Ubiratan Iorio

27/02/2009
Os fatos abaixo rememorados, ao lado de muitos outros de teor semelhante, est?fortemente correlacionados, embora a maioria dos cidad? n?perceba esse fato. Integram as v?as faces do radicalismo que pretende n?s?ssuscitar o comunismo internacional, mas – o que ?inda pior – reimplant?o no mundo, a come? pela Am?ca Latina, onde conta com figuras t?escalafob?cas quanto perigosas ocupando postos de comando em diversos pa?s, como Ch?z, Correa, Morales, Lugo, o casal Kirchner, Ortega, os irm? metralha Castro e, no Brasil, o petismo. A alimentar o movimento, na tentativa de enfeixar as v?as faces do atraso ideol?o para promover a revolu? do atraso, mir?es de ONGS internacionais com sedes nos Estados Unidos e na Europa, organismos como a ONU, que se desfiguraram completamente e supostos “intelectuais”, franceses em sua maioria, como de h?to. Ah, os “intelectuais” franceses! Raymond Aron os conhecia muito bem... Sartre foi quem fez a cabe?de Pol Pot... I. Na Pol?ca 1. O Movimento dos Sem-Terra (MST), como confessou descaradamente o seu l?r Jaime Amorim, assassinou a tiros quatro pessoas em Pernambuco: Jo?Arnaldo da Silva, Jos?edson da Silva, Rafael Erasmo da Silva e Wagner Luiz da Silva, todos eles seguran? da Fazenda Consulta, em S?Joaquim do Monte, que j?inha sido ocupada, mas conseguira obter na Justi? h?5 dias, reintegra? de posse e despejo dos invasores. Os sem-terra retornaram no s?do de Carnaval e reocuparam a propriedade. O tal Amorim justificou os assassinatos praticados por seu grupo com o seguinte argumento (por si s?aso a Justi?venha a ser cumprida, suficiente para lev?o ?ris?: os que matamos n?foram pessoas comuns. Sim, n?eram de fato pessoas comuns, eram pagos para defender patrim? privado e, portanto, segundo os “bandoleiros sociais” do MST, poderiam ser mortos... E Bras?a calou-se. 2. Em S?Paulo, os sem-terra, depois de a anunciarem antecipadamente, deflagraram a opera? Carnaval Vermelho, invadindo 20 propriedades em 16 munic?os do Oeste paulista. O l?r dissidente dos fac?ras, Jos?ainha Junior – envolvido em dezenas de processos judiciais, inclusive por crime de morte -, “coordenou” pessoalmente a invas?de 16 ?as no Pontal do Paranapanema, em protesto contra o governo de S?Paulo, alegando n?ter este compet?ia para tratar de assuntos relacionados ?eforma agr?a que, segundo ele, s?de ser conduzida pelo governo federal, isto ?por seus comparsas que lhes repassam verbas tiradas de nossos impostos para promover a balb?a “pr?evolucion?a”. Rainha exigiu a extin? do Itesp, o ?o estadual incumbido da reforma agr?a. Como se estivesse realmente preocupado com uma reforma agr?a e n?com a imposi? de uma ditadura comunista... E Bras?a silenciou. 3. Tarso Genro, ministro da Justi? concedeu o status de “refugiado pol?co” a Cesare Battisti, italiano condenado ?ris?perp?a em seu pa?por v?os assassinatos. Mas, como matou pessoas em nome do comunismo, segundo nosso ministro, seus crimes foram “pol?cos”... Neste caso – que abriu s?as diverg?ias diplom?cas entre Brasil e It?a – Bras?a n?ficou quieta. Pelo contr?o, para defender o “movimento”, pronunciou-se. 4. O mesmo Genro, em 2006, repatriou dois pugilistas cubanos que pediram asilo diplom?co ao Brasil. Soube-se nos ?mos dias que, ap?erem sido punidos pela “democracia popular” cubana, um deles vai viver na Alemanha e o outro nos Estados Unidos. Outro vexame internacional para o Brasil. Obviamente, nesse caso, Bras?a tamb?n?se calou, pois se tratava de defender Fidel e Ra?em comportamento claramente contradit? ao adotado no caso Battisti. Para essa gente, ao que parece, s?de ser declarado refugiado pol?co quem for comunista por convic?. 5. Os petistas v?insistentemente defendendo a inclus?da Venezuela no Mercosul, contrariando abertamente a denominada “cl?ula democr?ca” de nosso mercado comum. Para eles, com efeito, o buf?Ch?z e seu regime bolivariano s?exemplos de democracia efetivamente representativa. Nesse caso, Bras?a cala-se diante das fraudes eleitorais da Aracanga de Miraflores, mas berra na hora de defender o companheiro... O mesmo pode-se escrever a respeito do epis? em que o aprendiz de buf?que preside a Bol?a mandou ocupar militarmente as instala?s da sacrossanta Petrossauro. II. Na Economia 6. O governo petista j?riou, desde 2003, dez novas empresas estatais, sem contar algumas subsidi?as da Petrossauro e do Banco do Brasil, que tamb?proliferaram. 7. O BNDES vem sendo usado politicamente como n?se via h?uitos anos, inclusive para emprestar dinheiro ?etrossauro, para projetos de interesse eleitoral do governo e para nossos “hermanos” socialistas da Am?ca do Sul. 8. Autoridades econ?as brasileiras t?declarado – com exce? do presidente do Banco Central – abertamente que a crise financeira atual no mundo ?anifesta? clara da fal?ia do neoliberalismo, sistema que nem sequer sabem o que significa, mas que, como se op?o seu socialismo-comunismo, abominam. III. No plano moral e cultural 9. Lula, ladeado por S?io Cabral e Eduardo Paes, distribuiu preservativos diretamente a populares, no ?mo domingo de Carnaval, no Samb?mo carioca. Milh?de preservativos foram tamb?entregues aos participantes do F? Social Mundial, recentemente realizado em Bel? E um abomin?l comercial de TV – certamente pago com o nosso dinheiro -, nos dias que antecederam o Carnaval, mostrava diversas mulheres com mais cinquenta anos defendendo o uso de preservativos nas rela?s que, segundo previam, iriam manter com algum homem que viessem a conhecer durante os dias da folia. Enquanto isto, o atendimento nos hospitais p?cos atinge o estado de calamidade, nas esferas federal, estadual e municipal, n?apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o pa? Mas desconstruir os fundamentos morais faz parte da miss?dos “militantes sociais”, porque a sociedade do faz-de-conta com que sonham assim o exige. 10. O governo do PT tem lutado bravamente, nas entrelinhas e nas linhas, para descriminalizar o aborto, assim como lutou para a aprova? das pesquisas com c?las-tronco. Novamente, Bras?a n?permanece calada quando se trata de derrubar tradi?s morais milenares pelas quais nossa civiliza? sempre se norteou. 11. A m?a n?perde uma oportunidade sequer para criticar o Papa Bento XVI, seja alterando, omitindo ou acrescentando algo de seu interesse ao que o Pont?ce diz, para fazer com que pare?um reacion?o de m?cheia, seja criticando a posi? da Igreja com rela? a assuntos morais. O Papa, sempre que fala, o faz dirigindo-se aos cat?os, mas, como seus discursos t?repercuss?mundial, ele precisa ser atacado e neutralizado, para que o relativismo moral em que se baseia o comunismo possa livrar-se dos “dogmas ultrapassados”. Por outro lado, essa mesma m?a d?normes espa? aos religiosos da chamada “Teologia da Liberta?”, todos eles comunistas que se infiltraram na Igreja com o intuito de min?a por dentro. Acho que essas onze faces do radicalismo, todas entrela?as, s?suficientes para mostrar que estamos vivendo uma luta, impercept?l para a quase totalidade dos cidad?, dos valores pol?cos da democracia representativa contra os da ditadura revolucion?a travestida de democracia plebiscit?a; d os princ?os geradores de riqueza da economia de mercado contra os da “engenharia social” do intervencionismo; e dos valores morais que tornaram poss?l a organiza? dos homens em sociedades contra aquilo que chamam de “nova moralidade”, ou seja, a aus?ia de qualquer restri? de natureza moral. A Justi? atrav?de sua inst?ia maior, precisa manifestar-se. Afinal, quando a lei deixar sistematicamente de ser respeitada, quando se agredir continuamente as leis da economia e quando se desprezar oficialmente os valores morais, quando se chegar a este ponto, a “revolu?” dos radicais j?star?eita. Sem que quase ningu?o perceba.

Olavo de Carvalho

27/02/2009
Os comunistas s?os mais frequentes usu?os do termo “fascista” para queimar a reputa? dos seus advers?os, mas sabem bem que lhes falta a mais m?ma autoridade moral para isso. Em entrevista divulgada pela ag?ia Carta Maior, Jos?u?Del Roio, 65, brasileiro transfigurado em senador na It?a pelo Partido da Refunda? Comunista entre 2006 e 2008, protesta contra a insist?ia do governo italiano em obter a extradi? de Cesare Battisti: O Brasil n?pode entregar um homem inofensivo a um governo fascista, diz ele. Del Roio adverte que o governo Berlusconi est?razendo o fascismo de volta ?t?a e tentando criminalizar como terroristas os her?da luta revolucion?a comunista. A imagina? popular est??bem adestrada na deforma? gramsciana do senso das propor?s, que poucas pessoas notam o grotesco da situa? quando um comunista adverte contra os perigos do fascismo italiano. Como o leitor pode observar no meu artigo anterior, o regime de Mussolini nem mesmo entra na lista dos poderes genocidas que marcaram o s?lo 20 como a etapa mais sangrenta da hist? humana – lista na qual os governos comunistas da URSS e da China s?respons?is por mais da metade do total dos assassinatos em massa praticados por autoridades estatais contra suas pr?as popula?s civis. Os comunistas s?os mais frequentes usu?os do termo fascista para queimar a reputa? dos seus advers?os, mas eles sabem perfeitamente bem que lhes falta por completo a mais m?ma autoridade moral para isso, n?s?lo fato de que o uso monstruosamente el?ico que d?ao termo acaba por esvazi?o de qualquer sentido identific?l, rebaixando-o a mera express?subjetiva de ?s irracionais, mas tamb?porque, comparado aos feitos homicidas do comunismo, o fascismo italiano, por mais repugnante que seja em si mesmo, come?a parecer um hotel de cinco estrelas. A despropor? entre as culpas do acusador e as do acusado ?amanha, que a ?a resposta cab?l ao sr. Del Roio ?Cale a boca, farsante! Todo comunista, e o sr. Del Roio n?constitui exce?, ??ice moral dos crimes mais hediondos j?raticados contra a esp?e humana, e est?por defini?, exclu? do rol das pessoas decentes cuja opini?merece ser ouvida com aten? e respeito. A dist?ia entre o governo Berlusconi e o fascismo ?ma coisa t??a que s?a mente deformada n?consegue enxerg?a. Para o sr. Del Roio, por? o mero sentimento de incomodidade que afeta os italianos quando v? a imigra? usada como instrumento de ocupa? cultural j? uma prova inequ?ca de fascismo. Mas mesmo que o gabinete Berlusconi estivesse repleto de camisas-negras e cantasse Facceta nera no in?o de todas as suas sess? sua periculosidade seria quase nula em compara? com as tradi?s que o pr?o sr. Del Roio representa. Nessas condi?s, a simples disposi? de discutir as opini?dessa criatura num jornal respeit?l j?, de certo modo, corromper a opini?p?ca, cegando-a para os verdadeiros termos da equa? em jogo. Nenhum comunista tem o direito moral de falar em liberdade, direitos humanos e coisas dessa ordem – nem mesmo quando, na falsidade geral do quadro que ele impinge ao p?co, alguns fatos se destacam como verdades isoladas. Mas na entrevista do sr. Del Roio n?h?em mesmo verdades isoladas. Ele considera um esc?alo, por exemplo, que o governo italiano tente neutralizar velhos conflitos hist?os recusando-se a endossar a distin? manique?a que transforma todos os fascistas em dem?s e todos os partiggiani comunistas em her?ang?cos. Como militantes comunistas, os partiggiani carregavam nas costas mais crimes de assassinatos em massa do que Mussolini ousaria sequer imaginar. Se, no contexto local e moment?o, lutavam ao lado de democratas sinceros contra um regime autorit?o, isto n?faz deles combatentes pela liberdade, mas apenas aproveitadores que tentaram se utilizar de uma alian?com os democratas para substituir o mero autoritarismo de Mussolini pelo totalitarismo de Stalin. N?h??to nenhum nisso. H?penas hipocrisia e cinismo, exatamente como nos terroristas brasileiros pagos e treinados por Fidel Castro para trocar o autoritarismo brando e hesitante dos nossos militares por um regime de fei? cubana, com um agente da pol?a secreta para cada 28 habitantes. Quando a ag?ia Carta Maior divulga a entrevista do sr. Del Roio sem dar ao leitor a m?ma ideia do contexto hist?o em que se inserem as suas palavras, ela faz propaganda comunista e desinforma?. N?discuto, por demasiado c?ca, a tentativa que o entrevistado faz de classificar o autor de quatro assassinatos como “homem inofensivo”. Nem discuto a compara? que ele monta entre Cesare Battisti e os governantes estrangeiros exilados no Brasil, Marcelo Caetano e Alfredo Stroessner. No caso deste ?mo, a compara?, embora juridicamente despropositada, ?uase justa do ponto de vista moral. No de Marcelo Caetano, que jamais foi um ditador, mas apenas herdeiro acidental de uma ditadura que ele tentou abrandar por todos os meios, ?otalmente absurda. Mas, nos dois casos, equalizar chefes de Estado com um assassino j?ondenado pela justi??bviamente capcioso. Nenhum desses dois pol?cos estava condenado com senten?transitada em julgado, que ?recisamente o caso de Battisti – um homem que seus pr?os companheiros de milit?ia repelem como assassino feroz indigno de piedade. No mesmo momento em que a Carta Maior espalha a mensagem do sr. Del Roio como se fosse uma defesa sincera dos direitos humanos, come?em Phnom Penh o primeiro julgamento de um genocida comunista – um dos l?res do Khmer Vermelho –, com meio s?lo de atraso e sem a mais m?ma repercuss?na m?a internacional. O esfor?pertinaz da classe jornal?ica em toda a parte para ocultar os crimes comunistas sob espantalhos de ocasi?como o fascismo italiano ou o ex-ditador chileno Augusto Pinochet ?em si mesma, um crime contra a humanidade. Mas esse crime j?e tornou t?rotineiro que j?ingu?mais o percebe como tal. PS - Aviso recebido do historiador Carlos Azambuja: Jos?uiz del Roio fez um curso de luta armada em Cuba, em 1968/1969, sob o codinome de Barba Ruiva, quando militante da ALN. * Ensa?a, jornalista e professor de Filosofia

Folha de São Paulo

26/02/2009
O presidente Luiz In?o Lula da Silva estreou na Marqu?de Sapuca?istribuindo camisinhas para o p?co, assistindo ao desfile de todas as escolas e apadrinhando informalmente a uni?do sambista Neguinho da Beija-Flor.

Estadão

26/02/2009
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, disse ontem que invas?de terra como as que aconteceram neste Carnaval em Pernambuco e no Pontal do Paranapanema, em S?Paulo, s?ilegais, da mesma forma que foge ?ei a concess?de financiamento p?co a entidades que promovem tal pr?ca. H?ma lei que pro? o governo de subsidiar esse tipo de movimento. [Repassar] dinheiro p?co para quem comete il?to ?amb?uma ilicitude, e a? responsabilidade ?e quem subsidia, disse o ministro em entrevista coletiva. Para Mendes, a sociedade tolerou esse tipo de a?, por raz?diversas, como um certo paternalismo, uma certa compreens? mas isso n??ompat?l com a Constitui? nem com o Estado de Direito. Questionado se os movimentos extrapolam a legalidade, ele respondeu estar certo de que sim e disse ser fundamental que n?ocorra invas?de propriedade p?ca ou privada. Tamb?afirmou que est?altando talvez uma rea? coordenada e ativa do Minist?o P?co para coibir tais a?s. Ao comentar as declara?s de Mendes, o l?r sem terra Jos?ainha Jr. disse que quem comete ilegalidades na regi?do Pontal do Paranapanema s?os fazendeiros que ocupam ?as que j?oram consideradas p?cas pela primeira e segunda inst?ias da Justi? No Estado democr?co de Direito, os movimentos sociais existem para pressionar. Quem n?cumpre a lei no Pontal s?aqueles que invadiram as terras, afirmou Rainha. O Minist?o do Desenvolvimento Agr?o informou ontem que n?iria se manifestar sobre as cr?cas de Mendes. Levantamento feito pela ONG Contas Abertas indica que, entre tr?das principais entidades que t?liga? com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a Anca (Associa? Nacional de Coopera? Agr?la) foi a que recebeu mais recursos de 2002 at?ntem do governo federal: R$ 23,81 milh? Se considerado apenas o primeiro mandato de Luiz In?o Lula da Silva, houve um aumento de 315% no volume de verbas repassadas para essas entidades tr?entidades -Anca, Concrab (Confedera? das Cooperativas de Reforma Agr?a), com R$ 10,69 milh? e Iterra (Instituto de Capacita? e Pesquisa da Reforma Agr?a)- em rela? ao segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Os repasses v?diminuindo no segundo governo de Lula. Ao criticar o repasse de recursos a entidades envolvidas com movimentos que invadem terras, Mendes tem como base o Estatuto da Terra, que em 2001 sofreu mudan? aplicadas por meio de medida provis? que fixou um per?o de dois anos para desapropria? destinada ?eforma agr?a de terras ocupadas e carimbou como ilegal a concess?de dinheiro p?co para entidades que articulassem invas?de propriedades para tentar conseguir a desapropria?. O diretor regional do MST no Pontal, Cido Maia, disse ontem que os sem-terra v?continuar a pressionar pela reforma agr?a e que pouco importa a opini?de Mendes. Para Maia, o ministro n?estaria fazendo os mesmos coment?os se fossem sem-terra que tivessem morrido em Pernambuco.

Miguel Reale Júnior

26/02/2009
Programas como Big Brother indicam a completa perda do pudor, aus?ia de no? do que cabe permanecer entre quatro paredes. Desfazer-se a diferen?entre o que deve ser exibido e o que deve ser ocultado. Assim, exp?e ao grande p?co a realidade ?ima das pessoas por meios virtuais, com absoluto desvelamento das zonas de exclusividade. A privacidade passa a ser vivida no espa?p?co. O Big Brother Brasil, a Baixaria Brega do Brasil, faz de todos os telespectadores voyeurs de cenas protagonizadas na realidade de uma casa ocupada por pessoas que exp?publicamente suas zonas de vida mais ?ima, em busca de dinheiro e sucesso. Tentei acompanhar o programa. Suportei apenas dez minutos: o suficiente para notar que estes violadores da pr?a privacidade falam em p?imo portugu?obviedades com pretenso ar pascaliano, com jeito ansioso de serem engra?amente profundos. Mas o p?co concede elevadas audi?ias de 35 pontos e aciona, mediante pagamento da liga?, 18 milh?de telefonemas para participar do chamado pared? quando um dos protagonistas h?e ser eliminado. Por sites da internet se pode saber do dia-a-dia desse reino do despudor e do mau gosto. As mo? ensinam a dan?do bumbum para cima. As festas abrem espa?para a sacanagem geral. Uma das mo? no baile funk bebe sem parar. Embriagada, levanta a blusa, a mostrar os seios. Depois, no banheiro, se p? fazer depila?. Uma das participantes acorda com sangue nos len?s, a revelar ter tido menstrua? durante a noite. Outra convivente resiste a uma conquista, mas depois de assediada cede ao cerco com cinematogr?co beijo no insistente conquistador que em seguida ridiculamente chora por ter tra? a namorada ?ista de todo o Brasil. A mo?assediada, no entanto, diz que o beijo superou as expectativas. ?poss?l conjunto mais significativo de vulgaridade chocante? Instala-se o imp?o do mau gosto. O programa gera a perda do respeito de si mesmo por parte dos protagonistas, prometendo-lhes sucesso ao custo da viola? consentida da intimidade. Mas o pior: estimula o telespectador a se divertir com a baixeza e a intimidade alheia. O Big Brother explora os maus instintos ao promover o exemplo de bebedeiras, de erotismo tosco e ilimitado, de burrice continuada, num festival de elevada deseleg?ia. O gosto do mal e mau gosto s?igualmente sinais dos tempos, caracterizados pela decomposi? dos valores da pessoa humana, portadora de dignidade s?aliz?l de fixados limites intranspon?is de respeito a si pr?a e ao pr?o, de preserva? da privacidade e de viv?ia da solidariedade na comunh?social. O grande desafio de hoje ?e ordem ?ca: construir uma vida em que o outro n?valha apenas por satisfazer necessidades sens?is. Prolet?os do esp?to, uni-vos, para se libertarem dos grilh?da mundializa?, que plastifica as consci?ias. * Publicado em 02.02.2009 no jornal O ESTADO DE SÏ PAULO. * * Miguel Reale J?r, advogado, professor titular da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras.

Joaquim Ferreira dos Santos

26/02/2009
Eu sou o homem-bot? o ?o de camisa social no meio da multid?que se veste toda na ?ma moda das camisetas detonadas e na base do quanto-mais-andrajoso-melhor (1) trata-se de caso perdido, de uma fashion victim ao contr?o. Algu?preso ?tradi?s e desinteressado em saber que todos os outros est?usando camiseta em casamento, congresso da empresa e missa de s?mo dia. Eu sou um erro de concord?ia vestimental, algu?diretamente da era do trema e do colarinho. Um espanto. O ?mo a usar camisa social de bot?com acentua? visual pr?erchcovitch. Abram alas para matar suas curiosidades de como um homem se escondia atr?dos panos do s?lo passado. O cara que n?pegou os c?os, que ainda perde tempo arrega?do as mangas. Ele p?s fraldas da camisa para dentro da cal? acha que ainda h?ma roupa para cada ocasi? Esses velhos, pobres velhos. Sempre querendo causar boa impress? se vestir nos conformes, passar para o pr?o a sensa? de asseio, banho tomado, e que ap?istoriar o guarda-roupa escolheu a melhor camisa para valorizar o evento. Um po?de antiguidades ris?is. Um homem que certamente tamb?cheira a lavanda e cede o lugar ?senhoras no lota?. Fa? fila para a visita?. ?aquele todo engomado, na jaula logo ap? mulher de duas cabe?. Foram-se as lojas Ducal, o tergal. O importante ?asgar a camiseta para mostrar indiferen?e falta de pose. Ningu?se importa com a gravidade dos bot? o sil?io no restaurante, essas conven?s. Pois eu sou O cara, n?na vers?afirmativa da arrog?ia de quem foi escolhido pelos deuses para marcar os grandes gols e instaurar o novo verbo. Eu sou o avesso. Aquele que na ?ma edi? do Fashion Rio atravessou a passarela no sentido norte, enquanto os da camiseta iam para o sul, iam ?mulheres e ?elicidade de uma roupa desencanada, a sensa? do momento. Eu sou a edi? 1950 do Chic da Glorinha Khalil. Aquele que se recusa a trabalhar de camiseta no escrit?, porque ?o tempo em que a gola redonda, a malha de algod?e os b?ps fazendo volume eram coisas a se exibir pelos oper?os na pedreira ao lado de casa. Um homem que n?l? notici?o de moda, que vai contra a corrente e se isola, Dom Casmurro no centen?o de Machado. Eu tirei os acentos do ditongo aberto nos casos parox?nos, mas esqueci de reformar a ortografia da camisa e tirar os bot? Um omisso na luta marcha pela deseleg?ia e a liberdade do comportamento. Oremos todos. As mulheres apedrejam as que usam peles, os homem d?boladas em quem usa bot? Eis-me. Eu j?ui, eu j?ra, eu sou o sepultado no fun?o do jornal de amanh?Aqui jaz o homem de camisa social cheia de bot? Foi enterrado de terno e gravata no mausol?da Casa Jos?ilva. Pediu que em sua l?de escrevessem “S? pessoas superficiais n?ligam para as apar?ias”, frase de Oscar Wilde — outro que morreu profundamente elegante e ex?o. J?e foi o de Neanderthal. Descansa em paz tamb?o das cavernas. Chegou a vez de todos se despedirem do homem de bot? esse sujeito com a fileira de rodelas de pl?ico na divis? do peito, uma linha sem imagina? contempor?a que bloqueia a vibra? dos sentidos. A mo?do escrit?, f?e metal e skate, ri dele todos os dias. O homem-bot?se veste como os pais do s?lo passado e n?percebe. H?ma necessidade visualmente moderna de se apresentar de um jeito nem-a?ara o que possa parecer conformidade e aceita?. Born to be wild, como pedem os rocks — e, leia, est?scrito na camisa de malha de todo mundo. A f?ica de bot?de Benjamin Button pode ganhar o Oscar, mas na vida real sua produ? ?ispens?l. Quase ningu?usa mais. Bot?aprisiona. Acena, de dentro de sua casinha careta, cheia de IPTUs a pagar, com imposi? de ordem, tarefa extra num mundo jovem que tem mais o que fazer. Leva-se um segundo para se vestir uma camiseta. A camisa de bot?n?fica pronta no corpo em menos de dois minutos. Quantas a?s deixou de vender neste tempo, homem da camisa social? O homem-camiseta venceu na encena? de que elegante ?arecer leve e descompromissado com os rigores sociais. No trabalho, na noite, use sempre, rico ou pobre, a mesma surrada camiseta que lhe aprouver. Os outros s?os arrumadinhos, os escondidinhos, pratos ex?os do velho guarda-roupa macho. A camiseta detonada, rabiscada de qualquer incongru?ia sem?ica, ?uem est?andando. Siga-a. Ela ? bicho. Ela pega geral. ?a moda sinalizando de uma vez por todas que quer acabar com essa palavrinha. O importante n??ais parecer vestido corretamente para a ocasi? mas apontar o moleque folgaz?a lhe correr nas veias. Se n?h?uturo, como diziam os punks, muito menos estilo. Rasgar-se. Largar-se ao prazer do vento ateu tocando direto nos poros. Respirar o tempo, eis o esp?to da coisa. Menos roupa, meu bem. Despede-se este que vos fala, cada vez mais raro, o homem da camisa social com bot? aquele que n?entendeu a pressa da nova civiliza? em estar preparada para, num segundo, como sabe o homem-camiseta, ficar nu, de volta aos jardins do para?, pronto para o que der e vier. Ningu?tem tempo para prestar aten? na corre? dos punhos, golas, bolsos, vincos, padronagens, linhos e, principalmente, bot?macamb?s acoplados em casas. Chega de alfaiataria. J?e foram as abotoaduras, os prendedores de gravata, o len?no bolso do palet?s barbatanas fixando o colarinho. Solte-se. Liberte-se. As mo? mais bonitas desta gera? continuam preocupadas em comprar os melhores vestidos para desfilar n?mais ao lado de ternos, n?mais abra?as a colarinhos com barbatanas — mas com o homem de camiseta avacalhada. Ele ganhou a prova do l?r. Compreendeu que ?reciso n?trancar nada e seguir a filosofia do flanelinha. Deixar a pele solta para respirar a liberdade de estar em 2009. Resta ao homem da camisa social retirar-se de cena — a vida elegantemente presa dentro da casinha do bot? __(1) andrajoso - Coberto de andrajos; esfarrapado, esmolambado. * Publicado em O Globo, 9/2/2009. * * Joaquim Ferreira dos Santos (1951), escritor e jornalista carioca. Atualmente ?ronista e colunista do jornal O Globo.

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26/02/2009
Toby Westerman * * A constru? de uma est?a do l?r revolucion?o comunista vietnamita Ho Chi Minh, na Cidade do M?co, ?ma grave advert?ia para os Estados Unidos no que diz respeito ao crescimento do poder e da influ?ia da tirania esquerdista. A m?a norte-americana comprometida ignorou este evento, para a desgra?e perigo de todos os que amam a liberdade. Em 17 de janeiro de 2009, Marcelo Ebrard, prefeito da Cidade do M?co, inaugurou uma est?a de Ho, durante cerim? assistida pelo embaixador do Vietn?o M?co, Pham Van Que. Este declarou que a est?a “demonstra uma mais pr?a solidariedade e amizade” entre as duas na?s. Ebrard interpretou essa “solidariedade e amizade” nos termos das sangrentas guerras travadas no Vietn? associou o M?co com essas lutas. Afirmou que as “vit?s do povo vietnamita” n?apenas ajudaram a mudar o Vietn?mas tamb?“a situa? da humanidade”.[1] Essas supostas vit?s trouxeram de fato um brutal governo comunista para o Vietn?Milhares de pessoas fugiram do regime comunista que triunfou ap?estruir o Vietn?o Sul. O governo estabelecido em Han?inda controla o pa?segundo o modelo do regime totalitarista. Persegue os dissidentes e, quando lhe conv? pro? manifesta?s p?cas das cren? religiosas. Conforme suas declara?s, o prefeito da Cidade do M?co considera a luta em que os comunistas vietnamitas estiveram engajados como ainda em curso, e como algo em que ele tamb?est?ngajado. Ebrard ?m partid?o do neo-marxista Lopez Obrador, que esteve perto de se tornar presidente do M?co durante as elei?s de 2006. Obrador considerou que a vit? eleitoral foi roubada dele, e recusou-se a reconhecer o vencedor Felipe Calderon como Presidente do M?co. Tamb?Ebrard negou a legitimidade da vit? de Calder? A est?a de Ho Chi Minh na Cidade do M?co acrescenta mais uma pincelada na paisagem do M?co esquerdista, composta por guerrilhas armadas de fei? marxista e anarquista, por influentes organiza?s fundadas pelo neo-comunista presidente Hugo Ch?z, e por redes operativas das Farc, o mais poderoso contingente narcoterrorista e marxista da Col?a. Os cart? da droga mexicanos vendem drogas produzidas pelas Farc, e delas compram armas. Membros das Farc tamb?est?ativos nos Estados Unidos, muitas vezes trabalhando em parceria com membros dos cart? mexicanos de droga. As armas e o treinamento proporcionado pelas Farc fizeram os cart? de droga ficar em posi? quase de igualdade com o ex?ito mexicano. O destino do Estado mexicano ?e import?ia vital para os Estados Unidos, porque as duas na?s compartilham uma fronteira de cerca de 1.200 km, pela qual passam – legal ou ilegalmente – muitos milh?de d?es e de pessoas. A est?a de Ho Chi Minh brada uma advert?ia para o povo norte-americano. Vit?s comunistas ocorridas no passado na sia s?o prel? para a derrota dos pr?os Estados Unidos, na mente dos neo-comunistas atuais. Estes reivindicam um estado elitista dirigido pela comunidade que exige uma completa ades?e pro? qualquer dissens? e atuam com seus simpatizantes nos Estados Unidos. Ho Chi Minh e seus vietnamitas nunca derrotaram os Estados Unidos em um grande conflito militar. Os Estados Unidos abandonaram seus aliados do Vietn?o Sul quando os simpatizantes comunistas obtiveram sucesso ao vencer a guerra de propaganda contra o ex?ito norte-americano, estigmatizando-o como composto de pessoas cru? e assassinos de crian?, e contra o governo norte-americano, tachando-o de imperialista e colonialista. Na metade dos anos 70, esquerdistas no Congresso dos Estados Unidos esvaziaram o militarismo americano, destru?m a capacidade de intelig?ia de nosso pa? e abandonaram ?r?a sorte o governo pr?idental do Vietn?o Sul.O resultado desta diplomacia no Vietn?oi uma pol?ca de opress?e morte para milh? A est?a de um l?r totalit?o nos conclama para recordar para o qu?osso pa?se mant?em p?E para, primeiro, reconhecer, e depois, agir contra uma nova onda de tirania e morte, tanto em nossas fronteiras quanto dentro de nossa pr?a na?. Com f?m Deus, n?oderemos assistir a vit? da verdade sobre os erros. _________ * Publica? original em ingl? Ho Chi Minh Comes to Mexico City * * Editor do site norte-americano International News Analysis Today – http://www.inatoday.com - Tradu?: Andr?. Falleiro Garcia

Folha de S.Paulo

25/02/2009
Desempregado, vivendo de bicos, o caseiro Francenildo dos Santos Costa passa os dias na expectativa de uma decis?da 4ª Vara da Justi?Federal de Bras?a sobre as a?s de indeniza? por danos morais movidas contra a Caixa Econ?a Federal e a revista ?oca. Tramitam desde abril de 2006. Francenildo mora na cidade-sat?te de S?Sebasti?(DF). O advogado de Francenildo, Wl?o Nascimento, teme que uma eventual vit? do deputado Antonio Palocci no inqu?to criminal que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) possa repercutir, de alguma forma, nas a?s movidas pelo caseiro: Se absolvido, o Palocci ainda volta como injusti?o. ?uma estrat?a muito boa, ainda sai como v?ma. Em 2007, a Justi?sugeriu a Nascimento que acolhesse oferta de R$ 50 mil da Caixa. Em 2006, o advogado havia pedido indeniza? de 50 mil sal?os m?mos, ou R$ 17,5 milh?em valores da ?ca. O advogado recusou a proposta, e o processo continuou. O tempo vai passando e tudo vai ficando mais brando, como sempre.

Élio Gaspari - O Globo

25/02/2009
O Massacre da Embraer foi morte anunciada H`UMA semana, diante da not?a do Massacre da Embraer, no qual foram destru?s 4.000 empregos, Lula indignou-se. Segundo a narrativa de sindicalistas que estavam com ele, Nosso Guia teria dito: ?um absurdo que uma empresa que recebeu recursos do BNDES ao longo dos ?mos anos, ao primeiro sinal de problemas, promova este enorme corte, sem uma ?a conversa com algu?do governo, sem nos procurar. De duas uma: Lula est?azendo teatro (a melhor hip?e), ou disse a verdade, revelando que n?tem ideia do que acontece no pa?e no seu governo. Pior: seus ministros do Trabalho, do Desenvolvimento e da Fazenda tamb?n? A informa? de que a Embraer pretendia demitir 4.000 funcion?os era p?ca desde dezembro do ano passado. Foi revelada pelo rep?r Julio Ottoboni, referindo-se a um boletim interno da empresa. Ottoboni informou o tamanho da carnificina -4.000 funcion?os, e a ?ca, o in?o de 2009. Lula e seu ministros podem dizer que n?leem jornal, mas a informa? constou da sinopse que a Radiobr?organiza diariamente. Os sindicalistas de S?Jos?os Campos sabiam do plano da Embraer e dizem que tentaram negociar com a empresa mecanismos semelhantes aos que t?protegido milhares de empregos. Jos?opez Feij?da executiva da CUT, contou que a Embraer chegou a marcar um encontro com o ministro Guido Mantega, mas n?apareceu. Discutiriam a qualidade dos sambas-enredo das escolas? Quem diz que foi surpreendido ofende a quem lhes d?r?to. Com o tempo vai-se saber quem conversou com quem. Por enquanto, fica a possibilidade de ter havido um acordo t?to: a Embraer faz o massacre, eu digo que n?sabia, falo mal de seus diretores durante uma semana e depois voltamos ?pr?cas de sempre. Que pr?cas? Desde o tempo dos generais a Embraer ?ma queridinha do pal?o. Se o presidente precisa de um cen?o para bombar os avan? tecnol?os de seu governo, marca um evento em S?Jos?os Campos e aparece na foto ao lado de jatos, rob? m?inas fant?icas. Quando o tucanato precisou bombar sua publicidade, os marqueteiros selecionaram um plantel de bem-sucedidos para ilustrar an?os pelo Brasil afora. Na lista, o presidente da Embraer. A intimidade do Planalto com a Embraer chegou ao apogeu em 2004, quando Nosso Guia encomendou o AeroLula ?mpresa europeia Airbus, ao pre?de US$ 56,7 milh? Presidindo um pa?onde funcionava a quarta maior f?ica de avi?do mundo, teria sido razo?l encaminhar o pedido ?mbraer. Empregaria 400 pessoas durante seis meses. Segundo o Planalto, o Airbus era essencial porque sua autonomia permitia voos diretos at?aris ou Nova York. Considerando que esses trajetos n?s?frequentes, ficava pelo menos a d?a. Ela foi desfeita pela Embraer, que se apressou em respaldar a decis? informando que n?produzia o tipo de avi?pedido, nem pretendia faz?o nos pr?os cinco anos. Caso raro de empresa amparando uma prefer?ia pelo concorrente. George Bush e Henry Paulson, seu secret?o do Tesouro, fizeram muitas besteiras, mas nunca lhes passou pela cabe?armar um jogo ao fim do qual pudessem dizer que n?sabiam que o banco Lehman Brothers estava quebrado.