• Alex Pipkin, PhD
  • 25 Maio 2025


Alex Pipkin, PhD


         Uma cafeteria. Um desabafo. Um país à deriva.

Fui tomar um café com um amigo — empreendedor, dono de uma cafeteria há mais de dez anos. Bastou perguntar como estavam os negócios para ouvir o diagnóstico seco: “Tô pensando em fechar”. Evidente, não é exclusividade do amigo…

Não por falta de café. Mas por falta de gente com alma.

O que mata o empreendedor brasileiro não é apenas o custo, o imposto, a burocracia. É o colapso invisível da atitude. O Brasil, há tempos, vem fraturando sua coluna vertebral mais silenciosa, ou seja, a cultura do trabalho.

Ele me contou um episódio quase cômico, se não fosse trágico. Um funcionário foi servir com o pano de prato jogado no ombro. Ao ser advertido — por uma questão de higiene, de padrão mínimo — irritou-se, achou-se ofendido e pediu demissão. Não aceitou correção. Preferiu sair. E levou consigo algo mais grave do que um pano sujo. Levou o retrato de uma geração que já não tolera esforço, não reconhece autoridade e se enxerga como vítima em qualquer contexto.

Como escreveu Max Weber, o trabalho foi por séculos a medida da dignidade do homem. Hoje, virou um incômodo. Uma afronta à autoestima inflada por discursos que ensinam o jovem a exigir antes de entregar, a reivindicar antes de compreender.

Claro que há escassez de técnicas, mas essas são ensinadas, como faz meu amigo empreendedor.

Porém, a falta maior é a escassez do “tônus vital”, vulgo tesão. Falta “grit”, aquela garra que os americanos prezam como virtude fundadora. Falta a vontade de aprender, de crescer, de se aperfeiçoar. Falta humildade.

Enquanto isso, cresce o exército de dependentes do Estado. Mais da metade da população brasileira vive de algum tipo de transferência pública. O assistencialismo deixou de ser ponte para se tornar morada. E o brasileiro, outrora orgulhoso de construir sua vida com esforço, virou refém de um Estado que compra apatia com moedas políticas.

Na Brasília das narrativas, o Brasil avança. No balcão da cafeteria, o Brasil sangra.

Empresas fecham não por falência financeira, mas por falência moral. Jovens fogem do trabalho como se fosse punição. Reagem a um puxão de orelha como se fosse uma agressão.

Corrigir virou humilhação. Trabalhar virou humilhação. Empreender virou martírio.

O resultado salta aos olhos em vermelho, verde-amarelo. Cafeteiras vazias de mão de obra, empresas órfãs de comprometimento, jovens que exigem respeito antes mesmo de aprender a cumprimentar. Há trinta anos, um jovem queria seu primeiro emprego. Hoje, exige home office, respeito irrestrito e plano de carreira. Note-se, sem jamais ter lavado um copo.

Não se enganem. O Brasil não quebrou por falta de capital. Quebrou por falta de caráter.

Não é o empreendedor que está cansado. É o Brasil que está adoecido.

E só uma geração disposta a suar de novo poderá reerguê-lo.

Singelo assim.

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 24 Maio 2025

 

Gilberto Simões Pires

MAU CARATISMO

Nesses últimos anos, notadamente a partir do primeiro mandato do presidente LULA, o MAU CARATISMO foi o comportamento que ganhou um maior número de adeptos e /ou seguidores, tanto profissionais quanto amadores, em praticamente todas as atividades. A prosperidade foi tamanha a ponto de ser considerada pela psiquiatria como -TRANSTORNO COMPORTAMENTAL-, ou doença que afeta a ÍNDOLE, A MORALIDADE E A PERSONALIDADE DOS CIDADÃOS. 

PAIXÃO NACIONAL

Vale observar, com muita tristeza, que o MAU CARATISMO, mais do que nunca, está muito presente em várias atividades. Ainda que LULA PETISTA e seus diletos apoiadores se mantém, com folga, na PRIMEIRA COLOCAÇÃO no CAMPEONATO BRASILEIRO de CORRUPÇÃO, ROUBALHEIRA, ASSALTOS DE TODOS OS TIPOS E MÁ GOVERNANÇA, a CBF -entidade que -cuida- do FUTEBOL BRASILEIRO-, tido e havido como PAIXÃO NACIONAL, não decepciona. Ao contrário, cumpre -ipisis literis- com tudo aquilo que se refere a MAU CARATISMO. 

TRANSTORNO COMPORTAMENTAL

Na real, por tudo que estamos vendo e ouvindo, o TRANSTORNO COMPORTAMENTAL já ganhou forma de EPIDEMIA. Como tal passou a ser visto como COMPORTAMENTO NORMAL, principalmente por conta da INJUSTIÇA praticada, à exaustão, pelo STF, instituição essa que foi concebida com o fim de GARANTIR a aplicação da Constituição e julgar questões de grande importância para o país. 

CONSCIÊNCIA SUFOCADA

Pois, em meio a tamanha desordem, onde as atividades CRIMINOSAS prosperam sem ser devidamente punidas, a sensação que passa entre aqueles que preferem se manter dentro dos princípios que definem o BOM CARATISMO é de que os DETRATORES, que se caracterizam por querer levar VANTAGEM EM TUDO, estão com a -CONSCIÊNCIA SUFOCADA-. Assim, para não se incomodar, ou serem incomodados, acabam RELEVANDO o COMPORTAMENTO DOS CRIMINOSOS.  

 

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  • Dartagnan da Silva Zanela
  • 23 Maio 2025

 


Dartagnan da Silva Zanela

          Prudência e canja de galinha, como nos ensina o velho ditado, nunca fizeram mal a ninguém. Agora, a falta da primeira tem feito um estrago danado na vida de muita gente.

Os antigos nos ensinam que a prudência é a mãe de todas as virtudes, porque ela nos convida a arrancar nossas ações do guiamento das sombras da ignorância para que possam ser alumiadas e orientadas pelas labaredas da sabedoria. E sabedoria não é, de maneira nenhuma, aquela coleção de colóquios aguados que encantam e iludem muitos, sem incomodar ninguém.

Sabedoria, antes de qualquer coisa, é o cultivo amoroso pela procura da verdade, onde quer que ela esteja, para que possamos conhecê-la e, conhecendo-a, permitir que ela redima nossos equívocos passados através das nossas decisões no momento presente, projetando, desse modo, uma nova orientação para as nossas escolhas futuras.

Por essa razão, ela jamais será um conjunto de frases insossas, reverberadas por pessoas ocas, cheias de presunção e ornadas com títulos toscos e diplomas sem substância.

Digo isso não por maledicência ou por ojeriza frente aos papéis pintados que abundam em nossa sociedade, nada disso. O que digo é o seguinte: o valor dos diplomas e títulos não está neles em si; quem lhes atribui valor são os seus portadores, e "c'est fini". São nossos feitos e realizações como pessoa que dizem quem nós somos, não os diplomas que ostentamos, muito menos os cargos e sinecuras que ocupamos.

Nesse sentido, podemos dizer que não é à toa nem por acaso que o Brasil seja a "terra do carnaval", tendo em vista que o ano todo, todo o santo dia, nos fantasiamos com plumas e paetês para parecermos pessoas que não somos – e que, no fundo, nem nos esforçamos para ser – para aparecer bem na fita dos nossos círculos de convivência social.

Se fôssemos pessoas que, de fato, cultivassem a virtude da prudência, não nos permitiríamos ser engambelados pelas pompas das superficialidades que nos rodeiam.

Se, realmente, meditássemos com a devida e indispensável serenidade sobre o que significa a expressão "pelos frutos conhecereis", seríamos muito mais céticos diante das fanfarronices da classe política e menos crédulos diante daqueles que dizem ter uma resposta cabal e final para tudo.

Claro, nós não somos assim, não é mesmo? Algum conhecido, com certeza, mas nós, jamais...

*      O autor, Dartagnan da Silva Zanela, é professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de "A QUADRATURA DO CÍRCULO VICIOSO", entre outros livros.

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  • Padre José Eduardo
  • 16 Maio 2025

 

Padre José Eduardo

         Recebi, dias atrás, vídeo dum frade em trajes de lamúria — coitado, queixo encolhido, mas atento à política, e como! — reclamando que Leão XIV proferira um sermão “de piedade, muito para dentro da instituição”, quando, ao seu ver, o Papa deveria ter pintado caminhos para a inserção da Igreja no mundo.

Parece, na mente desse venerando octogenário, que o Pontífice deva comportar-se como embaixador de comunidade e não como pastor: lembrar-se sempre de falar ao mundo laico, mas esquecer-se de que, antes de tudo, fala ao seu próprio redil.

Tal raciocínio é, na verdade, um espelho invertido. Não é o Papa que se recolhe aos confins do Vaticano; são esses teólogos de botequim que só palram entre si, trocando “eclesiastiquês” hermético, codificado em novilíngua inacessível ao cidadão comum. Enquanto isso, o povo — esse bicho real, com boletos para pagar e contas a ajustar — ignora o gueto teológico e prefere crer em profeta-mirim – “the king, the power, the best” – que lhe prometa cura instantânea, mesmo sem oferecer um fragmento de verdade evangélica.

Há, pois, um universo paralelo onde “pastoralistas” e “teóricos” de ocasião se exibem como estrelas de um palco artesanal: falam de missão e diálogo social, empunhando jargões como quem empunha troféus de importância mútua. A sensação de realismo advém apenas do eco entre iguais, pois, se nada compreendem do mundo lá fora, basta imitarem uns aos outros para se convencerem de que “bate” com a realidade. Mas não bate.

Enquanto isso, os católicos de carne e osso — guardiões do batismo, camponeses da graça — buscam espiritualidade genuína, prática de virtudes e caridade que não se esgota em discurso de auditório. Alheios a bandeiras partidárias e a demagogos de comício, vivem o Evangelho como se vive a própria respiração: sem furor, mas com ardor.

O povo real quer pastores que anunciem a salvação em Jesus Cristo e não fiscais do Ibama, sindicalistas ou agitadores políticos de gabinete. Quer fé como resposta à graça, não “programa pastoral” maquilado em sociologia. O bom senso — esse guia discreto de todos os corações — exige que cada um fique onde lhe cabe: quem não tem autoridade técnica nem finalidade institucional, que se abstenha de querer dirigir o navio que nem conhece.

Assim, enquanto os autoproclamados arautos da modernidade se enclausuram em sua bolha de convenções insólitas, o Papa Leão XIV ruge — ainda que de mansinho — para a Igreja Católica inteira. E eis a decepção: eles esperavam retórica de praça pública e encontraram palavra sacerdotal. Que escândalo, não? Que descortino tão banal: um Papa católico, falando de coisas católicas, a crentes católicos. Tragédia! Ironia! E o povo, ao contrário, sorri: afinal, não há nada mais óbvio, nem mais necessário.

*      Reproduzido da página do autor no Facebook

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 16 Maio 2025


Alex Pipkin, PhD

         Eleito sob o manto da promessa de “restaurar a democracia” e o “Estado de Direito”, o desgoverno Lula se mostra, a cada gesto, a negação exata daquilo que disse defender. A narrativa fabricada para justificar seu retorno ao poder — a de que se combatia um fascista, misógino, autoritário, homofóbico e nazista — serviu apenas como véu conveniente para ocultar intenções mais perigosas para a democracia quanto aquelas que juravam combater.

A presença do presidente brasileiro na Rússia, durante o “Dia da Vitória”, é mais um desses fatos que escancaram a hipocrisia e a contradição. Em meio à guerra brutal travada pela Rússia contra a Ucrânia, uma agressão condenada pela maior parte do mundo civilizado, Luiz da Silva, com sua diplomacia oblíqua e de valores invertidos, prefere posar ao lado de Vladimir Putin, acenando à comunidade internacional ao lado de autocratas africanos, com seu velho fetiche por ditadores e regimes totalitários. Um aceno que não é ingênuo, tampouco protocolar, é ideológico, deliberado e revelador.

Mais revelador ainda é o papel do assessor Celso Amorim, figura cada vez mais central na condução dessa diplomacia do avesso. Antigo ícone da esquerda brasileira, Amorim hoje personifica a decadência moral e política de um governo que insiste em flertar com terroristas como o Hamas, em nome de um antiamericanismo e de um anti-israelismo patológicos. Seu alinhamento com grupos e governos que não hesitam em violar direitos humanos básicos apenas comprova que a tão alardeada “defesa da democracia” era, na verdade, apenas um instrumento retórico para retornar ao poder.

Enquanto isso ocorre no palco externo, o Brasil agoniza internamente. A população, esmagada por um custo de vida insuportável, com combustíveis em alta, alimentos a preços exorbitantes, famílias endividadas e desempregadas, vê um governo ausente, inerte, incapaz de propor uma única medida concreta para aliviar o desespero popular. Não há política econômica efetiva. Não há enfrentamento da inflação. Não há reformas. Não há sequer um discurso sério voltado ao povo. Tudo o que há é silêncio, desprezo e espetáculo ideológico no exterior.

O que se vê é um presidente ausente, que parece mais empenhado em cumprir agenda turística internacional do que em governar. Sua esposa, igualmente desconectada da realidade nacional, viaja em eventos sem relevância prática, desfilando em compromissos que custam caro ao erário e nada devolvem ao cidadão comum. A ida separada à Rússia, dias antes da comitiva oficial, é um exemplo de despropósito e ostentação pública. Uma afronta a quem não consegue pagar o botijão de gás.

No Brasil, o silêncio é absoluto quando se trata de projetos estruturantes ou medidas urgentes. Não se fala em reformas, em emprego, em desburocratização, em produtividade. Lula simplesmente não governa. Quando abre a boca, é para soltar bravatas, repetir slogans mofados e dizer asneiras, quase sempre culpando os outros, como se ainda estivesse em campanha. Enquanto isso, no exterior, veste a fantasia de estadista global, discursando como se o mundo estivesse à sua espera para ouvir sermões de um moralista sem moral.

Trata-se, portanto, de um desgoverno completo. Uma administração que, além de desprezar os princípios democráticos que diz defender, abandonou por completo o seu povo. A “restauração democrática” que prometeram revela-se, cada vez mais, uma encenação. Uma encenação cínica, financiada com dinheiro público e sustentada por uma militância cega, disposta a defender qualquer absurdo em nome de um projeto de poder que, desde sempre, teve pouco apreço pela liberdade e muito apetite por controle.

A democracia brasileira, mais uma vez, é refém de falsos democratas. E o povo brasileiro, traído e empobrecido, paga a conta, literalmente, inclusive as passagens, os jantares, os hotéis e os mimos da comitiva que vive no exterior enquanto o país arde.

Mas não se preocupem! Amanhã tem discurso bonito sobre “justiça social”.

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 15 Maio 2025

Gilberto Simões Pires

OS VERDADEIROS MINISTÉRIOS DE LULA

Antes de tudo, para que fique bem claro, o GOVERNO LULA não conta com apenas os 39 MINISTÉRIOS, como muita gente imagina. Esses, na real, são órgãos do PODER EXECUTIVO FEDERAL, cujos ministros podem ser substituídos a qualquer momento. Além desses 39, para quem ainda não se ligou, o presidente LULA conta com mais DOIS SUPERMINISTÉRIOS, que de forma -colegiada- compõem o ÓRGÃO MÁXIMO DO PODER JUDICIÁRIO. Ambos, como se sabe, perfazem a PRIMEIRA e a SEGUNDA TURMA DO STF, cujos ministros se reúnem para DECIDIR QUALQUER COISA -DA FORMA COMO BEM ENTENDEM-, geralmente, ou quase sempre, de acordo com os interesses da ESQUERDA BRASILEIRA, ou seja, do GOVERNO LULA.

SUBSTITUIÇÃO NULA

Vale lembrar que, diferente do que acontece com os ministros do PODER EXECUTIVO, que podem ser trocados a qualquer momento, os ocupantes dos DOIS SUPERMINISTÉRIOS, depois de indicados pelo presidente da República e devidamente aprovados pelo Senado, a substituição é simplesmente nula. Eles só saem 1- por vontade própria; e 2- por idade, que atualmente está fixada em 75 anos.

PRIMEIRA TURMA

Pois, dos DOIS SUPERMINISTÉRIOS, o que mais se destaca com atuações -antidemocráticas- contra qualquer cidadão que OUSE EXPRESSAR ou SIMPATIZAR com os princípios que regem a LIBERDADE, o CONSERVADORISMO e /ou a DIREITA POLÍTICA EM GERAL, é a PRIMEIRA TURMA DO STF, formada pelos ministros Cristiano Zanin (Presidente), Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. Todos, mais do que sabido são declarados - AMANTES DA ESQUERDA RADICAL-. 

SEGUNDA TURMA

Na real, a SEGUNDA TURMA não fica muito atrás da PRIMEIRA. Até porque pelo menos TRÊS integrantes - Edson Fachin - (presidente), Gilmar Mendes, Dias Toffoli-, nunca discordam, e como tal já formam maioria para DECIDIR SEMPRE DE ACORDO com o que pensam os ministros da PRIMEIRA TURMA. Assim, pouco ou nada importam os votos de Nunes Marques e André Mendonça, que não raro também demonstram não ter simpatia pela DIREITA e/ou PELOS DEFENSORES DA LIBERDADE.  

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