• Alex Pipkin, PhD
  • 26 Março 2024

 

Alex Pipkin, PhD
       Como seria salutar se os homens melhor compreendessem o comportamento dos homens. Burocratas estatais creem ser semideuses honoríficos.

A paixão pelo poder é uma característica imanente desses de ambição avantajada que, dessa forma, desejam controlar a tudo e a todos. Eles adoram controlar e regular a vida dos outros nas mais distintas esferas, sempre aludindo o bondoso “é para o seu bem”, ou melhor, para maior bem-estar da sociedade. Nobre, não?

É evidente que tal “sociedade” não passa de uma pequena (des)elite estatal, sempre acompanhada e de mãos dadas com “empresários” espertos do compadrio. Costumo afirmar que o maior câncer social é o abusivo intervencionismo estatal, que vai lenta e progressivamente matando a todo o tecido social.

É por meio de regulamentações, de controles risíveis - e de muita burocracia para inchar a máquina estatal - que burocratas vão asfixiando genuínos empresários e demais indivíduos. A meta – depois, é só “dobrar a meta” - é a coletivização geral, mesmo que exista uma aparente proteção à propriedade privada. Essa se torna, pragmaticamente, uma mera marionete nas mãos sujas desses “semideuses” estatais.

Neste ardil contexto, fico pensando em como parte do “empresariado” brasileiro não deseja empresariar coisa alguma. Como podem empresários apoiar um desgoverno coletivista? Boa parte da resposta é conhecida por aqueles com um rasgo de discernimento: a grande mãe Estado vende privilégios e benesses para tais empresários com “e” minúsculo, às custas de legítimos empresários e de todo o conjunto de cidadãos comuns.

Assim, o círculo vicioso se perpetua, e a tábua da salvação da destruição criativa, das inovações e do crescimento econômico, desaparecem. Elimina-se do mapa econômico o eficiente mecanismo de preços de mercado. Mínguam as oportunidades e o estabelecimento de relacionamentos colaborativos e voluntários entre os indivíduos, apagam-se as ações no mercado e, evidente, perde-se a direção e o foco na produtividade e na eficiência.

Os genuínos empresários somente sobrevivem se utilizando de tubos de oxigênio. Eles deixam no armário o vital estímulo pelo alcance de uma lucratividade superior. A produção diminui pela quantidade de expropriação que esses devem suportar. Na verdade, são sufocados pelo nefasto intervencionismo estatal. Ainda que desejem alcançar a eficiência, eles são amordaçados por uma legislação draconiana, que se ajusta aos interesses de burocratas e de “empresários” amigos do rei.

Tais comparsas não têm a preocupação com a eficiência, uma vez que se existirem perdas, a voraz máquina tributária faz com que genuínos empresários e cidadãos comuns paguem a conta. Neste ambiente coletivista, de fato, tudo passa a ser “gerido” pelo grande Estado. E tudo que é “tocado” pelo Estado é mal administrado e ineficiente! Simples assim.

O mais sombrio é que a medida que as complexidades sociais se amplificam, o povaréu, subsidiado, manipulado e incauto, vai perdendo o seu interesse e a preocupação com os assuntos relacionados ao verdadeiro mercado produtivo. De outra parte, cresce o interesse e a preocupação de burocratas estatais em regular e, especialmente, em tributar a tudo e a todos.

Esse é o retrato fiel da sociedade verde-amarela do emblemático “rent seeking”. Por meio do intervencionismo estatal, especificamente, do compadrio, agentes estatais mancomunados com “empresários”, controlam e manipulam as atividades econômicas, despreocupados com a eficiência e a correspondente agregação de valor aos produtos e serviços produzidos e ofertados. Ao cabo, eles sugam a renda dos reais criadores de riqueza.

O resto dessa história é conhecida: a (des)elite estatal e uns poucos outros se tornam os únicos favorecidos. O resto, coercitivamente, deve carregar o Estado todo-poderoso nas costas. Ao resto, escravizado, só resta mesmo beijar a mão do soberano Estado.

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  • Valdemar Munaro
  • 23 Março 2024


Valdemar Munaro
           O prussiano, Immanuel Kant (1804) herdou de seus mestres e progenitores uma espiritualidade pietista cuja liturgia esquivava-se de instituições religiosas e clericais. O filósofo, refinado e astuto intelectual, usava palavras doces e respeitosas quando se referia a Jesus Cristo. Chamava-o de 'Santo do Evangelho'. Na intimidade de sua alma racionalista, porém, rejeitava sua natureza divina e não levava a sério suas palavras redentoras, seu amor, nem seus milagres. O Nazareno, para Kant, representava apenas um exemplar humano de magnífica vida moral.

Contudo, quando a doutrina ética kantiana penetrou as veias da teologia cristã, produziu duas catástrofes emblemáticas: embretou a fé religiosa nos limites frios da racionalidade e utilizou da mesma para convencer eticamente aqueles que julgava como 'menores' intelectuais. Com tais efeitos, cresceu no seio da Igreja o designado teísmo moral.


Os escritos kantianos parecem vir de autor 'manso e humilde', mas, na verdade, sua filosofia é orgulhosa e arrogante, iluminista e perigosa aos metafísicos e crentes. O magistério da Igreja Católica, em 1827, de fato, considerou Kant um velado ateu e multiplicador deles. O fiel cristão que se aproximar da doutrina kantiana e a aceitar como suporte teórico para sua fé, terminará por confiar num Deus inexistente e ilusório. Coisa esquisita e paradoxal: Kant não confia em religião alguma, mas utiliza a 'idéia religiosa' para ser bengala de persuasões éticas.

Justamente, no condomínio do pensamento kantiano encontramos uma fé oca, formal, conceitual, idealista e vazia de conteúdo real. De Deus, pensava Kant, nada podemos saber nem obter, tanto menos escavar razões para crer e confiar, mas a 'ideia' que Dele tivermos, pode ser proveitosa e útil, sobretudo nos quesitos relacionados à vida moral e à educação.

Ora, confiar em verdades que não existem se asssemelha a socar ilusões e fantasias ou a dar crédito a ficções. É outorgar às miragens um papel educativo que beneficie e impulsione as condutas morais. A sequência esquisitoide dessa manobra racional kantiana foi a obtenção de fés adornadas e enfeitadas com a figura de Cristo. Ou seja, o 'Santo do Evangelho' se tornou apenas uma ideia para servir de estímulo a motivos revolucionários e morais.

O 'caso' Cristo, assim, virou uma fotografia útil para qualquer coisa, inclusive para a vida moral e fraterna. Teólogos da libertação, endemicamente kantianos, subsidiam teologias com estilo similar: sob vestes e adornos cristianizados, têm cabeças e estratégias doutrinárias que propõem ideais fraternos surrealistas utilizando a figura do Filho de Deus, Jesus de Nazaré, crucificado e ressuscitado, como ornamento corroborante, não como causa da fraternidade.

Rudolf Bultmann (1864 - 1976), o mais kantiano dos teólogos protestantes do último século, muito ligado ao suiço Karl Barth (1886 - 1968) e ao seu conterrâneo e amigo, Martin Heidegger (1889 - 1976) fez um trabalho monumental de demitização das Sagradas Escrituras visando depurar o essencial das narrativas bíblicas de suas formas literárias míticas.

No fim do seu labor, Bultmann afastou-se do Jesus histórico para se aproximar do Jesus da fé. Isto significa que, para ele, os fatos sobre Jesus e seus ditos, tais como nos contaram os evangelhos, podem ser dispensados da vida cristã, porquanto não há como verificar e comprovar empiricamente a veracidade das fontes. O que sobra como valor e utilidade, segundo Bultmann, é o Cristo da fé, isto é, o Cristo 'preservado' na memória e no pensamento dos crentes, ocorrendo então, uma inversão da lógica religiosa: são os cristãos que mantêm o Cristo da história e não o Cristo da história que mantém os cristãos.

Vê-se que, por esse percurso, Bultmann transformou a fé cristã num ato de confiança que se enraíza num vazio de incertezas e irrealidades. As coisas, pensava ele, provavelmente não foram assim como os Evangelhos nos contaram; apesar disso, continuam válidas na forma de cabides onde se penduram ideias e pensamentos. A fé no Cristo, vazia de conteúdo real, pode ser, mesmo assim, útil e necessária à vida ética humana, subsistindo apenas como pensamento e memória na vida dos crentes.

Bultmann levou até às últimas consequências o ofício kantiano que foi o de utilizar o Senhor Jesus unicamente para fins morais e pedagógicos. O Cristo Ressuscitado, para esses senhores, não é o Deus que deve ser amado, adorado, escutado e seguido, mas é a figura da encarnação moral para ser usada como persuasão ética. Seu papel: alavancar a vida moral dos homens. As ideias religiosas, segundo Kant, são boas e úteis na medida em que servem ao agir ético. A ética finalmente, aqui, acaba por engolir a religião.

Como se vê, o iluminismo kantiano pôs um fim à dramaturgia cristã. Depurando e expulsando do recinto sagrado o amor de Cristo, seus milagres e os mistérios que envolvem sua paixão, morte e ressurreição, Kant jogou a Revelação Cristã no túnel da pólvora moral e de seus conflitos.

Teólogos da libertação, por sua vez, bicados pelo vírus kantiano, de modo simiesco, adicionam Jesus às fraternidades morais que propõem. A amizade social, meta da campanha quaresmal 2024, é um convite dirigido a todos os homens de boa vontade para que exerçam boa convivência e se sintam irmanados de um jeito a não excluir ninguém de seu horizonte. Desse modo, se todos colaborarem para esse fim, certamente Cristo também poderá fazê-lo e seremos 'felizes para sempre'.

Tem-se um abrumado sentimento de esterilidade e tristeza quando se manuseiam os textos das Campanhas da Fraternidade, cujos autores, em geral anônimos, buscam e oferecem receitas mágicas à prática da fraternidade. A inutilidade de tais páginas é patética...

As vestes kantianas que os cobrem duram já mais de 60 anos e continuam carregadas de mandamentos catequéticos e moralistas, não garantindo, porém, a eficácia ou conversão de seus leitores. os que os redigem se parecem a 'corpos religiosos' portando estandartes maniqueus recheados de medíocres e recorrentes apelos prometeicos misturados a palpites de economia e política. Neles, os textos, raramente se garimpam meditações que verdadeiramente conduzem o destinatário ao encontro dos mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

O dinamarquês S. Kierkegaard (1855) já denunciava o vilipêndio sofrido pelo manto de Cristo quando líderes religiosos submetiam a missão profética e apostólica à funcionalidade da política e da moral. Se quereis matar o vigor do apóstolo, dizia Kierkegaard, transformai-o em funcionário religioso.

'Vendilhões' templários, ainda hoje, negociam o sacrifício de Cristo às conveniências benevolentes do poder estatal. O episódio da missa em louvor ao ingresso de Flávio Dino no STF e o abraço de membros da CNBB dirigidos a ele (ex ministro da justiça, comunista, bajulador de Stalin e admirador de Mao) indicam o grau refestelado de nossos pastores no rol das arenas políticas militantes.

Enquanto para Kierkegaard o Cristo não é um adorno, nem enfeite, mas causa e razão da fraternidade cristã, pois Nele, com Ele e por Ele é que podemos fraternar, F. Nietzsche (1900), por sua parte, como observa Kolakowski, morreu 'convencido que a ciência havia roubado do mundo, e também da história humana, seu sentido, de que Deus havia abandonado o universo para sempre e que nunca mais encontraria um substituto para Ele. A dignidade que nos permite aceitar a verdade e desafiar, por meio de atos criadores, o vazio do Ser, era para ele a única maneira de suportar o peso de uma vida sem ilusões'.

Um mundo sem Deus e sem amor nos conduziria ao suicídio ou à loucura. Sem eternidade, não haveria temporalidade, nem sentido ao que fazemos e somos. Estaríamos fadados ao extermínio niilista da morte.

Um mundo sem Deus e sem ressurreição não serve a nada, nem a qualquer trabalho, esforço ou fraternidade. Se Cristo apodreceu no túmulo e não ressuscitou, vã seria nossa fé e sem sentido nosso amor. A que serviriam imortalidades e fraternidades se não houvesse Deus? A que nos serviria Deus e seu Filho crucificado se não fôssemos participantes de sua ressurreição?

Anemias antropológicas sobressaem nessas doutrinas que analisamos. Desconhecendo a perturbada alma dos que estão à sombra do pecado e da morte, da dor, dos sofrimentos, dos infortúnios, dos ressentimentos, das culpas e remorsos, os engenheiros da fraternidade ignoram as incapacidades humanas de amar e perdoar, desconhecem a força da malícia e da preguiça, o poder da inveja e da vaidade, a bigorna do orgulho e do egoísmo, as feridas do desespero e da solidão. Ignoram as fragilidades, as contingências, as traições, as promessas não cumpridas, as hipocrisias e as mentiras que rondam as portas dos corações humanos, sem exceção. Kantianos e marxistas creem em suas catequeses e conscientizações como se fossem capazes, por si só, de gerar homens novos e justos. Mas se enganam.

A fraternidade cristã não nasce da arte psicológica, nem da boa convivência, por mais refinadas que sejam, nem de articuladas diplomacias, nem de doutrinas adjacentes. Nascem, ao invés, do encontro com o Senhor Ressuscitado cujo sangue de cruz realizou o amor incondicional. Só Ele pode nos dar esse amor impossível: o amor que dá a vida a inimigos. Sem esse amor, a fraternidade permanece barateada e inflacionada pelo baixo custo. Estas podem ser encontradas nas esquinas e quintais, em ambientes diplomáticos e festivos, no afeto da parentela e, sobretudo, nos jardins políticos dos simpatizantes e agremiados.

Ninguém é obrigado a ser cristão. Aquele, porém, que desejar um dia sê-lo, somente o conseguirá, lavando suas vestes no 'sangue do Cordeiro' para moldar seus comportamentos a Ele. Os que vivem de sua graça não precisam de moralismos e os que vivem de moralismos não precisam de sua graça.

Idealistas das CFs enchem a pandorga com suas engenharias sociais e seus mandamentos impossíveis. Promotores das Campanhas da Fraternidade, vos pedimos: dai-nos o Cristo, pois só Ele possibilitará em nós a fraternidade que apregoais! De moralismos kantianos e hipócritas estamos fartos.

*O autor, Dr. Valdemar Munaro, é professor de Filosofia.
Santa Maria, 22/03/2024

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  • Editorial da Gazeta do Povo
  • 23 Março 2024

Gazeta do Povo, em 20/03/2024 

 

Nota do editor do site Conservadores e Liberais: Não tenho o hábito de reproduzir conteúdos de outros veículos, mas este editorial da Gazeta do Povo, a exemplo de tantos outros, demonstra o que se deve esperar de um bom editorial quando quem o publica tem consciência de sua responsabilidade perante a opinião pública.

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Na vida política, existem os fatos como eles são na realidade e existe a guerra da propaganda, atualmente referida muitas vezes como guerra de narrativas. No plano nacional e nas unidades da Federação – estados e munícipios –, a atividade política é exercida pelo conjunto de partidos em funcionamento, pelos políticos com mandatos outorgados pelo voto popular, e pelos burocratas instalados na máquina estatal. Esses são os agentes políticos que operam segundo certos meios de ação, a exemplo das instituições estatais e os recursos extraídos da população via tributos, tudo regulado pela Constituição Federal, as Constituições estaduais e os milhões de leis e normas governamentais que constituem o corpo de leis do país.

Embora os partidos formem uma sopa política de difícil conceituação, já que em termos de rigor científico é quase impossível definir a linha ideológica e as crenças dos partidos e seus integrantes sobre vida, economia e sociedade, costuma-se enquadrar os partidos em quatro grupos distintos: direita, centro-direita, centro-esquerda e esquerda. Observando a prática diária dos partidos políticos e de seus agentes eleitos para o Poder Executivo e o Poder Legislativo, nota-se uma espécie de bagunça ideológica, terreno fértil para a prevalência de interesses pessoais, favores, trocas espúrias e o desinteresse dos políticos por questões teóricas, linhas de pensamento e de valores morais.

O velho truque do “acuse-os do que você faz e xingue-os do que você é” tornou-se prática obsessiva e repetida diariamente por legendas de esquerda.

De qualquer forma, a sociedade entende a distinção entre o pensamento e a visão sobre a vida, o governo e a sociedade segundo as quatro estruturas. Porém, a guerra da propaganda se dá em alto grau de pobreza intelectual, com farto uso de insultos e tentativas de desqualificação de adversários e de tudo quanto não está de acordo com o pensamento do falante. Em especial, a esquerda e seus diversos partidos, no Brasil e no mundo, especializou-se em xingar os adversários de nomes e rótulos supostamente negativos que descrevem características mais semelhantes às da própria esquerda.

O velho truque do “acuse-os do que você faz e xingue-os do que você é” tornou-se prática obsessiva e repetida diariamente por legendas de esquerda, principalmente pela aplicação dos insultos “fascista”, “nazista” e “genocida” contra seus adversários e contra partidos que não são de esquerda. No caso do vocábulo “nazista”, ou os esquerdistas não têm a menor ideia do que realmente significa ou apenas o usam de forma intencional e desonesta contra seus desafetos políticos. Já o regime fascista tem como ingredientes um governo autoritário, que é dono de algumas dezenas de megaempresas estatais (de preferência em regime de monopólio), associado a algumas dezenas ou centenas de megaempresas privadas e alguns megabancos, como instrumento para controlar a política, o aparato estatal, a economia e as principais estruturas produtivas nacionais.

Prática igualmente comum da esquerda e, especialmente do PT, é acusar de “genocida” o governo anterior.

Embora seu funcionamento seja mais sofisticado que o desta breve definição, o fascismo mantém a aparência de uma economia de mercado ao deixar a cargo da sociedade privada os milhões de pequenos negócios, embora, no fim das contas, tudo esteja subordinado ao tacão político e regulatório do sistema estatal. Quando Lula interfere diretamente na Petrobras, tenta interferir no Banco Central, busca meios de colocar Guido Mantega na presidência da megaempresa privada Vale (a antiga estatal Vale do Rio Doce), coopta grandes bancos e se alia a grandes empreiteiras (muitas delas com histórico de corrupção comprovada), ele e seu governo estão agindo nos moldes da economia fascista.

Mas, para confundir a população, Lula e outros petistas – como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann – afirmam que “fascistas” são os outros, como os empresários do agronegócio e a obsessão preferida do partido, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na onda intervencionista e na tentativa de regular ao máximo a vida econômica, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anuncia políticas que interferem diretamente no funcionamento de aplicativos de transporte e entregas de refeições ou encomendas, práticas distantes do capitalismo de livre comércio e próximas da economia fascista.

Prática igualmente comum da esquerda e, especialmente do PT, é acusar de “genocida” o governo anterior; no início do governo Lula, quatro deputados federais do PT acusaram formalmente Bolsonaro e a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves de “genocídio” contra o povo yanomami – mortes, sem dúvida, lamentáveis e que devem ser prevenidas e combatidas por qualquer governo. Porém, passado o primeiro ano do atual governo, surge a informação de que 2023 terminou com a notificação de 363 mortes de indígenas da etnia – aumento de 20 mortes ou quase 6% na comparação com 2022. Pela lógica da esquerda, o atual governo não seria, então, um governo genocida?

É nesse cenário que o governo e seus aliados de esquerda, apoiados por parte do parlamento e por alas do Poder Judiciário, praticam atos antidemocráticos em nome de salvar a democracia, e empreendem ações de cores fascistas enquanto atiram esse rótulo sobre seus adversários. Pode ser que as narrativas e as atitudes do governo, seu partido e seus aliados esquerdistas enganem alguma parcela da população, mas é cada vez maior o número de pessoas que sabem serem os acusadores o maior perigo para a democracia, as liberdades políticas e a economia de mercado. Afinal, no ano passado, Lula declarou em alto e bom som: “Nós não ficamos ofendidos por sermos chamados de comunistas (...) Ser chamado de socialista ou comunista nos dá orgulho e, às vezes, a gente sabe que merecemos sermos chamados assim”. Ora, isso é uma confissão explícita de quem eles são e em que acreditam.

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 22 Março 2024

Gilberto Simões Pires          

DITADURA CRUEL

Para desespero dos CIDADÃOS DE BEM do nosso imenso Brasil, a DITADURA BRASILEIRA, conduzida com MÃOS DE FERRO por Alexandre de Moraes, com consentimento irrestrito da MAIORIA dos MINISTROS DO STF E DO TSE, da MÍDIA ABUTRE, da CÚPULA DAS FORÇAS ARMADAS, da POLÍCIA FEDERAL e, obviamente, dos integrantes do GOVERNO LULA, tem se mostrado infinitamente mais CRUEL do que se previa.

TORTURA

Pois, mergulhados neste ambiente perturbador, onde minuto a minuto brotam atitudes TIRÂNICAS de todos os tipos e sabores, ontem, 21, a revista VEJA divulgou ÁUDIOS HORRIPILANTES extraídos das gravações dos DEPOIMENTOS que foram prestados pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, à POLÍCIA FEDERAL. Na real trata-se de UMA PEÇA carregada de ATOS DA MAIS LEGÍTIMA E NOJENTA TORTURA.

PODE FALAR O QUE QUISER...

Segundo a matéria jornalística da Veja, o ex ajudante Cid diz que a POLÍCIA FEDERAL o pressionou a RELATAR FATOS QUE SIMPLESMENTE NÃO ACONTECERAM. Mais: Cid afirmou que policiais o induziram a corroborar declarações de testemunhas e apontou um delegado que o teria constrangido a reproduzir informações específicas, sob pena de perder os benefícios do acordo. “Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, contou. “Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo”, completou. 

LINK DA TORTURA

Mesmo sabendo, como diz Mauro Cid que -Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação-, ainda assim é preciso que todos os CIDADÃOS DE BEM , com ou sem estômago suficiente, que se encontram totalmente encurralados sem ter a quem recorrer, tomem conhecimento dos tais áudios. Aí vai o LINK DA TORTURA: https://www.instagram.com/reel/C4yvkLdMyEp/?igsh=MXc2NjZpaWhoMXF6dQ==

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  • Dartagnan da Silva Zanela
  • 15 Março 2024

 

Dartagnan da Silva Zanela 

       O amigo leitor, imagino eu, já deve ter lido o livro "Cartas Chilenas". Se não o fez, ao menos deve ter ouvido falar do referido livro, onde o autor, Tomás Antônio Gonzaga, de forma satírica, tecia incontáveis críticas à situação que imperava na amada Minas Gerais do século XVIII.

As treze cartas, que compõem a obra, eram assinadas com o pseudônimo de Critilo e eram endereçadas ao seu amigo Doroteu, pseudônimo de Cláudio Manuel da Costa.

Critilo, supostamente, residia no Chile, na cidade de Santiago, e não economiza na ironia para sentar a ripa num tal de Fanfarrão Minésio, que seria o suposto Governador da Capitania Geral do Chile.

Porém, todavia e entretanto, as críticas não eram ao suposto governador do Chile, mas sim, à corrupção do governador da Capitania de Minas Gerais, o senhor Luís da Cunha Meneses.

Para contornar o despotismo e a censura que imperavam naqueles idos, e não terminar vendo o sol nascer quadrado e, em seguida, ver-se pendurado na forca, o grande poeta recorria a esse sutil subterfúgio para poder dizer a verdade que os donos do poder não queriam que fosse proclamada, nem mesmo sussurrada.

Há quem diga que essa obra perdeu a sua importância e atualidade e, por isso, não deveria mais receber a nossa atenção e que, por isso mesmo, deveríamos deitar as nossas vistas em algo mais atual, mais condizente com os problemas contemporâneos.

Por certo e por óbvio, discordo sobre esse ponto porque, como nos ensina o filósofo colombiano Nícolas Gomez D'Ávida, toda literatura é contemporânea, toda obra literária sempre é atual, para os leitores que, de fato, sabem ler, é claro.

E o curioso nisso tudo é que nós, filhos escarrados da nossa época, acreditamos que pelo fato de estarmos, religiosamente, acompanhado os noticiários (impressos, digitais e televisivos), estaríamos muito bem informados porque, no nosso entendimento, estaríamos a par dos últimos acontecimentos e, por isso, não precisaríamos recorrer à leitura de livros empoeirados e esquecidos.

O engraçado, para não dizer outra coisa, é que nunca paramos para refletir a respeito da importância que essas supostas "últimas notícias", que sequestram o nosso tempo e atenção, realmente tem. Não apenas isso. Não questionamos, junto com os nossos alfarrábios, porque damos toda essa moral para notícias que, em um curtíssimo prazo, iremos varrer para debaixo do tapete do esquecimento.

Sobre esse ponto, o filósofo e matemático libanês Nassim Nicholas Taleb, nos recomenda que ficássemos, ao menos, por um ano, acompanhando as notícias com atraso. Ao invés de lermos os jornais da semana atual, deveríamos ler apenas os da semana anterior.

Segundo ele, se fizermos isso sistematicamente por um ano, constataríamos por "A" mais "B" que essa idolatria das novidades, que se instaurou em nossa sociedade e, de quebra, aprisionou os nossos corações e mentes, é um trem tão fútil quanto corruptor.

O sociólogo italiano Domenico De Masi nos sugere o mesmo, para que compreendamos que devemos, o mais rápido possível, mudar o centro da nossa atenção.

Ora, se voltamos o nosso olhar ordeiramente para a direção que nos é ditada pela grande mídia e pelo Conglomerado Partidocrata que impera nestas plagas, estaremos vendo apenas e tão somente o que eles desejam que seja visto e, pior, estaremos discutindo somente as questões e problemas que eles querem que discutamos, nos termos que são ditados sutilmente por eles.

Trocando em miúdos, quando consideramos como atual apenas aquilo que nos é cantarolado pelas sereias midiáticas, nós estamos nos permitindo ser rasteiramente manipulados, ao mesmo tempo em que teremos a sensação dionisíaca de estarmos "pensado criticamente" com os nossos próprios miolos.

Enfim, por essa e por muitíssimas outras razões que a leitura de uma obra como "Cartas Chilenas" é mais importante do que acompanharmos as piruetas artificiosas do Jornal Nacional e similares.

*      O autor,Dartagnan da Silva Zanela, é professor, escrevinhador, bebedor de café e autor de "REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO", entre outros livros.

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 15 Março 2024

 

Gilberto Simões Pires    

SINAL NEGATIVO

Mais do que percebido, praticamente todos os projetos dirigidos e executados pela esquerda brasileira, com Lula e seus colaboradores fiéis no comando, só têm direito a ser festejados e/ou receber o devido -SELO DE OBRAS BEM-FEITAS- caso os resultados apresentados mostrem SINAL NEGATIVO. 

DÉFICITS DAS CONTAS PÚBLICAS

Pra começar, basta ver o que acontece com as nossas claudicantes CONTAS PÚBLICAS, que mês a mês apresentam DÉFICITS, ou SINAIS NEGATIVOS, cada vez mais preocupantes. A rigor, isto já é visto como MARCA REGISTRADA DOS GOVERNOS PETISTAS

ESTATAIS

Para atingir os objetivos, todas as ESTATAIS, por óbvio, precisam ser dirigidas por exímios profissionais que se mostrem fortemente FOCADOS, com total dedicação, para a obtenção de RESULTADOS NEGATIVOS. Entretanto, o prêmio maior vai para aqueles cujas empresas públicas ostentem PREJUÍZOS categorizados como ROMBOS. Aí é a glória.

PETROBRAS

O caso da EMBLEMÁTICA PETROBRAS, cujos resultados -POSITIVOS- têm se mostrado totalmente inverso às pretensões do governo petista, aí Lula entrou em cena e RESOLVEU INTERVIR NA ESTATAL proibindo a distribuição de DIVIDENDOS EXTRAS que está previsto no ESTATUTO da empresa. Resultado: a PERDA DE VALOR DE MERCADO da PETROBRAS nos últimos dias já é INFINITAMENTE MAIOR DO QUE A -PARCELA- do sonegado DIVIDENDO EXTRA. Que tal?

PERDA DE VALOR DE MERCADO

Mais: a ELEVADA PERDA DO VALOR DE MERCADO, até agora mostrada, é praticamente o dobro do LUCRO de R$ 31 BILHÕES, que foi apresentado no balanço do QUARTO TRIMESTRE de 2023 . Esta, infelizmente, é a TRÁGICA MATEMÁTICA PETISTA. Pode? 

BANCO CENTRAL DO BRASIL

A propósito: contrariando em todos os sentidos o que pensa (??) o presidente Lula, que só sabe denegrir a figura do ótimo presidente do Banco Central do Brasil, a revista Central Banking acaba de eleger a nossa INDEPENDENTE INSTITUIÇÃO como a primeira da lista que elenca autoridades monetárias de todo o planeta.

“O histórico de inflação elevada no Brasil foi um importante fator para ajudar a explicar a reação proativa da política monetária do BCB para enfrentar a inflação diante da maioria dos bancos centrais das economias avançadas.

Os banqueiros centrais geralmente tentam evitar cometer dois tipos de erros:

- Primeiro, ‘fazer muito pouco’: estar atrás da curva, adiar um aperto da política monetária e tolerar mais inflação, para evitar um abrandamento da atividade econômica.

- Segundo,  ‘fazer demasiado’: estar à frente da curva, apertar a política monetária de forma mais rápida e forte para evitar uma inflação mais elevada e a desancoragem das expectativas de inflação, à custa de um abrandamento mais acentuado da atividade econômica”, explicou a revista.

“Ao contrário de seus pares da economia avançada, que se esforçaram para enfrentar a inflação muito baixa nos últimos anos e viram o episódio inflacionário no início como um evento transitório com origem na oferta, o Brasil, entre outras economias emergentes, viu o processo inflacionário como um evento mais persistente, com uma importante componente de procura”, acrescentou.

 

 

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