Luiz Eduardo Rocha Paiva

08/02/2009
A Estrat?a Nacional de Defesa (END), trabalho presidido pelo Ministro da Defesa e coordenado pela Secretaria de Assuntos Estrat?cos, entrou em vigor em dezembro de 2008. Ela supre a lacuna existente entre a Pol?ca de Defesa Nacional (PDN), ?ual se alinha, e a Estrat?a Militar de Defesa, que deve ser revisada para conformar-se ?ND. Os dois primeiros documentos s?de ?ito nacional, enquanto o terceiro ?ais afeto ao campo militar, embora n?exclusivamente. A END, sabiamente, avalizou muito do que j?onstava nos planejamentos das For? Armadas – estrat?as, programas e objetivos – em grande parte paralisados por falta de recursos. Louve-se a manuten? do servi?militar obrigat? e a proposta de um servi?civil ao qual, a meu ver, deveriam concorrer cidad? e cidad?formados nos cursos t?icos e superiores do ensino p?co, pagos com os nossos impostos. O maior m?to da END est?o envolvimento dos diversos setores da na?, particularmente do Poder Executivo, nas a?s estrat?cas que a colocam em execu?. Estas s?a?s voltadas para retomar o desenvolvimento tecnol?o com autonomia, ressuscitar a ind?ia nacional de defesa, implantar o planejamento da mobiliza? nacional, ampliar a participa? do meio acad?co, e de institutos afins, nos assuntos de defesa e, ainda, para compatibilizar a infraestrutura do Pa?com as necessidades da defesa nacional. Para ser coerente com a PDN, a END n?caracteriza claramente as amea? priorit?as ao Brasil, por consider?as, equivocadamente, difusas. As que realmente comprometem a soberania e integridade territorial referem-se ?maz? e ao Atl?ico Sul. O ?o ator que pode concretiz?as s?os EUA, isoladamente ou em uma coaliz? sendo perfeitamente conhecidos o vulto do poder militar e a forma como ?mpregado, amea?do de bloqueio, ocupa? ou bombardeio ?as sens?is da infraestrutura, a fim de pressionar o governo a aceitar imposi?s em qualquer ponto do territ?. N?h?ecessidade de dar nome aos atores, que podem ser designados como “uma pot?ia ou uma coaliz?de pot?ias”. Se a na? n?se conscientizar da magnitude da amea?n?vai apoiar o emprego dos recursos para a redu? do desn?l de poder que nos afeta a seguran? H?ma estrat?a internacional t?ta, de longo prazo e por meio de a?s sucessivas, para impor a soberania compartilhada na Amaz?, que se intensificou no in?o dos anos 90, por press?em todos os campos do poder. Segue um princ?o de Sun Tzu que diz ser “a gl? suprema vencer o inimigo sem lutar”. Algu?duvida que, assim como os recursos e a posi? geoestrat?ca do Oriente M?o, da sia Central e dos Balc?atraem as grandes pot?ias, a Amaz? n?est?endo alvo da proje? de poder daquelas na?s? A na? n?pode se iludir e crer que, ante aquela amea? basta o simples aumento do poder militar. Somente a ocupa? racional com preserva?, o desenvolvimento sustent?l, a integra? do ind?na e a integra? da regi?ao Pa?neutralizar?tal amea?e isto n?depende apenas do poder militar. O maior desafio ?ND n?foi sua elabora?, mas ser? implanta?, pois ?uito comum estrat?as brilhantemente planejadas morrerem em gavetas, ao n?serem executadas ou perderem a impuls?por falta de apoio pol?co. Estrat?as de defesa visam a fazer frente a conflitos que podem ocorrer em m?o ou longo prazo. Pa?s sem vis?de futuro, em que as lideran? s?m compromisso com a pr?a elei?, e n?com a na?, desistem de projetos que n?rendam votos. Este ? retrato do Brasil a partir dos anos 90, portanto, temo pelo sucesso da END. O governo n?estabeleceu uma parcela fixa do or?ento capaz de viabilizar o reaparelhamento das For? Armadas e, se n?o fizer, a END ser?ais uma iniciativa “pr?ngl?ver”. Por outro lado, um princ?o fundamental ?oa condu? do Estado ? da coer?ia entre suas pol?cas e estrat?as e as a?s que efetivamente adota. N?? que ocorre no Brasil no que concerne ?maz?. Ao mesmo tempo em que se estabelecem pol?cas e estrat?as onde a regi??estacada como prioridade de defesa, e enquanto algumas lideran? bravateiam, no estilo populista, dizendo “A Amaz? ?ossa”, as a?s dos governos comprometem a soberania e a integridade territorial na regi? O Brasil curva-se a press?internacionais na demarca? de terras ind?nas (TI), verdadeiros “cavalos de tr?. O Pa?tem, hoje, soberania apenas nominal sobre algumas dessas TI, pois as decis?que toma neste tema camuflam interesses estrangeiros que nos s?impostos. O Brasil perdeu a altivez e a coragem para enfrentar conflitos no campo pol?co e estrat?co e aceita imposi?s, com preju? futuro da seguran?nacional, em troca de interesses imediatos, particularmente nas negocia?s relacionadas com o com?io exterior. Em nossa lideran? pontificam administradores, economistas e comerciantes, mas faltam estadistas. Eis, ent? a nossa grande vulnerabilidade, imposs?l de ser compensada apenas com o poder militar, por mais forte que seja. O desfecho da demarca? da TI Raposa Serra do Sol no STF, que poderia contrariar interesses alien?nas, revelou a inger?ia internacional nas diversas a?s do pr?ipe herdeiro da coroa brit?ca, de ONGs europ?s e da ONU, que enviou um representante, coincidentemente, na semana em que o Ministro relator daria seu parecer sobre a quest? As gera?s futuras pagar?o pre?pela omiss?da sociedade, que n?cobra uma postura patri?a e altiva de suas lideran?. Quem conhece a hist? da China no s?lo XIX deve se preocupar com o que pode acontecer ao Brasil. Quem n?a conhece pergunte ?r?Bretanha, aos EUA, Alemanha, Jap?e a outras pot?ias o que fizeram ?ele pa?para impor seus interesses. (*) Comandou a Escola de Comando e Estado-Maior do Ex?ito (2004-2006).

Demétrio Magnoli

08/02/2009
O Senado logo retomar? debate do projeto de lei de cotas raciais nas universidades e escolas t?icas federais, que pode tornar-se a primeira lei racial da nossa hist?. Diferentes pesquisas evidenciam que ampla maioria dos brasileiros, de todas as cores, rejeita a introdu? da ra?na lei. Mas o projeto, que passou na C?ra dos Deputados sem voto em plen?o, por acordo de lideran?, tem grandes possibilidades de ser aprovado no Senado. Como explicar o paradoxo que faz a maioria parlamentar deliberar contra a vontade da maioria dos eleitores? H?antes de tudo, um desvio que n??xclusivo de nosso sistema pol?co. Os parlamentares temem contrariar os grupos de press?organizados mais do que temem frustrar as expectativas da maioria desorganizada. Corpora?s, movimentos sociais e ONGs atuam como m?inas eleitorais, impulsionando ou destruindo candidaturas. Os interesses da maioria, por sua natureza difusa, podem ser contrariados com menor risco. Se o Estado brasileiro criar, oficialmente, castas de cidad? separadas pela cor da pele, isso ser?m triunfo das ONGs racialistas e uma derrota da vontade popular. N?existe no Brasil um movimento negro em nenhum sentido leg?mo da palavra. As ONGs racialistas quase nada representam, al?dos interesses e ideologias de seus pr?os ativistas. Mas elas recebem, todos os anos, milh?de d?es da Funda? Ford e se incrustaram no interior do Estado, dispondo do aparelho de uma secretaria especial da Presid?ia e do controle de postos-chave nos Minist?os da Educa? e da Sa? Os dirigentes de tais grupos formam uma elite advent?a, estruturada em redes nas universidades e institui?s internacionais, que se reclamam porta-vozes de uma ra? Eles usar?o termo racista como insulto destinado a marcar a ferro todos os que insistem em defender o princ?o da igualdade perante a lei. Eis o que temem deputados e senadores. A ci?ia a servi?da expans?imperial europeia inventou a ra?no s?lo 19. A ci?ia do p?uerra a desinventou, provando que a cor da pele ?ma adapta? evolutiva superficial a n?is diferentes de exposi? ?uz solar. Mas a quest?de saber se a ra?existe n?pode ser solucionada em definitivo pelos cientistas, pois o Estado tem o poder de fabricar ra? na esfera pol?ca. Nos EUA e na frica do Sul, leis raciais incutiram na sociedade a no? de que uma fronteira natural divide as pessoas em grupos fechados. Leis raciais supostamente voltadas para o bem n?s? sob esse aspecto crucial, diferentes de leis raciais voltadas para o mal. Umas e outras ensinam ?pessoas que seus direitos est?ligados ?ua cor da pele - e que seus interesses objetivos solicitam a solidariedade de ra? A lei que tramita no Senado pouco afetar?s mais ricos, mas dividir?s alunos de escolas p?cas em dois conjuntos raciais com interesses opostos. Na hora em que os filhos dos trabalhadores n?puderem mais olhar uns aos outros como irm? e colegas, ter?mergido um Brasil diferente daquele que conhecemos. Mas a nossa elite pol?ca n?vislumbra esse risco, pois interpreta a Na? pelas lentes do preconceito de classe. A maioria dos parlamentares n?nutre entusiasmo pelo projeto de cotas raciais, mas est?isposta a contribuir com a indiferen?para sua aprova?. Eles enxergam as leis raciais como esmolas concedidas aos pedintes, moedinhas in?s entregues a meninos na rua, um pre?quase simb?o que se paga para comprar gratid? Coisa de preto - ?ssim que, silenciosamente, avaliam os projetos apresentados sob a c?ca justificativa de fazer justi?social por interm?o da oficializa? da ra? Mas n?se trata, a rigor, de preconceito racial: o preto, no caso, funciona como sin?o de pobre, na mais pura tradi? senhorial brasileira. Juntamente com o temor dos grupos de interesse, as leis de ra?beneficiam-se dessa avers?benevolente ao princ?o da igualdade. H?ais de um ano foi aprovado em comiss?um projeto de lei, de autoria do senador Dem?nes Torres (DEM-GO), que determina a implanta? de tempo integral nas escolas p?cas de ensino fundamental. Mas a maioria governista n?permite que o projeto siga para vota?, alegando que custaria cerca de R$ 20 bilh?anuais, pouco menos que o dobro do Bolsa-Fam?a. Parece muito, mas representaria apenas 1,6% do Or?ento da Uni?- algo como um aumento inferior a 15% nos repasses federais para Estados e munic?os. ?um valor relevante, por?perfeitamente vi?l se a deflagra? de uma revolu? qualitativa no ensino p?co figurasse, de fato, como prioridade nacional. Entretanto, nossa elite pol?ca parece preferir enfeitar com cotas raciais a ordem in?a que relega a maioria dos jovens, de todas as cores, a escolas arruinadas. O antrop?o Kabengele Munanga, um arauto das pol?cas de ra? justificou do seguinte modo a necessidade das cotas raciais: Muitos acham que o caminho para corrigir as desigualdades sociais seria uma pol?ca universalista, baseada na melhoria da escola p?ca, o que tornaria todos os cidad? brasileiros capazes de competir. Mas isso ?m discurso para manter o status quo, porque enquanto se diz isso nada ?eito. A afirma? ?ma esfinge que pede para ser decifrada. Munanga sugere ser favor?l ?ol?ca universalista de melhoria da escola p?ca, mas, simultaneamente, qualifica tal demanda como um discurso para manter o status quo, pois na pr?ca nada ?eito. Ent? utilizando-se de uma pervers?l?a, n?reivindica que se fa?a pol?ca universalista, mas a sua substitui? por uma pol?ca diferencialista destinada a distribuir direitos segundo a cor da pele. ?que no Congresso, enquanto ele diz isso, os parlamentares que compartilham sua ideologia racialista ajudam a bloquear o projeto universalista do tempo integral. ?oci?o e doutor em Geografia Humana pela USP.

Ernesto Hernández Busto

07/02/2009
February 2nd, 2009 · 12:55 am He visto algunas im?nes de esa gente otras veces, en esas cr?as que aparecen a cada rato en los peri?os o en la television. Gritos, coros, saltitos, una especie de infantilismo sazonado con las mismas consignas de hace 20 a? Los he visto antes, pero no tan de cerca. Como cualquier cubano que haya tenido que padecer las gesticulaciones pol?cas del castrismo en carne propia, huyo de las manifestaciones como de la peste. Pero la de hoy me ha regalado una gran alegr?que cre?irrecuperable, y una ronquera que me durar?oda la semana. Vamos subiendo por Paseo de Gracia, avisados de que los “contramanifestantes” han llegado primero y se han colocado en el mismo lugar que figura en nuestro permiso. Llegamos antes de la hora prevista, pero ellos siempre llegan primero. Tienen el celo del obcecado, la obediencia concentracionaria del militante. Mientras que nosotros vemos la protesta como una obligaci?oral, no exenta de sentido del humor y diversi?el otro bando tiene la ventaja del entrenamiento previo en la “misi? carteles, banderolas, energ?y odio, mucho odio. As?ue cuando faltan quince minutos para las 12, somos apenas una veintena, en la esquina de Paseo de Gracia con Diputaci?y todo parece indicar que habr?ncontronazo. Ante nuestro reclamo (“nosotros tenemos permiso y ellos no”), los Mossos de Escuadra nos explican que intentar desalojar a los castristas ser?problem?co, y nos piden que consideremos la opci?e compartir espacio; ellos garantizar?la seguridad con el cord?olicial. Y lo hacen, de manera impecable, pese a las numerosas provocaciones. La prensa tambi?ha llegado temprano. Son bastantes, cosa que me sorprende, porque el d?est?luvioso y lo nuestro es el tipo de noticia que siempre queda oculta por “problem?ca”. En Madrid, el lleno de la Plaza del Sol bajo la nevada es una garant?de que todos los medios tendr?que referirse a la “manifestaci?nticastrista de Aguirre”, que es el reduccionismo m?com?Pero ac?as garant? son pocas: los medios se desviven por ser imparciales, y m?cuando del lado de los castristas hay varios se?s que se sientan en el Parlamento de Catalunya. Desplegamos la pancarta horizontal con el lema de la manifestaci?y avanzamos hasta donde los Mossos nos permiten. Ellos son m?y tienen entusiasmo, pero no contaban con nuestro meg?no, de mejor calidad que el suyo. As?ue empieza un toma y daca de consignas, con algunos de los mejores momentos de la jornada. Coro contra coro, porque con esta gente no se puede dialogar —aunque varios de nuestro bando lo intentan, que conste. Ellos nos dicen “mercenarios”, y nosotros les decimos que el consulado les paga “con putas y con viajes”. Ellos dicen “Patria o muerte” y nosotros ripostamos “Patria y vida”. Hablan del bloqueo, y nosotros tambi?mencionamos el bloqueo de los Castro sobre las libertades del pueblo cubano; sueltan aquello de “Qu?iene Fidel”, y la respuesta es obvia: “Demencia senil”. El c?l se asoma al balc?on su c?ra, y nosotros le regalamos un lema espont?o que alguien ha tenido la magn?ca idea de traer impreso en un simple A4: “S?me la foto/Yo no tengo miedo”. Parece que ellos ser?muchos m? pero en realidad apenas empiezan a llegar los de nuestro bando. Media hora despu?ya pasamos el centenar (he hecho un conteo rigurosos, pues siempre me quejo de las noticias en las que el n?o de asistentos oscila como un p?ulo ideol?o). Todo el que llega quiere el meg?no. Y se lo damos. Todo el mundo tiene ganas de gritar: hay un ex preso pol?co, una se? del barrio alto, una estudiante acabada de llegar, gente con ni?y perros, varios que vienen desde Andorra, catalanes orgullosos con sus senyeras, blogueros, escritores… Todo el que quiso gritar, grit? el resultado fue un bando con m?nervio y entusiasmo que los del mon?o sonsonete “Cuba va”, “Acu?ate de Gir?(¡!), “Vivan los Cinco H?es”. (Tambi?nos acusaron de “traficantes”, pero esa parte no la entendi?die.) Cuando agarro el meg?no grito que esos que se dicen antifranquistas y enarbolan la bandera de la Rep?ca deber? avergonzarse de apoyar una dictadura. Luego los invito a cantar “La Internacional” y a mostrar una banderola con un Lenin punz?ue hab?asomado t?damente media hora antes. Son orgullosamente comunistas, y se saben la letra. Pero lo de Lenin parece que ya es demasiado, as?ue lo esconden, para nuestra decepci? A la 13.30 nos vence el hambre y nos largamos entre risas. Contentos de ser libres, agradecidos con todos los catalanes, espa?s y cubanos que no han dudado a la hora de pararse a nuestro lado. Ojal?ue muy pronto en La Habana los cubanos puedan gritar como nosotros lo hemos hecho hoy. Mientras, ah?a nuestro aviso al c?l Cala?acost?ese, que fue la primera, pero no ser?a ?ma. Y la pr?a vez seguro que seremos m? Ernesto Hern?ez Busto Barcelona Foto: EFE.

Percival Puggina

07/02/2009
O Caso Battisti trouxe ?ona, mais uma vez, o epis? dos boxeadores cubanos empacotados no Brasil e despachados para Fidel. Ressurge a estapaf?a vers?oficial, t?ris?l quanto depoimento de indiciado em CPI. Julgo que vale a pena recuperar os dados desse lament?l epis? porque a vers?oficial continua trope?do nos fatos. ?verdade, conforme afirma o governo, que o Brasil concedeu ref? a outros cubanos, como o jogador de handebol Rafael Capote e o ciclista Michel Garc? e que isso n?repercutiu na imprensa. No entanto, comparar esses dois casos com os de Rigondeaux e Lara, para usar palavras de jornalista do Hamas, ?ma despropor?. Os dois boxeadores eram astros de primeira grandeza e o interesse da m?a ?roporcional ?mport?ia dos personagens. Mesmo assim, os outros ref?s concedidos foram noticiados, sim, com o pequeno destaque que mereciam. Rigondeaux e Lara foram detidos quando torravam dinheiro com mulheres, bebidas e comilan? numa praia de Araruama. Um pouco antes da pris? haviam sido localizados pelo rep?r Gustavo Goulart (Globo, 09/08/07), que apenas os observou sem fazer contato com eles. Relatou o jornalista que ambos ocupavam duas su?s de uma pousada onde tamb?estavam um cicerone carioca, um alem?e um espanhol. Muita farra, comida e, segundo as autoridades brasileiras declarariam pouco depois de os haverem detido por falta de passaportes, um incontido desejo de voltar imediatamente para Cuba... Ora, convenhamos! Eles n?procuraram a pol?a. A pol?a os encontrou. N?foram mostrados ?mprensa. Ao contr?o, ficaram em isolamento. O empres?o Ahmet ?er, que os recrutou, informou aos rep?res que estava no aguardo da libera? da papelada deles na Alemanha. Mostrou-se irritado com a pris? Presos pela PM carioca, foram levados para a Pol?a Federal de Niter?O site da Associa? dos Delegados da Pol?a Federal, registra que: “... policiais da Senasp (Secretaria Nacional de Seguran?P?ca) haviam informado que buscavam os dois s?ra saber se estavam bem, j?ue o status deles era de ‘desaparecidos’”. Espontaneamente pediram para voltar para Cuba? Ora, convenhamos! O Observat? da Imprensa, ?poca, promoveu uma mesa redonda com jornalistas que acompanharam o caso. Dessa mesa participou o desembargador aposentado W?er Maierovitch, que esclareceu aspectos jur?cos relacionados ?uest? Quando um estrangeiro ?panhado sem documentos, tendo entrado legalmente, mas permanecendo al?do prazo fixado, a lei brasileira lhe concede oito dias para sair. No caso dos dois boxeadores, a embaixada cubana foi rapidamente notificada e um avi?venezuelano veio busc?os. Tudo a toque de caixa, que El Comandante n?estava para brincadeiras. Voc?leitor, leu alguma entrevista dos atletas ?mprensa brasileira, enquanto estavam no Brasil? Uma frasezinha sequer? Nada. S?clara?s oficiais, dando conta de que estavam ansiosos por voltar para casa e arrependidos do que haviam feito. Era tamanho o remorso que poucos meses depois Erislandy Lara voltou a fugir. Entrevistado na Alemanha, declarou que seu infeliz colega estava “vivendo de bicos” em Cuba, proibido de lutar... Ahmet ?er, o mesmo empres?o que patrocinou a fuga anterior, se recusou a maiores esclarecimentos porque “o governo cubano fazia muita press? (Estad? 13/06/08). Ah! Lara quando voltou a escapar, n?bancou mais o bobo. Foi para o M?co. Os bobos estamos todos aqui, ao menos na opini?dos que nos contam hist?s e constroem vers?que se estatelam contra os fatos. E a verdade quebra o nariz.

Márcio Luís Chila Freyesleben

07/02/2009
Quando o Ministro Tarso Genro concedeu asilo pol?co a Cesare Battisti, tive a certeza de que o fato deixaria de ser not?a em tr?dias. Em que pese a gravidade do desatino, a imprensa agiria como tem agido nos ?mos vinte e cinco anos: poucas vozes destoantes em meio a uma maioria condescendente. Era ?o que a imprensa n?teria o anelo nem a coragem de sustentar a not?a por muito tempo, como acontecera em epis?s anteriores. A merc?ispensada a Battisti em nada diferiu das concess?que haviam sido feitas a outros terroristas que, malgrado as evid?ias, foram idolatrados pelo Governo do PT e pela elite intelectual do pa? Inertes, assistimos ao pa?de Anita Garibaldi, de David Canabarro, de Ant? de Souza Netto e de Bento Gon?ves, baluartes da rep?ca e da liberdade, ocupar-se de impingir ao povo incauto os novos her?p?ias-amadas. Com efeito, n?se poderia esperar postura diferente de um Governo que conta com o apoio, a participa? e a simpatia de pessoas cujo passado registra crimes atrozes o mais poss?l, com especial destaque aos assaltos a banco, aos sequestros de diplomatas e aos covardes assassinatos. O caso Battisti estranhamente ganhou f?o, e passou a n?ter data para cair no esquecimento. O que teria havido de errado? Em meio a vers? opini?e teorias, fui buscar explica? no dinamarqu? Hans Christian Andersen, autor de A Roupa Nova do Rei. Conta a f?la que havia um rei que adorava vestir roupas bonitas. Seus emiss?os percorriam longas dist?ias em miss?de encontrar roupas novas para o rei. Certa feita, um bandido, dizendo-se alfaiate, convenceu o rei de que era capaz de confeccionar as mais belas roupas do reino. Apenas as pessoas muito inteligentes, todavia, poderiam v?as; aos menos inteligentes, as roupas seriam invis?is. O rei, vaidoso, contratou o farsante, que foi devidamente alojado em pal?o com o exclusivo desiderato de produzir o guarda-roupa real. Certo dia, ansioso, o rei quis conhecer os progressos do alfaiate, e, junto de seus ministros, foi ter com o artes? Assim que o farsante exibiu as vestes invis?is sobre a mesa de trabalho, o rei asseverou: Que maravilha! Magn?co. Posto que nada visse, n?desejava dar parte de ignorante diante de seus s?os. O ministro da educa? igualmente nada via, mas, em p?co, fez coro com o rei, temendo passar por tolo: Majestade, ?ndumento de fina estirpe. Os demais ministros, temendo a n? de n?inteligentes, engrossaram o coro com o rei, e sucederam-se suspiros e elogios exagerados. Agendou-se, ent? a apresenta? p?ca do rei com seus novos trajes. Concitaram-se os s?os inteligentes - e somente eles - a que comparecessem ?olenidade. Com o reino em festa, anunciava-se a chegada do monarca. Quando o rei surgiu em p?co trajando a nova roupa, todos ficaram boquiabertos. Como ?ela a roupa do rei! Que cousa espetacular!, diziam os s?os, que n? eram n?inteligentes. Do cimo de uma quaresmeira, um menino, que a tudo assistia e a quem nada havia sido explicado sobre as propriedades m?cas das novas vestes reais, olhou e exclamou: o rei est?u! O espanto foi generalizado, e um sil?io profundo foi seguido de estupefa?. Todos come?am a se entreolhar: O rei est?u... Est?nu mesmo. O rei tratou de tapar as vergonhas com as m? e esconder-se em pal?o. O asilo a Battisti fugiu ao controle do governo porque a It?a, ?emelhan?do garoto da f?la, esbravejou: o ministro est?u! O brado italiano parece ter despertado a imprensa de um sono hipn?o. Sono hipn?o, ali? no qual mergulhara h?uito. Foi certamente por conta da hiberna? que a imprensa deixou de se posicionar nas diversas ocasi?em que Carlos Lamarca, Carlos Marighella e Che Guevara foram referidos como her? ou nas in?as vezes em que Fidel Castro, Evo Morales e Hugo Chaves foram aqui tratados a p?de-l? Hans Christian Andersen escolheu um menino para denunciar a nudez do rei, porque a crian? representava a ingenuidade, a sinceridade e, portanto, a isen?, somado ao fato de que o petiz n?havia sido contaminado pelo senso comum. Tivesse escolhido um adulto, certamente a f?la teria outro desfecho. O adulto, desprovido dos atributos meninos, cairia em fatal desgra? seria sumariamente recha?o debaixo de pilh?as e tro?. Sem o benef?o da isen?, o adulto seria vinculado a interesses conspirat?s, a grupos opositores, e outras cantilenas idiossincr?cas. A It?a, por ser um elemento externo, encarnou o menino. No Brasil, eram dos adultos as poucas vozes que se levantaram. H?inco lustros a esquerda empenha-se em convencer o povo brasileiro de que seus terroristas foram verdadeiros her? de que lutaram pela liberdade democr?ca do pa? Cuida-se da mais absurda mentira, pois qualquer pessoa com um m?mo de honestidade intelectual sabe que a esquerda preparava-se para levantar-se em armas contra o regime democr?co, com o objetivo de implantar o comunismo no Brasil, regime que desdenha os mais elementares princ?os de liberdade. No entanto, semelhantes aleivosias vicejaram feito erva daninha, em detrimento da verdade. O incauto que se atrever a contrari?os ser?mediatamente rotulado de direitista, o que compreenderia, na concep? falaciosa da esquerda, saudosismo ?itadura, afei? ao fascismo e ades?ao nazismo. Assim como o rei que, temendo passar por tolo, deixou-se ludibriar por um farsista, n?amb? temendo sermos acusados de direitistas, quedamos silentes. A esquerda foi de tamanha efici?ia que calou a direita brasileira; transformou-a no adulto, ou seja, no ant?o do menino da f?la. Mas n?foi s?so. Notem que a maioria dos brasileiros ?ontr?a ao aborto, ?utan?a, ?ni?homossexual, ?egaliza? das drogas, e ?avor?l ?enas de morte e ?edu? da maioridade penal. A m?a, no entanto, exprime suas opini?como se fosse porta-voz do sentimento nacional. A campanha do desarmamento foi um exemplo emblem?co do descompasso entre o sentimento nacional e os ideais de nossa intelectualidade. Ent? eles nos atingiram n?apenas o direito de exprimir nossa opini? quando nos silenciaram, sen?tamb?nas pr?as palavras, quando se arvoram nossos porta-vozes. Antes que seja tarde demais, ?reciso levantar a bandeira da direita, recobrar os valores do liberalismo, para salvaguardamos a democracia e o capitalismo; com destemor e afinco. Antes que seja tarde demais, ?reciso denunciar que o rei est?u. * Procurador de Justi? Minist?o P?co Estado de Minas Gerais

Bento XVI

07/02/2009
HOMILIA DO PAPA BENTO XVI Bas?ca de S?Paulo fora dos Muros Domingo, 25 de Janeiro de 2009 Amados irm? e irm? ?sempre grande a alegria de nos encontrarmos, junto do sepulcro do Ap?lo Paulo, na mem? lit?ca da sua Convers? para concluir a Semana de Ora? pela Unidade dos Crist?. Sa?todos v?om afecto. De modo particular, sa?o Cardeal Cordero Lanza di Montezemolo, o Abade e a Comunidade dos monges que nos hospedam. Cumprimento tamb?o Cardeal Kasper, Presidente do Pontif?o Conselho para a Promo? da Unidade dos Crist?. Juntamente com ele, sa?os Senhores Cardeais presentes, os Bispos e os Pastores das v?as Igrejas e Comunidades eclesiais, aqui reunidos esta tarde. Dirijo uma palavra de reconhecimento especial a quantos colaboraram na prepara? do material para a ora?, vivendo pessoalmente o exerc?o da reflex?e do confronto na escuta uns dos outros e, todos juntos, da Palavra de Deus. A convers?de S?Paulo oferece-nos o modelo e indica-nos a vereda para caminhar rumo ?lena unidade. Com efeito, a unidade exige uma convers? da divis??omunh? da unidade ferida ?ecuperada e plena. Esta convers??om de Cristo ressuscitado, como aconteceu com S?Paulo. Ouvimo-lo das pr?as palavras do Ap?lo, na leitura h?ouco proclamada: Por gra?de Deus sou aquele que sou (1 Cor 15, 10). O pr?o Senhor, que chamou Saulo no caminho de Damasco, dirige-se aos membros da sua Igreja que ?na e santa e, chamando cada qual pelo nome, pergunta: por que me dividiste? Por que feriste a unidade do meu corpo? A convers?implica duas dimens? Na primeira fase conhecem-se e reconhecem-se na luz de Cristo as culpas, e este reconhecimento torna-se dor e arrependimento, desejo de um novo in?o. Na segunda, reconhece-se que este novo caminho n?poder advir de n?esmos. Consiste em deixar-se conquistar por Cristo. Como diz S?Paulo: ...esfor?me por correr para O conquistar, porque tamb?eu fui conquistado por Jesus Cristo (Fl 3, 12). A convers?exige o nosso sim, o meu correr; em ?ma an?se, n??ma actividade minha, mas dom, um deixar-se formar por Cristo; ?orte e ressurrei?. Por isso S?Paulo n?diz: Converti-me, mas afirma estou morto (Gl 2, 19), sou uma nova criatura. Na realidade, a convers?de S?Paulo n?foi uma passagem da imoralidade ?oralidade a sua moralidade era alta de uma f?rrada a uma f?ecta a sua f?ra verdadeira, embora fosse incompleta mas foi o ser conquistado pelo amor de Cristo: a ren?a ?r?a perfei? foi a humildade de quem se coloca sem reservas ao servi?de Cristo pelos irm?. E s?sta ren?a a n?esmos, nesta conformidade com Cristo, podemos estar unidos tamb?entre n?podemos tornar-nos um s? Cristo. ?a comunh?com Cristo ressuscitado que nos confere a unidade. Podemos observar uma interessante analogia com a din?ca da convers?de S?Paulo tamb?meditando sobre o texto b?ico do profeta Ezequiel (cf. 37, 15-28), escolhido previamente este ano como base da nossa ora?. Efectivamente, nele ?presentado o gesto simb?o das duas varas unidas numa s?a m?do profeta que, com este gesto, representa a ac? futura de Deus. ?a segunda parte do cap?lo 37, que na primeira parte cont?a c?bre vis?dos ossos ?dos e da ressurrei? de Israel, realizada pelo Esp?to de Deus. Como deixar de observar que o sinal prof?co da reunifica? do povo de Israel ?nserido depois do grande s?olo dos ossos ?dos vivificados pelo Esp?to? Daqui deriva um esquema teol?o an?go ao da convers?de S?Paulo: em primeiro lugar est? poder de Deus que, com o seu Esp?to, realiza a ressurrei? como uma nova cria?. Este Deus, que ? Criador e tem o poder de ressuscitar os mortos, tamb??apaz de reconduzir para a unidade o povo dividido em dois. Paulo como e mais do que Ezequiel torna-se instrumento eleito da prega? da unidade conquistada por Jesus mediante a Cruz e a ressurrei?: a unidade entre judeus e pag?, para formar um ?o povo novo. Portanto, a ressurrei? de Cristo estende o per?tro da unidade: n?s?idade das tribos de Israel, mas unidade de judeus e pag? (cf. Ef 2; Jo 10, 16); unifica? da humanidade dispersa pelo pecado e ainda mais unidade de todos os crentes em Cristo. A op? deste trecho do profeta Ezequiel, devemo-la aos irm? da Coreia, que se sentiram fortemente interpelados por esta p?na b?ica, quer como coreanos, quer como crist?. Na divis?do povo judaico em dois reinos, eles reflectiram-se como filhos de uma ?a terra, que as vicissitudes pol?cas separaram, uma parte ao norte e a outra ao sul. E esta sua experi?ia humana ajudou-os a compreender melhor o drama da divis?entre os crist?. Agora, ?uz desta Palavra de Deus que os nossos irm? coreanos escolheram e propuseram a todos, sobressai uma verdade cheia de esperan? Deus promete ao seu povo uma nova unidade, que deve ser sinal e instrumento de reconcilia? e de paz tamb?no plano hist?o, para todas as na?s. A unidade que Deus concede ?ua Igreja, e pela qual n?ramos, ?aturalmente a comunh?em sentido espiritual, na f? na caridade; mas n?abemos que esta unidade em Cristo ?ermento de fraternidade tamb?no plano social, nas rela?s entre as na?s e para toda a fam?a humana. ?o fermento do Reino de Deus que faz crescer toda a massa (cf. Mt 13, 33). Neste sentido, a ora? que elevamos nestes dias, referindo-nos ?rofecia de Ezequiel, tornou-se tamb?intercess?pelas diversas situa?s de conflito que no presente afligem a humanidade. Onde as palavras humanas se tornam impotentes, porque prevalece o tr?co clamor da viol?ia e das armas, a for?prof?ca da Palavra de Deus n?desfalece e repete-nos que a paz ?oss?l, e que temos o dever de ser, n?esmos, instrumentos de reconcilia? e de paz. Por isso, exige-se sempre que a nossa ora? pela unidade e pela paz seja comprovada por gestos corajosos de reconcilia? entre n?crist?. Penso ainda na Terra Santa: como ?mportante que os fi? que ali vivem, assim como os peregrinos que a visitam, ofere? a todos o testemunho de que a diversidade dos ritos e das tradi?s n?deveria constituir um obst?lo ao respeito m? e ?aridade fraterna. Nas leg?mas diversidades das diferentes tradi?s, temos que procurar a unidade na f?no nosso sim fundamental a Cristo e ?ua ?a Igreja. E assim as diversidades n?ser?mais obst?lo que nos separa, mas riqueza na multiplicidade das express?da f?omum. Gostaria de concluir esta minha reflex? fazendo refer?ia a um acontecimento que os mais idosos entre n?ertamente n?esquecem. No dia 25 de Janeiro de 1959, precisamente h?inquenta anos, o Beato Papa Jo?XXIII manifestou pela primeira vez neste lugar a sua vontade de convocar um Conc?o ecum?co para a Igreja universal (AAS LI [1959], p? 68). Ele dirigiu este an?o aos Padres Cardeais, na Sala capitular do Mosteiro de S?Paulo, depois de ter celebrado a Missa solene na Bas?ca. Dessa decis?pr?a sugerida pelo Esp?to Santo ao meu venerado Predecessor, segundo a sua s?a convic?, derivou tamb?uma contribui? fundamental para o ecumenismo, resumida no Decreto Unitatis redintegratio. Nele, entre outras coisas, l?e: N?pode existir verdadeiro ecumenismo sem convers?interior; pois o desejo de unidade nasce e amadurece na renova? do esp?to (cf. Ef 4, 23), da abnega? pr?a e do pleno exerc?o da caridade (n. 7). A atitude de convers?interior em Cristo, de renova? espiritual, de maior caridade para com os outros crist? deu lugar a uma nova situa? nas rela?s ecum?cas. Os frutos dos di?gos teol?os, com as suas converg?ias e com a identifica? mais espec?ca das diverg?ias que ainda subsitem, impelem a continuar intrepidamente em duas direc?s: na recep? daquilo que foi alcan?o positivamente e num renovado compromisso rumo ao futuro. Oportunamente, o Pontif?o Conselho para a Promo? da Unidade dos Crist?, ao qual agrade?o servi?que presta ?ausa da unidade de todos os disc?los do Senhor, recentemente reflectiu sobre a recep? e o futuro do di?go ecum?co. Se por um lado esta reflex?quer, justamente, valorizar aquilo que j?oi alcan?o, por outro, tenciona encontrar novos caminhos para a continua? das rela?s entre as Igrejas e Comunidades eclesiais no contexto actual. O horizonte da plena unidade permanece aberto diante de n?Trata-se de uma tarefa ?ua, mas entusiasmante para os crist? que desejam viver em sintonia com a ora? do Senhor: Para que todos sejam um s? fim de que o mundo creia (Jo 17, 21). O Conc?o Vaticano II delineou-nos que este santo prop?o de reconciliar todos os crist? na unidade da Igreja de Cristo, una e ?a, excede as for? e os dotes humanos (UR, 24). Confiando na ora? do Senhor Jesus Cristo, e animados pelos significativos passos dados pelo movimento ecum?co, invoquemos com f? Esp?to Santo, a fim de que continue a iluminar e orientar o nosso caminho. Estimule-nos e assista-nos do c?o Ap?lo Paulo, que tanto trabalhou e sofreu pela unidade do Corpo m?ico de Cristo; acompanhe-nos e ajude-nos a Bem-Aventurada Virgem Maria, M?da unidade da Igreja. © Copyright 2009

Tibiriçá Ramaglio

07/02/2009
Os que ainda se espantam com as bobagens que Lula fala ficaram assutados quando o homem declarou que a leitura de jornais lhe fazia mal ao f?do. N?quero de modo algum concordar com o presidente, mas confesso que ?reciso ter est?o forte para ler um jornalzinho intitulado Brasil de Fato, que acessei hoje pela internet, n?sei se por curiosidade de ver o que pensam seu corpo editorial e seus leitores, n?sei se por algum incontrol?l impulso autodestrutivo. De fato, como o pr?o nome do jornal escancara o dogmatismo de sua linha editorial, asseverando que ?li que se encontra o Brasil de verdade e, por extens? a pr?a verdade, eu j?maginava o que havia de achar em linhas gerais. Portanto, n?me surpreendi ao deparar com uma entrevista do cientista pol?co Theot? dos Santos, fazendo a apologia da necessidade de Hugo Chavez permanecer no poder na Venezuela, de vez que, para os setores populares, que n?t?nenhuma tradi? de poder, ?uito dif?l construir lideran? novas todos os dias. (Os setores populares cubanos que o digam!) Tamb?n?me espantou encontrar uma defesa da injustific?l decis?do camarada Tarso Genro de conceder ref? pol?co ao terrorista Cesare Battisti, que o Brasil de Fato apresenta como escritor e ex-militante da organiza? Prolet?os Armados pelo Comunismo (PAC). Igualmente me pareceu natural que esse ponto de vista se baseasse nas posi?s de Antonio Mazzeo, professor do Departamento de Ci?ias Politicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e tamb?membro do Comit?entral do Partido Comunista Brasileiro (PCB), o que evidencia sua isen? para apreciar o caso. Sendo assim, apesar de se tratar do mais rematado e absurdo disparate, n?havia por que me engasgar com a afirma? de Mazzeo, segundo a qual o preso pol?co transformou-se em bode-expiat? de uma direita raivosa e xen?a que tem apenas o objetivo de colocar o conjunto da esquerda italiana contra a parede, para legitimar sua politica de toler?ia zero com a imigra? e, principalmente, com os movimentos sociais. Por outro lado, na imensa massaroca de lugares-comuns e clich?caracter?icos do jornalismo de esquerda - que se estendem verborragicamente por uma infinidade de p?nas virtuais, deixando evidente que na dial?ca dessa gente o que n?existe absolutamente ? capacidade de s?ese -, acabei por topar com um artigo que faz a defesa de nada menos do que a asser? de Lula quanto ao fato de a leitura de jornal ser algo totalmente dispens?l. A favor do pequeno timoneiro do PT, o articulista - um tal de Beto Alves, presidente da TV Comunit?a de Bras?a, cujo alcance tem tirado o sono dos heredeiros de Roberto Marinho - invoca simplesmente o grande Arthur Schopenhauer, esgrimindo o argumento de que o c?bre fil?o alem?tamb?j?avia causado muita celeuma, h?ais de s?lo, quando levantou d?as acerca da possibilidade de uma correta compreens?da realidade unicamente a partir da leitura, pondo em d?a a qualidade dos textos, inclusive nos jornais. Quero esclarecer que o que me surpreendeu no artigo do companheiro Beto Alves n?foi o fato de ele postular que a declara? de Lula se tratava de uma cr?ca informal a um certo jornalismo, mas nunca a manifesta? de uma avers??eitura em geral. Surpreendeu-me, sim, a evoca? a Schopenhauer, em particular por que o Schopenhauer evocado por ele n?? que est?li, explicitamente citado no artigo, mas um outro Schopenhauer, velado, clandestino, aquele que escreveu o c?bre Como vencer um debate sem precisar ter raz? Chega! Al?de recorrer a Schopenhauer ser um excesso de cinismo por parte de um esquerdista, n?tenho a m?ma inten? de competir com a logorre?de Beto Alves, de Antonio Mazzeo ou Theot? dos Santos. Concluo que o Brasil de Fato espelha maravilhosamente bem a venalidade e o atraso da vanguarda intelectual brasileira, talvez a mais concreta express?da perfeita idiotice latino-americana. Esse ? Brasil... de fato! http://observatoriodepiratininga.blogspot.com

Luis Alberto Villamarín Pulido

07/02/2009
Terminado o teatro de com?a montado pelas FARC, o governo brasileiro, os autodenominados “Amigos da Col?a” (alguns deles amigos das FARC) e Piedad C?ba, n?resta d?a que os terroristas continuam empenhados em buscar reconhecimento pol?co sem o r?o de terroristas. Tampouco h??as de que o Compl?munista contra a Col?a continua de p? Enquanto os agentes da Pol?a e o soldado, libertados no domingo 1º de fevereiro, foram expl?tos em descrever os mecanismos propagand?icos das FARC que ao mesmo tempo deixaram a descoberto as tapea?s politiqueiras e manipuladoras da dor das fam?as dos seq?rados, orquestradas por Piedad C?ba e sua patota, os dirigentes pol?cos Alan Jara e Sigifredo L? falaram pelos cotovelos, de maneira irrespons?l criticaram a Seguran?Democr?ca, enalteceram Piedad C?ba (candidata presidencial de Ch?z e das FARC), e em um evidente cumprimento ao que foi urdido pelos terroristas em troca de sua liberta?, a elevaram aos c?, ao mesmo tempo em que, com fins eleitoreiros vindouros, questionaram o mandat?o colombiano. A gravidade do assunto ?ue, consciente da manipula? calculada que fez do tema em sociedade com as FARC, Piedad C?ba assumiu uma suposta atitude de benfeitora bem-intencionada, enquanto que por baixo dos panos se tece um estratagema politiqueiro contra o governo colombiano, como parte ativa da conjuntura internacional dos governos de Cuba, Nicar?a, Venezuela, Equador e Bol?a contra a Col?a. Resulta sintom?co que ainda haja idiotas ?s que d?como certa a suposta inten? humanit?a da questionada senadora liberal e seus c?ices. A verdade clara e precisa ?ue a premeditada liberta? dos ?mos dirigentes pol?cos e de quatro membros da For?P?ca sem grau dentro da hierarquia institucional, ao mesmo tempo em que deixaram nos esconderijos os oficiais e suboficiais, ?m elo da cadeia de mecanismos orquestrados pelos comunistas latino-americanos, em honra de legitimar o grupo terrorista para integrar a Col?a ao embuste politiqueiro esquerdista de inserir o pa?dentro da ?ta de influ?ia castro-chavista. Em s?ese, o ocorrido no domingo 1º e na quinta 5 de fevereiro de 2009, com a liberta? unilateral de seis seq?rados, ?ma montagem audaciosa da guerra psicol?a fariana, acolitada pelo governo brasileiro, contra a institucionalidade colombiana. A aparente boa-vontade da loquaz mediadora, e a defesa obrigada que Jara e Sigifredo fizeram dela, ? desenvolvimento de uma cartilha urdida pelo Secretariado das FARC com o fim de pressionar o acordo humanit?o, por?com todas as condi?s de um bando terrorista contra a Col?a. Nessa ordem de id?s ?oerente a resposta dada pelo presidente Uribe em Villavicencio depois da liberta? de Jara. Acordo Humanit?o sem politicagem, sem presen?estrangeira que n?seja a Cruz Vermelha, e sem o retorno ao delito dos terroristas encarcerados. Se fosse certo que as FARC querem um acordo humanit?o que conduza a um processo de paz, como dizem de maneira folcl?a e irrespons?l Jara, Sigifredo e Piedad C?ba, o correto seria que libertassem todos os seq?rados sem contrapresta?s porque, al?disso, ?m mandato popular f?co, exigido pelo povo colombiano em 4 de fevereiro, 20 de julho e 28 de novembro de 2008. O contr?o ?ma cruel manipula? da dor dos seq?rados, uma farsa fraudulenta similar ?os di?gos do Cagu?e uma trama a mais da linha de conduta do Plano Estrat?co das FARC. Algo assim como outra jogada estrat?ca, para ver se o governo colombiano cai no embuste. A quest?n???elementar nem simplista como a estabeleceu primeiro Eladio P?z e depois a ressarciram Alan Jara e Sigifredo L?, com a est?a interpreta? dos eventuais resultados de um acordo humanit?o manejado a seu bel prazer pelas FARC, segundo a qual, se a seguran?democr?ca ??s?a, tal acordo n?lhe provocaria ruptura. Isto seria certo se as FARC operassem com sinceridade e sensatez, por?a realidade ?em diferente. Assim como assassinaram 11 deputados do Valle, ou esconderam o cad?r do major Guevara e depois negaram de p?juntos qualquer responsabilidade a respeito, tampouco se lhes pode crer neste caso porque a premeditada liberta? unilateral destes seis seq?rados ?penas uma pe?a mais no xadrez estrat?co do Secretariado das FARC em comum acordo com seus comparsas. Do mesmo modo como sempre fizeram, as FARC brincam com a dor de suas v?mas e zombam do desejo de paz do povo colombiano. O presidente Uribe tem as coisas claras. Entende com precis?qual ? verdadeiro objetivo que h?or tr?dessas cortinas de fuma? algo que parecem n?entender ou n?querem compreender os humanistas bem-intencionados e os idiotas ?s dos camaradas do Partido Comunista Clandestino (PC3), que difundem ao mesmo tempo id?s distorcidas dentro da opini?p?ca. Fazer um acordo humanit?o nas condi?s estabelecidas pelas FARC ?ometer um monumental erro hist?o, de conseq?ias imprevis?is para o futuro da Col?a. O que est?m jogo em t?dif?l situa? n?? necess?a e inadi?l liberdade de 23 compatriotas, cuja vida ?rof?de guerra e politicagem para os seq?radores, sen?a continuidade hist?a do sistema de valores democr?cos que rege a na?. Em vez de se deixar instigar pelas l?imas de crocodilo de Piedad C?ba e seus colaboradores, seria mais produtivo que Alan Jara, Sigifredo L? e os demais libertados (que foram seq?rados por representar aos olhos das FARC a classe pol?ca corrupta e ineficiente que empobreceu a Col?a), se dedicassem a multiplicar pelo mundo inteiro a verdade sobre quem s?as FARC, o que ?ue pretendem, quais s?os m?dos impositivos de barb?e que utilizam, e como opera o estratagema de Lula, Ch?z, Correa, Ortega, Morales e a ditadura cubana, assim como o risco de que este esquema anquilosado de governo fosse imposto ?ol?a. O estratagema de Seguran?Democr?ca n?pode ceder ante os mecanismos de lobos com pele de cordeiro. Em todo este agravo, as FARC e seus aliados n?fizeram outra coisa diferente que brincar com a dor das v?mas do seq?ro e a boa-f?os colombianos que n?compreenderam ainda a farsa de suas propostas. * Coronel Luis Alberto Villamar?Pulido – Analista de assuntos estrat?cos. www.luisvillamarin.co.nr Tradu?: Gra?Salgueiro

Roberto Mangabeira Unger

07/02/2009
P? FIM AO GOVERNO LULA ROBERTO MANGABEIRA UNGER (Publicado na Folha de S. Paulo em 15 de novembro de 2005) AFIRMO que o governo Lula ? mais corrupto de nossa hist? nacional. Corrup? tanto mais nefasta por servir ?ompra de congressistas, ?olitiza? da Pol?a Federal e das ag?ias reguladoras, ao achincalhamento dos partidos pol?cos e ?entativa de dobrar qualquer institui? do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos. Afirmo ser obriga? do Congresso Nacional declarar prontamente o impedimento do presidente. As provas acumuladas de seu envolvimento em crimes de responsabilidade podem ainda n?bastar para assegurar sua condena? em ju?. J?? por? mais do que suficientes para atender ao crit?o constitucional do impedimento. Desde o primeiro dia de seu mandato o presidente desrespeitou as institui?s republicanas. Imiscuiu-se, e deixou que seus mais pr?os se imiscu?em,em disputas e neg?s privados. E comandou, com um olho fechado e outro aberto, um aparato pol?co que trocou dinheiro por poder e poder por dinheiro e que depois tentou comprar, com a libera? de recursos or?ent?os, apoio para interromper a investiga? de seus abusos. Afirmo que a aproxima? do fim de seu mandato n??otivo para deixar de declarar o impedimento do presidente, dados a gravidade dos crimes de responsabilidade que ele cometeu e o perigo de que a repeti? desses crimes contamine a elei? vindoura. Quem diz que s?s eleitores cabe julgar n?compreende as premissas do presidencialismo e n?leva a Constitui? a s?o. Afirmo que descumpririam seu juramento constitucional e demonstrariam deslealdade para com a Rep?ca os mandat?os que, em nome de lealdade ao presidente, deixassem de exigir seu impedimento. No regime republicano a lealdade ?leis se sobrep? lealdade aos homens. Afirmo que o governo Lula fraudou a vontade dos brasileiros ao radicalizar o projeto que foi eleito para substituir, amea?do a democracia com o veneno do cinismo. Ao transformar o Brasil no pa?continental em desenvolvimento que menos cresce, esse projeto imp?ediocridade aos que querem pujan? Afirmo que o presidente, avesso ao trabalho e ao estudo, desatento aos neg?s do Estado, fugidio de tudo o que lhe traga dificuldade ou dissabor e orgulhoso de sua pr?a ignor?ia, mostrou-se inapto para o cargo sagrado que o povo brasileiro lhe confiou. Afirmo que a oposi? praticada pelo PSDB ?mpostura. Acumpliciados nos mesmos crimes e aderentes ao mesmo projeto, o PT e o PSDB s?hoje as duas cabe? do mesmo monstro que sufoca o Brasil. As duas cabe? precisam ser esmagadas juntas. Afirmo que as bases sociais do governo Lula s?os rentistas, a quem se transferem os recursos pilhados do trabalho e da produ?, e os desesperados, de quem se aproveitam, cruelmente, a subjuga? econ?a e a desinforma? pol?ca. E que seu inimigo principal s?as classes m?as, de cuja capacidade para esclarecer a massa popular depende, mais do que nunca, o futuro da Rep?ca. Afirmo que a repeti? perseverante dessas verdades em todo o pa?acabar?or acender, nos cora?s dos brasileiros, uma chama que reduzir? cinzas um sistema que hoje se julga intoc?l e perp?o. Afirmo que, nesse 15 de novembro, o dever de todos os cidad? ?egar o direito de presidir as comemora?s da proclama? da Rep?ca aos que corromperam e esvaziaram as institui?s republicanas.