Olavo de Carvalho

01/01/2009
Os inimigos da liberdade s?as pessoas mais inventivas do mundo. A cada ano que passa eles criam novos instrumentos, mais e mais engenhosos, para ludibriar o povo e fazer com que a regra do jogo democr?co se torne um formalismo simb?o sem o menor alcance pr?co, de modo a que o poder possa ser sempre dividido entre os que j? t? e o povo trouxa ainda acredite que foi ele quem quis assim. Se n?come?mos a levar a s?o a no? de que n?h?emocracia sem livre acesso ?informa?s, logo estaremos acreditando que o simples ato de votar resolve tudo, mesmo que o eleitor n?tenha a menor id? de em quem est?otando. Esta cren?idiota, insultuosa no mais alto grau ?ntelig?ia humana e ?d? de democracia, foi a base das elei?s de 2002 e 2006 no Brasil, assim como da elei? americana de 2008. Nesses tr?epis?s, a popula? foi deliberadamente privada de informa?s essenciais para um voto consciente. A m?a agiu como organiza? criminosa empenhada em for? um resultado fraudulento, fugindo aos deveres m?mos da pr?ca jornal?ica e adotando como norma de reda? as t?icas de fabrica? do consenso inventadas pelo c?bre genro de Freud e g?o da picaretagem, Edward Bernays. Que os pr?os ?os de m?a acabam pagando por isso, ?lgo que j??se pode negar. Uma pesquisa do Pew Research Center, de Washington DC, mostra que a maioria dos americanos, hoje, tem a internet como fonte de informa?s mais confi?l do que a grande m?a. No entanto esta ainda se prevalece de seu prest?o residual declinante para impingir ?redulidade remanescente a id? tola de que existem fontes ortodoxas e heterodoxas de informa?, classificando-se a si pr?a na primeira categoria, e na segunda as p?nas da internet que abrem ao povo o acesso ?fontes prim?as – documentos e testemunhos diretos –, que a mais rigorosa metodologia da ci?ia hist?a considera o material mais confi?l, na verdade o ?o confi?l. A arrog?ia pomposa da grande m?a torna-se cada vez mais rid?la quando suas pretens?ao monop? da confiabilidade s?desmoralizadas pela simples publica? de documentos origin?os que a desmentem. De que valem o Globo e a Folha, confrontados com dezesseis anos de atas de uma entidade que eles davam por inexistente? De que valem o New York Times e a CNN quando as provas de que seu idolatrado Barack Hussein Obama ?m fals?o circulam ?dezenas pela internet? A cobertura das elei?s americanas foi um festival abjeto de louva?s ao candidato democrata e difama? ostensiva de seus advers?os. A m?a calhorda leva, decerto, a vantagem da rapidez e da simultaneidade, enquanto os documentos espalhados pela internet levam muito tempo at?er vistos por uma parcela significativa da popula?. Em toda prestidigita?, a velocidade ?udo. Mas o tempo acaba sempre trazendo a revela? da fraude. O que importa ?ue, depois de mostradas as provas, a coisa n?pare por a?a oculta? premeditada de informa?s, calculada para favorecer um candidato, ?m crime e deve ser punido como qualquer outro crime. A medida mais urgente para a preserva? da democracia ?ue as pessoas e entidades escandalizadas diante da vigarice de jornais e notici?os de TV n?se limitem ao protesto verbal, mas se organizem para processar os culpados. O pr?o C?o de Prote? ao Consumidor fornece elementos para isso. Di?o do Com?io Novas obamices Olavo de Carvalho Bill Muehlenberg, popular comentarista de m?a australiano, considerou o meu artigo O candidato do medo (Di?o do Com?io, 24 de outubro de 2008) uma das mat?as mais importantes e reveladoras publicadas sobre as elei?s americanas. Seu site Culture Watch (www.billmuehlenberg.com) recomendou ainda Milagres da f?b?ca, publicado no M?a Sem M?ara em 1º de novembro. Este foi discutido tamb?no site de Melanie Phillips da revista inglesa Spectator (http://www.spectator.co.uk/melaniephillips/2570751/join-up-the-dots.thtml): atacado e defendido, acabou-se saindo muito bem. At?gora, todas as rea?s adversas a esses dois artigos limitaram-se aos xingamentos impotentes e a contesta?s de detalhe que n?afetam no mais m?mo que seja o seu argumento geral. ?absolutamente inevit?l que, mais dia menos dia, todos os crimes de fraude praticados por Barack Hussein Obama antes e durante as elei?s venham ?ona. Os de revela? mais recente s?os seguintes: 1. Ao preencher o formul?o para inscri? na Ordem dos Advogados (Bar Association) de Illinois, Obama declarou que nunca tinha usado nenhum outro nome al?de Barack Hussein Obama. ?falso. H?ocumentos dele com os nomes de Barry Soetoro, Barry Dunham e outros, bem anteriores ao seu ingresso naquela entidade. 2. Durante a campanha, sob suspeita de ter adquirido sua mans?num neg? ilegal com Tony Rezko, Obama declarou que nada tinha a ver com o famoso vigarista, preso por uma d? de crimes. Agora apareceram as cobran? de impostos daquele im?: n?est?em nome de Obama, mas do advogado de Tony Rezko... 3. Repetidas vezes, Obama afirmou que n?tinha nada a ver com a Acorn, a ONG que espalhou milhares de t?los de eleitor falsos. Agora revela-se n?s?e a Acorn prestou servi? ?ampanha de Obama, recebendo pagamentos de 80 mil d?es, mas que a firma de advocacia onde trabalhou Michelle Obama est?efendendo a diretoria da Acorn num caso de desvio de verbas. 4. Com o apoio de toda a grande m?a, sem exce?, Barack Hussein Obama jurou que eram puras difama?s as not?as de que ele tinha recebido educa? isl?ca. O v?o reproduzido em http://www.youtube.com/watch?v=HkjFc3S21nY n?deixa margem a d?as: Obama mentiu novamente. Gra? ao caso Blagojevitch, Obama tornou-se o primeiro presidente eleito dos EUA a ser interrogado pela pol?a j?ntes da cerim? de posse. E o promotor Patrick Fritzgerald – o mesmo do caso Valerie Plame, donde se v?ue o sujeito n?age por prefer?ia partid?a – j?nunciou que pretende em breve espremer Obama quanto aos neg?s il?tos com Tony Rezko.

Entrevista com Mons. Michel Schooyans

01/01/2009
Por Alexandre Ribeiro SÏ PAULO, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 (ZENIT.org). — Quando se celebram os 60 anos da Declara? Universal dos Direitos Humanos, a maior amea?ao documento e aos princ?os ali proclamados vem da pr?a entidade que deu vida ao texto: a ONU. Neste m?de anivers?o da Declara? de 1948, Zenit entrevistou mons. Michel Schooyans, renomado especialista em filosofia pol?ca e demografia. Mons. Schooyans ?embro da Pontif?a Academia para a Vida, da Pontif?a Academia das Ci?ias Sociais e professor em?to da Universidade de Lovaina (B?ica). — Fale-nos, por favor, do surgimento da Declara? de 1948. — Mons. Michel Schooyans: A ONU foi criada em 1945 com a carta de S?Francisco e, de certa forma, consolidada em 1948 com a Declara? Universal dos Direitos Humanos. Foi consolidada na base de uma miss?essencial que ? promo? dos direitos de todo ser humano. Todo ser humano tem direito ?ida, afirma o artigo terceiro da Declara?. O texto convida todos os homens, pa?s, governantes a reconhecer a dignidade de cada ser humano, qualquer que seja a sua for? a cor da sua pele, a sua religi? idade. Todos merecemos ser reconhecidos simplesmente pelo fato de sermos homens. ?sobre esta base, diz a Declara?, que vamos poder construir novas rela?s internacionais, uma sociedade de paz e de fraternidade. Se houve a Guerra Mundial que terminou em 1945, ?orque houve um desconhecimento da realidade desses seres humanos que, todos, t?direitos inalien?is e imperec?is. A Declara? situa-se na continuidade de todas as grandes declara?s que marcaram a hist? pol?ca e jur?ca das na?s ocidentais. Por exemplo, a Declara? da Independ?ia dos Estados Unidos, de 1776, a Constitui? dos Estados Unidos de 1787, a Declara? dos Direitos do Homem e do Cidad? da Fran? em 1789, s?as declara?s cl?icas. A Declara? de 1948 se situa na tradi? mais fiel ?elas Declara?s que demonstraram a sua efic?a no campo do reconhecimento e da promo? dos direitos humanos. Esses direitos s?reconhecidos em decorr?ia de uma atitude moral e antropol?a. Eu reconhe?a realidade do meu semelhante. Eu me inclino na sua presen? Reconhe?a sua dignidade. Ainda que ele seja doente, esteja no in?o ou no final da sua vida, ele tem uma dignidade igual ?inha. — Que tipo de documento ? Declara? de 1948? — Mons. Michel Schooyans: A Declara? n??m documento de Direito no sentido t?ico da palavra. O documento enuncia os direitos b?cos. Mas para que esses direitos b?cos sejam colocados em pr?ca, eles necessitam de uma tradu? em textos legais. Precisam ser codificados. Devem ser prolongados em instrumentos jur?cos apropriados, no que se chama o direito positivo. Isso significa que os direitos proclamados em 1948 devem se exprimir em leis que ser?aplicadas pelos governos das na?s e controladas pelo poder judicial. S? portanto, duas coisas: primeiro, o reconhecimento da realidade de seres humanos que t?a mesma dignidade e os mesmo direitos b?cos, e, por outro lado, instrumentos jur?cos que d?uma forma concreta, exig?l, ?eles direitosreconhecidos como fundamentais. Quando se trata da Declara? de 1948, conv?perceber que os mesmos direitos fundamentais podem dar lugar a codifica?s diferentes de acordo com as diversas tradi?s jur?cas dos pa?s. As na?s podem traduzir diferentemente o mesmo respeito que elas t?aos direitos fundamentais dos homens. O que acabamos de evocar ? que se chama a tradi? realista. Essa tradi? se inclina frente ?ealidade de seres concretos: voc?eu e a universalidade dos seres humanos. Essa mesma tradi? comanda todo o edif?o das na?s democr?cas, n?s?edif?o jur?co, mas o edif?o pol?co, que tamb?se baseia no reconhecimento da igualdignidade. Agora, hoje em dia, a Declara? de 1948, que se inspira n?da e explicitamente na tradi? realista, e que foi redigida com a colabora? de um dos brasileiros mais ilustres da hist?, Alceu Amoroso de Lima, est?endo contestada. — Que tipo de contesta?? — Mons. Michel Schooyans: Uma contesta? que vem da influ?ia da teoria positivista do Direito, elaborada sobretudo por um autor chamado Kelsen (1881-1973). Sob a influ?ia de Kelsen, propagou-se uma nova concep? do direito e, portanto, dos direitos humanos. Tudo o que a gente explicou a respeito dos direitos inatos do homem que, por ser homem, tem naturalmente direitos, ?ontestado. Tudo isso ?egado, ?olocado entre par?eses, ?esprezado e esquecido. S?bsistem as normas jur?cas; s?bsiste o direito positivo, barrando toda refer?ia aos direitos que os homens t?naturalmente. Nesse contexto, as determina?s jur?cas s?a ?a coisa que merecem estudo e respeito. Agora esses ordenamentos jur?cos, essas disposi?s lavradas nos C?os, podem mudar ao sabor de quem tem for?para defini-las. S?puro produto da vontade de quem tem poder, de quem consegue impor a sua vis?do que seja tal ou tal direito humano. De modo que, como salta aos olhos, a vis?puramente positivista dos direitos humanos depende finalmente do arb?io de quem tem a possibilidade de impor a sua concep? pr?a dos direitos humanos, j?ue n?h?ais nenhuma refer?ia ?erdade, concernente ?ealidade do homem. — Quais as consequ?ias? — Mons. Michel Schooyans: S?tr?cas. O positivismo jur?co abriu e abre o caminho para todas as formas de ditadura. Como o pr?o Kelsen dizia, na Uni?Sovi?ca de Stalin havia estado de direito, j?ue havia leis. Era um ditador, mas ele fazia a lei. Mas que lei? A lei que era a express?da vontade dele, da brutalidade dele. N?tinha refer?ia a direitos que seriam naturais, que seriam objeto de uma verdade ?ual a gente adere e que se imp?elo seu fulgor. A lei no tempo de Stalin era reflexo da vontade do mais forte. Hoje em dia, a lei que permite o aborto, que permite a eutan?a, n??utra coisa. ?uma lei que permite que ven?a for?do mais forte, que diz: j?ue tal ? minha vontade, n?amos decidir quem pode ser admitido ?xist?ia e quem n?pode. Essa mentalidade entrou em v?as ag?ias da ONU. E a ONU hoje em dia est?e comportando como uma superpot?ia global, transnacional, na linha exata de Kelsen. Ele mesmo diz que as leis nacionais, as que conhecemos nos nossos C?os nacionais, devem ser submetidas ?prova?, valida?, de um centro de poder piramidal. A validez das leis nacionais depende da validade outorgada, concedida pelo poder supranacional aos c?os nacionais, particulares. Isso significa que as na?s ficam totalmente alienadas da sua soberania e os seres humanos de sua autonomia. A gente observa isso todos os dias, nas discuss?parlamentares. Muitos parlamentos s?simplesmente teatros de marionetes que executam determina?s vindo de fora, cumprem a vontade de quem imp?uas decis? eventualmente comprando os votos, atrav?da corrup?. Isso tudo se passa sob o simulacro da globaliza?, que merece muito a nossa vigil?ia. ?que, na mentalidade de quem adere a essa concep? puramente positivista do direito, a lei n?est? servi?dos homens e da comunidade humana; est?penas a servi?deste ou daquele centro de poder. Este pode ser uma na? como os Estados Unidos, mas pode ser sobretudo a trama das vontades que se aglomeram nas Na?s Unidas, apoiadas por numerosas ONGs, e tamb?por algumas sociedades secretas, como a ma?aria. Isso mostra que hoje em dia o direito internacional tende a prevalecer sobre os direitos nacionais, a esmag?os, pois est?sendo aos poucos desativados. ?uma coisa terr?l! Estamos assistindo ?merg?ia de um direito internacional tir?co porque puramente positivista, ignorando os direitos humanos inalien?is proclamados em1948. E a gente n?percebe... — Um novo tipo de totalitarismo? — Mons. Michel Schooyans: Sim, porque daqui em diante a soberania das na?s ?ura fachada. Kelsen explica muito bem isso: o direito internacional, que dita sua lei ?na?s, deve ser ele mesmo validado, aprovado, pelo topo da pir?de, pela inst?ia suprema. Vejamos um exemplo: no momento em que estamos falando, h?ma discuss?na sede das Na?s Unidas sobre a introdu? ou n?do aborto como novo direito humano. Seria uma nova vers?da Declara? de 1948. Uma modifica? calamitosa porque introduziria sub-repticiamente um princ?o puramente positivo numa declara? que ?ntropol?a e moral. Ali se colocaria tamb?o direito ?utan?a. Restaria ?na?s particulares ratificar estes novos direitos humanos emanando da inst?ia suprema. Isso significa que, como a refer?ia aos direitos naturais dos homens j?eria sido desativada, essa nova Declara? se tornaria um documento de direito puramente positivo, que deveria ser aplicado por todas as na?s que aderissem ao novo texto da Declara? ou a algum outro documento similar. ?uma coisa pavorosa o que est?uase acontecendo. E vai mais longe. A Corte Penal Internacional, que foi institu? h?lguns anos, vai ter como ?a de compet?ia julgar as na?s ou as entidades que se recusarem a reconhecer esses novos direitos inventados ou a serem inventados. A Igreja Cat?a ?m dos alvos poss?is dessa Corte Internacional. J?ouve quem dissesse h?nos que o Papa Jo?Paulo II poderia ter sido intimado a comparecer no Tribunal Internacional por se opor a um novo direito, o direito da mulher ao aborto. Amea?semelhante paira sobre Bento XVI. E no dom?o da educa? ? mesma coisa com a ideologia do g?ro. Em virtude de um novo direito humano, as pessoas escolheriam o seu g?ro, poderiam mudar de g?ro. Ent?o g?ro deve ser ensinado nas escolas. ?doutrina? ideol?a em grande escala, a ponto de quem n?subscrever a essa ideologia ser pass?l de puni? por uma corte internacional. — Discute-se ent?uma altera? do texto da Declara?? — Mons. Michel Schooyans: A Declara? de 1948 enuncia princ?os fundamentais. S?verdades primeiras, fundadoras. N?econhecemos esse fato, que o ser humano tem naturalmente direito ?ida, ?iberdade, ?ropriedade, a se casar, a se associar, a se exprimir livremente e que tudo isso n?decorre da vontade arbitr?a dos homens. Mesmo antes de entrar numa sociedade pol?ca, organizada, o homem j?em direitos humanos fundamentais. E os direitos precedem a lei. Mas o homem precisa que a sociedade se organize para que esses direitos sejam aplicados, respeitados e que, eventualmente, as infra?s sejam reprimidas. Tudo isso est?endo questionado atualmente. Circulam abaixo-assinados. H?m abaixo-assinado a favor do aborto e outro contra. Mas os que mais alto gritam s?os partid?os da introdu? de uma modifica? da Declara?de 1948 que alteraria a natureza da Declara?, bem como da pr?a ONU. — Isso ?ruto unicamente da manipula? do poder ou tamb?de um obscurecimento das consci?ias, utilizando uma express?de Bento XVI? — Mons. Michel Schooyans: Bento XVI tem motivos dos mais s?os para insistir no papel e na nobreza da raz? Tudo o que acabamos de discutir s?problemas de antropologia e de moral natural. Note-se que a defesa do ser humano n??m privil?o da Igreja; faz parte do patrim? das grandes tradi?s morais da humanidade. A necessidade de defender o homem, de reconhecer a dignidade do homem ?ma coisa ?ual a gente tem acesso atrav?do uso correto da raz? Infelizmente estamos assistindo a uma esp?e de pervers?da pr?a raz? A raz??tilizada para ser levada a certas armadilhas dela mesma. O homem ?apaz de ser manipulado; ?apaz de ser dominado. Em portugu?h?ma express?muito bonita, ao que parece usada no candombl?para dizer isso: a gente pode fazer a cabe?de algu? ?exatamente isso. A raz?de um indiv?o ou de um povo pode ser desconectada. E voc?ode encher a cabe?de algu?com id?s completamente malucas. ?o caso do aborto e da eutan?a. Na B?ica, o aborto foi criminalizado pela lei em 1867. Quem mandou aprovar essa lei n?eram os cat?os, mas sim os liberais, que, naquela ?ca, eram mais de tend?ia ma?ica, como at?oje, ali? Foram eles que fizeram essa lei. Os cat?os aprovaram, mas a iniciativa veio dos liberais, ent?majorit?os. Quer dizer que a raz?funcionava. A raz?deles tinha descoberto que era evidente que o ser humano devia ser protegido antes do nascimento. ?uma quest?de raz? Os tempos mudaram. Pode-se alterar a capacidade de racioc?o. Hoje assistimos a v?as manobras que v?nesse sentido. H?s casos de aborto, de eutan?a, do g?ro. H? problema da homossexualidade: h?0 anos, quem teria pensado em promover um novo direito ?omossexualidade? A raz?humana ?apaz de genialidade, mas ?amb?uma faculdade delicada, vulner?l, fr?l, uma faculdade que pode ser desmobilizada, hibernada. A pior forma de escravid?? escravid?mental, a escravid?da raz? que comporta um brinde: o naufr?o da f?porque n?h?to de f?ue n?seja razo?l. Ent?se voc?ntra naquela confus?mental de dizer que o aborto ?m direito, a eutan?a ?m direito, voc?ntra num processo que acaba corrompendo n?s?sua raz? mas tamb?a sua f? Fonte: Zenit

Folha de São Paulo

01/01/2009
Militares temem cria? de reserva no norte do pa? mas Funai nega riscos; STF deve assegurar acesso das For? Armadas ?rea CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA DA REPORTAGEM LOCAL Paralelamente ao debate sobre Raposa/Serra do Sol, a Funai (Funda? Nacional do ?dio) acaba de concluir relat? circunstanciado de demarca? de uma nova ?a com alto potencial de conflito: a terra ind?na Cu?u?arabitanas, localizada na tr?ice fronteira do Brasil com Col?a e Venezuela. Com a demarca? da reserva, os limites nacionais da regi?Norte estar?praticamente encerrados em terras ind?nas, restando apenas o trecho entre as reservas Alto Rio Negro e Evar?, no Amazonas, e a ?a entre as reservas Yanomami e Raposa/Serra do Sol, em Roraima. Mapa da Diretoria de Assuntos Funcion?os da Funai, obtido pela Folha, mostra que a nova reserva ocupar?ma ?a de 808.597 hectares, cerca de 8.085,97 km2 -superior ?a regi?metropolitana de S?Paulo (a Grande SP). A Cu?u?reivindicada h?ito anos por organiza?s indigenistas, se estende por uma faixa de 522 km ao longo da margem esquerda do rio Negro (AM), entre as cidades de Cucu? S?Gabriel da Cachoeira. Une assim as terras ind?nas Alto Rio Negro (oeste), Yanomami (leste) e Balaio (sudeste), al?de outras tr?no Amazonas. Segundo proje?s de analistas, s?cerca de 23 milh?de hectares numa faixa cont?a superior a 2.500 km. Ex-presidente da Funai, o antrop?o M?io Gomes ?ontra a fus?das terras: Vai ficar uma ?a cont?a muito grande, que barra toda fronteira e abre uma celeuma muito dif?l. ?uma temeridade. M?io explica que, quando dirigiu o ?o (2003-2007), sugeriu que a ?a se restringisse ao per?tro da margem esquerda do Rio Negro. Ele critica que o grupo de delimita? tenha sido integrado por organiza?s indigenistas. Setores militares mais radicais v? uma amea??oberania nacional. Acho suspeito esse fechamento da fronteira. Temos que tomar cuidado com a balcaniza? da Amaz? e a presen?de ONGs interessadas em explorar as riquezas da terra, afirma o presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo. O militar defende a integra? do ?io ?ociedade e critica a Funai de ser pouco transparente. Na ?ma sess?de julgamento no STF sobre a demarca? cont?a de Raposa/Serra do Sol, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito deu garantias de acesso das For? Armadas ?reservas. Seu voto foi acolhido por outros seis ministros. Popula? Segundo o relat? da Funai, na ?a de Cue-Cu?arabitanas vivem 1.702 ?ios, a maioria das etnias bar? baniwa. Tamb?h?m menor propor? membros das etnias tucano e piratapuia, al?de um subgrupo bar?erequena. As fam?as vivem basicamente do extrativismo, embora o subsolo da regi?seja rico em minerais estrat?cos. A Folha apurou que haveria tamb?pouco mais de 1.000 n??ios, moradores e comerciantes, que dever?ser retirados ap? homologa? da reserva. O pr?o passo ser? aprova? do relat?, com o que se abrir?m per?o de 90 dias para contesta?s. Coordenador-geral de Identifica? e Demarca?, Paulo Santilli admite que pode haver algum questionamento e rea?s localizadas, e que o tra?o da reserva em quest?n??efinitivo. Santilli espera um debate qualificado e rejeita alega?s de risco ?oberania. Os ?mos casos, inclusive Raposa, reafirmam a legitimidade da presen?do Ex?ito e de outras for?. N?h?ualquer restri? ?resen?militar e as pr?as guarni?s s?compostas por ?ios, que auxiliam na garantia da presen?e da mobilidade dos militares na ?a, diz o antrop?o. Para Santilli, as rela?s entre militares e ind?nas no Amazonas s?diferentes das de Roraima, onde o debate ?ermeado pela elite pol?ca interessada na explora? econ?a das reservas. Para a demarca?, foi feito estudo antropol?o, identifica? da ocupa? tradicional e levantamento fundi?o. Ap?prova?, o relat? ser?ubmetido ?omologa? presidencial. Frases Temos que tomar cuidado com a balcaniza? da Amaz? e a presen?de ONGs interessadas em explorar as riquezas GILBERTO BARBOSA DE FIGUEIREDO general presidente do Clube Militar Os ?mos casos, inclusive a Raposa, reafirmam a legitimidade da presen?do Ex?ito e de outras for?. N?h?ualquer restri? ?resen?militar PAULO SANTILLI coordenador-geral de Identifica? e Demarca? da Funai Preocupados, militares buscam aproxima? com o Evo do Amazonas DA REPORTAGEM LOCAL O Ex?ito est?tento a mudan? hist?as em curso no cen?o pol?co de S?Gabriel da Cachoeira (AM). Com a maior popula? ind?na do pa?-cerca de 85%- e localiza? estrat?ca na fronteira com Col?a e Venezuela, o munic?o ter?omo prefeito, a partir de 1º de janeiro, o ?io tariano Pedro Garcia (PT), 47. O fato in?to na hist? da cidade j?nseja paralelos com o presidente boliviano, Evo Morales. Guardadas as propor?s, h?lgumas semelhan?. Garcia, como Morales, come? a carreira pol?ca no movimento ?ico. Em S?Gabriel, como na Bol?a, o governo estava nas m? da elite branca, e os ?ios marginalizados. A insatisfa? promoveu a mudan? Garcia est?iente das compara?s, e trabalha com cuidado. A discrimina? ?is?l, mas prometo governar para todos, ?ios, brancos e negros, disse ?olha. Garcia diz que na cidade o poder econ?o domina e a democracia n??evada a s?o, mas que sua elei? ?ruto da maturidade do povo. Na caserna, o sentimento ?e curiosidade e preocupa? -em 2006, Morales ocupou a refinaria da Petrobras em territ? boliviano. A estrat?a com Garcia ?e aproxima?. O ind?na foi convidado a participar de um almo?tradicional entre militares da ativa e da reserva. Eu o tratei como prefeito eleito com toda a considera?, disse o comandante militar da Amaz?, general Augusto Heleno. ?importante que ele tenha humildade para aprender, afirmou. (CDS) S?Paulo, s?do, 27 de dezembro de 2008 Min?o radioativo ?xtra? sem fiscaliza? no AP, diz PF Pol?a afirma que n?faz apreens?de torianita por n?ter onde guardar o material Min?o ?egociado na rede clandestina por at?S$ 300 o quilo; s? um inqu?to ainda em andamento sobre o contrabando de torianita BRENO COSTA PABLO SOLANO DA AG?CIA FOLHA A extra? e o com?io ilegais de torianita -min?o radioativo que cont?ur?o, t? e um tipo de chumbo usado na montagem de reatores nucleares e bombas de n?rons- est?correndo livremente no extremo norte do pa?h?ez meses, sem fiscaliza?. O diagn?co ?e quem deveria coibir o contrabando. A Pol?a Federal do Amap?que investiga o com?io clandestino desde 2004 -ano da primeira apreens?de torianita no Estado-, diz que n?tem onde guardar o material e, por isso, apesar de receber den?as, n?pode fazer apreens? A investiga? foi praticamente suspensa por estarmos de m? atadas e n?podermos apreender nem um quilo de min?o, afirma o delegado da PF Felipe Alc?ara. Toda extra? de torianita ?legal no pa? Alc?ara preside o ?o inqu?to ainda em andamento sobre o contrabando do min?o, que, de acordo com a PF, ?egociada na rede clandestina por at?S$ 300 o quilo. Outros cinco foram encerrados com o indiciamento dos intermedi?os, mas sem chegar aos destinat?os, diz a PF. Todos os indiciados respondem a processo em liberdade por danos ambientais e nucleares. No in?o das investiga?s sobre o contrabando, h?uatro anos, havia participa? at?o Servi?Antiterrorismo da PF em Bras?a. O delegado Ademir Dias Cardoso J?r, ex-chefe do Servi?Antiterrorismo da PF, diz que a unidade aportou recursos materiais e humanos para tentar investigar, tendo em vista a sensibilidade do tema e o interesse nacional. No entanto, diz que a participa? da unidade foi interrompida ap? vazamento do inqu?to a uma revista semanal, em 2006, e, desde ent? a investiga? ?onduzida s?la Superintend?ia da PF no Amap?Ele diz que nunca foi produzido relat? conclusivo sobre o destino da torianita. Desde fevereiro, quando apreendeu cerca de 1,1 tonelada do min?o, a PF n?faz mais apreens? O min?o, escuro e com densidade alta (um copo de 250 ml de torianita pesa 2,5 kg), ?ncontrado nas margens de um afluente do rio Araguari, na regi?central do Amap? O delegado teve de recorrer ?usti?para que a Cnen (Comiss?Nacional de Energia Nuclear) enviasse t?icos ao Estado para retirar o material e lev?o a um laborat? do ?o em Po? de Caldas (MG). O recolhimento s?i feito em setembro, mas a PF diz que o problema n?foi resolvido. Alc?ara quer que a Cnen construa um dep?o no Amap?ara armazenar o material. Ele j?ecorreu novamente ?usti? que n?se manifestou. O respons?l pelo recebimento da torianita pela Cnen, Ant? Lu?Quinelato, afirma que n?est?ntre as fun?s da comiss?receber min?os apreendidos. Ele defende a constru? de um dep?o, mas diz que o assunto ainda n?foi debatido na Cnen. O material era armazenado provisoriamente em ton? no Batalh?de Pol?a Militar Ambiental, em Santana (22 km de Macap? Mas o comandante do batalh? coronel S?io do Nascimento, comunicou ?F que n?quer mais torianita nas depend?ias do batalh? Segundo o coronel, a unidade abriga projetos sociais, e a presen?de material radioativo poderia colocar em risco a sa?de quem circula por ali. Frase A investiga? [sobre a extra? e o com?io ilegais de torianita] foi praticamente suspensa por estarmos de m? atadas e n?podermos apreender nem um quilo de min?o FELIPE ALCŽTARA delegado da Pol?a Federal que preside o ?o inqu?to ainda em andamento sobre o contrabando do min?o Pesquisa com a torianita teve in?o neste ano DA AG?CIA FOLHA Somente neste ano a Cnen (Comiss?Nacional de Energia Nuclear) diz ter iniciado pesquisas com a torianita apreendida no Estado do Amap?O min?o ?ico em tr?materiais utilizados pela ind?ia nuclear: ur?o, t? e chumbo-208. Enquanto o min?o usado pelo Brasil na produ? de combust?l nuclear possui 0,3% de ur?o, a torianita possui uma concentra? de 7%. O objetivo da pesquisa ?erificar se ?i?l extrair o min?o da torianita para alimentar reatores. A torianita ?os min?os que fazem do Brasil a maior reserva de t? conhecida no mundo, segundo os dados da AIEA (Ag?ia Internacional de Energia At?a). De acordo com um relat? de 2007 da entidade, as reservas brasileiras s?superiores a 600 mil toneladas. O t? ?tilizado nos programas nucleares da Fran?e da ?dia, mas ainda ?esprezado pela pesquisa nuclear brasileira. Chumbo Outro elemento presente na torianita ? chumbo-208. Enquanto o chumbo natural possui 54% do tipo 208, o encontrado na torianita tem uma concentra? de 88%, segundo o pesquisador Jos?ntonio Seneda, do Ipen (Instituto de Pesquisas Energ?cas e Nucleares). Segundo ele, o chumbo-208 ?tilizado para a refrigera? de reatores. A Eletronuclear, estatal respons?l pelas usinas de Angra, disse que n?desenvolve pesquisas com o material. Outro uso do chumbo-208 ? revestimento de bombas de n?rons, famosas pelo potencial de matar seres vivos e ter um impacto menor sobre pr?os e constru?s. Segundo o engenheiro qu?co Luiz Felipe da Silva, assessor da presid?ia da estatal brasileira INB (Ind?ias Nucleares do Brasil), a torianita ainda n??xplorada pela ind?ia nuclear porque n?existem informa?s que apontem o Brasil com reservas suficientes para viabilizar economicamente a explora? do ur?o a partir dela. O pa?desenvolveu pesquisas sobre o uso do t? na ind?ia nuclear at? d?da de 1960, mas as autoridades brasileiras privilegiaram as pesquisas envolvendo o ur?o. As reservas de t? do Brasil eram consideradas estrat?cas pelos EUA na metade do s?lo 20. Relat? da CIA de 1957 mostra a preocupa? dos agentes de intelig?ia norte-americanos com uma recomenda? do Conselho de Seguran?Nacional para a explora? dos min?os radioativos ser monop? da Uni? (PS e BC) Comiss?discutir?om a PF combate ao contrabando DA AG?CIA FOLHA O chefe do laborat? da Cnen (Comiss?Nacional de Energia Nuclear) em Po? de Caldas (MG), Ant? Lu?Quinelato, afirma que a comiss?n?possui um procedimento estabelecido para atuar no combate ao contrabando de minerais radioativos. Quinelato afirma que a demanda da Cnen em atuar em conjunto com a Pol?a Federal ?ova. De acordo com ele, a diretoria do ?o discutir?omo ser? participa? da comiss? pois n?est?as suas atribui?s a fiscaliza? da minera? ilegal. Quinelato diz que ?nsustent?l a pol?ca de ir buscar no Amap? torianita toda vez em que ocorrerem apreens? Ele afirma que as opera?s demandam a solicita? de avi?da FAB (For?A?a Brasileira) e o envio de pessoal t?ico para o Estado. Dep?o no Amap?O chefe do laborat? diz que uma prov?l solu? ? constru? de um dep?o no Amap?ara receber a torianita, mas o assunto ainda n?foi discutido pelo ?o. Quando o material atingisse grande quantidade, a Cnen o levaria para uma de suas unidades. A Cnen tamb?enfrenta resist?ia em Po? de Caldas para receber o min?o. A ida da torianita do Amap?ara a cidade foi alvo de protestos na C?ra Municipal da cidade e reportagens na imprensa local. Sobre eventuais riscos ?a?humana decorrente da exposi? ?orianita, alegados pelo Batalh?de Pol?a Militar Ambiental do Amap?a Cnen diz que o n?l de radioatividade do min?o na natureza ?aixo, mas passa do n?l seguro quando acumulado em grandes quantidades sem o armazenamento adequado. (PS e BC)

Tibiriçá Ramaglio

30/12/2008
O assessor especial para a compra de clipes e grampeadores do subsecret?o do vice-primeiro-consultor da Secretaria Especial da Presid?ia da Rep?ca foi quem telefonou ao Comunista do Tatuap?ncumbindo-o de organizar uma festa de arromba para a comemora? dos 50 anos da revolu? cubana. (Festa de arromba ?ma express?velhinha, mas adequada, j?ue esse povo ainda n?saiu dos anos 60). Para dar conta do recado, o Comunista do Tatuap?ecebeu um cart?corporativo do governo federal e a recomenda? de n?poupar gastos. N?poupou. Nem gastos, nem esfor?. Contratou de cara a promoter Alicinha Cavalcanti e reservou o Upstairs Lounge do Grand Hyatt S?Paulo, um dos locais mais exclusivos da cidade, com projeto arquitet?o arrojado, montagem diferenciada, bar fixo, paredes de vidro e elementos ?os para compor uma festa com at?0 pessoas sentadas e duas d?s de penetras de p? Nem ?reciso dizer que o card?o foi a base de culin?a t?ca da ilha. Entradas: Pastelitos del Comandante (past? de carne com chili e de carne de siri) e Camarones del Che (camar?empanados com molho levemente picante). Prato principal: Camarones de Guantanamo (camar?flambados ao rum cubano com molho cremoso, acompanha arroz branco e papas fritas). Sobremesa: Rumba (rodelas de abacaxi grelhado com raspas de lim?e sorvete de creme). No quesito bebidas, destaque para os coquet? Fidel (Rum, licor de p?ego, Cura? Blue e suco de laranja), Korda (Rum, licor de cerejas, suco de lim?e club soda) e os tradicionais Mojitos Havana Club.. Ao fim da refei?, houve farta distribui? de charutos Cohiba: Corona Especial, Robusto e Siglo VI. A seguran?ficou a cargo da Pol?a Federal e, por isso mesmo, contou com a participa? de 250 agentes da Abin. Sua miss? manter as revistas Caras e Veja a quil?ros de dist?ia do evento, que reuniu deputados e senadores da base aliada, a fina flor da inteligentsia petista, Chico Buarque, atores e jornalistas chapa-branca, sem falar nas mais esplendorosas modelos de alto n?l especialmente escaladas por dona Jeane Mary Corner, empres?a que desconhece o significado da palavra crise. Eu, que entrei de penetra, n?me contive com tanta opul?ia e, entre duas baforadas no meu Montecristo, fui procurar o organizador do evento, o j?amoso Comunista do Tatuap?para lhe fazer uma pergunta que tinha atravessada em minha garganta: Companheiro, me desculpe, mas esse suntuosidade todo n?est?he parecendo coisa de burgu? O Comunista do Tatuap?e deu uma resposta singela, que em sua c?ida simplicidade sintetiza em cinco palavras toda a pr?s do bolchevismo, de L?n a Z?irceu: Burgueses s?os outros, camarada! Tibiri?Ramaglio http://observatoriodepiratininga.blogspot.com/

Ubiratan Iorio

30/12/2008
A prop?o da recente tentativa do governo de nos impor, por medida provis?, a capitaliza? do “Fundo Soberano Brasil”, bem que podemos recordar - tal como Machado de Assis em “A M?e a Luva”, ao descrever o encontro fortuito entre Est?o e Guiomar nos jardins de uma ch?ra na buc?a Praia de Botafogo do s?lo XIX - o poeta Virg?o (Eclogae 3.93): h?ma cobra escondida no capim! Em termos – digamos - menos liter?os, isto equivale ?firmativa de que em baixo desse angu tem caro?.. Ali? em se tratando de manobras do governo petista, a experi?ia tem mostrado com clareza contundente que praticamente todos os angus t?caro? e que h?umerosas gatarias escondidas em todas as tubas do Executivo, miando hinos de louvor ao Estado onipotente, aquele mesmo que garante as suas sinecuras e prebendas, sempre custeadas pelos contribuintes... Qui legitis flores et humi nascentia fraga, frigidus, o pueri, fugite hinc, latet anguis in herba! (Eclogae 3.92)! ?crian? que colheis flores e morangos que nascem no ch? fugi daqui, h?ma fria cobra escondida no capim... Eles – os homens da Fazenda, mentores do gesto despudorado – pensam, decerto, que somos um bando de crian? a colher inocentemente flores e morangos e incapazes de enxergar as v?ras que, escondidas sob relvas aparentemente macias e inofensivas, apenas esperam para dar o bote. Esse tal “Fundo Soberano Brasil” (FSB) ?ma excresc?ia abomin?l, cujos ?os prop?os s?enfraquecer o Banco Central, fortalecer o projeto de um Estado ainda maior e mais forte e sobrepor o Executivo aos outros dois poderes. O FSB inspira-se em experi?ias semelhantes nascidas em economias – como a da China – que ostentam sistematicamente super?ts nas contas internas e externas, coisas que, efetivamente, n?acontecem no Brasil: nossa conta de transa?s correntes s?superavit?a episodicamente e nosso d?cit nominal interno ?r?o e crescente. Os defensores do Fundo, no entanto, sempre simularam desconhecer essas caracter?icas estruturais de nossa economia, ou – hip?e pela qual me inclino com probabilidade igual a 1 – julgam que n?seriam importantes. Por isso, quando sugeriram, h?lguns meses, a sua cria?, alguns analistas mais perspicazes aventaram que se tratava de uma manobra – latet anguis! – para tornar poss?l o projeto do ministro Mantega e de seus s?os neokeynesianos de intervir na pol?ca cambial, criando uma esp?e de “BCB do B” (tomando emprestada a express?do editorial do Globo do dia 30 de dezembro), para adotar medidas diametralmente opostas ?de nossas autoridades monet?as. Duplicar os mecanismos de a? sobre o c?io!... Essa gente n?tem mesmo a menor id? de como os mercados reagiriam a tamanho despaut?o, o que, ali? ?erfeitamente compreens?l, pois nem remotamente s?capazes de compreender o que vem a ser o processo de mercado... Um verdadeiro absurdo, que nos faz dar raz?ao jornalista Reinaldo Azevedo, quando os denomina, sem a menor cerim?, de “petralhas”. Com efeito, o Brasil que se dane, porque o importante, o relevante, o crucial mesmo ? “projeto de pa? que vaga fantasmagoricamente em suas cabe? socialistas, para g?io de seus neur?s heterodoxos... Lembremo-nos de que essa gente – que n?pode, com efeito, ver um pre?no seu lugar certo (determinado pelo mercado) -, quando o d? estava fraco perante o real – ?ca em que surgiu a id? de cria? do Fundo - p?e a crocitar insistentemente, corvejamento naturalmente acompanhado por exportadores e por detentores de posi?s credoras em d?es, que estavam, obviamente, perdendo. Agora, com a valoriza? do d? frente ?ossa moeda no bojo da crise internacional, o governo vem com essa p?ida manobra da MP 452, que altera inconstitucionalmente a lei de cria? do FSB aprovada pelo Congresso, alegando a necessidade de dot?o de recursos, ao arrepio do Congresso. Em outras palavras, o presidente do pa?sanciona uma lei e, imediatamente, muda-a por uma medida provis?, que permite, inclusive, que o governo emita t?los com vistas ?apitaliza? do Fundo. Sem d?a, ?ma D?da Interna do B... ?evidente que, mesmo na hip?e, defendida, pelo governo de que os R$ 14,2 bilh?necess?os para iniciar as opera?s do FSB ser?devidamente abatidos da d?da caso o Congresso aprove a MP, trata-se de um inadmiss?l rompimento de uma regra b?ca, aquela que n?permite financiar gastos p?cos via endividamento. Quebrando esse princ?o salutar, a responsabilidade fiscal vai, com todas as letras, para a cucuia, ou seja, para o belel? Exatamente como eles desejam. ?chegada a hora de nosso Supremo pronunciar-se em defesa da democracia, ou seja, pela inconstitucionalidade da manobra perpetrada ?orrelfa, em meio ?festividades natalinas, pelo Executivo. Quem pode garantir, dado o hist?o deste governo, que o FSB n?ser?entendido” como um mecanismo para gastar recursos p?cos, escapando aos imprescind?is controles? Quem pode assegurar que n?ser?tilizado para aumentar nosso – desde muito tempo – paquid?ico Estado? Quem pode asseverar que n?se trata de manobra para incrementar sua presen?na economia? E quem pode dar como certo o equil?io de nossas contas p?cas? Muitos atos do governo petista podem ser colocados sob suspei?. Mas poucos como essa MP 452, que ?ma tentativa clar?ima – e n?? primeira! - de aplicar um drible duplo, no Legislativo e no Judici?o. Pela preserva? da verdadeira democracia, ela n?pode passar. Vejamos se nossos congressistas conformar-se-?em abrir m?de legislar e se nosso Supremo recusar-se-? desempenhar o papel de ?fimo. Ou seja, se os zagueiros se deixar?fintar em troca de sabe-se l? mas pode-se imaginar - o que... In ista vipera est veprecula. Nesta moita h?ma v?ra... Algu?ainda pode ter alguma d?a?

Nahum Sirotsky

30/12/2008
J?screvi que o bombardeio de Gaza tornou-se inevit?l quando o p?co nas ?as atingidas pelos m?eis Qassams palestinos chegou a n?is incontrol?is. Sentindo-se indefesas, in?as pessoas amea?am abandonar suas casas. A regi?re?centenas de milhares de habitantes e v?os centros de import?ia estrat?ca. Deix?a com defesas insuficientes significaria ceder ao Hamas. Andei por l?arias vezes nesses tempos. A luta contra for? guerrilheiras com recurso ao terrorismo ? grande desafio do Estado moderno. Na minha juventude se dizia: ou o Brasil acaba com a sa?- uma gigantesca e gulosa formiga - ou a sa?acaba com o Brasi. A guerrilha opera como a sa?combinada com o cupim: destr?s bases. A op? pelo emprego inicial da For?A?a resulta de considera?s sobre custos e benef?os de vidas e bens. Depois das recentes guerras no Iraque e L?no, pa?algum imagina poder vencer uma guerra contra guerrilhas e grupos terroristas usando combates a?os. O que foi aprendido nas primeiras guerras, h?ilhares de anos, ainda ?alido. S?infante, a for?que ocupa espa? assegura a vit?. E ?ssencial conhecer o inimigo at?s limites de suas cren? e da compet?ia de seus comandos. Nada a criticar na efici?ia da For?A?a que buscou os alvos para destruir o m?mo da resist?ia do Hamas e facilitar a entrada de tropas. N?seriam ex?itos estrangeiros. Abu Mazen, presidente da Autoridade Palestina no lugar do falecido Arafat, expulso de Gaza pela for?do Hamas, tem agora tropa bem treinada, armada e motivada. A reocupa? da regi?faria com que o futuro Estado Palestino volte a ter um s?verno. Ficam menos complexas as negocia?s de paz e mais prov?l um resultado aceit?l. O atual presidente de Israel, Shimon Peres, prev?ma paz dentro de tr?anos. O Hamas ? Frente Isl?ca de Resist?ia - que n?admite reconhecer a exist?ia de Israel – e quer uma Palestina isl?ca como o Ir?S?aliados da Jihad Isl?ca e outros grupos menores igualmente fundamentalistas, de voca? terrorista. O Egito, Jord?a, Ar?a Saudita, Bahrein e outros pa?s ?bes mu?manos t?seus problemas internos com organiza?s isl?cas que, por conveni?ias pol?cas, n?condenam publicamente. O Hamas ?a linha que n?agrada. E tem o apoio do Ir?que quer ser a pot?ia mu?mana dominante no Oriente M?o. ?persa de origem, logo, n?se inclui entre os descendentes de Ibrahim (Abra?. O mundo ?be choraria l?imas de crocodilo se o Hamas for derrubado. O Egito declarou ao Hamas que s?omover?m cessar-fogo se este for incondicional. N?quer fortalec?o face ao mundo ?be. Aparentemente, Israel cometeu tr?erros de aprecia? no caso do ataque. O primeiro foi a fraqueza do preparo do meio diplom?co internacional, com ineficaz setor de Rela?s P?cas. O segundo foi esquecer que os palestinos de Gaza governados pelo Hamas tenderiam a ser vitimados em ataques. A massa ?be ?olid?a com os palestinos, seus irm?, o que determina atitude semelhante de seus governos. O Hamas recebe a solidariedade que n??ele. O terceiro erro est?elacionado ?roibi? do acesso da m?a internacional a Gaza . N?jornalistas, sempre nos viramos. O campo ficou livre para o Al Jazeera e toda a m?a ?be. O que se viu na m?a foi cedido pela m?a ?be ??a internacional – e guerras s?temas ideais para imagens pela sucess?de pequenas e grandes trag?as sem mocinhos, s?timas. Assisti a in?as guerras em minhas d?das de jornalismo. N?esque?que tem cheiro das fezes do medo, sob o qual se pode perder o controle do corpo. Foi o que me tornou m?ico, pois num segundo se est?om algu?que fala e no outro tem-se a sensa? de que algo sai do corpo que esvazia. Como se a vida fosse esse algo invis?l, intoc?l e incompreens?l. Ser?oss?l que existe em si, independente do inv?ro? Pergunto a cientistas que n?sabem me responder. Mas, desde a primeira delas, guerra civil entre camponeses armados de foices e fac?e soldados com suas armas, que tenho pesadelos. Foi antes da televis? No fim da ?ma segunda-feira, o Hamas, que lan?a primitivos Qassams de pequeno alcance, passou a lan? m?eis direcionados de m?o alcance. Matando e ferindo. Derrot?o ficou complicado. Ao longo da fronteira entre Israel e Gaza sem obst?los naturais eram vis?is concentra?s de tropas em posi? ofensiva. Vai ser uma longa guerra que pode se espalhar. J?into o cheiro.

Folha de São Paulo

28/12/2008
Uma coisa s?as manifesta?s de entusiasmo do ministro da Defesa, Nelson Jobim, pela assinatura do acordo entre o Brasil e a Fran?para a constru? de submarinos, um dos resultados da visita do presidente Nicolas Sarkozy. Outra ? frio texto do documento - que ? que vale. Pelos c?ulos do ministro, no vig?mo ano (de vig?ia do acordo), vamos terminar recebendo o submarino nuclear. Tudo isso com transfer?ia total de tecnologia, inclusive treinamento de engenheiros brasileiros junto a f?icas francesas. Essa previs? contudo, ?m mero exerc?o de wishful thinking. ?pol?ca do governo brasileiro, nos ?mos anos, s?mprar equipamento militar acompanhado de transfer?ia de tecnologia. Essa exig?ia cria graves limita?s para o reequipamento das For? Armadas de um pa?que n?tem contenciosos internacionais que exijam meios militares abundantes e de ?ma gera?. Nenhum fornecedor se disp? transferir tecnologia em troca de uma venda relativamente pequena. ?esse o caso dos 16 avi?de ca?que a For?A?a tenta comprar h?ais de uma d?da. No m?mo, dependendo do tamanho e valor da encomenda, o fornecedor aceita produzir o armamento no pa?comprador, sob licen? Nesses casos, a transfer?ia de tecnologia ?imitada e o vendedor se beneficia com o prolongamento da vida ? de um produto que j?ntrou em fase de obsolesc?ia ou enfrenta no mercado a concorr?ia de equipamentos mais modernos. ?o caso dos 50 helic?ros franceses que ser?montados pela Helibr? ao custo de 1,899 bilh? O acordo para a constru? de quatro submarinos convencionais Scorp? e do casco de um outro, que poder?eceber propuls?nuclear, num estaleiro a ser erguido no litoral do Rio de Janeiro, prev?de fato, a transfer?ia de tecnologia. Mas limita essa transfer?ia ?ecnologia de constru? do estaleiro, de uma base de submarinos e do casco do submers?l. Ou seja, refere-se a produtos e servi? que poderiam ser feitos pela engenharia nacional. E como o quinto casco poder?comodar um reator nuclear, o acordo est?epleto de salvaguardas. A principal delas ?ue a Fran?n?repassar?ara o Brasil qualquer tipo de conhecimento que envolva a produ? ou o uso de equipamentos nucleares. Isso come?com o estaleiro e a base. A concep?, a constru? e a manuten? das infra-estruturas e dos equipamentos necess?os ?opera?s de constru? e manuten? da parte nuclear do submarino nuclear est?exclu?s do ?ito do presente acordo - esclarece o documento. Al?disso, a parte brasileira n?receber?ssist?ia da parte francesa para a concep?, a constru? e a coloca? em opera? do reator nuclear embarcado, das instala?s do compartimento do reator nuclear e dos equipamentos e instala?s cuja fun? seja destinada principalmente ao funcionamento do reator ou ?eguran?nuclear. Da mesma forma, a Fran?n?fornecer?quipamentos e instala?s que contribuam de forma acess? ao funcionamento do reator ou ?eguran?nuclear - e com isso a constru? do estaleiro e da base de submarinos fica praticamente reduzida a uma quest?de engenharia civil. O Brasil, ao assinar o acordo, ainda aceitou condicionantes pol?cas. A tecnologia e os equipamentos fornecidos pela Fran?n?poder?ser repassados a terceiros e s?der?ser usados para os fins definidos no acordo. Al?dessa cl?ula de usu?o final, a Fran?- que se eximiu explicitamente de colabora? na parte nuclear - exigiu que o Brasil assumisse a responsabilidade exclusiva, em rela? a terceiros, por danos nucleares causados pelo submarino ou instala?s nucleares associadas ao apoio terrestre. O acordo estabelece as bases da coopera?. A partir de agora, o governo brasileiro ter?e negociar com empresas francesas os custos de constru? do estaleiro, da base e dos submarinos - afinal, o acordo prev?ue equipamentos, servi? e tecnologia ser?vendidos. E, como o ministro Jobim pretende que em 20 anos o submarino nuclear esteja navegando, o Tesouro ter?e providenciar recursos para o desenvolvimento da tecnologia de propuls?nuclear, ainda n?dominada pela Marinha. Haja dinheiro!

Percival Puggina

28/12/2008
Recebo cerca de duas centenas de mensagens eletr?as por dia. A maioria falando mal dos pol?cos. Desbarrancou uma estrada em Santa Catarina – pau nos pol?cos. O governo n?paga precat? – pau nos pol?cos. Congresso decide assim, pau; decide assado, pau. A pol?a prende pol?cos, pau; a justi?solta, pau. Pesquisa de opini?para saber qual ? ?mo poleiro no galinheiro da credibilidade? Lugar cativo para a pol?ca. Dos parlamentos, nem falar. Se fechassem todos, o Brasil celebraria. O fen?o que descrevo ??constante na m?a e t?n?do nas manifesta?s da opini?p?ca que se tornou tema de estudo acad?co. Quando h?lei?s, votamos contrariados, coagidos, mais ou menos como galinhas chamadas a escolher entre a panela de ferro ou a panela de barro. Essa conduta ?efor?a pelo jornalismo pol?co: raros s?os colunistas que ocupam seus espa? com algo mais do que a cr?ca negativa e o tititi partid?o. Pergunto: sustentar-se-ia no emprego um analista econ?o ou um colunista esportivo que se conduzisse pelos mesmos irrelevantes crit?os? Cada palestra que fa?sobre esse tema (e contam-se ?dezenas) me evidencia, mais e mais, o quanto ?ecess?o combater a duas atitudes: a da imprensa que reserva seus principais espa? para mat?as que se repartem entre o fr?lo e o indecoroso, e a da sociedade que desdenha a ribalta e aqueles que nela se movimentam. Na “aldeia” de McLuhan, na sociedade de massa, a m?ol?ca nasce, precisamente, da conjuga? dessas condutas. Elas se potencializam reciprocamente. O lugar onde se deve cuidar do bem comum acaba sendo um espa?onde s?tem palmas aqueles que, de uma forma ou de outra, se banham nos respingos do er?o. N??reciso ser g?o para compreender que a situa? s?rve ?squerda n?democr?ca, levando o Estado de Democr?co de Direito ao descr?to. O prest?o de Lula, ali? foi sendo estabelecido sobre um senso comum assim constru?. A f? com que a esquerda brasileira atacou os festejos dos 500 Anos do Descobrimento rima com esse comportamento. Participou de sua estrat?a para chegar ao poder, fazendo do passado terra arrasada. E o fato de haverem frutificado no governo dele, Lula, as muitas provid?ias plantadas por seus antecessores Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, fez o resto do servi? O custeio da Uni?j?assa dos 20% do PIB apesar da privatiza? de mais de uma centena de estatais, mas quanto mais cresce a repulsa pela pol?ca, mais avan?o prest?o de Lula, esse esbanjador. N?saberia dizer se a sociedade brasileira j?st?uficientemente corrompida por isso como para absorver um casu?o em favor de mais tempo de poder para Lula. N?saberia dizer. Mas sei como ele chegou aos ?ices atuais. E sei que as for? democr?cas, ao promoverem o descr?to em rela? ?ol?ca, ao descuidarem das quest?de fundo, ao n?atentarem para as rela?s de causa e efeito, ao deixarem que a superficialidade da grande imprensa as conduza pelo nariz, est?fazendo o jogo daqueles a quem pretendem combater. Atiram no pr?o p?Fazem o la?na corda que vai parar no seu pesco? Sentam no peitoril da janela com os p?balan?do para o lado de dentro. Se ?ue me entendem. E ficam ali, convencidos de estarem fazendo uma grande coisa.

Julio Severo

27/12/2008
Livro trata dos conflitos, sentimentos, mitos e tabus envolvendo relacionamento entre meninas; leia trecho da Folha Online Livro trata dos relacionamentos entre meninas e desmistifica tabus A adolesc?ia ?ma fase muito complicada. Nesse per?o surge uma s?e de d?as sobre sexo, relacionamentos e comportamento. Muitas meninas, por exemplo, t?d?as sobre os seus desejos e sobre a sua sexualidade. Para esclarecer estas quest?sobre sexualidade e relacionamentos, o livro Amor Entre Meninas fala sobre o amor entre iguais, levando em considera? a possibilidade de experimenta? e autoconhecimento. A publica? ?a Editora Panda Books e est? venda no site da Publifolha. De forma leve e din?ca, o t?lo procura acabar com todas as d?as a respeito do assunto e desmistifica certos tabus que levam ao preconceito. Leia abaixo um trecho do livro que fala sobre o momento de sair do arm?o. * SAIR DO ARMRIO... Se ter certeza sobre a prefer?ia sexual pode n?ser f?l, imagine assumir uma op? n?convencional! Se voc?onhece algu?que est?assando por isso, saiba que ela precisar?e muita for? Agora, se voc?st?ivendo essa situa?, respire fundo. O maior desafio ?ssumir para si mesma o que a faz feliz. Aconteceu com ela... A amiga, a colega, a conhecida, seja quem for a menina, a gente j?uviu alguma hist? assim, de algu?que assumiu sua homossexualidade. E a?Como isso rolou? Comigo foi normal. Minhas amigas sempre ficaram com outras meninas. A?uando ela falou que tava mesmo namorando uma garota, ningu?estranhou. Normal mesmo - D., 16 anos A galera arrepiou. Dar uns beijos numa balada ?ma coisa, mas ela apareceu com alian?de compromisso! Foi demais, entende? E o que os pais dela v?pensar disso? - S., 13 anos L?a escola tem duas garotas que n?se desgrudam: beijam na boca na frente de todo mundo e a galera zoa. N?seria melhor elas namorarem escondido? Op? dif?l essa... Imagine como seria se voc?ostasse muito de um garoto e n?pudesse beij?o em p?co, n?pudesse ir abra?inha com ele ao cinema nem apresent?o aos amigos e ?ua fam?a como seu namorado. N?seria f?l. Para a maioria das meninas que gosta de meninas essa ? realidade. Muitas t?tanta vergonha de assumir o que sentem que passam a vida fingindo ser o que n?s? Outras at?e arriscam a fazer o que o cora? manda, mas fazem bem escondidinho para ningu?descobrir. Dif?l ser feliz assim. Poucas assumem para o mundo que gostam de garotas, ainda mais na adolesc?ia! Se essas duas meninas assumiram seu namoro = perante o col?o, de duas uma: ou elas querem chamar a aten? de todo mundo, ou se gostam de verdade e est?querendo que todos entendam que n?h?ada de mau nisso. Ser?ue o problema est?o fato de elas se beijarem na frente da galera, ou na cabe?da turma, que considera isso uma aberra?? Vale refletir! Tem um jeito certo de lidar com uma amiga homossexual? O fato de uma amiga sua gostar de meninas n?deve mudar sua maneira de se relacionar com ela. N?existe um jeito especial de tratamento. Isso seria, em si, um modo de discrimina?. Cada pessoa reagir?e um jeito diferente ao saber que algu?pr?o ?omossexual. Isso porque esperamos que todo mundo seja como a gente, principalmente nossos amigos. ?normal acreditar que uma amiga tenha os mesmos gostos que n?emos por m?a, roupas, livros, filmes e meninos. Por isso, descobrir sua homossexualidade talvez balance as estruturas. Nesse caso, pare e pense que o mundo ?ormado por diferen?. Por mais parecidos que os seres humanos sejam em muitos aspectos, tamb?s?indiv?os ?os em outros. Com certeza, o que a fez ser amiga dessa garota n?foi o fato de ela gostar de meninos. Portanto, saber que ela gosta de meninas n?deve mudar todas as outras afinidades que existem entre voc?duas. Eu nem imaginava uma coisa dessas, mas depois de ver essas meninas da escola, uma amiga me contou que tamb???ica. O que fa?agora? Se essa amiga contou algo assim ?orque confia em voc?Primeiro, a vida sexual dela n?deve mudar essa amizade; ela pode estar buscando uma confidente, um apoio, algu?para compartilhar suas experi?ias e d?as. Fazemos isso normalmente: amadurecemos vivendo e trocando experi?ias. Tudo bem que seja dif?l guardar algo assim s?ra si mesma, mas n?cabe a voc?ontar a outras pessoas nem decidir se ela deve ou n?dizer a mais algu? Seja amiga, apenas a mesma que sempre foi. O melhor a fazer ??trat?a de um jeito diferente agora que sabe que ela gosta de meninas. Sair do arm?o Sair do arm?o quer dizer assumir sua prefer?ia homossexual principalmente para si pr?a; depois, para os outros. Muita garota sabe que gosta de menina, sem, contudo, nunca chegar a ficar com uma Para algu?assim usa-se a express?sair do arm?o, entende? Enquanto a pessoa n?assume sua sexualidade, diz-se que ?nrustida. Mas cuidado! H?ma diferen?entre sair do arm?o e ser arrancada dele. Uma coisa ?olaborar para algu?conseguir expressar livremente sua orienta? sexual, outra ?xpor essa pessoa, denunci?a. Achar que ?brigat? revelar publicamente a vida privada de algu? ainda mais por imposi? do grupo, ?lgo totalmente sem no?! S?e ela disse que est?amorando uma menina h?m temp?e que decidiu levar a garota numa festa da turma do col?o. Eu n?acho isso legal. Como fa?pra falar o que penso? Antes de falar qualquer coisa para ela, analise as raz?que a fazem considerar essa atitude ruim. Ser?ue est?uerendo proteg?a ou est?e protegendo? Avalie-se antes de tomar uma atitude. Com certeza, sua amiga precisa de uma for? de compreens?e de carinho. Se voc?eme uma poss?l discrimina? por parte do grupo, converse com ela, sem tentar ser a dona da verdade. Tente entender seus motivos em querer assumir publicamente esse relacionamento e veja se ela est?reparada para uma poss?l rejei? da galera. Mas note bem: se forem amigas de verdade, esteja pronta para se colocar ao lado dela. Eu acho que n?vou ter coragem de ficar ao lado dela se a galera toda come? a zoar ou at?fast?a do grupo Ent?a discrimina? est?a sua cabe?tamb?Colocando-se ao lado do grupo voc?emonstra que concorda com o que essa turma pensa, ou que tem medo de tamb?sofrer algum tipo de preconceito. Seus motivos s?reais para n?apoiar sua amiga? Considera errado ela gostar de uma garota? Antes de mais nada, ela est?endo fiel a si pr?a, assumindo o que sente e vivendo uma paix? Isso n?deveria ser admirado? Talvez ela se sinta sufocada por manter essa rela? escondida dos amigos. Talvez precise do apoio dos colegas para viver mais intensa e livremente esse amor. Voc?t?o direito de considerar isso errado ou anormal? O respeito ?diferen? deve existir em qualquer realidade e deve ser levado ?r?ca, n?ficar s? teoria Os meninos da turma tamb?andam falando que uma outra amiga minha ??ica. Devo contar pra ela? Por que esse tipo de coment?o est?contecendo no grupo? H?m ditado popular que exp?em essa situa?: o macaco senta em cima do rabo e fica olhando o dos outros. Em vez de se preocuparem com a vida sexual de uma garota, esses seus amigos deveriam se preocupar com as pr?as op?s, com as pr?as decis?que precisam tomar em suas vidas. Ent? mais uma vez, cabe a voc?ecidir se entra na onda dos meninos ou corta essa onda de uma vez. Se discorda desses coment?os, antes de contar para sua amiga, ?em melhor chegar na galera e tentar mostrar o quanto de preconceito h?isso tudo. Tamb?vale agitar um movimento de conscientiza? coletiva, como criar um blog na internet para discutir diversidade sexual ou um jornal na escola, quem sabe at?ropor um trabalho sobre o tema com um professor com quem tenha maior afinidade. Ser?if?l, com certeza. No entanto, levar a hist? de fofocas e difama? adiante s?chucar?s sentimentos dessa amiga. Afinal, a vida sexual dela diz respeito somente a ela, certo? Homossexual, l?ica, fanchona, caminhoneira, bolacha, entendida ou sapat?.. Quando uma garota gosta de meninas, ?omum logo ser rotulada, e o r?o costuma ser agressivo. Chamar uma garota de sapat? de fanchona, caminhoneira, ou algo parecido, agride e desrespeita o jeito de ela ser. Muitas vezes usamos as palavras sem pensar na carga que t? Dependendo da palavra que usa, aquilo passa a ser um xingamento. Sendo assim, fique ligada e se livre dos preconceitos na hora de falar, de agir e de pensar. Homossexual: ? modo mais formal de defi¬nir algu?que gosta de pessoas do mesmo sexo. L?ica: palavra certinha para dizer que uma garota gosta de garotas. Bolacha: ?m jeito brincalh?de dizer que a menina ??ica. Sapat? sapata, sapa: s?termos mais agressivos, que tamb?significam l?ica. Caminhoneira: l?ica muito masculinizada, e a ex¬pres¬s?por vezes ?sada para ofender uma garota. Usam-se tamb?fanchona ou fancha. Entendida: g?a leve e moderna para dizer que uma menina gosta de meninas. GLS No universo homossexual a sigla GLS ?uperconhecida. Quer dizer Gays, L?icas e Simpatizantes. Os Simpatizantes s?as pessoas que n?s?gays nem l?icas, mas respeitam essas orienta?s sexuais. Cada vez mais o S cresce no mundo inteiro. As pessoas, principalmente os jovens, come? a entender que diversidade sexual ?ma realidade que merece respeito, embora ainda falte muito para existir igualdade de direitos e de tratamento. S?ra ter uma id?: o Brasil ?ecordista em assassinatos de homossexuais. Um deles ?ssassinado a cada dois dias. A gente fala em preconceito, mas ?vezes ?if?l lidar com minhas amigas que j?icaram com meninas e acham que quem n?fica ?oba ou algo assim D?ara entender que ser homossexual seja t?natural quanto ser hetero, mas for? a barra em nenhum sentido ?om. Elas podem estar fazendo press?porque encaram a situa? como uma moda: para fazer parte do grupo voc?recisa agir como elas. Tamb?existe o preconceito ?avessas, em que o grupo discriminado passa a discriminar quem n?faz parte dele. Se voc?abe que o importante ? respeito ?diferen?, vai entender que a atitude delas est?endo uma roubada. Mostre o seu ponto de vista, porque ficar quieta ou fazer o que elas querem n?resolve nada. Ficar com uma menina s?a seguir a moda ?id?lo! Voc?em de corresponder ?ua ess?ia e ponto. --J., 25 anos Ficar com uma menina s?a parecer descolada ?m comportamento infantil! N?acordamos um dia e resolvemos que vamos beijar garotas. Ser l?ica tem de ser algo que vem de dentro, ?atural, faz parte da pessoa. -- M., 24 anos Amor Entre Meninas Autora: Shirley Souza Editora: Panda Books P?nas: 88 Quanto: R$ 14,90 Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou no site da Publifolha. Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u404063..shtml