POLITICAMENTE CORRETO - DOIS CONCEITOS

Atribui-se a um estudante australiano a frase segundo a qual - "Politicamente correto é uma doutrina, sustentada por uma minoria iludida e sem lógica, que foi rapidamente promovida pelos meios de comunicação e que sustenta a ideia de que é perfeitamente possível pegar num pedaço de excremento pelo lado limpo".

Também a respeito do tema, pode-se afirmar, sem medo de errar que o "politicamente correto" constitui uma forma de opressão estabelecida no plano da cultura. Em seus desdobramento favorece a ditadura da minoria.
 

  • 11 Julho 2014

A democracia é um regime frágil. Ela pode adoecer por ação de fatores externos e internos. O excessivo número de partidos, por exemplo, favorece diversas formas de corrupção e reduz a eficiência de suas instituições e de seus instrumentos. Em relação a este último aspecto: nos próximos três meses passaremos a assistir debates entre candidatos aos pleitos majoritários. Candidatos reais, com base partidária e perspectivas eleitorais, dividirão nobilíssimo espaço com candidatos fake, atraídos pela luz dos holofotes. Seja por seus intuitos, seja por sua inadequação ao ato em si, eles simplesmente reduzem a importância do ato e seu significado aos eleitores.

  • 10 Julho 2014

Esse gráfico mostra com fartura de exemplos o quanto é desigual nossa comparação com a Alemanha. Perdemos de goleada em objetivos muito mais importantes do que os futebolísticos. Isso não nos deve desanimar e menos ainda nos conformar. Vivemos sob a regência de um Estado que atrapalha muito e ajuda pouco. Ele precisa ser reformatado. E essa é uma tarefa inadiável. Coisa para começar já, afastando-nos dos vendedores de ilusões. A Alemanha, saiu da 2ª Guerra Mundial derrotada, destruída e com perda significativa de território e força de trabalho. E em poucos anos retornou ao convívio das potências econômicas mundiais.

  • 10 Julho 2014

"A política que aprendi a praticar ao longo de minha vida, desde a minha juventude, que me levou inclusive à prisão, implica em construir relações que sejam baseadas não em conveniências, mas em convicções". Dilma Rousseff, sobre os apoios que recebeu do PP e do PDS à sua candidatura...

Fale sério, presidente. Não fica bem dizer que não está fazendo aquilo que está fazendo no exato momento em que é fotografada fazendo. Haverá quem possa ver alguma convicção nos apoios que a senhora está recebendo?

  • 27 Junho 2014

 

Leio no Diário do Poder

O presidente demissionário da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, que cobra “envolvimento” do presidente Jair Bolsonaro nas privatizações, não se esforçou para isso.

O Planalto acha que ele dificultou o quanto pôde o processo de privatização da estatal. Não fez o básico: separar o que é considerado “intocável” pela Constituição, como Itaipu e Eletronuclear.

Tampouco vendeu as mais de cem sociedades de propósito específico (SPEs) penduradas na Eletrobrás. Nem precisava convocar assembleia geral. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

COMENTO

Essa é uma situação muito comum. O espírito de corpo, o corporativismo, é um torniquete aplicado a cada processo de privatização porque os funcionários dessas estatais estão convencidos de que ninguém conseguirá conduzir as atividades da empresa com maior qualidade e tão bom preço.

Só que isso não e bem assim. Primeiro, trata-se de um natural mecanismo de autoproteção, expressão do desejo de manter o monopólio sobre seu posto de trabalho.

Por isso, a cada ato de privatização, obriga-se o governo a manter um plantão com centenas de advogados da AGU para obstaculizar as ações simultâneas que ingressam nas varas federais do país com o intuito de impedir os leilões.

Por outro lado, entre os 39 países que integram um levantamento da OCDE, o Brasil é o que tem sob sua tutela o maior número de estatais nacionais (418)! Se a isso acrescentarmos as empresas públicas  estaduais e municipais, o número vai a vários milhares.

Finalmente, o país precisa fazer caixa para sair da crise fiscal a que foi empurrado pela Covid-19 e por determinações imprudentes  e inúteis impostas às suas atividades produtivas.

  • 27 Janeiro 0202

O voto dos criminosos não é secreto.

Percival Puggina

 

Na quinta-feira, matéria de O Globo permitiu a qualquer leitor com discernimento suficiente perceber a posição contrária do jornal ao projeto que acaba com as “saidinhas” temporárias dos presos. Está no rumo de sempre, a Globo. Está coerente com um jornalismo não reconhece e não denuncia algo profundamente errado quanto um descondenado disputar a presidência da República apesar de todos os crimes que não descometeu. Está ciente e não se importa com o vexame mundial que isso representa para a sociedade e as instituições brasileiras. Não se acuse a Globo de incoerência. Vários pasquins de esquerda dizem a mesma coisa.

Além disso, vejam o absurdo. No meio da matéria, o Globo insere um vídeo com dados do “Monitor da Violência” para comprovar que no Brasil há presos em excesso, desconhecendo o excesso de bandidos na rua e o fato de que os que estão presos são os únicos bandidos que não agem, diretamente ao menos, contra a sociedade. O disparate não fica aí. Que história é essa de substituir criminalidade por “violência”? Alguém está preso por dar murro na mesa, xingar no trânsito? Isso é atitude violenta, mas crime é outra coisa, é coisa de bandido (palavra que os bandidólatras, do alto de seu humanismo nada inocente, detestam).

No plenário da Câmara dos Deputados, as “saidinhas” foram extintas por ampla maioria de votos (311 a 98). Quem votou contra? As bancadas do PT e do PSOL foram unânimes contra. Apenas um deputado em cada bancada do PDT e PCdoB, e três no PSB divergiram dessa unanimidade da esquerda na votação.

Trata-se de algo tão óbvio, tão esperável, que quase dispensa comentários. No entanto, às vésperas de uma eleição nacional em que esses partidos têm candidatos, vale a pena sublinhar isto: o mesmo eleitor que, com razão, discorda das saidinhas e não quer moleza para bandidos, vota, aos milhões, para presidente da República, num descondenado que entrou para o circuito privilegiado dos políticos que enriqueceram.

Todo mundo sabe como isso aconteceu e como foi solto, mas fazem de conta que não sabem. Pelo que se viu na votação da saidinha, o voto dos criminosos brasileiros não é secreto.

 

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