilidade para tirar do teto de gastos programas de combate à pobreza e à extrema pobreza. Uma vitória contra a fome e a favor da dignidade de TODOS os brasileiros!”.

Contesta o senador eleito General Mourão:

A decisão do Ministro Gilmar Mendes, excluindo o Bolsa Família do teto de gastos é mais uma clara interferência no equilíbrio entre os poderes, buscando reduzir a pressão da votação da PEC da transição ao mesmo tempo em que ignora qualquer preocupação com o equilíbrio fiscal.

Digo eu:

Como brasileiro, tenho vergonha dessa política feita através e pelo Poder Judiciário, de onde o disparate requerido sai fantasiado de bom Direito e de Democracia.

Para certas manobras contábeis, diz-se que “o dinheiro apenas troca de bolso”. Neste caso, autoriza-se que a falta de dinheiro em um bolso, troque para o outro.

Por vezes, vislumbro espasmos de genialidade nessa gente tão nociva ao país.

  • 19 Dezembro 2022

 

Percival Puggina

            No fato mais comentado do dia, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar em relação a “atos antidemocráticos” e disseminação de “fake news”. Grandes veículos noticiaram a frase sem a mais tênue avaliação do que relatavam, sem perceber que faziam mais uma página do necrológio das instituições brasileiras. 

O ministro havia participado do "Seminário STF em ação" ao lado de outros colegas, entre os quais o ministro Dias Toffoli, que falou antes dele. Ao falar, Toffoli chamou a atenção de Moraes para dados relativos a condenações nos Estados Unidos de pessoas que invadiram o Capitólio para impedir a posse de Joe Biden e de outras por propagar fake news. 

Em sua vez de falar, o presidente do TSE, rindo, saiu-se com esta: “Fiquei feliz com a fala do Toffoli porque comparando os números ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar”. (Ao fundo, ouvem-se aplausos...).

Tudo isso é tão cubano! Tão venezuelano! Essa “justiça” que opera em impenetrável circuito fechado e se diverte com a irrecorribilidade de suas decisões  não é a justiça do Direito brasileiro, não é a justiça do devido processo, não é justiça de um estado de direito e, menos ainda, de um estado democrático de direito. Aliás, não tem ânimo nem alma do que seja uma justiça de verdade.

  • 15 Dezembro 2022

Ana Paula faz a radiografia de Tite

           Não há nada mais comum no esporte do que as derrotas e as dores, lágrimas e lições que elas trazem. Derrotas fazem parte do próprio contexto do êxtase que existe nas glórias.

Para mim, com mais de 20 anos dedicados ao esporte, o que não é aceitável é a suprema covardia de quem abandona seus comandados, de quem, em um rompante narcisista e egoísta, abandona seus soldados em campo depois de uma batalha perdida.

O que Tite, técnico da seleção brasileira de futebol fez hoje depois da eliminação para a Croácia na Copa Mundo, é o degrau mais baixo que um técnico ou dirigente pode cruzar: o abandono de campo com seu batalhão ainda preso na trincheira pelas lágrimas, frustração e tristeza diante da derrota.

Eu poderia tentar elucidar de maneira mais elegante e não tão direta o que penso sobre o abandono de campo - e de seus jogadores ainda em campo - de Tite, mas não vou dourar pílula alguma: Tite é um covarde e o Brasil, apesar de brilhantes jogadores, perdeu para um técnico arrogante e covarde.

O esporte, assim como a vida e, por isso, profundas lições aprendidas ali são carregadas por onde você caminha, não premia covardes porque a covardia é repugnante, abjeta e inesquecível. E é exatamente nas derrotas que os covardes mais aparecem.

Tite deveria aprender com o técnico da seleção japonesa, também eliminada pela Croácia nos pênaltis. Após a frustrante e dolorosa eliminação, ele foi até a torcida, agradeceu com o tradicional gesto japonês, voltou ao meio do campo, falou com o grupo que estava unido em um círculo e depois cumprimentou cada um dos jogadores com lágrimas e gratidão nos olhos.

No esporte, há uma GIGANTESCA diferença entre ser um técnico ou um comandante e ser um LÍDER. Líderes deixam lições e memórias que você carregará para a eternidade.

Lições de companheirismo, lealdade, princípios, ética.

  • 10 Dezembro 2022