Roberto Rachewsky
A diversidade que realmente deveria receber destaque, e ser levada à última instância, não se refere a homens, mulheres, gays ou lésbicas. Nem a negros, brancos, amarelos ou vermelhos. Nem a judeus, muçulmanos, cristãos ou ateus.
Diversidade de verdade, universal, é aquela que inclui indivíduos com nome e sobrenome, com corpo e alma, propósitos, vitórias e derrotas, seres humanos que acordam, criam valor e dormem para reiniciar de novo a construção dos seus caminhos em direção ao destino que escolheram na vida.
O que importa para os seres humanos não aparece perante nossos olhos, por isso não julgue antes de saber o que tem guardado naquele corpo, naquela mente.
Características congênitas como cor, sexo, nacionalidade, nos identificam e distinguem, mas isso não deveria nos separar. Há outros critérios ainda: altura, peso, largura, comprimento do todo e das partes, velocidade, força, inteligência, feiura e beleza. Tudo isso nos identifica e nos distingue, mas não nos separa.
Somos todos seres humanos dotados de aparência que se herda e de caráter que se constrói. O caráter é essencial e a aparência é acessória. Não é à toa que dizem que o amor é cego. Que seja cego para o corpo, mas não para o caráter.
Gilberto Simões Pires
FACHADA
Por incrível que possa parecer, muitos brasileiros ainda não perceberam que no nosso Brasil tanto o ESTADO DE DIREITO quanto o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO não passam de FACHADA. Esta grande verdade está mais do que clara por conta do flagrante DESRESPEITO a tudo que prega o “Parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal, que escancara, sem a menor necessidade de interpretação, que: - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
O QUE O POVO QUER
Mesmo admitindo que tudo aquilo que é óbvio não precisa ser explicado, volto a insistir com o termo -FACHADA- aproveitando a lógica expressada pelo constitucionalista Paulo Bonavides (já falecido), que diz o seguinte -“Na democracia representativa tudo se passa como se o povo realmente governasse; há, portanto, a presunção ou ficção de que a vontade representativa é a mesma vontade popular, ou seja, aquilo que os representantes querem vem a ser legitimamente aquilo que o povo haveria de querer, se pudesse governar pessoalmente, materialmente, com as próprias mãos". Como se percebe, infelizmente, nada disso acontece no nosso Brasil.
ESTADO DE DIREITO E ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Vale observar que o ESTADO -DE DIREITO- é uma organização destinada a manter, pela aplicação do DIREITO, as condições universais de ordem social. O DIREITO, portanto, é o conjunto das condições existenciais da sociedade, que ao ESTADO cumpre assegurar. Já o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, como dispõe a CF, é a divisão do ESTADO em TRÊS PODERES INDEPENDENTES -EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO- sendo que as LEIS PROMULGADAS pelo LEGISLATIVO DEVEM SER OBEDECIDAS pelos TRÊS PODERES E PELOS CIDADÃOS. Perceberam, enfim, que ambos não passam, infelizmente, de FACHADA?
ESTADO DE NÃO-DIREITO
O que mais leva à revolta e à indignação é que o ESTADO DE DIREITO deu lugar, com enorme e flagrante visibilidade, ao -ESTADO DE NÃO-DIREITO- onde imperam LEIS ARBITRÁRIAS, CRUÉIS E DESUMANAS que submetem os cidadãos a viver sob as vontades de um ESTADO AUTORITÁRIO onde deixam de existir os DIREITOS FUNDAMENTAIS, como o DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE. OU seja, já vivemos um período de ABSOLUTISMO.
Dartagnan Zanela
Nós não estamos no fim da história. Esse momento turbulento, que agora testemunhamos, é apenas um capítulo de uma jornada que está muito longe de terminar. Penso que é imprescindível que não nos esqueçamos disso.
A jornada humana não é linear, como um documentário cafona, nem retilínea, como um livro de história escrito com letras deselegantes. O traçado da mestra da vida é sinuoso, com avanços rápidos e regressos abruptos e repentinos. Ou, dito de forma lacônica e entojada: o devir humano através do tempo é dialético.
É importante nunca esquecermos que a história é forjada por tensões, boleiras de tensões. Ignorar a presença delas é a receita mais do que perfeita para não compreendermos as correntezas que movem a vida em sociedade.
Para captarmos essas tensões e compreendê-las é imprescindível que sejamos capazes de enxergar a realidade histórica não apenas por meio de nossos olhos, mas também, através do olhar do outro, por meio das razões contrárias às nossas.
Dentro das tensões que a movem e forjam a história, nós podemos vislumbrar as possibilidades que estão se desenhando em uma conjuntura e as probabilidades latentes num dado momento.
Diante do exposto, vejamos essa sequência de fatos: (1) surgiu um relatório questionando a integridade do pleito. (2) O deputado mais votado do país pede que o assunto seja investigado. (3) O deputado é silenciado. (4) Os dados do pleito ficam fora do ar.
Frente a esses fatos, podemos perguntar: não. Não podemos perguntar.
Pois é. E se voltarmos os nossos olhos para os regimes políticos que são incensados por aqueles que consideram o ato de levantar uma dúvida como sendo um crime imperdoável, veremos, com clareza apolínea, para que direção os [supostos] defensores da democracia querem empurrar todos nós e, pela audácia e petulância expressa recentemente, tudo indica que será um tremendo de um empurrão ladeira abaixo.
E quando chegarmos lá no fundo, os vencidos serão calados e não mais poderão escrever a lauda da história que lhes caberia, porque serão considerados "cristofascistas" e "anti-democráticos".
Rodrigo Mezzomo
Admitindo-se que a votação em si foi lícita (o Barroso garante que é inviolável), a grande fraude começou muito antes, quando liberaram um ladrão para concorrer nas eleições presidenciais.
Foram quatro anos em que todo o mecanismo conspirou e massacrou o presidente Bolsonaro.
Nunca a mídia foi tão canalha e mentirosa de modo tão sistemático.
Lembram das manchetes? A economia “despiora”, o desemprego caiu, “mas…”
A oposição parlamentar foi virulenta e votou contra todas as boas iniciativas.
Lembram de Marcelo Freixo dizendo que Bolsonaro deveria ser “destruído”?
O STF obstruiu de modo bizarro a governabilidade e rasgou a Constituição inúmeras vezes.
A Corte promoveu ativismo judicial e interveio no que cabia a outros poderes, chegando ao cúmulo de ordenar ao Senado abrir uma CPI.
De modo inconstitucional o presidente foi impedido de nomear o diretor da PF. Lembra?
O STF cassou poderes do presidente durante a pandemia e autorizou que prefeitos cometessem arbitrariedades que só seriam possíveis em “estado de sítio”!
Abriram inquéritos ilegais, perseguiram e condenaram pessoas, censuraram redes sociais…
Tudo piorou ainda mais com Alexandre e o TSE.
Além da grotesca censura prévia aos apoiadores do presidente, o tribunal literalmente permitiu que Bolsonaro fosse chamado de genocida, enquanto proibiu que se dissesse que Lula foi condenado em três instâncias.
O TSE se tornou o ministério da verdade.
Agora a corda arrebentou e a ditadura vai se expandir.
Você, liberal ou conservador “limpinho”, está satisfeito?
Gostou do resultado, seu isentão de m…
*O autor é advogado.
**O texto foi reproduzido da página do autor no Facebook
Gilberto Simões Pires
EXERCÍCIO MENTAL
Neste momento, por força do claro e imenso sentimento de frustração que atinge metade dos eleitores do nosso imenso Brasil, é muito provável que muita gente ainda vai precisar de algum tempo até que possa recuperar a necessária capacidade para desenvolver o raciocínio lógico. Ainda assim, com o propósito de dar início ao exercício do processo que leva ao discernimento, é importante que fique bem claro que a DERROTA sofrida por JAIR BOLSONARO não significa, em hipótese alguma, uma ELIMINAÇÃO DEFINITIVA.
COMPETIÇÕES ESPORTIVAS
Vejam, por exemplo, que nas competições esportivas, onde o regulamento determina que os vencedores seguem na competição e os vencidos são eliminados apenas daquela competição, nunca da modalidade esportiva. Isto significa, portanto, que os derrotados, se assim desejarem, voltem a treinar para tentar obter um melhor desempenho na próxima edição do campeonato ou torneio. Ou seja, a ELIMINAÇÃO não passa de um ADIAMENTO para tentar novas e possíveis CONQUISTAS.
POLÍTICA
Uma coisa é mais do que certa: no nosso imenso Brasil já é notório o aumento do interesse de milhões de brasileiros pela POLÍTICA. As manifestações do povo nas ruas é uma prova significativa deste sentimento. Como tal, mais do que nunca, é preciso dar seguimento a este movimento. Assim, as derrotas devem ser bem analisadas e avaliadas para que os erros não se repitam nas próximas eleições, que se repetem -sempre- a cada quatro anos.
ADIAMENTO DAS CONQUISTAS
De novo: eleitor inteligente é aquele que avalia e coteja, com a mesma ênfase e cuidado, o caráter do candidato de sua preferência com aquilo que está descrito no seu PLANO DE GOVERNO. É a partir daí que os cidadãos se engajam nas campanhas político-eleitorais. Mais do que nunca, meus caros e bravos leitores, não vejam nem aceitem a DERROTA DE JAIR BOLSONARO como uma ELIMINAÇÃO, mas como um ADIAMENTO das conquistas que galhardamente defendemos até aqui.
André Braga
A que se presta a decência?
Foi o que não se viu ao longo da disputa eleitoral.
Um bandido, delinquente, ladrão, eleito presidente do Brasil.
A divisão de uma nação tendo como lastro um assistencialismo de cabresto e ignorância entranhada nas almas desprovidas de raciocínio pela manutenção de uma política de redução ao arbítrio e ao aparelhamento pelos que se arvoram como salvadores da pátria.
Aguardemos os fatos e a ação da quadrilha cada vez mais especializada em delinquir.
Os mesmos personagens ressuscitarão das trevas e promoverão o maior atraso que uma nação haverá de experimentar. O fato é que o PT será sepultado com o seu criador, aliás, usurpador, pois na origem, quem pesquisar irá descobrir, esse sujeito nunca foi criador de nada, nem poderia, pois na essência imperou a ignorância, o egoísmo e a vaidade. E aperfeiçoou-se na arte de enganar, na retórica vazia e no poder de encantar os ignaros. Não adianta falar dos delitos por ele e pela quadrilha perpetrados. Aguardemos e logo ressurgirão. Simples assim. O único alento é que teremos picanha e cerveja, assim como tivemos naqueles tempos nem tão remotos pão e circo. Veremos. Aos que esqueceram, uma pequena amostra. Ao lado do bandido um outro, lembram? José Guimarães, isso mesmo, aquele da cueca, irmão de Genoíno, chorava ali, aliviado. O que pensava Guimarães? E os demais ali presentes? Vingança? Jamais, fisiologismo e aparelhamento. A quadrilha, pasmem, governará com o STF, por enquanto, até que se capitalize e alcance o legislativo, para comprá-los óbvio e, se antes isso não me parecia fosse democracia, imaginem após a cooptação dos dois poderes. Enveredamos por um caminho em que o protagonista está acima da lei e isso tem nome ditador, ditadura. Os regimes atuais são assim, não há mais luta armada, sangue, há submissão dos vencidos. Vejam o que temos ao nosso redor: Argentina, Venezuela, Colômbia, Equador, Chile…
Há a força dos comandos para dar aparência de legalidade aos abusos de poder. Vamos ao circo, pão, picanha e cerveja.
* André Braga é advogado.
** Artigo publicado originalmente no Diário do Poder.