• Luiz Carlos da Cunha
  • 06 Agosto 2014


 A primeira responsabilidade de um governo é garantir os direitos e deveres de seus cidadãos. Quando é incapaz de garanti-los a seus compatriotas, como está acontecendo no Brasil em saúde, transporte, emprego, segurança, como entender a abertura de suas fronteiras a emigrantes aqui chegados com passagens aéreas sem volta de pessoas bem vestidas e bem nutridas, vindas do Gabão, um país com índices superiores aos nossos em qualidade de vida? Nenhum outro país civilizado permite o desembarque de passageiro desapercebido da passagem de retorno. É embarcado de volta na hora! Os “turistas” mentiram na entrada e, suspeitamente, nossos fiscais da migração aceitaram. Os ganenses passaram pela autoridade aduaneira apenas declarando-se turistas.

Sendo de conhecimento geral que os casos de AIDS aumentaram em 10% no Brasil, e que a doença grassa em índices alarmantes na África, não seria de todo recomendável que fosse exigido atestado de saúde dos “turistas “ africanos quando se pretende conceder-lhes o direito de permanecer em território nacional por um ano ? Nosso desemprego computado por estatística criativa em 6,5% é o dobro do Gabão! Entenda: lá, o desemprego de 3,6% é aceitável com inexistente. Só isto recomendaria proteger nossos desempregados. Hoje apreciei na avenida Getúlio Vargas, às 10 horas, uma fila de duzentas pessoas esperando a Sopa do Pobre, oferecida por entidade Espírita. No Rio e São Paulo crescem as filas diante do INSS para requerer o bônus de desemprego.

O índice de crescimento desse país africano é cinco vezes maior que o nosso! Alguns deles trazem o Alcorão na bagagem. Não seria prudente impedi-los de entrar no Brasil quando o islamismo tem cometido crimes de lesa humanidade em diversos países africanos? Como admitir que o governo federal, eximindo-se de suas obrigações para com a população brasileira, empurre aos municípios de São Paulo, Criciúma e Caxias o ônus de receber e sustentar estrangeiros entrados em território nacional à procura de emprego, casa e comida? Na capital paulista se agiganta o MTST – movimento dos trabalhadores sem teto. São milhares.

Não se pode esquecer do episódio anterior de emigração do Haiti. Eles chegaram ao Acre em viagem longa e difícil custeada não se sabe por quem. E o governador daquele estado patrocinou o despacho dos haitianos para São Paulo como carga descartável na conta do contribuinte acreano. Parece que há uma coerência entre as autoridades governamentais em promover às escâncaras nas fronteiras brasileiras a emigração de pessoas necessárias em sua pátria de origem e dispensáveis ou até inconvenientes aos interesses do povo brasileiro.

* Escritor

 

 

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  • Paulo Briguet
  • 04 Agosto 2014

 

1. “Você é o perfeito aliado de seus próprios coveiros”, diz um personagem de Milan Kundera no romance “A Imortalidade”. Essa frase se aplica à atual situação brasileira e londrinense. Vejo muitas pessoas, principalmente militantes esquerdistas e ambientalistas, dedicados a “empoderar” quem amanhã tende a se voltar contra todos nós. (“Empoderar”, que só uso entre aspas, é uma das palavras mais horríveis do idioma.)

2. A bancária demitida por ordem do governo federal é um triste exemplo do que pode acontecer ao País amanhã. Pelo andar da carruagem, falar a verdade – e foi só o que a bancária fez – será crime. Outro dia o PT não fez uma lista negra de jornalistas “conservadores e reacionários”? É o mesmo processo.

3. Não sei se entre meus sete leitores há alguém que se lembre do que é viver em um país com inflação alta. Aos mais jovens, arrisco uma definição: inflação é quando todos são milionários e miseráveis ao mesmo tempo.
4. Congelamento de preços. Confisco de propriedades. Demonização da atividade empresarial. Redução drástica do poder de compra. Tudo isso pode estar em um horizonte bem próximo de nós. Tão próximo quanto a Venezuela ou a Argentina. Acham que exagero? Nesta semana vi uma senhora defendendo o confisco de bens das pessoas com origem judaica, por causa da guerra em Gaza.

5. Para Platão, a moral determina a política. Para Maquiavel, a política e a moral estão separadas. Para Gramsci, a política determina a moral. Retiro esse pensamento do livro “A Traição dos Intelectuais”, de Julien Benda. Hoje o título do livro poderia ser “A Traição dos Militantes”.

6. Nunca houve uma época no Brasil em que o termo “idiota útil”, no sentido consagrado por Lênin, fosse aplicável em tantas e tão variadas situações.

7. No mesmo livro de Milan Kundera, um personagem recebe um diploma de “burro total”. Espero que nós não façamos jus a esse epíteto.

*Jornalista
www.jornaldelondrina.com.br/blogs/

 

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  • Gilberto Simões Pires
  • 03 Agosto 2014

 

Pela forma agressiva, e muitas vezes irada, com que a presidente Dilma-Neocomunista trata todos aqueles que -ESPECULAM- sobre o escancarado e incontestável (mau) desempenho que a economia brasileira vem apresentando, antes que o termo vire sinônimo de -COISA DO DIABO- nada melhor do que conhecer o seu real e correto significado.

  Como bem escreveu Stephen Kanitz, em 2009, a palavra tem sua origem na raiz indo-germânica -SPEC-, que significa OLHAR. Especulador, portanto, é aquele que enxerga antes; aquele que enxerga aquilo que os outros não veem.

  Toda sociedade, completa Kanitz o seu raciocínio, necessita de especuladores, pessoas que enxergam na frente (antes) e mostram o caminho. Deveríamos venerar nossos especuladores, e não vilipendiá-los como fazemos costumeiramente.

  A rigor, a presidente Dilma-Neocomunista, pela maneira como reage aos ESPECULADORES que não acreditam no sucesso da Matriz Econômica-Petista, se comporta também como uma ESPECULADORA. Só que no sentido contrário.

Até agora, no entanto, pelo desempenho pífio da nossa economia, aqueles que previram o fracasso estão ganhando de goleada.

  Ora, não é necessário estudar muito a situação para entender que a visão dos -ESPECULADORES- que estão deixando Dilma Neocomunista irada e de cabelo em pé. Os indicadores que medem o desempenho da indústria, do comércio, da inflação, dos preços administrados, dos resultados colhidos pelos países que, assim como o Brasil, defendem a Matriz Econômica Bolivariana, por exemplo, falam por si.

  A rigor, como se vê, a admissão desse retumbante fracasso nem deveria ser considerada como -ESPECULAÇÃO_. Mesmo porque, tudo aquilo que, provadamente, nunca deu certo em lugar algum deste mundo, por óbvio que teria como não dar certo aqui. O fracasso, pois, já estava cantado.

  Vejam, por exemplo, somente três notícias divulgadas hoje:

1- A produção industrial recuou 6,9% em junho ante o mesmo período de 2013, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. Foi a queda mais significativa nesses termos de comparação desde setembro de 2009, quando houve declínio de 7,4%.
2- A piora nas contas públicas registrada nos últimos dois meses torna mais -difícil- o cumprimento da meta fiscal para esse ano, segundo informa o Banco Central.
3- O setor público consolidado - governos federal, estaduais e municipais e empresas estatais- registrou pelo segundo mês seguido déficit primário. Em junho, o déficit primário chegou a R$ 2,1 bilhões. Em maio, o déficit ficou em R$ 11,046 bilhões. Essa foi a primeira vez na série histórica do Banco Central (BC) que foi registrado déficit primário no mês de junho. A série histórica tem início em dezembro de 2001. Com esses resultados, no primeiro semestre o superávit primário ficou em R$ 29,380 bilhões, contra R$ 52,158 bilhões registrados em igual período de 2013.

www.pontocritico.com
 

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  • Dagoberto Lima Godoy
  • 02 Agosto 2014

 

Os gaúchos conheceram bem o engodo do Orçamento Participativo, promovido por Tarso Genro, em Porto Alegre, com sucesso internacional de marketing. Sobre o que de fato significou o OP do PT, disse com precisão o Professor Giusti:”um mecanismo paralelo, extralegal, de manipulação e mobilização de massa”. Depois, vimos manobra semelhante quando Genro, já governador, instalou o seu “Conselhão”, destinado, segundo ele, a uma “concertação” política que visaria a “identificar os temas estruturantes de um novo contrato social e [...] buscar posições [...] hegemônicas na sociedade [...] para transitarmos [...] para uma sociedade [...] radicalmente democrática”. Não ficamos sabendo em que consistiria dito “novo contrato social”, mas as pretensões hegemônicas do PT são gritantes.
Então, os gaúchos não se terão surpreendido com o Decreto 8.243, da presidente Dilma, publicado em 26 de maio passado, que foi interpretado por expoentes da mídia como “um conjunto de barbaridades jurídicas”, ou “a instalação da ditadura petista por decreto”. Para o jurista Ives Gandra Martins,para citar um exemplo respeitável, trata-se de um decreto ditatorial, bem na linha de um governo bolivariano, que tenta "alijar o Congresso".

Não está fácil exaltar as virtudes do poder legislativo, tantos e tão graves têm sido os escândalos envolvendo deputados e senadores. Mas, vamos convir que a democracia representativa ainda é menos ruim do que o “novo contrato social”, que se delineia no decreto da presidente.Aliás, muitos identificam a imagem tão desgastada do Congresso e dos políticos como resultado, em boa parte, da estratégia de desmoralização das instituições democráticas, na linha revolucionária pregada pelo famoso filósofo comunista Antonio Gramsci.

Quem tenha dúvidas, leia (ou releia) o famigerado decreto. Verá que, na prática, ele transforma a sociedade civil num amontoado de “coletivos, movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”, subvalorizando o cidadão; eobriga órgãos da administração direta e indireta a nada fazer sem a participação dos “mecanismos de participação social”, isto é, conselhos e comissões de políticas públicas, conferências nacionais, ouvidorias federais, mesas de diálogo, fóruns interconselhos, audiências e consultas públicas, e ambientes virtuais de participação social! É preciso mais?

* Cidadão brasileiro.
 

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  • Alfredo Marcolin Peringer
  • 01 Agosto 2014

 

Em 1991, na bem sucedida campanha eleitoral americana de Bill Clinton contra George H. W. Bush, então presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, o seu estrategista, James Carville, apresentou três temas centrais de cunho político mercadológico para o seu pessoal trabalhar: a) mudança versus mais do mesmo; b) não se esqueça do sistema de saúde; e c) é a economia, idiota.

Na época, o prestígio do presidente Bush dentro da sociedade americana era alto. Havia ganhado a Guerra do Golfo, libertado o Kuweit e os Emirados Árabes Unidos da invasão iraquiana e feito isso num curto período de tempo (02/08/1990 a 28/02/1991) e com baixa mortalidade de soldados americanos.
Não havia maneira de a sua organização política, o Partido Republicano, deixar de indicá-lo para concorrer à presidência dos Estados Unidos, fato que ocorreu inclusive com entusiasmo, na pressuposição, é claro, de que carregaria o seu prestígio às urnas, vencendo o pleito.

Ledo engano! Tinha a uma pedra no meio do caminho. A recessão, que iniciou no terceiro trimestre de 1990, avançou no ano de 1991, início da campanha, abalando sobremaneira a confiança dos americanos, principalmente nos seus governantes. Nem poderia ser diferente: as estatísticas do Ministério do Trabalho mostravam cerca de 1,6 milhão de trabalhadores desempregados no país.

Carville, um excelente estrategista, soube aproveitar politicamente a queda da atividade produtiva americana. Deixou de lado as demais táticas mercadológicas, passando a trabalhar apenas com o bordão “it’s the economy, stupid”, forma que sintetizava muito bem a depressiva situação econômica do país. 

Embora fosse uma estratégia para o consumo interno do seu grupo de trabalho, o lema caiu no gosto da população, ganhando logo um lugar nos anais da história político-eleitoral americana, sendo usado até hoje por mercadologistas mundo afora, principalmente em países às voltas com problemas de desemprego e inflação, comum hoje em diversas partes do mundo.

* Economista
 

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  • Carlos I.S. Azambuja
  • 30 Julho 2014

O italiano Antonio Gramsci, um dos fundadores do Partido Comunista Italiano, foi o primeiro teórico marxista a compreender que a revolução na Europa Ocidental teria que se desviar muito do rumo seguido pelos bolcheviques russos. Nesse sentido, ofereceu um novo “Que Fazer” ao Ocidente desenvolvido. Aquilo que ele chamou de “sociedade civil” – rede de instituições educativas, religiosas e culturais que disseminam modos de pensar – era, na Rússia, incapaz de fornecer uma doutrinação moral e intelectual de caráter unitário, uma vez que o Estado czarista fundamentava-se na ignorância, na apatia e na repressão, e não no consentimento voluntário dos súditos. Na ausência de uma articulação complexa da “sociedade civil” em condições de absorver a insatisfação, a única defesa da velha ordem era constituída pelo aparelho do Estado, que Gramsci denomina de “sociedade política”. O conjunto difuso da “sociedade civil”, que propaga a ideologia da classe dominante, não existia na Rússia.

Segundo Gramsci, o objetivo da batalha pela mudança é conquistar, um após outro, todos os instrumentos de difusão ideológica (escolas, universidades, editoras, meios de comunicação social e sindicatos), uma vez que os principais confrontos ocorrem na esfera cultural e não nas fábricas, nas ruas ou nos quartéis.

Dessa forma, Gramsci abandonou a generalizada tese marxista de uma crise catastrófica que permitiria, como um relâmpago, uma bem sucedida intervenção de uma vanguarda revolucionária organizada. Ou seja, uma intervenção do Partido. Para ele, nem a mais severa recessão do capitalismo levaria à revolução, como não a induziria nenhuma crise econômica, a menos que, antes, tenha havido uma preparação ideológica.

Segundo a linguagem colorida de Gramsci, o proletariado precisa transformar-se em força cultural e política dirigente dentro de um sistema de alianças, antes de atrever-se a atacar o poder do Estado-burguês. E o Partido deve adaptar sua tática a esses preceitos, sem receio de parecer que não é revolucionário.

Lênin sustentava que a revolução deveria começar pela tomada do Estado para, a partir daí, transformar a sociedade. Gramsci inverteu esses termos: a revolução deveria começar pela transformação da sociedade, privando a classe dominante da direção da “sociedade civil” e, só então, atacar o poder do Estado. Sem essa prévia “revolução do espírito”, toda e qualquer vitória comunista seria efêmera.

Para tanto, Gramsci definiu a sociedade como “um complexo sistema de relações ideais e culturais” onde a batalha deveria ser travada no plano das idéias religiosas, filosóficas, científicas, artísticas, etc. Por essa razão, a caminhada ao socialismo proposta por Gramsci não passava pelos proletários de Marx e Lênin e nem pelos camponeses de Mao-Tsetung, e sim pelos intelectuais, pela classe média, pelos estudantes, pela cultura, pela educação e pelo efeito multiplicador dos meios de comunicação social, buscando, através de métodos persuasivos, sugestivos ou compulsivos, mudar a mentalidade, desvinculando-a do sistema de valores tradicionais, para implantar os valores ateus e materialistas.

O comunismo de Gramsci é a “versão ocidental” do comunismo, e ao proclamar o diálogo e aceitar o debate, próprios dos sistemas verdadeiramente democráticos, trabalha sobre todas as formas de expressão cultural, atuando sob a cobertura do pluralismo, com a contribuição de todos aqueles que por compartilhar a ideologia marxista, por snobismo, por conveniência ou por negligência, se somam voluntária ou involuntariamente a essa nova expressão do “frentismo”, chamando “fascistas” ou “retrógados” aqueles que se opõem a essa forma de pensar e atuar.

Nessa confusão de idéias, chega-se a substituir a contradição hegeliana de“burguês – proletário” (tese e antítese) pela de “fascista – antifascista”. O inimigo não é o patrão e sim o fascista. Assim surge o mito do fascismo, que nada tem a ver com o fascismo histórico, sem dúvida questionável.

Quem quer que defenda os valores tradicionais da cultural ocidental é tachado de “fascista” e considerado genericamente como “um mal”. O grande erro dos comunistas, segundo Gramsci, foi o de crer que o Estado se reduz a um simples aparato político. Na verdade, o Estado atua não apenas com a ajuda do seu aparato político, como também por meio de uma ideologia que descansa em valores admitidos, que a maioria dos membros da sociedade têm como supostos. A referida ideologia engloba a cultura, as idéias, as tradições e até o sentido comum. Em todos esses campos atua um poder no qual também se apóia o Estado: o poder cultural.

A necessidade de uma reforma intelectual e moral para lograr uma mudança de mentalidade nas sociedades ocidentais que foram constituídas por convicções, critérios, normas, crenças, pautas, segundo a concepção cristã da vida, é de suma importância para o triunfo da revolução mundial.

Porém, nesse propósito de formação de uma nova consciência proletária, o gramscismo encontra um obstáculo: a religião. De acordo com os estudos de Gramsci, a Igreja Católica, encarada como inimiga irreconciliável do comunismo, utiliza elementos fundamentais e comuns na sociedade, chegando a toda população, tanto urbana como rural. O catolicismo, segundo Gramsci, é uma doutrina geral simplificada a fim de ser entendida por todos. Analisando esse fato, Gramsci chegou à conclusão que uma das chaves da sobrevivência do catolicismo ao longo dos séculos foi o fato de que em seu seio conviveram harmonicamente humildes e elites, sentenciando que “a Igreja romana sempre foi a mais tenaz em impedir que oficialmente se formem duas religiões: a dos intelectuais e a das almas simples”.

Concluiu que é a Igreja Católica que inspira a formação desse sentido comum cristão e, por conseguinte, era preciso erradicá-lo mediante uma ação não violenta já que essa via seria repelida pelas sociedades ocidentais, onde influi e gravita o consenso e a vontade das maiorias. Gramsci afirmou que “os elementos principais do sentido comum são ministrados pelas religiões e, por isso, a relação entre o sentido comum e a religião é muito mais íntima do que a relação entre o sentido comum e os sistemas filosóficos dos intelectuais”. “Então - prossegue Gramsci – todo o movimento cultural que tenda a substituir o sentido comum e as velhas concepções do mundo deve repetir incansavelmente os próprios argumentos, variando suas ‘formas’”.

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