• Alex Pipkin, PhD
  • 29 Novembro 2023

 

 

Alex Pipkin, PhD


         O filósofo e economista político, Francis Fukuyama, em seu seminal artigo “O Fim da História”, em tese, foi certeiro, diria metálico.

Ele diagnosticou, perfeitamente, que os trágicos sistemas coletivistas e autoritários do fascismo e do comunismo/socialismo deveriam estar na sepultura, e que, portanto, a democracia liberal ocidental prevaleceria como modelo político, sendo a economia de mercado a melhor forma de organização econômica.

No entanto, pelos inquestionáveis fatos e dados da realidade objetiva, seu “fim da história”, realmente estava completamente equivocado, tristemente.

As ideologias do coletivismo, ou melhor, do fracasso, e do correspondente autoritarismo, embalado modernamente como bom-mocismo, tiveram um passado glorioso - e matador - e, peçonhentamente, têm um futuro promissor.

O que se enxerga a olhos nus - e o que não se vê -, é a genuína corrupção dos valores fundamentais de liberdade e de justiça, valores esses sempre enunciados em tom solene por autoridades estatais “podres”, a fim de enganar, mentir, perverter, deturpar e seduzir pobres e desesperados incautos.

Não é suficiente e esclarecedor o rastro de barbárie, de mortes, e de pobreza e de miséria - inclusive, e desesperadamente- moral, que os engodos coletivistas deixaram como saldo vermelho para as populações mundiais. Eles nunca deram certo em lugar algum, tampouco darão.

A cegueira coletiva é, cada vez mais, maior. Coletivistas atuando, especialmente, nos campos universitários e culturais, com seus ungidos, intelectuais de araque, reais militantes sectários ideológicos, assim como acadêmicos, artistas e jornalistas, negligenciam e pervertem a história real, ignorando a verdade dos fatos, e destruindo a ponte e os pilares econômicos e culturais que nos conectam com o passado virtuoso.

A “progressista e cool”, espúria estratégia coletivista, é ganhar as mentes e os corações culposos de homens, mulheres e assemelhados, sobre as mazelas do passado, a fim de derrubar os valores virtuosos que edificaram a civilização ocidental. Tais valores acarretaram em menos pobreza e miséria - comprovadamente - e mais desenvolvimento e progresso.

É o sempre enganador papinho morfético da luta contra a opressão, do homem como mercadoria, e o correspondente e surrado marxismo da mais valia. Eles nunca cansarão!

Continua na moda horrenda, em especial na de jovens acéfalos, ser transgressor por qualquer causa, até mesmo a da barbárie e do terrorismo assassino.

A destruição civilizacional segue corroendo o tecido social, aniquilando a confiança, e demolindo os “velhos” valores morais e éticos, da dignidade humana, da civilidade e da responsabilidade individual, por exemplo.

Vejam agora a transformação do nazismo em luta contra a opressão do povo palestino, a “resistência”. Horror. Terroristas são glorificados com combatentes pela “justiça social”. Onde chegamos?!

A maior crise da humanidade, indubitavelmente, é a moral!

Essa foi deflagrada por coletivistas ávidos pelo poder, que logram ainda convencer pobres almas culpadas, muitas delas interesseiras e outras ingênuas, a ponto de desconhecerem que estão demolindo os sustentáculos da vida e do efetivo progresso, no presente e no futuro.

O relativismo moral destrói tudo o que vê pela frente, em todos os campos; não se tem mais o certo e o errado, o belo e o feio, o bem e o mal. Se tudo é relativo, nada é, somente os desejos e os interesses de coletivistas apologistas da matança civilizacional.

Na incessante e deletéria busca pelo alcance de poder, vale tudo, é selva. Vale até transformar jovens em mortos-vivos, esses que experenciam existências medíocres, abdicando de suas vidas individuais, de suas mentes e de seus esforços, a fim de serem recompensados pelos seus próprios méritos no alcance de seus amplos e distintos objetivos pessoais.

O coletivismo os torna escravos do gigantesco e poderoso Estado, que incute em mentes vazias a brutal cultura da dependência. O Estado, de fato, é escravocrata e autoritário.

Nunca foi tão exposto e translúcido o nefasto objetivo desses coletivistas “benevolentes”. Só desejam alcançar mais poder para si e suas castas, levando a máxima potência o comportamento "rent-seeking", ou seja, sugando por meio de incentivos invertidos, a renda dos criadores de riqueza, e alocando os recursos escassos de maneira ideológica, ao invés de pelo mercado.

O grande Fukuyama falhou, enganou-se e/ou foi engrupido.

Qualquer cego enxerga que não há democracia liberal, por aqui e acolá.

O que impera, factualmente, é um coletivismo escancarado, que se denomina social-democracia, um eufemismo de coletivismo nato. É esse o mesmo que burla e exerce, abertamente, novas e velhas fórmulas ditatoriais na sua constante busca pelo poder.

?O corolário de tudo isso, desta “moderna democracia cleptomaníaca” devastadora, do abjeto relativismo moral, é a ignorância, a nefasta inversão de valores, a barbárie, o caos e o anti-progresso.

Onde chegamos?! Tudo isso incentivado pelas ideias coletivistas, do Estado do bem-estar, esse embusteiro e ardil.

O pior disso, é que tudo isso está, quase que absolutamente, normatizado.

Atormentador. Pois quem são os defensores, nesta luta draconiana, da liberdade, da prosperidade e da própria civilização?

 

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  • Dartagnan da Silva Zanela
  • 29 Novembro 2023



Dartagnan da Silva Zanela

          Não faz muito, estava lendo o livro "Israel em Abril", de Érico Veríssimo, onde o mesmo relata as peripécias vividas por ele no período que esteve no Estado Hebreu nos anos sessenta. Uma obra similar ao livro "Gato preto em campo de neve", do mesmo autor.
Bem, lembro da referida obra porque, logo nas primeiras páginas, Érico Veríssimo nos chama a atenção para a forma como a nossa memória, toda melindrosa, trabalha.
Ele nos diz que, quando menino, havia encontrado uma edição da revista "Leitura para todos" e nela havia uma fotografia do palácio de Vosges, que lhe encantou. Quarenta anos depois ele visitou Paris e, a primeira coisa que ele fez, foi conhecer a paisagem que, quando menino, havia visto em uma fotografia estampada nas páginas da dita-cuja da revista.
No entanto, quando ele voltou para o Brasil, para o seu espanto, a imagem que lhe vinha à mente, quando lembrava do referido palácio, não era a da experiência que ele teve ao visitar a cidade luz, mas sim, a imagem da fotografia que ele havia visto em sua infância numa página impressa. Pois é, vejam só como a nossa memória é cheia de manhas.
Ao ler isso, lembrei-me das considerações feitas por Marshall Mcluhan, em seu livro "Os meios de Comunicação como extensões do homem", onde o autor canadense nos chama a atenção para as transformações que foram causadas pelas fotografias em nosso campo de percepção da realidade e, consequentemente, em nossa maneira de viver a vida e de rememorá-la.
Mcluhan nos chama a atenção para a forma como as pessoas viam as paisagens do mundo, antes e depois do surgimento das máquinas fotográficas.
Antes do aparecimento delas, quando íamos viajar para um lugar pela primeira vez, tínhamos em nossa memória apenas representações esquemáticas que nos eram transmitidas por pinturas, gravuras e descrições, orais ou escritas, feitas por pessoas que lá estiveram antes de nós.
Bem, com as máquinas fotográficas, tudo mudou. Essa experiência de espanto, de desnudamento, de encantamento causado pela primeira vista, perdeu-se de vez.
Antes, as pessoas quando iam para um determinado lugar, seria a primeira vez que elas iriam, de fato, ver aquela paisagem. Após a fotografia, e demais mídias de registro visual, nós passamos a reconhecer os lugares, confrontando-os com as imagens que temos no armário de lembranças da nossa alma. Lembranças de filmes que assistimos, que tinham aquela paisagem como cenário, ou de algum acontecimento que foi noticiado pela imprensa e assim por diante.
Além disso, há outro elemento, muito discreto, que é a forma como os registros fotográficos passaram a afetar a nossa capacidade de apreensão da realidade e de descrição do mundo à nossa volta.
Antes do seu aparecimento, quando íamos para algum lugar, ou quando testemunhávamos algo, para podermos comunicar aos demais, precisávamos ser capazes de descrever, com riqueza de detalhes, o que as meninas de nossos olhos viram e, para tanto, era imprescindível que nós fôssemos habilidosos no manuseio das palavras e, principalmente, que nossa atenção realmente estivesse presente por inteiro aos acontecimentos para realizarmos bem essa tarefa.
Agora, com o advento do registro fotográfico e similares, ficamos mais distraídos. Ao invés de nos esforçarmos para descrever o que os nossos olhos viram, apenas mostramos o que foi capturado pelas lentes e, por conta disso, não mais prestamos tanta atenção assim naquilo que estamos vendo, ouvindo e vivendo.
E se isso foi sendo gestado, lentamente, com o advento das fotografias, com toda certeza, não parou nelas. Por isso, penso que devemos nos perguntar, com serenidade: o que uma sociedade monstruosamente midiatizada como a nossa está fazendo com a nossa humanidade? O quanto as novas mídias, o quanto as plataformas digitais e demais traquitanas do gênero, tem contribuído para a dissolução de nossa capacidade de atenção, para a fragmentação e para o empobrecimento da nossa memória?
Sobre esse ponto, o filósofo Byung-Chul Han, em seu livro "Do Desaparecimento dos rituais", nos faz uma terrificante advertência, lembrando-nos que o déficit de atenção que hoje pesa sobre nós - sobre todos nós - é o resultado da abusiva intensificação daquilo que poderíamos chamar de "percepção serial" que, nada mais seria que uma visão bulímica e extensiva da vida.
Antes das mídias modernosas, nossa atenção era convidada a concentração, a manter-se intensa naquilo que estávamos realizando. Dito de outro modo, cultivar a atenção em algo é sinônimo de parar, de demorar-se em alguma coisa e, ao fazermos isso, estávamos dando-lhe a devida importância por reconhecer nela algo de valor.
Na "percepção serial" não. Segundo Byung-Chul Han nossa atenção tem seu foco furtado pelo fluxo de novidades, levando-nos a correr de uma informação para outra, de uma experiência para outra, de uma sensação para outra, sem fazer nada direito, sem compreender nada em profundidade, sem terminar nada com zelo e responsabilidade.
Não paramos mais diante de algo. Apenas passamos por tudo, lembrando de quase nada e aprendendo muito pouco. Mas sempre estamos nos atualizando, não é mesmo? Estamos atualizando nossos aplicativos, estamos sempre de olho no fluxo sem fim de notícias, no correr frenético do feed de nossas redes sociais, e sempre seguindo a onda serial que nos é apresentada pela grande mídia, que jura de pés juntos, que aí está para nos "informar", mas nunca, nunquinha, paramos para nos demorar em algo para aprofundar nosso conhecimento.
Detalhe importante: quando falamos da perda de concentração, estamos falando de pessoas que têm uma atenção menor que a capacidade de foco de um peixinho de aquário.
Isso mesmo! Segundo estudos, em 2013, a capacidade média de atenção da galera era de oito segundos, ou seja, menor que a capacidade de atenção de um peixinho dourado e, algo me diz, que esses números não melhoraram nos últimos 10 anos e, infelizmente, não há nada que indique que irão melhorar nos próximos dez, tendo em vista a idolatria que se cultiva em torno das traquitanas tecnológicas que são enfiadas goela à baixo e misturadas com tudo, confundindo-se com tudo e, principalmente, confundindo a todos nós.
Pois é, se não pararmos para refletir seriamente sobre essas questões, em breve não restará muito para salvaguardarmos de nossa fragmentada memória, de nossa atenção desvirtuada, enfim, da nossa mirrada personalidade, nem mesmo uma fotografia esmaecida pelo tempo.

*       O autor é professor, escrevinhador e bebedor de café. Mestre em Ciências Sociais Aplicadas. Autor de "A Bacia de Pilatos", entre outros livros.

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 27 Novembro 2023

Gilberto Simões Pires   

CÁLCULO DO CUSTO BRASIL

Segundo estudos recentes realizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços -MDIC-, o imenso CUSTO BRASIL - ou despesa adicional que empresas nacionais são obrigadas a pagar para produzir-, na comparação com à média dos países membros da OCDEa -Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico-, está por volta de R$ 1,7 TRILHÃO, ou seja, algo em torno de 20% DO NOSSO PIB.

SISTEMA TRIBUTÁRIO, ENERGIA E TRANSPORTES

A elaboração do estudo, segundo informou a secretária de Competitividade e Política Regulatória do MDIC, Andrea Macera, em entrevista que concedeu à CNN, contou com quase 1,3 mil sugestões da sociedade civil. Mais: os CUSTOS calculados foram divididos em 12 eixos que vão desde as despesas para abrir um negócio até para encerrá-lo. As principais queixas do SETOR PRODUTIVO se dividiram entre o SISTEMA TRIBUTÁRIO (18,8%); ENERGIA (16,6%) e TRANSPORTE (14,3%).

CONTENCIOSO

Segundo apontam os dados divulgados pelo MDIC, o fabuloso CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO no Brasil equivale a absurdos 25,8% do PIB, ante 0,28% da média da OCDE. Com isso o TEMPO GASTO PARA PAGAR IMPOSTOS NO BRASIL correspondem a 1.501 horas, enquanto a média da OCDE está por volta de 164 horas.

PROTAGONISTA

Ora, partindo deste claro DIAGNÓSTICO, para SOLUCIONAR ESTE GRAVE PROBLEMA, uma coisa é mais do que certa: o ESTADO não pode ser PROTAGONISTA. Caso contrário, o CUSTO BRASIL ficará ainda mais alto. Portanto, se o real interesse é DIMINUIR O CUSTO BRASIL, tudo de bom depende, exclusivamente, de 1- RECURSOS DA INICIATIVA PRIVADA; e, 2- PERMISSÃO PARA QUE INVESTIDORES -CONFIANTES- SE INTERESSEM PELOS PROJETOS. Vejam que o BNDES já elencou 17 projetos prioritários para esta agenda, além de 24 que ficam sob monitoramento do governo. Segundo a secretária, a -ideia- é de que as primeiras entregas do programa aconteçam nos próximos seis meses. No âmbito do financiamento, segundo Macera, o governo pretende aprovar um projeto de lei que cria uma nova modalidade de DEBÊNTURES E PARA INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA.

A VER....

É difícil crer, mas a secretária Andrea Macera disse, que para setor de LOGÍSTICA E TRANSPORTE, o governo quer regulamentar o MARCO LEGAL DE CABOTAGEM, aprovado durante o governo Bolsonaro. Deseja remover barreiras à navegação hidroviária e racionalizar taxas portuárias. O custo logístico no Brasil foi estimado em 11,6% do PIB, três pontos percentuais acima da média da OCDE. Na mira do programa também estão regulamentações do marco legal das ferrovias e do marco legal do transporte público coletivo, além do aprimoramento da política nacional de mobilidade urbana. Outras medidas olham para infraestruturas de comunicação.

No tocante à ENERGIA, a intenção é desenvolver a produção onshore de gás natural e remover barreiras à entrada de novas empresas neste mercado. Aprimorar o marco regulatório do setor elétrico e buscar a expansão do livre mercado também aparecem listados.

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  • Rainer Zitelmann, em Instituto Liberal
  • 27 Novembro 2023

Esta é a verdadeira face do socialismo moderno

Rainer Zitelmann

 

A propriedade privada ainda é propriedade privada se o Estado disser ao suposto proprietário com detalhes exatos o que pode ou deve ser feito com ela?

Propostas de novos regulamentos da UE sobre o desempenho energético de edifícios residenciais estão causando agitação em muitos países europeus. Veja a Alemanha, por exemplo: os cálculos mostram que os proprietários alemães sozinhos seriam forçados a gastar 200 bilhões de euros por ano em atualizações de eficiência energética! Isso equivale a quatro vezes o orçamento anual de defesa da Alemanha. De acordo com estimativas, o custo de um sistema de aquecimento com economia de energia e isolamento térmico para uma casa unifamiliar é de pelo menos 100.000 euros.

Se a diretiva da UE será eventualmente implementada em sua forma atual, ainda é uma questão em aberto, mas o debate por si só é suficiente para abalar centenas de milhares de proprietários. Este é apenas um dos muitos exemplos de como a UE está cada vez mais transformando a economia europeia em uma economia planejada. A expressão “economia planejada” pode parecer exagerada para alguns leitores que a associam à nacionalização de meios de produção e imóveis. No entanto, a economia planejada moderna funciona de forma diferente: formalmente, os proprietários permanecem proprietários, mas eles são gradualmente destituídos do controle sobre seus ativos à medida que o Estado determina cada vez mais o que eles são permitidos ou obrigados a fazer com sua propriedade.

A proibição do registro de carros novos com motores de combustão na UE a partir de 2035 é outro exemplo: não são mais as empresas ou os consumidores que decidem o que é produzido, mas os políticos e os funcionários públicos. Isso é sustentado pela crença de que, quando se trata do que é bom para as pessoas, os políticos sabem melhor do que milhões de consumidores e empreendedores.

Essa é precisamente a diferença entre uma economia de mercado e uma economia planejada: uma economia de mercado é a democracia econômica em ação. Todos os dias, milhões de consumidores decidem o que é e o que não é produzido. Os preços enviam um sinal às empresas sobre quais produtos são necessários e quantos e quais não são.

Voltando ao exemplo do setor imobiliário, muitos países têm uma extensa legislação de aluguel que impede que os proprietários garantam os aluguéis que poderiam ser obtidos no mercado livre. Na Alemanha, por exemplo, isso é alcançado por meio de todo um pacote de leis: um teto de aumento de aluguel (Kappungsgrenze) determina a porcentagem e o nível de aumentos de aluguel permitidos. Mesmo quando a inflação atinge 7% ou mais por ano, os aluguéis em muitas cidades alemãs só podem aumentar em um máximo de 5%. O SPD, o parceiro sênior da coalizão governante da Alemanha, agora está pedindo que o teto seja reduzido para 2%, o que na verdade equivale a expropriação cumulativa. Em termos reais, o valor dos aluguéis está caindo ano após ano. Depois, há o freio de preço de aluguel, que determina quanto o senhorio de um apartamento existente pode cobrar ao alugá-lo.

Como resultado, o suposto proprietário de uma propriedade é cada vez mais limitado: o governo impõe obrigações de renovação quase inacessíveis aos proprietários – veja a série de diretivas de desempenho energético alemãs e europeias – e os força a cumprir requisitos ambientais cada vez mais rigorosos e cada vez mais caros para novos prédios. Ao mesmo tempo, impede que os proprietários garantam os aluguéis que poderiam obter no mercado livre. Na verdade, os proprietários se tornam pouco mais do que gerentes de propriedade nomeados pelo governo. No entanto, na pior das hipóteses, eles também perderão seus direitos formais de propriedade se a lacuna entre o que o governo lhes permite ganhar e o que o governo os obriga a gastar continuar a aumentar.

Esse frenesi regulatório não afeta apenas o setor imobiliário, mas também tem um impacto significativo nas empresas: a UE não se contenta em regular seus países membros e as empresas sediadas neles. A chamada Diretiva da Cadeia de Suprimentos da UE foi projetada para responsabilizar as grandes empresas da UE se, por exemplo, seus fornecedores no exterior operarem sob regulamentos de saúde e segurança ocupacional ou padrões ambientais que não atendam às expectativas da UE. Outro regulamento europeu, o CBAM, introduz tarifas de carbono nas importações de todo o mundo. Se, por exemplo, uma empresa importar parafusos da Índia, onde os padrões climáticos da UE não se aplicam, ela terá que pagar mais. É assim que Bruxelas quer reduzir as emissões – não apenas dentro da União Europeia, mas em todo o mundo.

No entanto, a erosão dos direitos de propriedade não é um fenômeno exclusivamente europeu. Nos EUA, os direitos de propriedade também estão sendo constantemente corroídos sob a bandeira do Novo Acordo Verde. Isso continuará até que o proprietário ou gerente de uma empresa seja reduzido a um mero agente da burocracia. O governo estipulará quais bens e serviços devem ser fornecidos (e como) por meio de leis cada vez mais rígidas. Em algum momento, os empresários serão apenas funcionários públicos.

*      O autor, Rainer Zitelmann, é doutor em História e Sociologia. Autor de 26 livros, lecionou na Universidade Livre de Berlim e foi chefe de seção de um grande jornal da Alemanha. No Brasil, publicou, em parceria com o IL, "O Capitalismo não é o problema, é a solução".

**     Publicado originalmente no excelente site do Instituto Liberal, em https://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/esta-e-a-verdadeira-face-do-socialismo-moderno/

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 26 Novembro 2023

 

Gilberto Simões Pires

OBJETIVO

Antes de tudo vale lembrar que a ORDEM DE RIO BRANCO, instituída em 1863 em homenagem ao patrono da diplomacia brasileira, o ex-ministro de Relações Exteriores José Maria da Silva Paranhos, intitulado como -O BARÃO DE RIO BRANCO-, tinha- como objetivo distinguir -SERVIÇOS MERITÓRIOS, VIRTUDES CÍVICAS assim como ESTIMULAR A PRÁTICA DE AÇÕES E FEITOS DIGNOS DE HONROSA MENÇÃO-. 

CONSELHO DA ORDEM

O CONSELHO DA ORDEM, que define e/ou escolhe os homenageados, é constituído pelo Presidente da República, Grão-Mestre da Ordem, pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores, na qualidade de Chanceler da Ordem, pelos Chefes das Casas Civil e Militar da Presidência da República e pelo Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores. 

CREDENCIAIS DOS HOMENAGEADOS

Ora, a considerar a -qualidade- dos ATUAIS CONSELHEIROS, tudo leva a crer que os -escolhidos- para receber a -homenagem- devem possuir as mesmas CREDENCIAIS daqueles que compõem o colegiado. Ou seja, as -personalidades- aptas para receber a -distinta homenagem- precisam ter a mesma afinidade ideológica seguida pelos conselheiros.

ORDEM AVACALHADA

Portanto, se você, por ventura, foi homenageado com a MEDALHA, já deve ter percebido que A ORDEM FOI AVACALHADA tão logo Lula e demais conselheiros acharam por bem condecorar, nesta semana, com o mais alto grau da Ordem do Rio Branco, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e a ex-ministra Rosa Weber. Mais: estes três foram promovidos a condecoração máxima.

 PIOR DA SOCIEDADE

Como bem diz o pensador Roberto Rachewsky, quem dá valor àquela medalha é quem a recebe. Ao dar a ORDEM DE RIO BRANCO ao que temos de pior na sociedade brasileira, quem a deu tirou qualquer valor dela que um dia poderia ter tido. Bem, tirar valor de tudo é o que faz um niilista e não há maior niilista na nossa sociedade do que o Lula.

 

 


 

 

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 24 Novembro 2023

 

Alex Pipkin, PhD
        Como judeu, professor universitário e consultor de empresas, naturalmente, se esperaria que eu me vestisse, completamente, das trajes do otimismo. Pela experiência e dever, teria eu que me manter otimista.

Minha resposta objetiva é um sim e um não. Meu otimismo não é atemporal.

Já afirmei que tenho reservas - e não são pequenas - com relação àqueles apologistas do otimismo sem fim. ?Dialeticamente, otimistas exacerbados são tais como os defensores do apocalipse, ou seja, possivelmente têm intenção de lucrar com suas infladas previsões.

Participei de um programa de debates essa semana.

Marcou-me o nível de otimismo - para mim surpreendente - de colegas pensantes a respeito da condição do país, no curto e no médio prazos. Surpresa.

Primeiro, ainda que trivial, é necessário dizer que somos seres humanos, portanto, imperfeitos, falíveis.

Apesar disso, tenho muita fé, confiança NELE, assim, embora não exista um progresso inevitável, a possibilidade de um mundo melhor, é aquilo que a humanidade tem presenciado ao longo dos tempos.

Há momentos dos “passos para a frente” e, inquestionavelmente, o “dos retrocessos”, como a situação que atualmente vivemos no Brasil, e em algumas partes do mundo.

No “framework” futuro, evidente, sou um otimista. Tenho esperança no triunfo dos valores civilizacionais judaico-cristãos, das liberdades, da defesa dos direitos de propriedade, e do desenvolvimento econômico e social para todos.

No entanto, na perspectiva presente, e no curto prazo, alinho-me aos pessimistas - e/ou realistas.

A Caixa de Pandora vermelha foi aberta com toda intensidade, e novamente. A desfaçatez, a maldade, a mentira, a arrogância, a incompetência, a corrupção, e o insaciável desejo de poder, retornaram ao país. O mal está no (des)comando.

Todo o esforço despendido para se manter as contas públicas em ordem, o vital equilíbrio fiscal, foram rapidamente jogados para o ralo. A gastança com o dinheiro público, vergonhosa e imoral, não surpreende, é apenas um “flashback”.

O rombo de quase R$ 6 bilhões nas estatais, que anteriormente geraram lucros, constitui-se em mais uma prova cabal da incompetência, e do retorno da mazela interminável da corrupção.

O aumento do já balofo Estado brasileiro, que objetivamente deveria ser reduzido e limitado, é o “modus operandi” de governos de visão de mundo coletivistas. Incrivelmente, trata-se da “moderna” Teoria Monetária Moderna… eles creem que dinheiro nasce em árvore…

Essa turma “progressista” só pensa naquilo, em arrecadar e em sugar até a última gota, nada de reduzir custos/despesas. Ademais, o crescimento acontece por meio de uma tributação justa.

O estímulo ao destruidor racha social, em especial, pelo ativismo e ação, nomeadamente, em favor do identitarismo - embora se publicite

“reconstrução e união” -, corrói o tecido social do Pau Brasil e, pior, desfaz os essenciais fios invisíveis da imperiosa confiança entre as pessoas. Sem confiança, “no game”.

As projeções macroeconômicas para a frente não são nada animadoras. Aliás, o índice de aprovação positiva do “pai dos pobres”, vem crescendo como rabo de cavalo.

Não pactuo, desse modo, com um otimismo em relação a atual situação brasileira.

Na verdade, com o tremendo potencial do país, penso que está na hora de pensarmos nas enormes possibilidades de antecipar o futuro - que nunca chega - e, de fato, lutarmos pela reforma dos incentivos institucionais, a fim de que possamos construir uma real prosperidade para todos - não somente para a sempre elite “podre”.

O pensamento “meia boca”, do tipo dos males o menor, genuinamente, no meu sentir, torna-se conivente com o atraso e a incompetência, sendo muito prejudicial.

Rumamos, em velocidade, de encontro ao desenvolvimento e ao progresso.
Quem não enxerga, despindo-se do par de óculos ideológico, que se está indo, notadamente, contra o receituário comprovado do crescimento econômico sustentável?

A chave para o crescimento e para a redução da pobreza tupiniquim - muito embora a narrativa das desigualdades sociais -, encontra-se no crescimento econômico a longo prazo.

Para se alcançá-lo, de acordo com a realidade objetiva, é preciso que os indivíduos e as empresas - não o Estado - sejam os protagonistas, com liberdades para exercitarem a liberdade de perseguirem seus próprios interesses, esses que beneficiam todo o contexto econômico e social.

É fundamental aquilo que mais nos é escasso neste exato e triste momento nacional. Apesar das narrativas empoladas de “democracia e justiça”, nada será conquistado sem a restauração de um legítimo ambiente de Estado de Direito. Por favor, atentem para as atuais circunstâncias.

Pensava eu que, em definitivo, deixaríamos de procrastinar em relação a redução do obeso Estado. Pelo contrário, conforme indicam os números, os fatos e os dados.

O Estado não cria riqueza, apesar de que pode destruí-la rapidamente. Os criadores de riqueza são as pessoas e as empresas, atualmente, desestimuladas pelo câncer do abissal intervencionismo estatal. Urge limitar, a qualquer custo, esse (des)governo perdulário e do compadrio.

É fundamental considerar e agir na direção do estímulo daquilo que, atestadamente, reduz a pobreza e gera o essencial crescimento econômico. A liderança da força motriz econômica precisa estar com o setor privado, devendo os agentes estatais estimularem ativamente o aumento de um empreendedorismo mais dinâmico.

Esses são os pré-requisitos cruciais para o crescimento factual.

Precisa-se, urgentemente, abrir agora e novamente, a Caixa de Pandora!Há condições de abri-lá? Pois é.

alta sair desse envoltório a esperança que me é escassa!

Somente possuído dessa é que eu, e muitos, poderão batalhar contra toda essa ignorância e incompetência, buscando propiciar as condições necessárias para a construção de um país mais próspero para todos.

Como eu gostaria de compartilhar do mesmo otimismo de certos colegas…

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