Entendo que o foco precípuo de um juiz é garantir as condições básicas e estáveis para a provisão das liberdades individuais dos sujeitos, de acordo com aquilo estabelecido na Carta Maior.
Evidente que muitas das leis existentes no país estão obsoletas e, muitas vezes, o tomador de decisão as interpreta segundo seus valores e seus próprios interesses e vieses.
Não tem sido raros os casos em que decisões judiciais são proferidas, exacerbando contrassensos e excessos de visões “progressistas” inadequadas ao genuíno bem comum.
Observo claramente as resultantes desse descomedido ativismo judicial.
Pressupõe-se que homens e mulheres que cheguem ao topo da carreira jurídica, fardando a capa preta da Suprema Corte, sejam pessoas preparadas com robusta formação jurídica, dotados de notório saber e, sem dúvida, possuidores de grandeza e conduta moral, ilibadas.
Qualquer ser humano que pensa, racionalmente, possui a característica da simpatia smithiana, aquela que nos remete a imaginar os sentimentos que outro indivíduo tem ao estar ou enfrentar alguma situação social particular. Temos sim, a capacidade de imaginar e de “calçar seus sapatos”...
É justamente essa capacidade de simpatia, de imaginação e de introspecção, que nos favorece e que permite convivermos como indivíduos livres e responsáveis, em busca de harmonia, estabelecendo laços de cooperação com todo o tecido social de uma comunidade.
Smith dizia que a capacidade simpática atua em nós por meio daquilo que ele chamou de espectador imparcial; o nosso outro eu interno.
Embora sejamos diferentes em nível de formações e meios familiares, de experiências sociais e em termos de educação formal - o que permite nossas próprias racionalizações - o nosso juiz interno, imaginário, sistematicamente, deveria atuar para que refletíssemos se nossas ações factualmente estão sendo imparciais, a fim de preservarmos às virtudes sociais e uma espécie de natural preocupação com os outros.
Na verdade, nossa própria identidade social reflete aquilo que percebemos nos outros, do que apreciamos ou não, sendo que procuramos descartar de nossa identidade determinados “vícios“ detectados nesses “outros”.
Como humanos, avaliamos a conduta de outros e nossa própria conduta ou reação, julgando de acordo com as expectativas de comportamentos virtuosos relacionados ao autodomínio, a prudência, a beneficência e a justiça.
Pois é, não é nada fácil! Um desafio hercúleo já que nossa imparcialidade é, frequentemente, corrompida por nossos vieses de confirmação e necessidades de ajustamento aos grupos de pertencimento que buscamos nos aproximar - ou afastar!
No entanto, um juiz da Suprema Corte, pelo ônus da posição, tem o duplo desafio de alcançar a sua própria imparcialidade, aliada ao fato de que ele deve ser imparcial e julgar estritamente de acordo com as leis vigentes.
O sábio Hilel já nos ensinava: “Não faça aos outros aquilo que não gostaria que te fizessem”!
Bem, nossos togados da capa preta parecem ser semideuses a serem julgados exclusivamente por ELE! Quem de fato os vigia?!
Faz parte da função pública se submeter ao julgamento popular. Essa é uma verdade inescapável.
De quatro em quatro anos, em tese, os comportamentos e ações de nossos governantes são avaliados e julgados pelo crivo popular.
Uma de nossas maiores virtudes é inequivocamente nossas liberdades de expressão e opinião. Num país livre, em situações particulares de injustiça, é exatamente a esses “especialistas” que os indivíduos recorrem para terem seus direitos e opiniões resguardados!
Sem liberdades não há uma vida digna, impera a escravidão.
Tristemente estamos vivendo na era da mordaça, da ditadura do judiciário, que detêm o monopólio para calar aqueles que pensam distintamente deles, porém, esses não querem ser avaliados e julgados por ninguém, talvez nem por eles próprios - os seus respectivos expectadores imparciais internos cobram! - nem por DEUS!
Liberdade sem justiça, imparcial e justa, é uma vertigem! Não se coibe eventuais casos de injustiça impondo injustiça a toda a sociedade por meio de escancarada censura! O povo sente, enxerga, ouve, lê, avalia, julga e opina!
A grande maioria dos brasileiros está mais do que exausta dessa plutocracia tupiniquim e desse pseudo Estado de Direto verde-amarelo.
Como pode um togado do STF tomar uma decisão monocrática sobre liberdade de expressão e de opinião, tema tão caro a ordem civilizacional e a vida?! Se não fosse nesse “país sério”, eu diria surreal!
Hoje, os apologistas da liberdade, “progressistas”, aplaudem efusivamente a falta do expectador imaginário do ministro, e sua falta de parcialidade como guardião da Constituição.
Como de costume, esquecem-se eles que amanhã poderão ser eles próprios as vítimas da parcialidade, da falta de liberdade, da escassez de prudência, da falta de magnanimidade e, em especial, da injustiça!
Até as próximas versões do filme Conspiração e Poder...
Judiciário que não promove Justiça não serve. Uma Corte Suprema Corte que afronta a própria Constituição se corrompe moral e legalmente. Eis o problema criado e vivido pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil. O hediondo inquérito secreto das supostas fake news promove injustiça com inconstitucionalidade. Isto não é legal, nem legítimo.
O STF, em várias decisões, decidiu que Censura é inconstitucional. Até a imperfeita e defeituosa Constituição de 1988 assegura a plena liberdade de expressão. Portanto, é inconcebível que uma decisão monocrática de ministro do STF imponha censura. O que Alexandre de Moraes fez, com ordem prévia e geral, é que cidadãos sejam proibidos de se manifestar livremente em redes sociais. Twitter, Facebook, Instagram, Google e por aí vai são obrigados a cumprir as ordens supremas.
No twitter, a Claudia Wild definiu muito bem o que aconteceu: "A censura nada mais é do que a covardia de poderosos contra aqueles que expõem verdades inconvenientes. O censurador é o covarde-mor que tem medo das palavras. Tenta fazer da vítima o réu, da mentira a verdade. Transforma seu poder em tirania para blindar canalhas e suas crenças".
Outra twittada certeira da Wild: "Uma das situações mais desprezíveis da atualidade: democratas & humanistas de carteirinha (e sindicato) comemorando, de forma efusiva, a censura de seus desafetos políticos. Quero ver quando a censura bater na canela da tchurma. Patifes"!
Só canalhas, covardes e dissimulados não se posicionam contra a censura inconstitucional imposta pelo processo secreto do STF contra conservadores acusados, indevida e injustamente, de veicular fake news. Não importa que vozes foram caladas. Não é legítimo calar vozes. Um supremo magistrado, monocraticamente, determina a censura e fica tudo por isso mesmo?
Os censurados nas redes sociais foram os políticos, jornalistas, empresários e militantes conservadores: Roberto Jefferson, Allan dos Santos, Bernardo Kuster, Edson Salomão, Rodrigo Ribeiro, Sara Giromini, Edgard Corona, Luciano Hang, Otavio Fakhoury, Marcelo Stachin e Reynaldo Bianchi Júnior.
Um quase censurado, o jornalista conservador Paulo Briguet foi no ponto nevrálgico do problema: "O STF foi o instrumento que os petistas e tucanos encontraram para continuar mandando no Brasil. Os urubus de toga são os filhos do PT".
Por isso, temos de defender claramente: Censura, não! STF, sim! Nova composição de ministros, já! Ao praticar a inconstitucional censura prévia, com indícios de abuso de autoridade, fica insustentável a manutenção do ministro Alexandre de Moraes. Senado tem de agir.
#FreedomOfSpeech
O ex-senador José Medeiros definiu bem o que pode acontecer: "Funciona assim, o ministro é um sniper, quem entrar na mira estará morto. O senado não vai agir, acaba de aprovar projeto dando mais poderes nessa linha. Sendo bem realista, está tudo a favor do franco atirador tempo, vento e clima. OAB, alguém ouviu falar nela?".
O Brasil pratica um autoritarismo cínico. Somos uma oclocracia travestida de princípios supostamente democráticos. A Nova República de 1985, em ocaso, não aceita a vitória de Jair Bolsonaro em 2018. Por isso, o Mecanismo parte para a truculência institucional.
Está tudo errado no Brasil. Supremo Tribunal Federal existe para ser guardião da Constituição, e não órgão de perseguição política, para prática da censura que o próprio STF já proibiu. Na prática, a Corte Suprema se corrompeu. Que vergonha! Cadê o Senado?
Nem na extinta União Soviética & afins havia um órgão que acumulasse o poder de denunciar, processar, investigar, julgar e condenar (previamente) como faz o @STF_oficial no absurdo e imoral inquérito secreto das supostas fake news. Abuso de autoridade é ilegítimo e ilegal. Por isso, Roberto Jefferson mandou muito bem: "Não permitiremos que a censura da toga e a opressão prevaleçam".
A Liberdade de Expressão não pode ser assassinada a canetadas. Fake news são hediondas. Mas combatê-las com abuso de autoridade e truculência judasciária só favorece os criminosos. Só a plena e responsável Liberdade de Expressão pode estabelecer a Verdade (a Realidade Universal Permanente).
25/07/2020
* Publicado originalmente em www.alertatotal.net
O planeta em geral e o RS , em particular, experimentam desde março um pânico imposto a população por muitos políticos , pela mídia em peso e por uma parte de médicos possivelmente bem intencionados em relação a pandemia do novo coronavírus. Nós médicos, quando prescrevemos uma conduta, sempre devemos avaliar riscos e benefícios do tratamento indicado. Não podemos prescrever um tratamento que reduza a mortalidade de uma dada doença ( um câncer , por exemplo) em talvez 30% ,se os tratados possam ter efeitos colaterais insuportáveis ou mesmo mortais em quantidade similar a essa.
Chegou-se ao ponto de leigos discutirem contra e a favor de tratamentos para a covid-19 e a conduta médica perante a pandemia passou a ser ideológica , assistindo-se médicos falsificarem pesquisas ( Lancet), administrar doses mastodônticas ( cavalares foi pouco) no intuito de “prejudicar” trabalhos com o uso de uma droga: a hidroxi-cloroquina (HCQ), As outras drogas que são prescritas pela ralé da Medicina (ivermectina e corticóide) são de “centro-direita” e admissíveis em alguns pacientes , menos , é claro, nos pacientes do SUS. No outro lado, há um grupo de médicos especialistas em cardiologia, bioestatística, AIDS, oncologia , professores de educação física etc.. que defendem a quarentena como a salvação de vidas. É a ciência, bradam! E os jornalistas os entrevistam e acreditam. Cheguei a “ver” um jornalista pedir desculpas aos ouvintes/leitores por entrevistar um médico e político que pensa diferente , pois tomar conhecimento de suas opiniões poderia colocar a população em risco. Afinal , “fique em casa” é cool e pela vida. Os que divergem dessa opinião devem ser calados e espezinhados a todo custo.
Nenhuma sociedade médica em suas diretrizes de tratamento para uma dada doença deve defender o uso de drogas com nível de evidência C. Traduzindo : “a melhor nota é A e a pior é D”) , apenas A. Como justamente é o caso da HCQ e da ivermectina no tratamento da COVID-19. O médico do paciente deve pesar os benefícios nos estudos que leu versus os baixíssimos riscos dessas drogas nas doses adequadas ( não mastodônticas ), uma vez que elas têm décadas de emprego clínico seguro. Sem dúvida , prescrevê-las não é cientificamente comprovado. Porém , Isso está longe de ser fake-news como querem muitos jornalistas e alguns médicos cool.
O RS em 15/3/2020 com NENHUMA morte por covid-19 optou pela quarentena/ distanciamento social horizontal seguindo conselhos cools., modernos , “científicos”, “em prol da vida” . Infelizmente , a conduta empregada de científica não tem nada e de medieval tem muito. Embora possa parecer lógico que se não entrarmos em contato com ninguém, a doença desaparecerá com os primeiros mortos, isso é impraticável pois profissionais de saúde, frentistas, vendedores e produtores de alimento entre outros não podem parar e de cada 10 infectados apenas um tem sintomas, o que mantem o ciclo da epidemia. Qualquer estudante de segundo ano de Medicina , mesmo EAD como os atuais, sabe que uma epidemia só acaba quando 20-60% da população tiver tido contato com o agente ou vacine-se a população contra o mesmo. No caso do coronavírus , essa chamada imunidade coletiva parece ser, a cada novo estudo publicado, inferior mesmo a esses 20%. A prestigiadíssima “Revisão Cochrane” sob encargo da OMS avaliou o valor da quarentena/distanciamento social horizontal/lockdown na pandemia de covid-19 e outras epidemias virais e concluiu que esta conduta é evidência D (“nota pior que a cloroquina”), com muito baixa evidência que funciona e que todos os estudos realizados até então eram de muito baixa qualidade não devendo jamais servir para diretrizes societárias. E agora, e a ciência ?
Segundo a Cochrane, o distanciamento social adotado no RS poderia reduzir a mortalidade da doença em 30% caso o vírus “precisasse “ contaminar 70% da população e tivesse uma “capacidade de transmissão” de 3. Por sorte nossa , talvez nem 20% precisem ser contaminados e a transmissão do vírus é muito provavelmente inferior a 2 na média.
Pasmem! Os “cientistas puros” (não terraplanistas!) nunca mencionaram que , se o distanciamento social funcionasse ( repito,caso funcionasse) sua grande função talvez não fosse reduzir o número de mortos pela doença , mas sim, distribui-los ao longo do tempo. E é exatamente isto que estamos assistindo em nosso país e estado. Nosso estado começou a quarentena em pleno verão (bactérias adoram verões, vírus são apaixonados por invernos) e o resultado do primeiro estudo de prevalência ( da UFPEL) mostrou que com mais de 20 dias de quarentena a doença praticamente inexistia no RS. 2/4000 ou 0,05% de positivos. Pasmem! Nesse momento foi mantida a quarentena o que poderia ter uma de duas explicações: preconceito (não acreditaram no próprio estudo), o que inicialmente é perdoável em ciência ou erro de interpretação dos resultados, o que é imperdoável em ciência, empurrando a epidemia para o inverno, o que indubitavelmente consistiu no maior erro de gestão de saúde da história do RS. Entre 15/3 e 31/5 , os médicos assistiram a maior epidemia de saúde de nossa história. Hospitais vazios UTIs vazias, ambulatórios despovoados. Os jornais assustavam a população com 70-80% de lotação de UTIs, quando a média histórica fora do inverno é superior a 95%. No inverno ultrapassa 100%. E a cada rodada de divulgação da “pesquisa de Pelotas” , é registrado uma redução de pessoas que cumprem o distanciamento social ( o censor do Pravda da quarentena não percebeu e divulgou esses dados !).É óbvio : são 4 meses e seguramente 2 deles desnecessários , mesmo para os que acreditam na Medicina Medieval! Fecharam-se escolas, quando comprovadamente crianças transmitem o vírus 10 vezes menos que adultos e a mortalidade entre elas é inferior a 1 para 1 milhão. Entre adultos provavelmente seja de 0,1% ( 1 em mil).
Mais grave ainda, o artigo da Cochrane enfatiza que não avaliou os efeitos colaterais (sociais, psicológicos, físicos, aumento de gravidade de outras doenças crônicas e agudas, desemprego etc...) da conduta tomada. Interessante que os muito preocupados com os efeitos adversos da HCQ, deveriam saber que de todas condutas existentes, a de longe mais carregada de efeitos colaterais, inclusive mortais, é a quarentena. É sabido com evidência grau A (“nota máxima” ) por estudos em vários países que quanto maior a taxa desemprego de uma dada população , maior a mortalidade em sua população economicamente ativa. No Brasil , estudo avaliando mais de 5000 municípios entre 2012 e 2017 , verificou que 30000 pessoas morriam a mais no ano seguinte a cada ponto percentual de aumento na taxa de desemprego. Os primeiros 2 meses ( até 15/5/20) de quarentena custarão a vida de aproximadamente 2800 gaúchos entre 18-60 anos até 15/5/2021, caso nosso estado mantenha a média nacional de desemprego. Isto é evidência grau A. É ciência.
Não entrarei no detalhe dos estimados 50.000/60.000 casos de câncer que terão retardado seu diagnóstico e, consequentemente, impedido sua cura em nosso País. Um determinado serviço privado de radiologia de Porto Alegre diagnosticava em média 14 casos por mês de câncer de mama. Em abril foi zero. em maio foram 2. Em 2021, teremos provavelmente 26 mulheres a mais com câncer de mama incurável diagnosticadas na nossa cidade. E a ciência? Não vou comentar o aumento nas taxas de femininicídio , depressão , suicídio e outros incontáveis danos psicológicos causados pelo medo dos políticos em lhes serem imputados mortes, da histeria da grande mídia (que tem, e muito, parcela de culpa) e da pseudo-ciência evidência D dos ouvidos por nossos governantes em Porto Alegre e RS.
Prof. Dr. Julio Pereira Lima , MD, PhD , FASGE.
Prof. Associado do Serviço de Gastroenterologia da UFCSPA/ Santa Casa de Porto Alegre.
Chefe do Serviço de Endoscopia Digestiva da UFCSPA/ Santa Casa de Porto Alegre.
Presidente da SIED (2016/2018).
2019 German Endoscopy Society Honour Award Carrier
2019 DGVS-Sektion Endoskopie Ehrenpreisträger
CONGRESSO REFORMISTA?
No ano passado, tão logo foi aprovada a (MEIA) REFORMA DA PREVIDÊNCIA, a maioria dos brasileiros, inclusive eu, acreditou que, mesmo com flagrantes restrições, o CONGRESSO NACIONAL dava sinais de ser REFORMISTA, ou seja, muito comprometido com as velhas e sempre adiadas REFORMAS ADMINISTRATIVA, TRIBUÁRIA, POLÍTICA, etc...
FARSA
Entretanto, com o passar dos dias, semanas e meses, tudo aquilo que parecia ser um REAL E ENCANTADO COMPROMISSO foi ficando com cara de mais uma FARSA, do tipo MAIS DO MESMO. Para completar, o LEGISLATIVO ainda passou a contar com o apoio da instância máxima do PODER JUDICIÁRIO, que simplesmente resolveu desempenhar o papel que até então competia ao EXECUTIVO.
FUNDEB
Vejam, por exemplo, o caso FUNDEB, cuja PEC foi aprovada, na noite desta 3a feira na Câmara Federal, por 499 votos a favor e somente 7 votos contrários. Pois é, sem pensar minimamente na necessária DIMINUIÇÃO DE DESPESAS, 499 deputados resolveram criar mais uma brutal DEESPESA OBRIGATÓRIA, do tipo que nenhum santo é capaz de tornar DISCRICIONÁRIA.
ORÇAMENTO 100% ENGESSADO
Se for levado em importante consideração que o ORÇAMENTO FEDERAL já está 96% COMPROMETIDO, ou ENGESSADO, através de DESPESAS OBRIGATÓRIAS, caso a PEC do FUNDEB também venha a ser aprovada no Senado, aí não sobrará centavo algum para ser utilizado em qualquer outro tipo de gasto. Pode?
EXECUTIVO - UM PODER DESNECESSÁRIO
Ora, nem é preciso ser um bom entendedor para perceber que o PODER EXECUTIVO está se tornando totalmente DESNECESSÁRIO. Bastaria, como forma de economia, haver apenas um funcionário cuja única tarefa seria a de utilizar tudo que é arrecadado na forma de impostos e/ou endividamento público e, imediatamente, repassar para as contas que o CONGRESSO E O STF decidiram que devem ser pagas. Pronto.
O novo coronavírus, como inédito, traz uma série de desafios e de incertezas quanto ao seu enfrentamento e suas possibilidades de cura.
Contudo, pela objetiva constatação das evidências pragmáticas, é inquestionável que inexiste “ciência” genuína no que concerne aos tais picos e curvas da pandemia no país. Ou fechou-se a economia cedo ou tarde demais, e/ou o isolamento social drástico não funciona mesmo. Países como a Suécia, por exemplo, que não adotou o lockdown, tem curvas muito semelhantes aos EUA e a Itália, que entraram em lockdown.
Para mim, a grande questão refere-se a falta de apreensão da realidade da vida, ou seja, a vida humana é dependente da saúde física, claro, mas sem a economia girando para produzir e empregar gente, todos os indivíduos acabam perdendo seus negócios, seus empregos e a vital renda para comer e prosperar. Similarmente, como somos seres sociais, a escassez de vida social, acarreta em uma série de doenças psicossomáticas e outras ligadas ao aumento do consumo de drogas e de álcool para pessoas de todas as classes sociais e idades.
Justamente pela falta de comprovação científica do fechamento econômico como inibidor efetivo da propagação viral, e exatamente pela precisão científica da carnificina econômica de vidas humanas, é que tenho sido crítico severo das ações autoritárias e desproporcionais de governantes populistas, para dizer o mínimo.
De verdade, a pseudociência para proteger a “saúde pública”, tornou-se muito mais uma desculpa para jovens governantes aqui no RS, administrarem nossos modos de vida, para muito além de suas preocupações com o nosso bem-estar físico.
Não tenho constrangimento algum em afirmar que uma população de renda-média baixa como a brasileira, não consegue sobreviver com a economia num vai e vem faz mais de quatro meses. Todos nós conhecemos bem quem são os complacentes apologistas do “fiquem em casa”: castas e funcionários públicos do setor estatal, com seus salários desproporcionais garantidos, e jovens e velhos humanitários, escondidos de suas reais pretensões político-partidárias.
Todos aqueles que querem e precisam trabalhar para manterem seus negócios de pé, e seus empregos, são agora taxados de desumanos, materialistas, “capitalistas sem coração”, despreocupados com a vida dos outros, descompromissados com o coletivo.
Por detrás do véu da proteção à vida, exclusivamente da esfera da saúde física, encobrem-se sentimentos de ódio, de rancor e de ressentimentos àqueles que produzem e geram empregos, renda e riqueza!
Em tempos de crises, agigantam-se movimentos coletivistas desejosos pela imposição de “mais igualdade” e, assim, surgem apelos vitimistas e invejosos em relação aos que se destacam por seus esforços e empreendimentos individuais e colaborativos com outras pessoas nas comunidades, orientados para a criação de empregos e de riqueza.
Não parece haver momento mais apropriado do que o virótico, para alardear odiosa e invejosamente, a ânsia por erradicar sistemas econômicos e sociais baseados nas liberdades individual e econômica!
O autoritarismo e a repressão estatal são então efusivamente comemorados pela conhecida trupe do “quanto pior melhor e do mais Estado”.
Por aqui, os jovens governador e prefeito, passam por cima das recomendações do setor empresarial, gerador de empregos e riqueza, contrários ao lockdown, e até distorcem informações de representantes de hospitais e do próprio Conselho Regional de Medicina, a fim de justificarem suas medidas autoritárias e restritivas, aludindo a então questionável falta de profissionais médicos.
Anteriormente, quando o isolamento social parecia trazer bons resultados, os méritos eram desses tiranetes, agora que há um aumento do número de mortes, eles jogam a culpa para a sociedade! Bizarro!
Enfim, os fatos têm demonstrado pra quem quiser ver, que o isolamento social drástico não inibe a propagação do vírus, no entanto, mata a economia e ceifa um maior número de vidas econômicas humanas.
Exatamente por tudo isso, não negocio minhas liberdades individuais, e importo-me com minha vida econômica, que esses jovens burocratas estão destroçando; verdadeiramente da grande maioria dos gaúchos.
Ao mesmo tempo, claramente percebo outros interesses em jogo, além dos efetivos rancores e ressentimentos da turma do “fiquem em casa”, impulsionados muito mais pela inveja social de todos aqueles que produzem, inovam e crescem, trazendo prosperidade para toda a sociedade.
Aliás, são esses que, inclusive, criam os recursos que coercitivamente são empregados para que a sociedade dos trabalhadores comuns continue bancando privilégios imorais de castas e de funcionários públicos; os mesmos que podem se dar ao luxo de ficarem em suas casas.
Eles as possuem, e despreocupadamente conosco, continuam pagando em dia as devidas obrigações com suas moradias...
Há uma frase que foi dita por Robert Kennedy: “I dream things that never were and ask why not?’” “Eu sonho coisas que nunca existiram e pergunto por que não?”
Essa é a diferença entre “sonhadores” e “progressistas”.
Entre seres que sonham sobre o que não existe, mas nada entendem de como implantar “coisas que nunca existiram”. Que nem pensam em testar suas ideias primeiro numa fábrica, num bairro, numa pequena cidade, numa Comunidade progressista. E se der certo, e somente se der certo, escalar sua ideia para cidades médias, grandes, Estados inteiros e somente depois para o país inteiro.
Robert Kennedy, pasmem, estava em campanha para a Presidência dos Estados Unidos.
Se você é um jovem sonhador que quer “salvar o mundo”, a resposta de todos nós que seríamos “salvos” por você é Não.
A última coisa que queremos é você impor, via leis, suas ideias não testadas em seres humanos a nível Estadual, Nacional ou Mundial.
Depois ficam frustrados, como crianças mimadas, devido às nossas resistências naturais e partem para a violência, a guerrilha urbana, a tomada do poder ou via a “gloriosa Revolução”.
Não sabem que ideias novas requerem mudanças, e sempre haverá resistências a mudanças e muitas com razão.
Mas sempre haverá alguns mais corajosos, mais empreendedores, menos avessos ao risco, com propensão natural a mudanças que aceitarão e serão os líderes naturais para os outros aceitarem.
Numa boa.
É isso que nós verdadeiros progressistas fazemos.
Vocês se dizem progressistas, mas não são.
Vocês sempre foram revolucionários com milhões de mortes nas suas consciências históricas, danem-se as consequências.
Nós queremos progresso constantemente, passo a passo.
Vocês querem a revolução de 1917.
A queda da Bastilha.
A revolução de Castro no Brasil.
E a estagnação total após a mudança, como se resolvesse tudo.
Não! Essa será sempre a resposta dos progressistas.
Seres humanos jamais irão aceitar uma ideia “revolucionária”, nunca antes testadas em seres humanos, como queria Kennedy, e de uma incompetência administrativa só.
Nós progressistas sabemos dessa resistência natural que existe na maioria das pessoas, e com razão.
Vocês querem leis impositivas, querem PECs para mudar a Constituição de cima para baixo, querem derrubar todos no poder, mas o progresso caminha de baixo para cima.
Ele surge nas pequenas ongs, nas pequenas empresas, nas Ongs, nas sociedades civis que vocês nem conhecem.
Queremos provas de que suas ideias funcionam, na prática.
Nós, por outro lado, queremos ver nossas ideias primeiro funcionarem em comunidades, em bairros ou em pequenas cidades que aceitaram ser cobaias.
Bem sucedidas, elas serão copiadas e adotadas espontaneamente, sem batalhas políticas como vocês estão fazendo.
Por isso acreditamos no progresso dia a dia, e não numa grande revolução Russa, Chinesa ou Cubana.
Onde a natural resistência humana foi “gloriosamente” vencida pelo genocídio de mais de 120 milhões de pessoas.
Não, jamais permitiremos vocês fazerem novamente o que fizeram aos milhões cujas vidas vocês desprezaram.
“Life matters?”, não para vocês.
Para que um único sonho fosse implantado, o de Karl Marx, o de Trotsky, o de Mao, o de Fidel Castro.
Nós também queremos incentivar ideias novas.
Mas aquelas que não ficam só no papel, e sim as que “pegam” por aceitação popular, que se alastram de comunidade em comunidade, que escalam naturalmente.
Nós, os verdadeiros progressistas, acreditamos não em sonhos, mas em pequenas realizações.
Como as que eu mostrei para os outros no “O Brasil Que Dá Certo”, livro que escrevi 30 anos atrás.
E continuei na minha coluna na Veja, dando esperança a alguns leitores, em vez de divulgar o ódio contra aqueles que progridem de fato e mostram o exemplo.
Vejo com tristeza a decadência do nosso jornalismo que deixou de ser progressista.
E se tornou autoritário, como se fossem os únicos autores da História.
São esses sonhos dos outros que estão destruindo o tecido social da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil.
Se não voltarmos a valorizar aqueles que fazem o Brasil progredir, e parar de dar ouvidos àqueles que somente sonham, iremos tornar esse país um laboratório de experiências em seres humanos, destruindo os sonhos de todos nós.
Ninguém mais sonha com um Brasil melhor, por que não?
Por causa daqueles que somente sonham e nada testam nem realizam.
* Publicado originalmente no blog.kanitz.com.br
** Reproduzido em pontocritico.com