• Dartagnan da Silva Zanela
  • 07 Dezembro 2023


Dartagnan da Silva Zanela

        Uma das minhas músicas favoritas é "Stairway To Heaven" do Led Zeppelin. Gosto especialmente na interpretação que foi apresentada no Kennedy Center Honors, em 2012, onde os integrantes da banda foram homenageados. A canção foi executada por Ann e Nancy Wilson, juntamente com diversos músicos, uma orquestra e um magnífico coral. Robert Plant e os demais integrantes do Led Zeppelin assistiam a tudo e mal conseguiam segurar as lágrimas durante a apresentação. Se você não sabe do que estou falando, acesse o You Tube e confira.

Sim, eu sei, divaguei já no primeiro parágrafo. Me perdoem e sigamos em frente. O filósofo argentino José Ingenieros, em seu livro "As forças morais", nos adverte dizendo que todo aquele que fala, o tempo todo, a respeito dos nossos direitos, sem procurar, com a mesma insistência, nos recordar dos nossos deveres, está atraiçoado a justiça e maculando a nossa alma.

Detalhe: justiça não enquanto uma instituição formatada pela letra constitucionalmente moribunda, mas enquanto o que ela é: uma virtude cardinal, que está acima de todas as togas vaidosas e além das tribunas soberbas.

Ora, como todos nós sabemos, a referida virtude é tida como sendo a rainha de todas, enquanto a prudência é considerada como sendo a mãe. Dito de outro modo, não temos como agir com justiça se não procuramos considerar com a devida prudência o que intentamos fazer, como também é verdade dizer que não há prudência alguma se não temos como finalidade a conquista da coroa da justiça.

Aliás, é muito comum vermos pessoas acovardadas ocultando sua pusilanimidade sob o manto da prudência, quando o senso de justiça se faz ausente no coração dos indivíduos.

Também podemos dizer que não é incomum vermos pessoas disfarçando a sua inclinação para a tirania com a toga da justiça, quando a prudência é sufocada pelo desejo de impor uma visão de mundo que é considerada por alguns como sendo um trem superior a todas as virtudes.

Quando voltamos às nossas vistas para o mundo contemporâneo, infelizmente, vemos boleiras de pessoas indignadas, batendo no peito, dizendo a que suas famílias, a sociedade e toda a humanidade lhes são devedoras de algo. Não são poucas as pessoas que portam-se assim, dando seu urro de protesto aos quatro ventos, do alto dos telhados e, muitas vezes, nós somos uma dessas pessoas. Por isso mesmo, podemos perguntar, na sombra e no silêncio do nosso coração: afinal, o que nós fazemos por nossas famílias, por nossa comunidade, pela sociedade e, é claro, pela humanidade, para que tudo e todos estejam nos devendo tanto?

Se realmente formos justos, diante do tribunal da nossa consciência, de forma prudente, e com a devida medida, iremos constatar, em dois palitinhos, que tudo aquilo que consideramos um rugido audacioso, não passa de uma série de ecos vindos do esgoto da grande mídia, das fossas das redes sócias, dos círculos de fofoqueiros cívicos e das rodas dos futriqueiros militantes que ficam, noite e dia, reverberando toda ordem de remorsos e rancores em seus corações para que ecoem nos átrios e ventríloquos do nosso peito.

A respeito disso, nos lembra Gustavo Corção - em uma belíssima crônica publicada nos anos 60 - que, infelizmente, nós não paramos para refletir sobre a quantidade de bens que nos são regalados por pessoas que nós, diga-se de passagem, não fazemos a menor ideia de quem sejam e, principalmente, que não teríamos como agradecer pessoalmente e, muito menos, recompensá-las.

Enquanto Corção escrevia, sempre olhava para as prateleiras com seus livros, para sua escrivaninha com seus papéis, lápis, para tudo que estava ao seu redor, que lhe trazia conforto e permitia que ele pudesse trabalhar como artífice da palavra. Coisas que, obviamente, foram pagas por ele, mas mesmo assim o deixavam na condição de devedor diante do tamanho benefício que elas lhes propiciavam.

Se voltarmos nossos olhos para os móveis da nossa casa, para os eletrodomésticos, roupas, alimentos, água encanada, remédios, filmes, livros e tudo o mais que dispomos, perceberemos que todos esses bens, que tornam nossa vida mais leve, são produzidos por pessoas desconhecidas por nós.

Não apenas isso. Nós não sabemos praticamente nada a respeito da forma como essas coisaradas são produzidas, não sabemos nada a respeito de praticamente tudo aquilo que torna a nossa vida relativamente mais confortável.

Detalhe importante: ao constatarmos isso, não estamos dizendo que não há nada para ser melhorado no mundo e, por conseguinte, em nossas vidas. O que Corção está nos chamando a atenção é para o fato de que, muitas e muitas vezes, nós não somos melhor que a sociedade que criticamos e, bem provavelmente, não conseguiríamos dar um jeito nela com nossa presunçosa [e suposta] superioridade moral de pessoas "de bem", ou "do bem".

É mais ou menos isso que o filme "Luta pela Fé - A História do Padre Stu" (2022), dirigido por Rosalind Ross nos chama a atenção, para essa nossa soberba inconfessável. A referida película narra a vida de Stuart Long, um boxeador que abandonou o ringue para se tornar padre, que é interpretado por Mark Wahlberg. Cada cena do filme é um convite para uma reflexão profunda a respeito da gratidão e da sua relação estreita com a justiça e a prudência e, é claro,  não tem como não chorarmos um tantão e, por isso mesmo, é uma ótima oportunidade para revermos nossos conceitos, ou a falta deles.

Desculpem-me, mais uma vez, pela divagação. Voltemos ao ponto

Bem, e se não podemos fazer isso, retribuir a todos aqueles que somos devedores, podemos tentar ser generosos para com todos os outros, além da medida do nosso senso de gratidão.

Na verdade, é mais ou menos isso que o Leão XIII, em sua Encíclica RERUM NOVARUM nos convida a realizar, com base no princípio da subsidiariedade que, em resumidas contas, nos lembra que quem melhor pode resolver um problema é aquele que está mais próximo daqueles que sofrem com ele.

E vejam só como são as coisas. Quando alguém tem a petulância de nos lembrar que a gratidão deve ter uma base mais larga do que aquela que é proporcionada pela mera indignação ideologizada, mais do que depressa, ecoa nos átrios do nosso coração, uma voz dizendo que isso tudo não passa de alienação, ou algo similar.

Oxi! Mas há alienação maior que a ingratidão? Pois é, se o nosso senso de justiça está avacalhado e a nossa prudência servilmente acovardada, é mais do que natural que cheguemos apenas e unicamente a esse tipo de conclusão que, infelizmente, apenas nos distancia da escadaria que nos eleva aos céus e nos aproxima da larga estrada da perdição.

*         "O autor é professor, escrevinhador e bebedor de café. Mestre em Ciências Sociais Aplicadas. Autor de `A Bacia de Pilatos´, entre outros livros".

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  • Amauri Meireles
  • 06 Dezembro 2023

 

Amauri Meireles

 

        O narcotráfico e as narcomilícias, antes localizados em setores da cidade do Rio de Janeiro, proliferam em outras cidades fluminenses e irradiam-se para várias regiões brasileiras.

A angustiante sensação de insegurança, localmente e, de resto, em todo o país, transportada pela ilusão de isotopia, deteriora a qualidade de vida dos brasileiros.

Em razão de a sociedade clamar por providências efetivas, em Mar23, o Ministério da Justiça e Segurança Pública relançou o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – um fiasco proporcional ao eufemismo – que foi desativado pela presidente Dilma. O PRONASCI 2 – que acentua o disfemismo “violência estrutural da Polícia” – deve ir para o mesmo destino, ainda que, no morde e assopra, distribua bolsa-formação para policiais.

Em 02Out23 foi lançado o Programa de Enfrentamento a Organizações Criminosas – ENFOC – cujos pilares seriam a inteligência e a investigação.

Num primeiro momento, um certo alívio, que desaparece quando se observa que os eixos de suprimento (logístico e financeiro) dos criminosos não são os alvos prioritários. Por ora, não se tem informações sobre andamento desse programa.

Agora, o governo decretou, em 01 Nov, uma paliativa GLO, a ser realizada em alguns portos e certos aeroportos.

Uma decepção, um verdadeiro Parto da Montanha!

Para a extensão e a profundidade elevadas que o problema tomou, esperavase por um Plano Estratégico Nacional, que seria operacionalizado através integração de esforços, federais, estaduais e municipais, minimamente, dos segmentos fazendários, de inteligência, de TI e dos que exercem a polícia investigativa e a ostensiva, que poderia, inclusive, evidenciar a necessidade de um específico Sistema Nacional de Contenção do Crime Organizado, trabalhando no modelo Polícia 4.0.

A área de atuação seria no território brasileiro, daí porque não caberia decretação de GLO, que somente pode ser realizada em áreas restritas.

Lembre-se que os mecanismos de proteção, as Defesas, realizados por Forças Públicas Federais (FPF) e Estaduais (FPE), devem ser compatíveis com as variações da Ordem, as quais, numa escala crescente de conflito, confronto, violência generalizada e ameaça à soberania vão de Normalidade, Alteração, Perturbação, Grave Perturbação, Gravíssima Perturbação, Luta Interna até as Crises Internacionais Político Estratégicas (CIPE).

Nos três primeiros casos, o protagonismo é das FPE porque as ações são de Defesa Social, ou seja, as vulnerabilidades e as ameaças podem afetar o povo e/ou trechos do território. A Grave Perturbação da Ordem (GPO) caracteriza uma faixa cinzenta onde, de início, atuam as FPE. Esgotada a capacidade dessas e/ou tendo em vista o interesse nacional, evoluindo o quadro para Muito Grave Perturbação da Ordem (MGPO), o protagonismo na condução da Defesa passa a ser das FFAA. Isso é regra nas demais variações, tendo em vista o comprovado esgotamento da capacidade das polícias estaduais e/ou ficar evidente o interesse nacional.

Entende-se que o avançado grau de Desordem, decorrente do crescimento do crime organizado, caracteriza, hoje, o estágio de GPO, mas não o de MGPO, o que, por ora, não ensejaria o emprego das FFAA no combate ao crime organizado.

É que esse esgotamento ainda não está comprovado, o que permite depreender-se ter havido açodamento na decretação de GLO. A falha não está nas polícias estaduais, que não atuam em portos e aeroportos e nem na autoridade portuária e aeroviária, aquela através da relegada Guarda Portuária (que faz polícia ostensiva) e esta com os Guarda e Segurança (GSGS) da Aeronáutica.

O Ministério de Portos e Aeroportos foi criado em Jan23 e o atual ministro anunciou que está trabalhando um Plano Nacional de Segurança para Portos e Aeroportos. Ou seja, além de açodamento, atravessamento?

Ficam nítidos dois erros que comprometem todo o esforço de minimização e mitigação do crime organizado: o primeiro, a indefinição (ou incorreta estruturação) do problema, o que impede sua necessária e efetiva sistematização, fundamentalmente apoiando-se nas áreas da inteligência e da investigação; o segundo, um gravíssimo e genérico problema político-econômico continua sendo tratado como um específico problema policial.

Logo, a realização de “ações preventivas e repressivas” (como previsto na GLO) configura, tão somente, atuação na causalidade – vértice para onde fluem causas e refluem os efeitos da criminalidade.

Ora, isso é muito pouco! Não sendo priorizadas ações incisivas sobre as causas e sobre os efeitos, o que temos é um aumento no efetivo para encher o Tonel das Danaides.

Se o objetivo é conter a expansão da criminalidade e reduzi-la paulatinamente, aumentar o efetivo federal, pontual e temporariamente, para atuar, com mais intensidade, como polícia ostensiva, é absolutamente insuficiente para atingi-lo.

Enfim, uma questão estratégica, que exige esforços permanentes e contínuos, não pode ser conduzida com ações eventuais e intermitentes no nível operacional, apenas.

No oceano, em que se transformou a criminalidade organizada, montar um dispositivo para pescar piaba, chega a ser grotesco.

*O autor, Amauri Meireles, é Coronel Veterano da Polícia Militar de Minas Gerais. Foi Comandante da Região Metropolitana de BH.

**Reproduzido do jornal eletrônico Inconfidência, edição nº 326.

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 06 Dezembro 2023

 

Alex Pipkin, PhD
Atônito, vendo o resultado dessa “nova era progressista”, da distinção da ignorância, da imbecilidade, da divisão social, do protagonismo da mentira escrachada, do apogeu das frivolidades, dos conflitos e das guerras religiosas e ideológicas, questiono-me, de quem é a culpa?

Acho importante identificar as razões do fracasso e seus respectivos culpados, sem dúvida. Entretanto, o essencial mesmo é verificar se há alguma luz no fundo do túnel.

Claro que eu sou sabedor de que o grande vilão da história é o deliberado abandono dos valores virtuosos judaico-cristãos, aqueles que edificaram e produziram o progresso da civilização ocidental. Aqui existem reais propósitos: individuais e coletivos.

A “moderna (des)elite progressista” luta cotidianamente para romper com o passado, com os valores de liberdade factual, de justiça, de família, de fé, e da herança cultural e de seus respectivos princípios, aqueles que passaram pelo teste dos tempos.

A culpa é desses hipócritas, apologistas da descultura “woke”, que fazem o possível e o impossível para se aprazerem do poder. Porém, certo é que nós fomos coniventes com tudo isso, assistindo de camarote toda a contaminação, passo a passo, das instituições, em especial, no seu berço, as universidades.

Quando digo nós, incluo os “limpinhos”, e os de coração culposo pelas transgressões nesse mesmo passado, parcialmente cancelado.

A juventude emburreceu, emburrecemos todos, uma vez que são as - más - ideias de hoje aquelas que estarão na liderança das decisões no amanhã. E, com essas, às consequências desastrosas para gerações e gerações.

A verdadeira cultura que restou se dependura em um fiapo. Mas é pior, não há mais exposição plural das “coisas” do mundo e no mundo. Jovens são totalitariamente mergulhados em uma só visão de mundo, sendo impedidos de ter contato e aprofundamento com as “outras” correntes fundamentais do passado e no presente.

Inexiste o genuíno pensamento plural, amplo e crítico, fazendo com que o próprio ser, embasado, exercite sua consciência e seu pensamento individual e crítico. Nesta direção, fazendo suas próprias escolhas, e definindo seus planos de vida.

Muito poucos leem, estudam, o aprendizado se tornou uma espécie de brinquedo do telefone sem fio, sempre a partir das mesmas narrativas e falácias bom-mocistas, “progressistas”.

Poucos leem, poucos escrevem… poucos pensam reflexivamente.

Perdeu-se a história, foca-se apenas em capítulos interesseiros e desviantes, deixando-se de se ver e compreender todo o portfólio de personalidades, de gêneros, de experiências, de fatos, de sucessos e de fracassos genuínos. Retrocedeu nosso aparato cognitivo-psicológico.

Atualmente, a juventude, estimulada por outros jovens e adultos “progressistas”, encontra-se aprisionada nas suas cavernas/cabeças, cheias de impulsos pessoais e de fantasmas da opressão. Fora desse invólucro, não há mundo, não há como enxergar as imanentes pluralidades da vida.
Eles têm parte da culpa, mas são explorados pelos semideuses doutrinadores do “você pode ser quem você quiser”.

Eles não possuem as “janelas”, só os cacos de vidro, e não estão “contaminados” pelo tempero da experiência e da sabedoria acumulada.

São rebeldes de qualquer causa, mesmo daquelas mais bárbaras, pois transformam suas frustrações em extremismos coletivistas e/ou em mais um prazer para suas mentes individualistas.

Eles veem, mas não enxergam o mundo. Eles entendem de tudo, mas não sabem de quase nada.

O politicamente correto do “wokeismo” é o pai dessa obra de arte - popular?

Leia um jornaleco. Ligue a televisão, voz uníssona. Ouça um programa de opinião e análise: eles falam de um só lado, mas não dizem nada!

Não, a culpa não é somente deles, é de todos nós. Tomamos café, almoçamos e jantamos com a sórdida dieta “woke” e suas narrativas completamente canhotas, sustentadas apenas pelas fantasias, pelos interesses próprios, pelas utopias e, (i)lógico, pelo pensamento único grupal do time vermelho.

Eles pregam a diversidade, qualquer modelo de visão e de opinião, desde que seja colorado.

Tarefa titânica é recuperar a verdade. Trazer de volta a história civilizacional, por em moda o exercício sadio dos valores judaico-cristãos, enfim, resgatar a genuína cultura e a sanidade.

Hercúleo é vencer o “wokeismo”, o politicamente correto, o imoral, que desempenha absurdo terror moral contra aqueles que pensam - de fato e distintamente - das narrativas do nefasto e enganador pensamento grupal. Evidente, esse grupo é composto de hipócritas e interesseiros, ávidos pelo exercício e pelas benesses do poder.

Será que vamos conseguir superar isso?

Será isso só imaginação?

Será que nada vai acontecer?

Será que vamos conseguir vencer?…

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 03 Dezembro 2023

 

Gilberto Simões Pires

RACIONALIDADE

Sob o ponto de vista filosófico, a RACIONALIDADE é uma -CARACTERÍSTICA HUMANA- que envolve a CAPACIDADE DE PENSAR DE FORMA LÓGICA E OBJETIVA.  Pelo fato de estar relacionada à RAZÃO, AO PENSAMENTO CRÍTICO E À BUSCA POR SOLUÇÕES BASEADAS EM EVIDÊNCIAS, a RACIONALIDADE é uma CARACTERÍSTICA DISTINTIVA da espécie humana e como tal é vista como uma CAPACIDADE FUNDAMENTAL que nos diferencia dos outros animais.

LIMITAÇÕES COGNITIVAS

Vale destacar, no entanto, que a RACIONALIDADE não é sinônimo de perfeição ou infalibilidade. Ou seja, os seres humanos estão sujeitos a limitações cognitivas e emocionais, o que pode levar a erros de julgamento e comportamentos irracionais. 

VÍTIMAS DE PRECONCEITO

Portanto, a considerar as afirmações, propostas e/ou decisões que vem sendo tomadas pelos participantes e apoiadores do governo Lula, uma coisa é mais do que certa e notória: o USO DA RAZÃO, além de INEXISTENTE, está conseguindo produzir, de forma escancarada no vasto ambiente dos demais animais, um sentimento de enorme indignação. Ou seja, os animais -NÃO HUMANOS- com RAZÃO, que estão se dizendo VÍTIMAS DE PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO. Em coro, afirmam que a IRRACIONALIDADE TEM LIMITE. Como tal não aceitam, em hipótese alguma, serem comparados com -seres humanos- do tipo que apoiam as causas petistas-comunistas. 

DESONERAÇÃO

Ontem, por exemplo, fiquei sabendo que os revoltados animais -NÃO HUMANOS- foram às ruas e florestas para protestar contra a ABSURDA DECLARAÇÃO feita pelo péssimo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, repetindo o seu líder Lula, ao declarar, estupidamente, que as DESONERAÇÕES não geram empregos para o país. Fazendo uso de IMENSA IRRACIONALIDADE, que de resto é absolutamente intolerável até entre os NÃO HUMANOS, o ministro não consegue entender que a volta da ONERAÇÃO tem o claro poder de GERAR UM IMENSO DESEMPREGO.  

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  • Sílvio Lopes
  • 03 Dezembro 2023

 

Sílvio Lopes

 

        Vivemos num mundo de paradoxos. Essa é a constatação que podemos confirmar em todas as áreas de nossa sociedade. Quem sabe até, arrisco afirmar, jamais tenhamos convivido e presenciado uma civilização tão paradoxal como a atual.

Gente que diz amar e destila ódio; afirma lealdade e trai a confiança do outro; promete e não cumpre o prometido, e por aí afora. Na política, então, o paradoxo tornou-se moeda corrente para sequestrar mentes e corações com baixo grau de discernimento intelectual. Nela há os que, paradoxalmente, iludem um povo inteiro ao garantir a defesa da democracia e as suas liberdades e, depois (eleitos), abraçam a mais cruel e tirânica ditadura. Intitulam-se "pai dos pobres", mas condenam seus "filhos" adotivos à eterna miserabilidade.

Neste caso, o Brasil é o exemplo clássico que nos envergonha e, ainda por cima, trava por completo todo sonho e esperança de sermos,  um dia, uma grande nação.

Diferente do paradoxo dos homens, que nos trazem tantos dissabores e frustrações, o paradoxo espiritual, inspirado no Reino de Deus, nos consola, edifica e dá poder para transformar o mundo e torná-lo um lugar menos tóxico de viver. Ei-lo, em sua essência: 1. Quer ser exaltado? Então, seja humilde; 2. Quer ser grande? Então, se faça pequeno; 3. Quer ser digno de ser servido? Então, você deve, primeiro, servir!

No dia em que, enfim, adotarmos o paradoxo espiritual como bússola a guiar nossa caminhada, a vida com certeza será muito mais doce e segura de se viver. Na palestra sobre " Economia Comportamental" o " conflito dos paradoxos" é um, entre outros, dos temas palpitantes dos quais tratamos.

*       O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante.

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  • Ismael de Oliveira Luz, em Burke Instituto
  • 30 Novembro 2023

 

 

Ismael de Oliveira Luz

 

         O intelecto humano, desde os primórdios da existência da espécie, só funciona devido a nossa capacidade de percepção do real. Aristóteles, filósofo grego, estava convicto de que nada está na mente humana sem que antes tenha passado pelos sentidos. Portanto, para ele, perceber os objetos do mundo é condição sine qua non para que haja a atividade mental tal qual nós a conhecemos. É a existência dos seres que possibilita a atividade psíquica, visto que sem a presença física dos objetos nada podemos pensar e muito menos dizer. Dessa maneira, evidenciamos que a percepção está em primeiro plano no aprendizado e antecede a qualquer pensamento, pois o mesmo só irá surgir a posteriori, ou seja, após o contato inicial com as coisas do mundo real e concreto. Aristóteles vai mais fundo e afirma que os humanos além de serem seres racionais são também seres fantásticos. A fantasia, segundo ele, é a composição de duas outras faculdades da mente: memória e imaginação. É por meio delas que registramos as impressões oriundas do mundo físico, sendo possível à pessoa normal acessar a essas imagens quando quiser, portanto, a mente possui a capacidade de simplificar e estabilizar tudo aquilo que os sentidos captam, e os aglutinam, condensando-os em símbolos, que só então poderão ser manipulados pelo raciocínio de forma lógica e conceitual. A cultura humana inteira, por sua vez, foi construída sobre um universo imaginativo complexo e sobremaneira denso de imagens, conceitos, símbolos e valores, e sem os quais seria impossível para as civilizações realizarem quaisquer tipos de progresso, uma vez que toda e qualquer comunicação só é eficaz quando adequada aos diversos contextos, quando é homogênea nos sons e nas formas e inteligível simbolicamente para todos os que fazem uso dela. A linguagem é a cultura humana por excelência.

Uma guerra se caracteriza pelo fato de que as partes beligerantes procuram atacar-se mutuamente até que seja possível a uma delas neutralizar as ações do inimigo, de modo que reste apenas um lado capaz de conduzir os acontecimentos até o fim, atingindo seu objetivo estratégico, e sobrepondo-se em força sobre os demais. Quando se trata de uma guerra cultural vencerá aquele que conseguir neutralizar a cultura do inimigo, e isso só é possível quando se substitui uma cultura por outra que seja capaz de cumprir com o papel de fecundar a memória e a imaginação das pessoas por meio de novos símbolos, conceitos e valores e de tal modo que consiga manter a coesão e as relações sociais, garantindo a unidade do processo histórico. A cultura ocidental está sob o ataque de incontáveis inimigos e em inúmeras frentes de batalha e por meio do controle da linguagem, da subversão de conceitos fundamentais como o de família, pátria e religião vai se remodelando o imaginário coletivo sem que a sociedade perceba que pouco a pouco vai cedendo a essa infiltração lenta e constante de novas ideias, costumes e valores que se cristalizam e fundamentam uma nova civilização, que pretende sobrepujar a atual, primeiro no campo psicológico e por conseguinte, no campo político e econômico, sem que haja condições de se contestar e muito menos reconduzir o percurso temporal, restando apenas a aceitação da modificação do estado de coisas.

A maneira como nos expressamos por meio da fala revela em partes o nosso campo psíquico, portanto, para analisar a “forma mentes” das pessoas basta analisar minuciosamente o vocabulário utilizado, as construções semânticas, os juízos de valores e padrões linguísticos. E é justamente ai que a guerra cultural é travada de forma profunda, pois tudo o que pensamos só é possível por meio de palavras previamente consolidadas no aparato mental, oriundas dos conceitos condensados no intelecto e que posteriormente serão articulados pelo raciocínio segundo os padrões da lógica elementar. Uma grande cultura é necessariamente aquela que devido à força de suas criações simbólico-culturais penetram nas camadas mais profundas da mente humana expandindo a sua consciência e potencializando cognitivamente e moralmente todo o nosso ser. Como exemplo disso, mencionamos a grande e densa criação da cristandade, que desde o advento do Cristo, produziu elementos que transcendem o mero campo do discurso ideológico e se impregnam na alma humana, obras tais como: o novo testamento, as músicas e orações, as liturgias e os dogmas, pinturas, esculturas, livros, encíclicas, sumas teológicas, catedrais e outros tantos e sofisticados recursos simbólicos que servem como uma grande e densa matriz de intelecções que apontam para o Deus criador e sua criação.

O movimento revolucionário, também representado pelos movimentos socialistas nacionais e internacionais, é um dos poderosos inimigos do Ocidente, pois ele possui, assim como o seu adversário, elementos culturais suficientemente capazes de penetrar no âmago da sociedade, transformando-a desde dentro. Conceitos como, “justiça social”, “luta de classes”, “igualdade de gênero”, “minorias oprimidas”, “sociedade patriarcal”, “liberdade sexual”, entre outros, já começam a fazer parte do vocabulário coletivo, já estão nos cinemas, televisão, revistas, músicas, editoriais jornalísticos e se manifestam nas rodas de conversas escolares e vão até os círculos mais elevados de poder do país, fazendo parte do debate público e ocultando os verdadeiros problemas sociais que assolam o país como, a má administração pública, o desvio de verbas, a corrupção, o crime organizado, políticas internacionais desruptivas, os planos globalistas para a destruição das soberanias nacionais e sobretudo a ausência de uma classe intelectual que tem o papel fundamental e urgente de influenciar a população desde as classes mais elevadas até o povo mais simples e carente de informações verdadeiras e necessárias para a manutenção da vida cotidiana. Para vencermos os nossos inimigos teremos que combater no campo estratégico de maior impacto psicológico, usando as armas adequadas e fortalecendo a cultura ocidental nos seus aspectos mais basilares: A língua nacional, a religião cristã e sua elite intelectual, pois é por meio da capacidade linguística que o ser humano consegue materializar suas ideias, visto que aquilo que não é pensado não pode ser executado e pensamos por meio da língua pátria, já a religião tem o papel exclusivo de nos conduzir até Deus por meio da purificação da alma, e por fim a formação da elite intelectual possibilitará que o debate de ideias se torne público e se liberte das cátedras universitárias, do jornalismo arrivista e da militância orgânica que hoje em dia estão à serviço dos movimentos partidários revolucionários.

Uma guerra cultural não é simplesmente um conflito entre discursos ideológicos, não se trata de saber quem tem ou não tem razão argumentativa. A guerra cultural é a conquista total e absoluta do campo psicológico, imaginativo, intelectual e espiritual e somente por meio de uma elevada estrutura simbólica e artística que seja capaz de permear e preencher a alma humana nos seus mais profundos recônditos é que uma cultura se sobrepõe e absorve uma outra de menor valor simbólico. Uma guerra cultural é o “bom combate” mencionado pelo apóstolo Paulo, aquele que se vence pela manifestação tácita da luz.

*        Publicado originalmente no excelente site de Burke Instituto Conservador, em https://www.burkeinstituto.com/blog/guerra-cultural/o-que-e-guerra-cultural/

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