• Bruno Braga
  • 25 Julho 2014

Aldo Arantes é um dos porta-vozes da proposta de reforma política apresentada pela "Coalizão pela Reforma Política Democrática" - proposta subscrita pela CNBB e para a qual estão militando vários padres em suas paróquias [1].

Dado como representante da OAB pela "Coalizão", Aldo Arantes é um dos mais célebres comunistas do país. Ele foi presidente da UNE entre 1961 e 1962. Em 1963, foi um dos fundadores da Ação Popular (AP). Organização terrorista que surge do plano ardiloso de assaltar a Igreja Católica - o objetivo era instrumentalizá-la e, com isso, favorecer o projeto revolucionário. Entre as ações promovidas pela AP está o atentado a bomba no Aeroporto de Guararapes, em 1966 [3].

No Uruguai, em 1965, Aldo Arantes participa da unificação de grupos terroristas orientada por Leonel Brizola. A Frente Popular de Libertação (FPL), que adotou os "atos de guerra", "atos de sabotagem urbana" e "focos de guerrilha" como estratégias para a tomada do poder (USTRA, 2012, p. 145).

Em 1971 a AP se torna APML do B, Ação Popular Marxista-Leninista do Brasil, para ser incorporada posteriormente ao PCdoB. Pelo Partido Comunista do Brasil, Aldo Arantes exerceu vários cargos políticos.

Do passado às atuais atividades de Aldo Arantes, em abril de 2014 ele concedeu uma entrevista na qual trata sobre tema da proposta de reforma política. Fala como "representante da OAB" e em nome da "Coalizão pela Reforma Política Democrática" [3]. A foto que registra essa entrevista - em seu pano de fundo - denuncia: as ambições e o projeto de poder de Aldo Arantes não mudaram. Uma bandeira do Brasil cortada pela bandeira do PCdoB (Partido Comunista do Brasil); e uma imagem de Che Guevara, o psicopata que fuzilava, inclusive católicos, e se vangloriava: "Não sou Cristo nem filantropo. Sou totalmente o contrário de um Cristo" [...] "Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar movida apenas pelo ódio".

Enfim, a proposta de reforma política apresentada pela "Coalizão pela Reforma Política Democrática" - examinada em seu conteúdo - maquia a promoção do projeto de poder totalitário SOCIALISTA-COMUNISTA [4]. Tem em Aldo Arantes - e em vários grupos e organizações que a subscrevem - um autêntico representante. Nestes termos, para os padres que celebram essa proposta de reforma política - e para os fiéis que aderem a ela de maneira ingênua e entusiasmada - a Igreja Católica tem uma orientação clara e objetiva:

I. Congregação do Santo Ofício, 1949. (1) "É permitido aderir ao partido comunista ou favorecê-lo de alguma maneira? Não. O comunismo é de fato materialista e anticristão; embora declarem às vezes em palavras que não atacam a religião, os comunistas demonstram de fato, quer pela doutrina, quer pelas ações, que são hostis a Deus, à verdadeira religião e à Igreja de Cristo [...] (4) Fiéis cristãos que professam a doutrina materialista e anticristã do comunismo, e sobretudo os que as defendem e propagam, incorrem pelo próprio fato, como apóstatas da fé católica, na excomunhão reservada de modo especial à Sé Apostólica? Sim. - II. Congregação do Santo Ofício, 1959. "É permitido aos cidadãos católicos, ao elegerem os representantes do povo, darem seu voto a partidos ou a candidatos que, mesmo se não proclamam princípios contrários à doutrina católica e até reivindicam o nome de cristãos, apesar disto se unem de fato aos comunistas e os apoiam por sua ação? Não, segundo a diretiva do Decreto do Santo Ofício de 1o. de Julho de 1949, n.1 [3865]" (Cf. [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/05/um-alerta-aos-catolicos.html]).


NOTAS.

[1]. BRAGA, Bruno. "Padres pregam proposta de reforma política. Fiéis, não assinem!" [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/07/padres-pregam-proposta-de-reforma.html].

[2]. BRAGA, Bruno. "O bem-aventurado Alípio" [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/11/o-bem-aventurado-alipio.html].

[3]. [http://www.reformapolitica.org.br/noticias/da-plataforma/951--qum-dos-elementos-que-mais-degradam-a-democracia-brasileira-e-o-financiamento-de-empresas-para-as-campanhasq-afirma-aldo-arantes.html].

[4]. Cf. Nota [1].

b-braga.blogspot.com

 

 


 

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  • Maria Lucia Victor Barbosa
  • 25 Julho 2014

O governo petista de Lula da Silva que não entregará facilmente as delícias do poder está sempre pronto a demonstrar o descalabro de sua política internacional. No momento assiste-se ao aprofundamento da bananificação do Brasil, cada vez mais convertido em republiqueta de Terceiro Mundo com as conhecidas marcas esquerdistas e consequente atrelamento ao que há de pior no exterior.

Isto ficou evidente no recente encontro dos Brics, em Fortaleza, quando o governo petista sagrou-se de novo campeão de tiro no pé ou pela culatra, ao perder a presidência para a Índia do Novo Banco de Desenvolvimento criado pelo grupo. A China não abriu mão da sede da entidade ficar em Xangai e postos menos relevantes foram distribuídos ao Brasil, Rússia e África do Sul. Foi criado também o Arranjo Contingente de Reservas, uma espécie de FMI de segunda categoria para dar ajuda aos componentes do bloco. Tudo para funcionar nas calendas gregas.

Negócios da China foram feitos com a China pela governanta, mas, impressionante mesmo foram as conquistas do presidente Russo, Vladimir Putin. Alvo de sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia devido à anexação da Criméia, Putin recebeu apoio dos BRICS e adentrou-se com mais força na América Latina. No Brasil, para usar de ironia, ele poderá anexar, por exemplo, o nordeste e instalar nas paradisíacas e quentes praias nordestinas confortáveis dachas a serem usufruídas pelos camaradas da elite branca russa. Algo muito melhor do que a gelada Sibéria.

Putin, o expansionista não brinca em serviço, além de usar a cúpula dos Brics para reduzir seu isolamento internacional aproximou-se da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), criada pelo falecido Chávez e propôs integrá-la à União Econômica Euroasiática que inclui, além da Rússia, países de sua influência como o Casaquistão e a Bielo-Rússia. Ele defendeu muitas outras ideias, como o aumento do peso político dos BRICS através de fóruns como contraponto a ONU, às políticas norte-americanas e de seus aliados. Putin assinou vários acordos com a governanta e foi embora satisfeito com seu êxito.

Enquanto isso, a Guine Equatorial deve ser integrada à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), apoiada pelo Brasil. O país africano é governado pelo ditador Teodoro Obiang, alvo de várias denúncias de violação de direitos humanos, tortura e censura. Isto, aliás, não é novidade, pois o Brasil tem se posicionado há quase 12 anos a favor dos piores ditadores.

A última do governo brasileiro foi continuar contra Israel e a favor do grupo terrorista e radical islâmico, Hamas. Não foram levados em conta os mais de 2.000 foguetes lançados diariamente sobre Israel, os túneis cavados em Gaza e que vão dar em escolas e hospitais israelenses, a não aceitação do Hamas em fazer uma trégua. É como se o governo petista achasse que, se alguém entrasse numa casa armado com uma faca para ferir mortalmente o morador armado com um revólver esse dissesse: “Por favor, me mate, pois não vou me defender”.

O governo Rousseff mandou o Itamaraty chamar o embaixador brasileiro em Tel Aviv, assim como puxou as orelhas do representante israelense em Brasília, pois considerou o uso desproporcional da força por Israel. Isto nunca foi feito com relação á Cuba, Venezuela, Bolívia ou mesmo Coreia do Norte onde Lula abriu uma embaixada. Sobre a Criméia nem uma palavra e todo apoio ao camarada Putin. De fato o Brasil atesta nanismo diplomático.

Marco Aurélio Garcia disse que o ataque a Israel é um genocídio contra os palestinos. Vejamos nossos dados que certamente o assessor da Internacional da Presidência desconhece. Segundo matéria de Gil Alessi, (UOL, São Paulo, 27/05/2014), “conforme dados de 2012, neste ano nossa taxa de homicídio alcançou o patamar mais elevado, com 29 casos por 100 mil habitantes”. “O índice considerado ‘não epidêmico’ pela Organização Mundial da Saúde é de 10 mortes por cada grupo de 100 mil habitantes”.
“Em 2012 foram 56.337 mortes, o maior número desde 1980”. “O total supera o de vítimas no confronto da Chechênia que durou de 1994 a 1996”.

Sem dúvida, é melhor o governo brasileiro se preocupar com essa situação do que meter o nariz onde não deve, pois não tem moral para isso.

Recorde-se que Israel, um pequeno país que brotou do deserto é hoje um dos mais desenvolvidos do mundo. De lá saem praticamente todos os Prêmios Nobel e o conjunto de invenções que fazem avançar a ciência, a tecnologia e a medicina para o bem da humanidade. Quanto a nós, realmente, somos muito pequenos diante disso.
Estes são alguns de nossos indesejáveis rumos internacionais, orquestrados pelo PT. Outros péssimos caminhos, inclusive, internos ficam para um próximo artigo.

*Socióloga.
 

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  • Marcos Coimbra
  • 24 Julho 2014

 

Em artigo publicado em 22.03.12 neste espaço, escrevemos um texto sobre este assunto, que se revela assustadoramente atual, feitas algumas adaptações.

Afirmamos que em reunião sobre a grave questão da demarcação de áreas indígenas, em especial sobre a denominada região Raposa/Serra do Sol, e seus desdobramentos sobre o futuro do país, enquanto Nação soberana, independente e autônoma, surgiu em paralelo uma discussão sobre quem figuraria na História do Brasil, como herói e como traidor da Pátria. Houve unanimidade quanto aos heróis. Afinal, não há como negar o exemplo de brasilidade de vultos como Tiradentes, Duque de Caixas, Barão do Rio Branco, Tamandaré, Brigadeiro Eduardo Gomes, Vidal de Negreiros, Henrique Dias, Felipe Camarão, do anônimo soldado da FEB que lutou na Itália e outros.

No relativo aos traidores da Pátria houve dissenso. O ilustre brasileiro Jornalista Barbosa Lima Sobrinho já definia que no Brasil só existiam dois partidos políticos. O dos heróis, representados por Tiradentes e o dos seguidores do traidor Joaquim Silvério dos Reis. Mas, um participante argumentou, com propriedade, que Silvério teria sido um traidor sob a ótica de nós, brasileiros, mas não para os portugueses, a quem servia, sendo natural da nossa então matriz. Apenas houve consenso em Judas, como traidor universal.

Analisando a iminente perda de mais da metade do território nacional, representada, de início, pela demarcação irresponsável de vastas áreas do Brasil para indígenas (agora já criaram também os “quilombolas”), por “coincidência” justamente onde já estão mapeadas e conhecidas vastas riquezas e recursos naturais, que, no decorrer do tempo serão arrancadas do nosso país, sob qualquer pretexto, algumas reflexões se fazem necessárias.

Qual o país do mundo que, por “vontade própria”, sem o disparo de um tiro sequer, abre mão de um milímetro do seu território sem resistência armada? Em que lugar se escondem as autoridades (ir)responsáveis, por omissão, covardia, cumplicidade, que não reagem contra o crime de lesa-pátria a ser perpetrado? Será que o Brasil não fabrica mais Homens como no passado, quando tivemos Plácido de Castro, Marcílio Dias e tantos outros?

A maioria de nosso povo não sabe o que está acontecendo de fato. Pensa apenas em sobreviver, com as “bolsas-esmolas” ou com os empregos de baixa remuneração existentes, ou talvez ocupados com o samba, o futebol e o carnaval. Porém, existe uma parcela do povo conhecedora do que está em jogo. E é justamente esta que decide. A disputa não é entre “arrozeiros” e índios desprotegidos da época de José de Alencar. Se o leitor quiser apurar o que está sendo escrito aqui, pode entrar nas páginas do Greenpeace, do WWF-Brasil, da FUNAI e outros menos votados. Vai encontrar uma perfeita sintonia, uma ação orquestrada entre eles, com o mesmo objetivo.

Não é por acaso que dirigentes de órgãos governamentais decidem, ignorando o Congresso, os locais a serem demarcados, tendo sido (ou virão a ser), integrantes de ONGs suspeitas. Inclusive, algumas financiadas por governos estrangeiros. O G-7 e até potências emergentes estão carentes de nióbio, petróleo, bauxita, urânio e outras riquezas encontradas em abundância exatamente nas áreas que estão sendo entregues. Por isto, eles querem estas áreas. O argumento falacioso de que a propriedade da terra (solo e subsolo) é da União, possuindo os indígenas apenas o usufruto não se sustenta, quando observamos a prática nas regiões já demarcadas.

Não existem coincidências. Há planejamento e ação decorrente. Por que autoridades brasileiras assinaram na ONU a famigerada declaração universal dos direitos indígenas, ao contrário de EUA, Austrália, Nova Zelândia etc? Por que as Forças Armadas brasileiras estão sendo deliberadamente sucateadas, retirando-lhes a capacidade de cumprir com sua destinação constitucional? Por que o cidadão brasileiro está sendo desarmado, através de campanhas financiadas do exterior, executadas por sicários estrategicamente posicionados, com ampla cobertura da mídia? Por que os órgãos de comunicação, com raras exceções, não divulgam a verdade sobre o assunto, ao invés de praticar o reducionismo de tentar iludir a opinião pública, desinformando por intermédio da falsa assertiva de que a luta é entre o fazendeiro branco mau e o índio desprotegido e nômade? Por que não esclarecem que estes índios falam inglês, usam celulares e Pcs?

Por que a pressão externa intimidatória de organismos internacionais e governos estrangeiros? Por que ignorar que a maioria dos índios que defendem a posição do G-7 é orientada por órgãos estrangeiros, sendo movimentados de lugar, por ordem externa, de acordo com a existência de riquezas nos territórios a serem ocupados? Por que ignorar os indígenas que são contra? Por que nossas autoridades não aprenderam com a dura lição da Iugoslávia, do Iraque, do Kosovo etc.? Nossos descendentes reverenciarão quais novos heróis e desprezarão que novos traidores da Pátria? Afinal, a administração petista terá a coragem de denunciar o artigo 169 da “Convenção” da OIT – Organização Internacional do Trabalho, nesta data?

* Economista, Professor, Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.

www.brasilsoberano.com.br
 

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  • Darcy Francisco Carvalho dos Santos
  • 20 Julho 2014

Decisões políticas do atual governo estão transformando em insustentável a situação financeira do Estado. O resultado primário, que é a poupança para pagar a dívida, depois de alcançar, em valores atuais, R$ 2,8 bilhões em 2008, caiu para R$ 623 milhões em 2013, devendo se transformar num déficit próximo a R$ 1 bilhão no ano corrente, segundo dados oficiais do próprio governo.

O gasto com pessoal deverá ultrapassar 70% da receita líquida no próximo período governamental, tendo como causa a concessão de reajustes salariais a categorias representativas de servidores, muitos até novembro de 2018, em percentuais bem superiores ao do crescimento provável da receita. Tudo isso, sem pagar o piso do magistério, formando, em decorrência, grande passivo trabalhista. O déficit de caixa médio anual previsto para o próximo governo será bem superior a R$ 4 bilhões e o cheque especial, chamado “caixa único”, estará raspado até o final do ano. Só dos depósitos judiciais que nem pertencem ao Estado foram sacados pelo atual governo R$ 5,1 bilhões.
Embora constando dos relatórios da Secretaria da Fazenda, essas evidências não aparecem no discurso oficial. A estratégia política encontrada é se refugiar em números de crescimentos conjunturais do PIB estadual _ que nada tem a ver com as ações do governo estadual _ e da “atração de investimentos”, descolando-se do drama fiscal que se avizinha.


Seja quem for, o próximo governador, ele terá enorme dificuldade para manter a folha de pagamento em dia e cumprir os reajustes salarias já concedidos. Isso sem falar na recuperação dos investimentos e da melhoria dos serviços públicos, sabidamente insuficientes e de baixa qualidade.


Mantida a atual política financeira, não haverá outro caminho a não ser vender ativos públicos ou elevar a carga tributária, medidas que manteriam os políticos gaúchos no autoengano, de gastar mais do que se pode. Enquanto não mudar essa mentalidade, não haverá solução definitiva para o RS.

*Contador e economista.

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  • Gilberto Simões Pires
  • 20 Julho 2014

Diante do resultado da pesquisa feita pelo Datafolha, divulgado ontem, onde consta que para o segundo turno os candidatos Aécio Neves e Dilma Rousseff estão tecnicamente empatados, os mercados entraram em euforia, levando a Bovespa a subir fortemente.

Este notável crescimento que Aécio vem apresentando nas pesquisas de intenção de voto está fazendo com que os mais indignados e/ou dotados de discernimento fiquem mais esperançosos de que é possível, sim, afastar o Brasil do Bolivarianismo/Neocomunismo. 

A dúvida que pairava na cabeça dos eleitores, de que Dilma poderia tirar grande proveito caso a Seleção Brasileira se sagrasse campeã do torneio, simplesmente desapareceu. Melhor: a acachapante derrota perante a Seleção Alemã deu a entender que a Seleção perdeu, mas o Brasil ganhou. 

Embora com enorme atraso, muita gente parece enfim ter acordado e percebido de que o Bolivarianismo não é uma fantasia. E que o D.L. 8243 é o mecanismo pretendido por Dilma para entronizar o sistema de governo neocomunista -PADRÃO CUBA-. 

Outros, menos atentos às questões políticas, cheias de maquiavelismos, estão de olho nas notícias de economia, cada dia mais decadente. No item EMPREGO, como foi divulgado ontem, o Brasil registrou abertura de 25.363 vagas formais de trabalho em junho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho.
O número, pasmem, é 79,5% inferior ao registrado no mesmo mês de 2013 e está abaixo da mediana das expectativas dos analistas consultados pela Reuters, que estimavam a criação de 82 mil vagas.

A indústria de transformação fechou 28,553 mil postos de trabalho em junho. Foi o terceiro mês seguido de queda no setor. A construção civil também teve fechamento de vagas. Foram 12,401 mil postos de trabalhos fechados, ante criação de 2,092 mil vagas em junho de 2013. Contribuiu para tanto o fato de que as vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo caíram 36,5 por cento em maio ante mesmo mês de 2013, a 2.080 unidades, como informou, ontem, o Secovi paulista.

No comércio foram fechados 7,070 mil postos de trabalho, ante a criação de 8,330 mil vagas em junho de 2013.
Agora, o incrível: a administração pública criou 1,548 mil postos em junho deste ano. No mesmo mês de 2013, a geração foi de 1,248 mil novos empregos.

Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) ganhou força em quatro das sete capitais pesquisadas pela FGV na segunda quadrissemana de julho. 

Como o Boletim Focus, do Banco Central, nas últimas sete semanas só divulgou notícias de terror, mostrando queda contínua do PIB para 2014 e 2015, os eleitores estão ficando cada vez mais convencidos de que com Dilma no comando tudo só pode piorar.
 

www.pontocritico.com

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  • Carlos I.S. Azambuja
  • 18 Julho 2014

Resumo: A Era dos Extremos revela um acerto de contas de Hobsbawn consigo mesmo, mas isso nada ensina acerca da realidade do comunismo no poder e de seu peso sobre o Século XX. 

“O trabalho do historiador, porém, não consiste em demonstrar seus estados de alma e suas ‘posições’ escrevendo textos nostálgicos, mas a tornar um passado inteligível a partir de uma base documentada” (Cortar o Mal pela Raiz! – pág. 98).


Por muito tempo os comunistas procuraram impor a sua própria historiografia do Século XX, em particular a historiografia do comunismo. Depois de terem, por décadas, desenvolvido um discurso alinhado com as teses soviéticas, esses historiadores foram surpreendidos pelo desmoronamento da União Soviética, desmantelamento do sistema comunista mundial e pela abertura dos arquivos. A grande maioria dos partidos comunistas perdeu a pretensão de elaborar “suas” histórias. Todavia, após um tempo de flutuação, os velhos reflexos ressurgiram encarnados em quatro livros emblemáticos: A Era dos Extremos, de Eric Hobsbawn, The Road to Terror, de J. Arch Getty e Oleg Naumov, Le Siècle des Communismes, dirigido por um grupo de universitários franceses, e Les Furies, de Arno Mayer. Todos eles são representativos das reações de três gerações de filocomunistas: a dos velhos marxistas e comunistas ocidentais – Hobsbawn nasceu em 1917 -, a geração acadêmica dos anos 70, influenciada pelos revisionistas norte-americanos e, por fim, a geração oriunda de 1968, esquerdistas e comunistas.


Eric Hobsbawn, autor marxista conhecido por seus trabalhos sobre o Século XIX, acreditou no projeto de dar uma continuidade ao “Era das Revoluções” com o “Era dos Extremos”, publicado em 1994. Esse livro pareceu tão ancorado na mitologia comunista que seu habitual editor francês recusou-se a publicá-lo, mas o Le Monde Diplomatique – órgão quase que oficial do marxismo terceiro-mundista – realizou sua edição em 1999, a fim de utilizá-lo em seu combate ao “ultraliberalismo” e à “globalização” – vocábulos neo-comunistas que designam o capitalismo em geral e o imperialismo norte-americano em particular -, mas também contra os historiadores críticos do comunismo.


A “Era dos Extremos” apresenta uma ampla síntese do curto Século XX, que se inicia em 1 de agosto de 1914 (início da I Guerra Mundial) e se encerra em 19 de agosto de 1991 (data do confinamento de Gorbachev na Criméia, por três dias, por dirigentes do partido e da KGB contrários à perestroika).


No livro, Hobsbawn confunde a Revolução Bolchevique com a Revolução Democrática de fevereiro de 1917 e retoma o tema da “grande revolução proletária mundial”, mito criado por Lenin, que mantinha relações bastante longínquas com a realidade, já que o proletariado, além de pouco desenvolvido, não era necessariamente revolucionário.


O anti-fascismo é apresentado por Hobsbawn como um fenômeno central do período que, segundo seu entendimento, conheceu sua hora da verdade em 22 de junho de 1941 quando, com o ataque da Alemanha à URSS, o campo herdeiro do iluminismo do Século XVIII se viu unido contra o campo da reação e do obscurantismo. Com essa abordagem, o historiador retém uma visão sumária do campo político europeu: de um lado o comunismo, do outro o fascismo, no qual ele não chega a distinguir entre nazismo, fascismo e regimes autoritários, e a direita liberal sendo vista apenas como um aliado potencial do fascismo mas nunca como uma força democrática. Hobsbawn finge ignorar que Lenin já havia sido denunciado por Trotsky, desde 1903, como um novo Robespierre e que os bolcheviques, e depois os comunistas, combateram com ferocidade a democracia representativa, a começar pelo primeiro gesto, altamente simbólico, que foi a interdição da Assembléia Constituinte russa em 18 de janeiro de 1918 e a repressão violenta a seus partidários. Ou seja, Hobsbawn não quer admitir que a Revolução Bolchevique foi a primeira revolução anti-democrática da história moderna.


Ele não apenas desliza discretamente sobre os pactos germano-soviéticos de 1939, sobre a partilha da Polônia – nenhuma palavra sobre o Massacre de Katyn -, sobre a anexação dos países do Báltico e da Bessarábia por Stalin, como também não chega a evocar a guerra civil desencadeada pelos comunistas na Grécia em 1946, o “golpe de Praga” de 1948 ou o bloqueio econômico de Berlim em 1948-1949. E estima, evidentemente, que a Guerra Fria deveu-se à histeria anti-comunista surgida nos EUA.


Enfim, o socialismo realmente existente é, segundo Hobsbawn, um maravilhoso projeto de modernização acelerada da URSS que, mesmo tendo sido marcado por um custo sem dúvida excessivo, parece-lhe em parte justificado, não arrancando de sua parte qualquer palavra de compaixão pelas vítimas. Ele justifica assim a existência da URSS: a revolução bolchevique foi “a salvação do capitalismo liberal, pois permitiu ao Ocidente ganhar a 2ª Guerra Mundial, incitando também o capitalismo a se reformar e, paradoxalmente, em virtude da aparente imunidade da União Soviética à Grande Crise, a renunciar à ortodoxia do mercado”. Trata-se de – paradoxo supremo para um cidadão britânico – ignorar que, no verão de 1940, em plena lua-de-mel germano-soviética, apenas a Grã-Bretanha, com a ajuda norte-americana, resistia a Hitler. Aliás, o capitalismo não esperou por Lenin nem Stalin para se reformar, limitar seus efeitos nocivos no campo social, submetendo-se à pressão reguladora do Estado, chegando finalmente ao que Hobsbawn é obrigado a classificar como “era dourada” – os anos 1950-1973 -. Essa era dourada, contudo, concerne somente à parte não-comunista do mundo, pois nesse mesmo período as populações submetidas a regimes comunistas curvavam-se ante o terror de Stalin, de Mao, de Ceaucescu e logo Pol Pot, e viviam uma miséria que era resultado direto da ideologia comunista aplicada ao campo econômico. Hobsbawn apresenta o período posterior a 1973 como os anos de declínio e de uma nova catástrofe anunciada. Ora, ao contrário, os anos 1989-1991 foram marcados, no Leste-Europeu e na ex-URSS, por uma etapa na qual se seguia em direção à libertação dos povos e que se rumava, nessa sempre difícil jornada, para a democracia e para a prosperidade.


A seus críticos, Hobsbawn responde que “é um desafio para os historiadores serem obrigados a escrever a História como vencidos” (o seu caso). Curiosa maneira de posar de vítima, esquecendo que por várias décadas ele escreveu a História concebida “à luz do marxismo vitorioso” e do “futuro radiante” soviético.


Definitivamente, Eric Hobsbawn dá a resposta a respeito das intenções de seu livro: “(...) Minha obra se apresenta como um esforço para repensar as posições de toda uma vida”. O trabalho do historiador, porém, não consiste em demonstrar seus estados de alma e suas “posições” escrevendo textos nostálgicos, mas a tornar um passado inteligível a partir de uma base documentada. Certamente, não será indiferente ao leitor saber que a maior parte dos autores de O Livro Negro do Comunismo foi, com maior ou menor grau de intensidade, militante comunista e/ou revolucionário em sua juventude. Entretanto, eles não escreveram o livro para “repensar suas posições” do período militante de suas vidas, mas para estabelecer um painel histórico pouco conhecido, muitas vezes mal documentado e mantido como tabu por bastante tempo. Que esse trabalho histórico seja, para alguns autores, a chegada a uma reavaliação de seus itinerários pessoais, isso não interfere com o trabalho científico e interessa apenas aos autores, e muito secundariamente aos leitores. Que A Era dos Extremos revele um acerto de contas de Hobsbawn consigo mesmo, o que será bastante útil a título de testemunho, para os historiadores do futuro que procurem elucidar a militância no comunismo e a cegueira de grandes intelectuais ocidentais, mas isso nada nos ensina acerca da realidade do comunismo no poder e de seu peso sobre o Século XX.

Bibliografia:

Livro Cortar o Mal pela Raiz! História e Memória do Comunismo na Europa, diversos autores sob a direção de Stéphane Courtois, editora Bertrand do Brasil, 2006. 

http://heitordepaola.net.br/publicacoes_materia.asp?id_artigo=3996

 

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