• Dora Kramer
  • 26 Setembro 2014

Sejamos claros e francos: os dois principais oponentes da presidente que pleiteia a reeleição, Aécio Neves e Marina Silva, nos últimos quatro anos não se notabilizaram pelo exercício do antagonismo ao governo de maneira a que façam jus à representação do oposicionismo como atividade política constante.

Justiça se faça, nem eles nem ninguém em especial, porque a oposição nunca se organizou desde que o PT assumiu o poder. E por se organizar entenda-se ter planos táticos e estratégicos de atuação não apenas em épocas de eleição, mas principalmente entre um período eleitoral e outro.

Aécio e Marina se dispuseram a enfrentar um governo politicamente atuante, por nascido de oposição belicosa e operante, sem contar com nenhum treino. Tal carência lhes fará falta em caso de vitória, pois vão encarar um PT violento como oposição, mas pode servir de lição para ambos ou para quem dos dois for derrotado.
Quando chegou à Presidência da República, o PT já tinha mais de 20 anos de construção de uma identidade junto à população. Forte e arraigada o suficiente para poder contrariar diversos de seus compromissos - o da ética, notadamente - sem perder por completo seu patrimônio político.

O PSDB chegou ao poder depressa. Nasceu em 1988 e em 1994 já estava no Palácio do Planalto. Em 2002, perdeu a eleição e nunca mais se achou. Disputou todas as presidenciais, mas não encontrou o caminho para construir uma ponte que pudesse ligar o partido à sociedade entre uma eleição e outra.

Aconteceu com todos os candidatos, mas fiquemos com Aécio Neves, que é o atual. Passou oito anos como governador desenvolvendo um "bom relacionamento com o governo federal". Em 2008, na eleição para a prefeitura de Belo Horizonte, aliou-se ao atual candidato do PT ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel, para eleger Marcio Lacerda, sob o argumento de que era preciso avançar para além da polarização entre PT e PSDB e criar um "novo ambiente" na política.

Hoje o mineiro está em sua maioria optando por Pimentel em prejuízo do tucano Pimenta da Veiga. Tem culpa? Não foi o eleitor quem criou a confusão. Caminhemos. Eleito senador, Aécio era visto como o líder da oposição, mas não foi assim que se colocou perante a sociedade. Optou por uma atuação discreta, dedicou-se às articulações de bastidores e foi até certo ponto bem sucedido.

Quando entrou em cena o imponderável, a morte de Eduardo Campos, não tinha consigo a fidelidade do público, pois não fora a ele que se dirigira nos últimos anos. Seu alvo, os políticos, com facilidade se transfere para onde os ventos ventam. No Rio, o movimento "Aezão" virou "Marinão" ao sabor das pesquisas que indicavam a conveniência de os correligionários do governador Luiz Fernando Pezão a embarcarem em outra canoa.

E assim chegamos a Marina Silva. Depois da recusa da candidata a presidente em 2010 de apoiar Dilma ou Serra no segundo turno, nunca mais se ouviu falar dela até 2013, quando da tentativa de criar seu partido, Rede Sustentabilidade.

Oriunda do PT, discípula reverente assumida de Lula, crítica de Dilma como se esta não fosse invenção daquele, Marina não fez política da última eleição para cá. Apareceu para concorrer. A última coisa que se pode dizer é que seja uma oposicionista praticante. No exercício do mandato de senadora ela jamais se referiu aos "assaltos" constatados no processo do mensalão nas estatais como agora faz no caso da Petrobrás.

A ex-senadora não é uma oposicionista de fato. Assim como Aécio. Se perderem, nada impede os dois de virem a sê-los de direito. A depender dos planos futuros.

*Jornalista
 

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  • Fernando Schuler
  • 24 Setembro 2014

Jonatan tem 20 anos recém completados, é negro e morador da Baixada Fluminense. Estuda economia, em uma instituição de ponta, no centro do Rio de Janeiro. No verão passado fez um intercâmbio em Oxford, para melhorar o inglês. Leciona matemática para uma turma de ensino médio, na Tijuca, e acaba de voltar de uma gira pelo Cone Sul. Jonatan quer conhecer o mundo, enquanto a agenda permite. Sabe que logo vai entrar de cabeça no mundo executivo, e a vida vai ficar corrida.

Quem lida com educação superior, no Brasil, se acostumou, nos últimos anos, a ouvir histórias como as de Jonatan. Histórias dos bolsistas do ProUni, um programa criado pelo Governo federal em 2004. O programa já distribuiu mais de dois milhões de bolsas em instituições privadas de ensino superior, Brasil afora. Não deixa de ser incrível, acontecer uma coisa dessas no Brasil. Um programa de parceria público-privada, custo baixo, burocracia zero, que dá um resultado tão espetacular em tão pouco tempo. E logo no Brasil, um pais que não costuma ser especialmente inovador em políticas públicas.

O programa é uma obra do bom senso: houve uma mutação na sociedade brasileira, nos últimos vinte anos. O País universalizou o acesso ao ensino fundamental, ainda nos anos 90. Na primeira década do século, 40 milhões de pessoas passaram a integrar o que Marcelo Neri, economista e atual presidente do IPEA, chamou de “nova classe média”. Havia necessidade de ampliar, e rápido, o acesso dos estudantes mais pobres ao ensino superior. Por que não permitir, então, que as universidades privadas convertessem parte de seu imposto ou quota de filantropia em bolsas aos estudantes de menor renda?

Um caso de bom senso liberal. O ProUni criou, no Brasil, o vale-educação. Uma antiga ideia formulada por Milton Friedman nos anos 50. Friedman, posteriormente, transformou o tema em uma cruzada pessoal. Nos anos 90, criou a sua Fundação para a livre escolha educacional. No Brasil, por óbvio, a tese de Friedman jamais frequentou o debate público. A ideia sempre foi uma excentricidade dos círculos liberais. O mantra nacional, repetido ad nauseam por políticos, sindicalistas e nossos “especialistas em educação”, sempre foi a “defesa da escola pública”, eufemismo que costumamos usar quando nos referimos à educação estatal.

O ponto é que, em seus 10 anos de vigência, o ProUni se tornou um sucesso. O custo médio por aluno, no sistema, é seis vezes menor do que o de um estudante da rede federal de universidades. Os alunos escolhem onde estudar, a integração entre bolsistas e não bolsistas é boa, o desempenho acadêmico está ok, tudo certinho. O Governo do PT, talvez sem querer, tornou o Brasil um dos maiores cases globais de comprovação da tese de Friedman.

A pergunta a ser feita agora, é: se o sistema da bolsa ou do vale-educação funcionou tão bem no ensino superior, porque ele não é também utilizado na educação básica? Em especial, porque ele não é utilizado no ensino médio? A pergunta ganha relevância quando observamos os últimos resultados disponíveis do ENEM, o exame nacional do ensino médio. Entre os 10% de escolas melhor pontuadas do País (1124 escolas), 93% pertencem à rede privada de ensino. Na outra ponta, entre os 10% de escolas pior colocadas, nada menos do que 97,7% são colégios pertencentes às redes estaduais de ensino, que respondem por 85% das matriculas de ensino médio brasileiro. Os dados nos permitem concluir que não há propriamente uma crise em nosso ensino médio, ou no ensino básico, como um todo. Há, isto sim, uma crise estrutural no setor público educacional, que se concentra, em particular, nas redes estaduais de educação.

Diante desses dados, os defensores do modelo de ensino estatal costumam mostrar certo incômodo. Sustentam que não há, na verdade, grande diferença de qualidade entre as escolas públicas e privadas. O desempenho diferenciado vai por conta do padrão de renda da clientela de cada rede. Alunos das escolas estatais tem um desempenho pior do que seus colegas, do setor privado, por que são pobres. Na sua visão, não é a má gestão escolar, a burocracia, a falta de laboratórios, o abstenseismo dos professores, que determina os resultados pífios alcançados. O problema se encontra nos próprios alunos. Sua herança familiar, a falta de boas condições para estudar em casa, somado ao pouco comprometimento dos pais.

Jonatan discorda deste argumento. Ele acha que, estudando em uma escola melhor, com rigor didático, horário pra começar e terminar a aula, ano letivo cumprido à risca, laboratórios atualizados e coisas do gênero, os alunos iriam bem, mesmo vindo de famílias mais pobres. Dizem que é só observar os resultados dos bolsistas do ProUni, em regra iguais ou superiores a de seus colegas não bolsistas, para saber disso.

Nossos defensores do modelo estatal reconhecem que isto até pode ser verdade, mas que não se deve perder, jamais, a esperança na escola pública. Pedem um pouco de paciência. Dizem que acabou de ser aprovado o novo plano nacional de educação (PNE), no Congresso Nacional, e que, no máximo em dez anos, as coisas vão melhorar. Lembram que vai ter o recurso do Pré-sal, que em 2020, o orçamento nacional para educação vai ser 100% maior do que este ano. Garantem que a piora dos resultados do último IDESP não vai se repetir.

Jonatan escuta o argumento, mas na sua cabeça só aparece a turma mais nova lá da Baixada. Lembra que tem muita gente entrando no colégio na virada do ano, e ele acha que o pessoal poderia escolher uma escola privada bacana, com nota boa no ENEM, se o Governo simplesmente estendesse os mesmos benefícios do ProUni para as escolas de ensino médio. O próprio estado poderia ir disponibilizando bolsas, do próprio orçamento. Acha que o pessoal iria gostar de escolher onde estudar. Seria legal comparar a qualidade de cada escola, optar por esta e não aquela, como fazem as famílias que tem mais dinheiro.

Nossos defensores da escola pública explicam que Jonatan está equivocado. Não é o direito de escolha que define a qualidade do ensino. Esse negócio de escolher é uma espécie de luxo, que pode, inclusive, favorecer uma escola com esta ou aquela orientação religiosa. Lembram que o estado é laico, que o importante é ter escola gratuita, igual pra todo mundo.
Jonatan observa aquelas pessoas falando, e tenta imaginar em que colégio eles matriculam os filhos. Insiste com a ideia de que, se eles podem escolher a escola, protestante ou católica, dessas com nome de santo - e não precisa nem ser o São Bento - ou dessas bem empresariais, com uma sigla no nome, a turma “de baixo” também deve ter esse direito. Pra ele é isso: uma questão de direito. Não vê como luxo, apenas igualdade.

Os especialistas, já sem muita paciência, explicam que, no mundo inteiro, foi a escola pública que garantiu a igualdade na educação, e que esse negócio de escolher, dar bolsa, esconde no fundo uma visão privatizante do ensino. Jonatan reconhece que sabe menos sobre o mundo, do que os especialistas. O máximo que pode dizer é que frequentou muita escola pública, como aluno, depois dando palestras, aula, e até dormindo por lá, quando não tinha jeito. No mundo que ele conhecia, a educação era uma espécie de África do Sul, antes do Mandela. Na escola pública, só os mais pobres, e praticamente todos os negros, como ele. Na escola privada, o inverso. Talvez fosse apenas o caso do Rio, pensou, e resolveu ficar quieto.

À noite, em casa, Jonatan teve um estalo. Pensou que uma teoria pode ser feita de boas palavras, e ainda assim produzir péssimos resultados. Ele não tinha uma teoria sobre educação, mas intuía que a educação significava algo mais do que receber informação e um certo treinamento. Significava participar de um determinado mundo social, e que qualquer política de igualdade, neste terreno, precisa incentivar que alunos mais ricos e mais pobres possam estudar nas mesmas escolas. E com isso conviver, criar laços, romper preconceitos e gerar ideias em conjunto. Imaginar que isto possa acontecer no âmbito da rede estatal de ensino, no Brasil, é uma ilusão típica de quem encara a educação à meia distância, como um “campo de investigação”, ou, ainda pior, de atuação política, e não como uma questão pessoal que define o fracasso ou o sucesso, aqui e agora.

É disso que trata o historiado de Harvard, Niall Ferguson, em seu último livro, A Grande Degeneração. Ele observa que os grandes sistemas estatais de ensino podem ter sido úteis para a alfabetização em massa, ao longo do século XX. Mas passaram a falhar quando migramos da era industrial para a economia do conhecimento. O foco agora é a qualidade, diversidade, gestão eficiente de recursos, velocidade na absorção de novas tecnologias, reconhecimento permanente do mérito. Tudo o que o grande estado empresário da educação tem sido incapaz de fazer, e por isso tem se tornado mais um obstáculo do que um caminho para a mobilidade social e a promoção da igualdade de oportunidades.
Não sei dizer se a tese de Ferguson funciona no mundo inteiro. Desconfio que ela não sirva, por exemplo, para os países nórdicos, relativamente homogêneos, nos quais a máquina pública apresenta, historicamente, bons desempenho. O certo é que, no caso brasileiro, a tese é perfeitamente válida. Nosso welfare state tropical é eficiente em muitos aspectos. Lidamos bem com programas de transferência de renda, por exemplo. Há, porém, um aspecto em que nosso estado social falhou redondamente: a prestação de serviços públicos. A Constituição de 1988 consagrou um modelo de gestão pública anacrônico. Sabe disso qualquer um que já tentou administrar uma repartição pública, com a Lei 8.666, estabilidade plena de emprego, centralização orçamentária, pressões partidárias e corporativas. Que o diga a ex-Secretária de educação do Rio de Janeiro, reconhecida especialista em gestão pública, Cláudia Costin, que tentou implantar reformas na rede escolar carioca. Recebeu, como resposta, 81 dias de greve dos professores.
De um modo geral, nossas escolas estatais produzem resultados muito fracos pelas mesmas razões que o fazem nossos hospitais, presídios e museus estatais. Sua crônica ineficiência é um subproduto da incapacidade gerencial do estado brasileiro. Nossos especialistas em educação também não gostam de ouvir estas coisas. Não gostam de lembrar, por exemplo, que todos os dias, mais de 12% dos professores da rede estadual de educação de São Paulo faltam à aula. E não fazem isto por que são malandros. Eles apenas utilizam, a seu favor, as regras do jogo (no caso, um generoso cardápio de “licenças” remuneradas). Faltam a 27 dos 200 dias letivos anuais. Nas grandes escolas privadas, em São Paulo, este percentual fica abaixo de 1%. Nossos especialistas em educação, diante desses números, darão de ombros. Dirão que o tema é complexo, que não dá pra analisar dessa maneira. E depois, tudo não irá melhorar com o próximo plano nacional de educação? Paciência. É disso, dizem, que precisamos.

De minha parte, penso que é preciso mudar este quadro. Uma mudança de modelo. Sistemas como o ProUni, e mesmo o FIES (nosso sistema de crédito estudantil subsidiado) oferecem uma senha para esta mudança. No plano global, há inovações importantes em curso. As Charters Schools, nos Estados Unidos, e as Academies, na Inglaterra, são modelos em que a comunidade, por meio de organização sem fins lucrativos, assume a gestão da escola, evidentemente sob um cuidadoso contrato de gestão e de metas com o governo. Algo que lembra o sistema das Organizações Sociais, das áreas de saúde e cultura, no Estado de São Paulo. O sistema de vale-educação já tem uma longa história. No Chile, ele foi implementado, parcialmente, e ajudou a fazer daquele País o primeiro colocado nos rankings de educação, na América Latina. Hoje o sistema é questionado pelos mesmos de sempre: os sindicatos de funcionários públicos e os apóstolos da ideologia do setor público.

Ao contrário do que muitos imaginam, um sistema de vale-educação, no ensino médio, é economicamente viável. Já em 2008, a pesquisadora Rina Nogueira, da FGV, apresentou um estudo mostrando que, com o mesmo valor aportado, em média, por aluno, no ensino estatal, seria possível comprar vagas em escolas privadas com resultados, no ENEM, significativamente superiores aos da média da rede estadual. O sistema teria, a par disso, uma enorme adesão por parte das famílias. Os especialistas em educação podem achar que as famílias estão erradas, que elas deveriam continuar acreditando nos colégios estatais, mas seria muito difícil convencê-las disso.
É evidente que a simples migração de alunos para o setor privado não iria resolver o problema. Há boas e más escolas, e ao governo caberia não apenas fixar os critérios de adesão, como os requisitos que as escolas devem atender para permanecer no programa. Um sistema desses termina por dar mais, e não menos poder para que o Estado de fato garanta a qualidade da educação. O estado costuma ser um bom agente regulador e garantidor de direitos, e do que de gestor direto de serviços.

Uma mudança estrutural como essa não supõe nenhum processo de privatização das escolas públicas. Seria mesmo ridículo imaginar um leilão de escolas públicas, como se faz com estradas e aeroportos. Um sistema de bolsas torna, isto sim, público um direito que hoje é “privado”, ou exclusivo, das famílias de maior renda: o direito de escolher onde estudar. E com base neste poder, pressionar as escolas a oferecer qualidade. Tudo que acontece, desde que o mundo é mundo, quando vigora a competição e a liberdade de contratar e descontratar, por parte dos usuários.
Perguntei, em algumas ocasiões, para secretários de educação, porque um sistema como o ProUni não é implantado no ensino médio. A resposta vem rápida. “Nem pensar, os sindicatos não permitiriam”. De fato, os sindicatos são os grandes opositores de inovações que oferecem poder de escolha aos pais e geram concorrência entre as escolas. Não parece difícil imaginar por que isto acontece. Quando ouço uma resposta dessas, me vem à lembrança a imagem do Governador Mário Covas, já combalido pela doença que o levaria, atravessando, em junho de 2000, sob pedras, laranjas e pontapés, a Praça da Republica, no centro de São Paulo. A praça era ocupada por um piquete de professores grevistas, e Covas insistia em entrar no edifício da secretaria de educação pela porta da frente. Seu gesto continha um elemento simbólico. Nenhuma corporação tem o direito de controlar o espaço público. Quem sabe estejamos precisando, hoje no Brasil, de líderes dispostos a fazer valer os direitos de todos, nem que par

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  • Gilberto Simões Pires
  • 22 Setembro 2014

O VOTO É FACULTATIVO!
Gilberto Simões Pires


  Na semana passada, quando destinei vários editoriais a respeito da nossa DEMOCRACIA FAZ-DE-CONTA, citei que, para começar uma eventual REFORMA ELEITORAL a primeira atitude a ser tomada deveria ser a revogação da lei que impõe o VOTO OBRIGATÓRIO.

  Pois, o que me deixou perplexo é que alguns leitores me escreveram dizendo não concordar com a existência do VOTO FACULTATIVO.
Esses poucos se dizem convencidos de que o fim do voto obrigatório seria altamente benéfico ao PT, porque a partir daí a maioria dos eleitores deixaria de comparecer às urnas para ir à praia ou mesmo descansar. Já os petistas, por serem mais fiéis ao seu partido, não deixariam de votar.

 Ora, antes de tudo, como defensor da LIBERDADE faço questão de afirmar e reafirmar que sou absolutamente contra o VOTO OBRIGATÓRIO. Em qualquer país que se diz democrático não é compreensível que o ato de votar deva ser um DEVER e não um DIREITO de qualquer cidadão.

  Pois, mesmo que muitos se manifestem a favor do VOTO OBRIGATÓRIO no nosso pobre país, e outros tantos entendem, inclusive, que a obrigação de votar é necessária, quero que saibam que tudo isso não passa de uma grande ilusão.

  ATENÇÃO! O que existe, de fato, no nosso pobre país, não é a obrigação de votar, mas tão somente a obrigação de JUSTIFICAR o não comparecimento às urnas.

  Para comprovar desta verdade -absoluta- observem, por exemplo, que só na última eleição para presidente do país (em 2010), a quantidade de brasileiros que não apareceu para votar chegou a 29,1 milhões.
Ou seja, 21,50% dos eleitores, simplesmente não compareceram nas suas zonas eleitorais.

  Isto prova, por A+B, que o VOTO NÃO É OBRIGATÓRIO no Brasil. De novo: a OBRIGAÇÃO É JUSTIFICAR O NÃO COMPARECIMENTO.

Mais: o eleitor pode JUSTIFICAR até 60 dias após o pleito, entregando o requerimento preenchido em qualquer cartório eleitoral, ou enviá-lo VIA POSTAL ao juiz da zona eleitoral onde é inscrito.
Ora, diante desta pura realidade só resta acabar de vez com a absurda JUSTIFICATIVA. Certo?
 

www.pontocritico.com

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  • Bruno Braga
  • 21 Setembro 2014

 


Em 1970, Fernando Damatta Pimentel - hoje candidato petista ao governo do estado de Minas Gerais - participou da fracassada ação terrorista orquestrada pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR): sequestrar Curtis Carly Cutter, cônsul dos Estados Unidos em Porto Alegre. O objetivo era realizar uma ação de impacto para consagrar a unidade de combate junto ao Comando Nacional, libertando - em troca da autoridade sequestrada - cinquenta "companheiros" presos.

"O sequestro foi marcado para o dia 21 de março, um sábado. Na tarde desse dia, estando tudo pronto, já com o carro para a ação roubado, o sequestro fracassou pela primeira vez, em virtude de erro no planejamento. Nova tentativa foi marcada para semanas depois.

No dia 4 de abril (também um sábado), o 'Comando Carlos Marighella' foi assim constituído: no carro da ação, um Volks azul, estava o comandante da operação, Félix Silveira Rosa Neto, com pistola calibre 45, o motorista Irgeu João Monegon, com revólver.38, FERNANDO DAMATTA PIMENTEL, com revólver .38, e Gregório Mendonça, do MR-26, com metralhadora INA .45; no carro da cobertura, ia o motorista, Reinhold Amadeo Klement, com revólver .38, e Luiz Carlos Damatta, com metralhadora INA .45. Além das armas, algumas granadas completavam o arsenal formado para o sequestro.

Na manhã desse dia, o cônsul saiu sozinho de sua residência, com sua caminhonete Plymouth azul-marinho. Pelo excesso de tráfego nos caminhos percorridos, nada foi tentado. À tarde, novamente, o cônsul saiu em direção à Vila Hípica. Em Vila Assunção, tentaram encostar-se ao seu carro, mas, por mais uma vez, o tráfego impediu a ação. Às 16 horas, o americano encontrava-se numa rua sem saída, no bairro Tristeza. Montaram o esquema de bloqueio da rua, que fracassou por imperícia de Irgeu: em vez de fechar, seu carro emparelhou com o do cônsul. Este, pensando que os rapazes queriam fazer um 'pega', arrancou a sua potente Plymouth, deixando para trás os surpresos terroristas.

Combinaram, então, nova tentativa para essa mesma noite, marcando um ponto de encontro, ao qual Luiz Carlos Dametta não compareceu. Apesar do desfalque, resolveram agir assim mesmo. Os frequentes fracassos irritavam e açodavam os militantes do 'Comando Carlos Marighella".

Às 20 horas, o cônsul, acompanhado de sua esposa, saiu para visitar uns amigos, estacionando na Avenida Independência nas proximidades do Teatro Leopoldina. Às 22h30min, saiu o casal acompanhado de um amigo. Tomando o carro, foram seguidos até a Rua Vasco da Gama, quando, logo após a Rua Ramiro Barcellos, foram ultrapassados e fechados pelo Volks dirigido por Irgeu, ocorrendo uma batida. Os três militantes desse carro, Félix, FERNANDO e Gregório desceram, cercando a caminhonete do cônsul. Este não titubeou, ao ver as armas, arrancou violentamente e atropelou FERNANDO, abalroando o Volks. Félix atirou com sua pistola .45, acertando o omoplata da vítima, que, mesmo ferida, conseguiu escapar.

O Volks, batido, foi abandonado na Rua Dona Laura. O outro carro foi guardado para futuras ações. De madrugada, reunidos no 'aparelho' em que o cônsul deveria ser guardado, analisaram as causas do fracasso. Até hoje, não se sabe o que fezeram naquele momento, com o "Comunicado Número Um" (trecho extraído do livro "ORVIL: tentativas de tomada do poder", Schoba, 2012, pp. 539-40 - os destaques no texto para Fernando Pimentel são meus).
O "Comunicado Número Um" - citado acima - era um aviso que deveria ser entregue às autoridades com a consumação do sequestro. Porém, ele não propunha somente a troca do cônsul pelos cinquenta "companheiros" presos. O comunicado, previamente redigido, já trazia a "confissão" do prisioneiro, que assumia "ligações com a CIA", e a condenação dele à morte, julgado sumariamente pelo "tribunal de justiça revolucionária" - execução que seria evitada apenas se as autoridades aceitassem as condições do resgate (Idem, p. 538).

Em 2011, João Carlos Bona Garcia - juiz militar aposentado, e ex-integrante da VPR - contou como ele e Pimentel roubaram Cr$ 89.500,00 (R$ 415 mil reais em 2011) do Banco Brasul, de São Paulo - dinheiro que pertencia ao grupo Ultragás. Com um Gordini, os terroristas fecharam o fusca que estava a serviço do banco em Porto Alegre, rendendo o motorista e seu acompanhante:
"Eu estava com uma 45 e o FERNANDO com um 38", contou Bona Garcia. Cabia-lhe render o motorista, mas este inicialmente resistiu, com um atrevido "não saio!". O guerrilheiro disse: "Sai, se não vou ter de te matar". Ele saiu. "O FERNANDO teve mais sorte, porque o dele saiu logo. Mas a ação foi um sucesso". Sanches, subgerente do Brasul em Porto Alegre, disse à polícia que os dois assantantes usavam um emplastro na altura do nariz e da boca (Revista Época, 18 de Março de 2011 - os destaques no texto para Fernando Pimentel são meus).
Mas não foi só com a VPR que Pimentel - empunhando armas e promovendo atividades criminosas - tentou fazer do Brasil um país SOCIALISTA-COMUNISTA. Em Belo Horizonte - antes de integrar a VPR -, Pimentel fez parte do COLINA (Comando de Libertação Nacional), organização terrorista que tinha Dilma Rousseff em seus quadros - a candidata petista que nas eleições deste ano pretende reeleger-se Presidente da República.


ANEXO.

Fernando Pimentel - PETISTA que concorre ao governo do Estado de Minas Gerais - tem o DEVER de esclarecer os termos dos contratos SECRETOS multimilionários firmados com as ditaduras SOCIALISTAS-COMUNISTAS de Cuba e Angola. Pimentel, enquanto Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio da Presidente Dilma Rousseff, foi o responsável por assiná-los (Cf. vídeo). Dilma e Pimentel que, durante o Regime Militar, pretendiam - empunhando armas e promovendo atentados terroristas - transformar o Brasil em um país SOCIALISTA-COMUNISTA.
 

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  • Valter de Oliveira
  • 18 Setembro 2014

 

Conheço muita gente que afirma que o socialismo marxista é uma forma de humanismo. Para essas pessoas não adianta mostrarmos as monstruosidades do socialismo real. Aliás, muitos de nossos livros didáticos de História até os anos 80 enfatizavam as grandes realizações econômicas de Stalin ou o igualitarismo de Mao Tsé Tung. Só mais recentemente começaram a mostrar o fracasso do socialismo. Com muito custo.

Hoje muitos historiadores de esquerda reconhecem os horrores cometidos por Stalin, Mao ou Pol Pot. Pelo menos até certo ponto. Contudo, é bom ressaltar, não deixam de admirar o velho Marx. Eles e outros “intelectuais” de esquerda, com a poderosa ajuda de seus amigos na “midia”, espalharam, com grande sucesso, que os dirigentes dos regimes socialistas deturparam Marx. Que pena! Curioso é que não se perguntam como é possível que tantos milhares de companheiros tão idealistas não tenham entendido a ideologia que seguiram com uma fé de causar inveja às mais radicais seitas religiosas.

Vejamos o caso da Revolução Russa. Por dezenas de anos ela estabeleceu o terror sobre seus cidadãos. Entretanto, até a denúncia de Kruschev sobre os crimes de Stalin, marxistas do mundo inteiro ainda vendiam a ideia que o regime lá implantado era superior às democracias do Ocidente. A cegueira era tão grande que os militantes que deram origem ao PCdoB, julgando que os ideais revolucionários estavam sendo traídos em Moscou aderiram com entusiasmo ao marxismo maoísta. E depois à Albania!…

Quando não havia mais desculpas possíveis nasceu a cantilena que citamos acima: “O socialismo real não era marxista”. E para não ficarem marcados pelos massacres realizados contra tantos povos criaram outros chavões: “A Revolução russa teria sido diferente se Lenin tivesse vivido mais alguns anos ou se Trotsky tivesse sido vitorioso na sua disputa pelo poder contra Stalin.
Será verdade?

Nem um pouco. A história nos mostra que a violência institucionalizada está na gênese revolucionária socialista já nos escritos de Marx (1). Na verdade o ideal da violência já havia intoxicado os jacobinos da Revolução Francesa e, no século XIX, cativou intelectuais marxistas e anarquistas. A psicologia desses revolucionários é bem descrita pelo historiador de Harvard, Richard Pipes em História Concisa da Revolução Russa (2):

A filosofia dos intelectuais revolucionários
“São os intelectuais radicais que transformam as demandas imediatas em uma força destrutiva que tudo consome. Eles não desejam reformas, mas a obliteração completa do presente, para criar uma ordem inédita, fundamentada numa mítica Idade Dourada. Originários em sua maioria da classe média, os revolucionários profissionais consideram-se os únicos a expressar os verdadeiros interesses das “massas”, “Em 1879, cerca de trinta intelectuais – em uma nação de cem milhões – nomearam-se “Vontade do Povo” formando uma organização terrorista clandestina com a intenção declarada de assassinar Alexandre II) cujas modestas reivindicações eles desprezam. Pela insistência que nada pode ser mudado para melhor a menos que tudo seja mudado, convertem as revoltas populares em revoluções. Essa filosofia, mistura complicada de idealismo e luxúria pelo poder, abre as portas a um conflito permanente. E uma vez que a sobrevivência das pessoas comuns vincula-se a um ambiente estável e previsível todas as revoluções pós 1789 têm terminado em desastre.” (p.14)

Logo depois – ao mencionar o fim do socialismo real soviético – Pipes acrescenta:
“Para o autor destas linhas, que estudou o assunto durante a maior parte de sua vida, a Revolução Russa descortina uma tragédia, cujas cenas se sucedem inexoravelmente a partir da mentalidade e do caráter de seus protagonistas. Alguns podem sentir-se reconfortados, imaginando-a como resultado de grandes forças econômicas e sociais “inevitáveis” . Mas as condições “objetivas” não agem. São apenas uma abstração que dá origem às decisões subjetivas tomadas por relativamente poucos homens ativos na política e na guerra.” (p.15)

A mentalidade de Lenin
Aproveito para responder à questão que coloquei no início: A Revolução Russa seria menos violenta, menos criminosa, nas mãos de Lenin e Trotsky?
 “Em contato frequente com ele (Lenin), ao longo da última década do século passado Struve recorda que seu estado de espírito predominante (…) era o ódio. (…) Ele odiava não somente a autocracia existente (O Czar) e a burocracia, não apenas a autoridade policial, ilegal e arbitrária, mas seus antípodas – os ”liberais” e a “burguesia”. Seu rancor tinha algo de repulsivo e terrível; enraizado em emoções repugnâncias concretas, animais, era abstrato e frio, ao mesmo tempo, como Lenin inteiro”. (op.cit. 117) (…)

“Ele conhecia apenas duas categorias de homens – amigo e inimigo – os que o seguiam e o resto. Em 1904, muito antes de juntar-se a Lenin, Trotsky comparou-o a Robespierre, que só reconhecia “dois partidos – o dos bons e o dos maus cidadãos”. Essa tradução do contraste, ou diferença normal entre “eu/nós-vocês/eles” para o dualismo irreconciliável de “amigo-inimigo”, acarretou duas importantes consequências históricas”.

Em seguida Pipes comenta sobre a “incapacidade total (de Lenin) de transigir, a não ser por alguma razão tática. No poder, suas atitudes e a de seus companheiros impregnaram todo o regime. Em segundo lugar, provocou uma total inabilidade, ou intolerância diante de pontos de vista contrários. Enxergando em qualquer grupo ou indivíduo que não fosse membro de seu partido ipso facto uma ameaça, tornava-se imperiosa a sua eliminação. Dizer que Lenin não aceitava críticas parece pouco: ele simplesmente não as ouvia. Como dizia um escritor francês, um século antes, pertencia àquela categoria de homens que sabem tudo, exceto o que se fala deles. Com ele só havia duas opções: concordância ou luta. Tais são as sementes de uma mentalidade totalitária.” (p. 118)

Infelizmente para os russos as sementes germinaram, cresceram, reproduziram-se. Seus frutos, como veremos, foram ódio e injustiça, despotismo e massacres. Contra tudo e contra todos. Até contra os primeiros companheiros de Revolução. (3)


NOTAS:
1. Nessa linha vale a pena ler os anexos do livro “Marxismo, de André Piettre, Zahar, RJ, 3ª edição, 1969, de onde retiramos o seguinte trecho do Manifesto Comunista de 1848:
…”os comunistas desdenham a dissimulação de suas ideias e projetos. Declaram abertamente que não podem atingir seus objetivos senão com a destruição, pela violência, da antiga ordem social. Que as classes dirigentes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os operários nada têm a perder, exceto suas cadeias. Têm todo um mundo a ganhar”
2. Pippes, Richard. História Concisa da Revolução Russa. Tradução de T. Reis – rio de Janeiro: BestBolso, 2008.
3. Em debate com Guillon, por ocasião do bicentenário da Revolução Francesa, o historiador François Furet defendeu a tese que a Revolução era necessariamente ditatorial e violenta. Na Russia a tragédia foi repetida. Stalin não teve pejo em eliminar antigos companheiros de Revolução nos famosos expurgos dos anos 30.
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Na parte II do artigo, veremos como Lenin utilizou o terror durante seu governo.

* * Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo, pós-graduado em Estudos Brasileiros pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em Ciência Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, graduado em História pela UNIFAI. Professor Assistente III na Universidade Presbiteriana Mackenzie de 1987 a 2007. Atualmente, leciona na FACCAMP, onde atua como professor de História Moderna, História Contemporânea e Cultura Brasileira e no Seminário Maria Mater Ecclesiae do Brasil, em Itapecerica da Serra como professor de História, Geo-Política e História da Igreja.
É Presidente da Oliver Empreendimentos Educacionais, SP.
http://olivereduc.com
 

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  • Nivaldo Cordeiro
  • 17 Setembro 2014

 

Estou lendo uma biografia recente do Ortega y Gasset e já cobri com os olhos uma boa metade do seu volume avantajado. O livro me veio à memória porque, no começo dos anos Vinte, o filósofo espanhol escrevia textos desesperados que formaram, depois, o volume Espanha Invertebrada, prolegômeno do famoso A Rebelião das Massas, publicado como livro em 1930. Ortega y Gasset constatava a ausência dos melhores e a tomada do poder pelos piores, exatamente como estamos vendo no Brasil de hoje. Qualquer observador da cena nacional haverá de escrever textos desesperados, pois estamos indo de desastre em desastre e uma explosão de violência política não está fora do horizonte, como aliás não estava na Espanha dos tempos de Ortega. Quem não se lembra da terrível guerra civil espanhola?

A nota interessante é que, com Ortega, aconteceu aquilo que Olavo de Carvalho chamou de paralaxe cognitiva, de forma radical. Ortega clamava pelos melhores e ele, que se achava o melhor, encarnou por um tempo o próprio homem-massa, ansioso por chegar ao poder. Ortega queria o poder para implantar o que chamou de “liberalismo socialista”, algo que certamente não defendeu ao final da vida. Claro que é uma contradição, pois hoje é possível melhor definir os dois termos, embora na origem ambos os movimentos, socialista e liberal, estivessem unidos pela revolução. Talvez a angústia de Ortega se tenha devido a esse abismo espiritual em que ele estava metido, de saber que o desastre vinha, mas que ele próprio inconscientemente se percebia como um agente do desastre. São as ironias que a vida traz.

O desastre atual do Brasil é que não há voz que se levante contra os piores, estão todos de acordo para que sigamos, em marcha de gado, para o precipício da crise econômica e da crise política. A primeira como resultado da desastrosa condução do Estado pelo PT; a segunda porque o PT não parece querer largar o osso do poder facilmente e, se tiver que sair, fará uma oposição tenaz e agressiva, liderando os movimentos sociais, a ponto de inviabilizar a normalidade no novo governo. A única força oposicionista que serve de alternativa, Marina Silva, é ela própria programaticamente uma socialista do naipe do PT, o que não revoga a necessidade de alternância, nesse momento, em face do desgaste petista e da ameaça totalitária que ele representa.

As forças políticas organizadas no Brasil, todas elas, fazem discurso para disputar o campo esquerdista, como se não existisse eleitorado conservador no Brasil. Isso tem acontecido desde 1985. O PSDB parece ser o exemplo claro dessa rejeição ao voto conservador, mesmo que esteja consciente de que um apelo às bandeiras conservadoras seria a única via de seu acesso ao poder. Temos um grande eleitorado, talvez uma maioria, que não dispõe de representação política e não aparece ninguém que queira representa-lo. Esse é o nosso desastre, que a unanimidade tomou conta de todas as classes em prol dos piores no poder.

É bom que se diga que, em torno das bandeiras esquerdistas, encontram-se os piores que querem o poder. São os revolucionários de todos os naipes, que variam entre si apenas no campeonato de virulência com que querem implantar a sua agenda nefanda. No Brasil, ficou claro que os melhores desapareceram com a direita política, desterrada violentamente desse dentro dos partidos políticos, das universidades e da imprensa. Até mesmo o Poder Judiciário, tradicionalmente conservador, entrou na onda revolucionária, com juízes fazendo as vezes de vingadores sociais e membros do STF querendo reescrever a Constituição a partir das súmulas produzidas por seus preconceitos ideológicos, ao arrepio da Constituição. O sistema jurídico brasileiro virou uma prisão de aloprados que está enlouquecendo toda a gente. É quase impossível se cumprir o conjunto de leis no Brasil, tal a contradição existente entre os diferentes diplomas.

A tarefa histórica imediata que se impõe é restaurar uma força política nacional de centro-direita, que possa disputar democraticamente o voto popular e assim recolocar os melhores no poder.
 

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