Para começar a semana, e o sol vem trazendo a luz da esperança, uma recorrente notícia terrível e outra alvissareira.
A horrorosa, é que continuamos a ter parcela significativa de brasileiros que seguem acreditando tanto na ilusão da defesa dos interesses e do desenvolvimento do (farsante) coletivo, da massa etérea, abstrata e despersonalizada - em detrimento da menor minoria factual, o indivíduo - como também da capacidade do Estado e de seus tangíveis burocratas estatais de atenderem a tal utópico faz de conta.
Mesmo repaginado para a luta identitária - intolerante e segregadora - o bondoso sonho marxista que não pode (lógica e tecnicamente), nunca deu e nunca poderá ser realizado com resultado positivo concreto, persiste em dormir “de conchina” com muitos homens, mulheres e outra infinidade de possibilidades contemporâneas...
A falácia da retidão desses jovens governantes - genuinamente aspirantes a ditadores - reflete ipsis litteris seus atos benevolentes orientados para a salvação do coletivo, muito embora quase todos nós saibamos que os resultados objetivos, como apontam as evidências atuais e robustas, sejam devastadores para o efetivo todo social.
No RS e em POA, nos últimos cinco meses, nunca presenciei tantos abusos e cerceamento de liberdades individuais constitucionais, em nome de uma ciência SEM CIÊNCIA que fechou a economia e destruiu cadeias produtivas inteiras (interligadas à outras), trazendo a tragédia para os comuns e a carnificina de vidas econômicas humanas.
Vejam bem, interromperam a atividade econômica em março, com alguns “abre-fecha” ainda mais perniciosos, visto que sem previsibilidade não há como se ter negócios que possam sobreviver e prosperar, principalmente no horizonte de curto prazo!
Jovens políticos profissionais, que nunca foram além de visitas populistas de inaugurações de operações empresariais, sem qualquer visão e órfãos de experiências pragmáticas, colocaram aos seus pés aqueles que estudaram, empreenderam e correram riscos, a fim de criar empregos, renda e prosperidade real para todos.
O que se viu foi uma comédia dantesca de erros, de ignorância, em especial econômica, de ineptidão, e de estupidez autoritária. O rol é interminável...
De suas mentes brilhantes, ordenaram que grandes supermercados “essenciais” operassem com gigantescas aglomerações, enquanto que pequenos mercados, ESSENCIAIS para o sustento de pequenos empreendedores e de seus familiares, foram completamente impedidos de trabalhar. Nos parques, até cego embaixo d’água enxergou os abissais ajuntamentos. Com a “inteligente” decisão de reduzir o tráfego de ônibus, o bafo na nuca daquelas pessoas que transitavam nos ônibus foi inevitável.
Com o alvará da Covid-19, jovens delinquentes presos foram liberados da prisão, para livre e “levemente” cometerem mais crimes e assassinatos; liberou geral!
Carta branca foi dada para justiceiros sociais “antifascistas e racistas”, que se acumularam e se juntaram para a realização de protestos nas ruas, em que tais manifestantes foram calorosamente acompanhados pelas rédeas soltas da polícia militar e pela brilhante presença e cobertura midiática do nefasto partido da mídia, sensacionalista e parcial até os dentes.
Sem fôlego para prosseguir a missa...
Além de contraproducente, o isolamento social drástico foi a tatuagem da ineficiência, do despreparo, da politicagem, do abuso ditatorial, que ficará gravado nos corpos e nas vidas de milhões de brasileiros por décadas.
Esses jovens governantes não só usaram e abusaram da falácia das boas intenções, mas os sucessivos fracassos governamentais escancararam prepotência, inaptidão e desqualificação.
Não dá mais mesmo pra votar e suportar esses meninos sofistas, que falam de soluções e de supostas “inovações” que não têm o mínimo preparo e experiência para alcançar.
Saber fazer política é importante? Evidente que sim, saber articular, dialogar e negociar é vital, porém insuficiente, mas esses surdos-mudos nem isso conseguem realizar.
Nunca se viu um fracasso tão grande em termos de liderança política na verdadeira gestão do bem comum. Pelo menos eu nunca tinha presenciado.
E a boa notícia?! Maravilhosa, em tese!
As escolas estaduais começarão a incluir autores liberais em seus currículos. Onde há vida existe esperança... de que os jovens comecem a formar sua própria massa crítica e passem a concluir por eles próprios, que fora da valorização do indivíduo, para muito além da abstração coletiva, à liberdade, a felicidade e a genuína prosperidade desaparecem...
Como a foto do dia revela, instantaneamente!
Alguns têm me taxado de pessimista. Talvez; um pessimista racional.
Mas confesso que o andar e o conversar com os gaúchos tem me tornado mais confiante num futuro melhor para todos; a chave para as reformas liberalizantes e progressistas na mente juvenil aparenta-me que começou a girar, e para o lado certo!
Vamos meu vermelho do coração! Só no futebol e no vinho, é óbvio!
Em 12/08/2020
DEBANDADA
Não são poucos os temas que me proponho a comentar e/ou analisar nos meus editoriais. Entretanto, ao tomar conhecimento da saída dos liberais - Salim Mattar, secretário de DESESTATIZAÇÃO, e Paulo Uebel, secretário de DESBUROCRATIZAÇÃO, este tema goza de ALTA PRIORIDADE para ser abordado e, se possível, compreendido pelos leitores que foram pegos de surpresa com a notícia da DEBANDADA, como classificou o ministro Paulo Guedes.
TIME DAS CORPORAÇÕES
Pois, para começar, é importante lembrar que no início do governo Bolsonaro, lá em janeiro de 2019, escrevi dizendo que as PRETENSÕES LIBERAIS defendidas pela equipe econômica, como bem consta no Plano de Governo que elegeu o presidente Jair Bolsonaro, iriam BATER DE FRENTE com as PRETENSÕES do PODEROSÍSSIMO TIME DAS CORPORAÇÕES.
PITADA DE PESSIMISMO
Senti, naquela ocasião, que a minha afirmação teve uma repercussão ruim junto a vários e fiéis leitores. Alguns, inclusive, enviaram mensagens dizendo que o meu texto continha PITADAS INCABÍVEIS DE PESSIMISMO, uma vez que o governo Bolsonaro foi eleito por defender um ousado PLANO DE DESBUROCRATIZAÇÃO E DE DESESTATIZAÇÃO.
AJUDA DOS ÁRBITROS
Se a saída de Mansueto, por mais que já estivesse combinada, exalou um cheiro de DESCONFIANÇA, agora, com a queda de Mattar e de Uebel, fica evidente que o TIME DAS CORPORAÇÕES está dando de goleada. Mais: além de jogadores muito fortes, o TIME DAS CORPORAÇÕES vem recebendo, desde sempre, uma fantástica AJUDA dos ÁRBITROS. Observem que além de paralisar o jogo a todo momento, ainda tomam decisões absurdas visando impedir até as intenções de ataque dos LIBERAIS, pouco importando que a torcida exige um jogo justo.
PERSISTÊNCIA
Pois, por mais que não esteja surpreso com o resultado do JOGO, como já havia previsto lá no início de 2019, o que me impressiona é o ABANDONO DA LUTA. Vejam, por exemplo, o meu caso: mesmo sabendo das dificuldades, que não são poucas nem leves, sigo focado, com muita persistência, produzindo conteúdos que têm como propósito ESCLARECER o quanto o povo brasileiro é vítima dos PRIVILÉGIOS conferidos aos SERVIDORES PÚBLICOS e EMPREGADOS DE ESTATAIS, considerados de PRIMEIRA CLASSE.
ADMISSÃO DA DERROTA
Confesso que, mesmo levando em boa consideração o que disseram os dois secretários para justificar suas saídas da equipe econômica, vi, infelizmente, que ambos admitiram a derrota frente ao TIME DAS CORPORAÇÕES bem antes do jogo terminar. De novo: eles não podem dizer que não sabiam com quem estavam tratando. Ou seja, mesmo quando admito que a probabilidade de ser derrotado é grande, ainda assim sigo lutando.
O mainstream (pensamento único) progressista, ambientalista e “politicamente correto” está dando amplo respaldo às matérias sobre a Amazônia.
Porém nas reportagens mass-mediatics não faltam informações equivocadas enquanto informações relevantes são omissas. Assim, no mundo inteiro (inclusive ONU e Vaticano) vêm colando o preconceito que o Brasil seria o vilão do planeta, agressor da “Mãe Terra” e desmatador da Amazônia, que é “ patrimônio da humanidade” e “pulmão do planeta”. Porem, várias noticias são apresentadas de forma equivocada.
A Amazônia é a maior floresta do planeta? Errado. A inteira Amazônia (6 milhões de km² em nove Países sul americanos) mal chega à metade da Taiga, a floresta de coníferas russo siberiana é, de longe, a maior área florestal do planeta. A Amazônia brasileira (4 milhões de km²) mal chega a um terço desta.
A Amazônia é “patrimônio da humanidade”? Sim e não.
Não, obviamente, no intuito de que todos os Estados interessados teriam direito aos recursos naturais do território amazônico. Sim, no sentido de que o oxigênio produzido pela floresta e lançado na atmosfera é um beneficio universal e indivisível. Neste sentido correto, são patrimônio da humanidade todas as florestas do planeta, inclusive a Taiga russo siberiana (é só combinar com os russos).
A Amazônia é “o” pulmão do planeta? Errado. O verdadeiro pulmão do planeta, muito mais que toda a vegetação terrestre, é o fitoplâncton que flutua nos oceanos produzindo 50% do oxigeno que é lançado na atmosfera.
A superfície da floresta amazônica brasileira, a partir da colonização, foi drasticamente reduzida pela intervenção humana?
Reduzida sim, drasticamente não. Dos originários 4 milhões de km², permanecem 3 milhões e 400 mil km² (85%), uma superfície maior que a da inteira Índia.
O desmatamento decorre do “incediamento” humano na região (estradas, vilarejos, cidades, agricultura, pastagem, exploração legal e ilegal de madeira), mas também é causado por incêndios naturais. Anualmente caem na floresta amazônica mais que 10 milhões de raios, a maior porcentagem dos cerca 50 milhões de raios que caem todo ano em todo o Brasil (isto sim é um primado mundial).
O desmatamento aumentou de forma exponencial? Errado.
Nas décadas dos anos 70 do século XX a média anual de desmatamento foi de cerca 20.000 km², nesta última década a média caiu para 7.000 km². É verdade que no ultimo ano houve um aumento (9.000 km², um sinal de alerta a ser considerado), porém em escala muito menor do que os 25.000-30.000 km² desmatados nos anos 2003-2004 (na época, quem estava no governo? Proibido falar.)
As reportagens politicamente orientadas para estigmatizar o desmatamento no Brasil simplesmente ignoram o que acontece no resto do mundo.
Não se registra que, na ultima década, a maior porcentagem mundial de desmatamento ocorreu no sudeste asiático (Malásia, Bornéu, Sumatra) com perda de cerca 70% da área florestal nativa substituída por lavouras destinadas à produção de óleo de palma.
Não são publicadas as imagens satelitares que mostram o impressionante aumento do desmatamento na África Subsaariana e principalmente na Republica Democrática do Congo (mas quem arisca ser rotulado de racista por mencionar criticamente um governo africano?).
Tampouco se fala do desmatamento na taiga russo siberiana (2,5 milhões de hectares entre julho e setembro 2019) para exploração legal e ilegal de madeira a ser exportada na China, o maior importador mundial de madeira.
(mas quem se atreve criticar a Rússia ou a China?)
Porém, as criticas mais ferrenhas, nacionais e internacionais, batem a vontade no governo brasileiro. Quem está atrás disso?
* O autor é italiano residente no Brasil, doutor em História e Filosofia.
Durante a bimilenária história da Igreja Católica, na ocorrência das inúmeras epidemias e pestilências, o povo cristão, guiado pelos Bispos e clero, saía em procissão para implorar a graça de Deus, expressando sem medo sua Fé na Providência.
Hoje em dia, a Igreja, ansiosa de “se abrir ao mundo”, fechou as portas dos templos durante vários meses considerando a participação à Missa muito menos importante que o lockdown. Agora, as igrejas abrem no domingo com restrição de horário e só para poucos fieis visando ao máximo distanciamento, enquanto lojas, bares, restaurantes e shoppings acolhem de braços abertos a maior clientela. Até os folhetos da Missa com as leituras bíblicas são proibidos na igreja sendo considerados contagiosos, enquanto os jornais são livremente expostos e vendidos nas bancas de revistas. Os Padres montam câmeras na igreja para gravar e transmitir a celebração da Missa nas redes sociais, esquecendo que a Missa postula a real participação comunitária, não é um mero espetáculo cinematográfico.
Enquanto o povo cristão ficou trancado em casa, abalado pelo terror da doença e da morte, os Pastores “politicamente corretos” surgiram para estigmatizar o desmatamento da Amazônia e, no que se refere à epidemia, simplesmente optaram para reverenciar os novos profetas (virólogos, “expertos científicos”, etc.) e os mandamentos deles.
S. Francisco de Assis abraçava os leprosos. Os frades franciscanos, durante a pestilência de Milão, confortavam a agonia dos doentes no Lazareto.
Hoje em dia, os Padres são afastados das agonizantes e das sepulturas. O bom Papa Francisco aparece rezando solitário na praça de S. Pedro deserta (a imagem desoladora corre pelo mundo) e, nas homilias, proclama que “Deus perdoa, a natureza não”, como se a natureza (Gaia na linguagem dos ambientalistas radicais, Mae Terra na linguagem dos teólogos da libertação) fosse uma entidade autônoma, independente de Deus, dotada do poder de castigar a humanidade agressora.
Durante a Revolução francesa foi proclamado o culto à “Deusa Razão”.
Será que hoje proclamaremos o culto à “Deusa Ciência”?
Mas a qual ciência? Aquela da OMS, que lança declarações heterogêneas a cada dia? Aquela dos virólogos e vários “espertos” que discordam entre eles e, quando são honestos, reconhecem que o nosso conhecimento cientifico é provisório e precário?
Mala tempora currunt, não só por causa da pandemia, pela insipiência também.
* O autor é italiano residente no Brasil, doutor em História e Filosofia.
Ser pobre não é o problema. Se manter pobre pelo resto da vida é que é problemático.
1. Nunca tenha vergonha de ser pobre. É temporário e 99,9% das pessoas na história do mundo começaram como você.
2. Seu objetivo é sair da pobreza, e não ficar chorando ou mostrando que você é pobre por uma injustiça social.
3. Nunca compre produtos de grife. Eles são feitos para novos ricos e pobres que querem mostrar que não são pobres, por terem vergonha.
4. Nunca compre produtos a prazo. Você vai pagar metade em juros e impostos sobre juros.
5. Compre somente à vista, que é a medida correta do que você é capaz de pagar.
6. Compre sempre produtos usados. Esses não pagam impostos como ICMS e IPI. O preço é o que eles valem. Essa é a única forma legal de sonegação.
7. Lembre-se que quem nos oprime é o sistema estatal, que impõe 45% de impostos sobre a nossa renda, obtida pela violência, a violência tributária. O lucro de 5% sobre vendas sobre o que você compra é retribuição pelos serviços prestados, pesquisa e qualidade.
8. É só seguir 5 e 6 que você quadruplica seu poder de compra. Poupe a diferença que em 40 anos você estará rico, numa geração.
9. Nunca compre carro novo. Todo carro novo vira usado no dia seguinte.
10. Nunca aposte na Telesena, no Bicho, nunca acredite que dinheiro vem fácil ou sem esforço. Péssimo exemplo dado por todos os governos de esquerda e de direita.
11. Nunca empreste dinheiro sob nenhum pretexto, especialmente para o governo. Nenhum governo jamais devolveu dinheiro algum na história da humanidade, só deram calote após calote.
12. Nunca seja avalista de ninguém, muito menos sócio minoritário.
13. Nunca namore uma moça mais rica do que você. Você vai ralar anos a fio só para chegar aos pés dela. Escolha uma mais pobre, que vai te amar de paixão, e você irá ajudar na melhoria da distribuição da renda do país.
14. Nunca vote no PT, PSDB, PSOL etc., que vão lhe dizer que você faz parte de uma classe que será pobre para sempre, se não votarem neles. Mentira! Eles sim que estão ficando cada vez mais ricos vide Leticia, Veronica e Gleisi.
15. Nunca contraia uma dívida. Com o tempo você ficará sem histórico cadastral, e aí ninguém lhe concederá um empréstimo mesmo que você por um lapso queira.
16. Poupe 20% de tudo que você ganha, desde o dia 1.
17. Ao receber um aumento, mantenha seu padrão de vida anterior, e poupe mais aí.
18. Aumente seu padrão de vida somente depois da segunda promoção, mas para o nível da primeira.
19. Depois de alguns anos, você e seu cônjuge terão uma terceira fonte de rendimentos, os juros e dividendos: caminho para a classe média.
20. Nunca compre por impulso, só compre aquilo que estiver numa lista de compras feita meses atrás.
21. Nunca compre porcaria. Compre qualidade, mesmo sendo mais caro.
22. Nunca compre o mais barato. O que custa mesmo é comprar o produto errado. Pesquise sempre antes de comprar.
23. Aprenda matemática e contabilidade, você leu três mandamentos a mais do que devia.
É o que nós ricos fizemos.
Não tem erro.
*Publicado originalmente na página do autor: facebook.com/Stephen.kanitz (24/07/2020)
Em tempos da Covid-19, burocratas estatais não só prejudicam a atividade econômica com mais regulamentação, como também impedem que os criadores de riqueza trabalhem e materializem as soluções para os problemas dos indivíduos e da sociedade.
Os jogadores, produtores e consumidores, não podem jogar porque os juízes-burocratas estatais não entregam a bola!
Pois bem, a competição é a mola mestra do capitalismo. Sem dúvida, uma das forças mais poderosas da sociedade para aperfeiçoar muitas áreas do empreendimento humano.
É a competição que instiga a criação de valor. Entretanto, as formas de competir também estão sendo francamente “revolucionadas”.
Há mais de 200 anos, Adam Smith já ensinava que, se um sapateiro ou alguém produziu alguma coisa necessária para a subsistência de outros, e o fez para seu interesse próprio, igualmente produziu benefícios para além dele; para o consumidor, para fornecedores e para a sociedade em geral. Em última análise, sua ação redundou em benefícios conjuntos e multiplicadores.
Contudo, é fundamental compreender que Adam Smith já asseverava que é o consumidor-cliente quem deveria se “convencer” sobre a aquisição do bem produzido por outrem.
No livre mercado, são os consumidores que impõem o surgimento de empresas – com soluções inovadoras que resolvem melhor seus problemas específicos – e/ou o desaparecimento dessas mesmas empresas.
Não, não é a concorrência que determina o desaparecimento de organizações, e sim a capacidade de criar valor inovador para o cliente!
O centro da estratégia de uma organização deve ser o cliente. Todos processos e ações da empresa devem estar focados e integrados para agregar valor para o cliente. Uma empresa alcança crescimento lucrativo e sustentável criando, sistematicamente, mais valor para o cliente, o que resulta em uma vinculação e relacionamento de longo prazo com este.
Valor, de fato, é capacidade de atender ou de superar as necessidades dos clientes. Uma empresa prospera entregando soluções diferenciadas e melhores aos olhos e coração do cliente, seja vencendo a competição (caso exista) ou não, o que provavelmente, de acordo com a dinâmica do mercado, emergirá.
Visivelmente, a quarta revolução industrial, com a digitalização, está transformando intensamente as relações entre organizações e seus clientes. As tecnologias da informação possibilitam e favorecem o alcance de profundo conhecimento do comportamento dos consumidores e clientes e, portanto, propiciam estratégias customizadas e centradas em torno do cliente.
O sapateiro antes referido somente prosperará se produzir um sapato que resolva o problema do cliente – conforto, design, marca/status, durabilidade, etc. – com preço e distribuição convenientes. Caso preço, material, design, ponto de venda não estejam alinhados com aquilo que o cliente quer, este não trocará seu dinheiro, tempo e esforço por tal sapato. Importante recordar que em uma “venda” de produto, esta depende de “enorme esforço” para ser “adquirida”. No conceito de “marketing”, o esforço é “mínimo”, já que é o cliente quem demanda e necessita do produto (ótica de fora para dentro).
Exatamente por isso se afirma que “não se pode comprar o que não existe, como não se pode julgar aquilo que ainda não nos foi colocado à frente.
Nenhum consumidor pode julgar algo sem que esse algo lhe seja oferecido”, que reside a beleza do livre mercado. São os próprios atores sociais e econômicos que se conciliam, ajustando-se oferta e demanda. Infelizmente – como no caso brasileiro – quando o Estado intervém, a fim de “corrigir eventuais distorções” – tal ação resulta em ganhos para alguns agentes privilegiados e perdas para a maioria.
O mercado é quem deve reger a ação dos agentes, fazendo com que o sistema busque seu equilíbrio em função das expectativas de ganhos ou perdas dos atores econômicos.
Se somente existisse um sapateiro, buscando unicamente seu interesse próprio em vender, sem atentar para aquilo que o cliente deseja e necessita, seguramente, neste mercado, surgiria a grande oportunidade para que um produtor pudesse – alinhado com o valor para o cliente – adentrar e ganhar dinheiro.
A forma de competir alterou-se radicalmente. Num mundo hiper-competitivo e globalizado, a competição acontece entre cadeias globais de valor. Empresas de todos os portes precisam colaborar para qualificar seus recursos e capacidades, com o objetivo de criarem soluções inovadoras de valor para os clientes. É a empresa estendida - própria empresa, outras organizações parceiras no ecossistema, fornecedores e os próprios clientes, aqueles que são responsáveis pela geração de valor, de forma mais intensa. As melhores soluções para os clientes parecem, cada vez mais, necessitarem de cooperação e da própria participação do cliente. É o relacionamento entre empresas, via integração e colaboração que possibilita buscar, mais competitivamente, a preferência dos clientes.
Em nível de estratégia competitiva, na segunda metade dos anos 80, o foco da discussão moveu-se da Resource Based View (RBV), ou seja, dos recursos e capacidades internas de uma organização (visão interna) e da escola do posicionamento estratégico, de como a empresa lida com as forças competitivas de uma determinada indústria – visando posicionar-se favoravelmente neste ambiente (visão externa), para o foco no cliente como forma de se ganhar mais dinheiro de maneira sustentável.
O “novo foco” passa a ser a criação do vínculo de relacionamento com o cliente, unindo conceitos de marketing, estratégia e tecnologia da informação, e considerando o ambiente competitivo como uma rede e ecossistemas empresariais.
Por exemplo, Kim e Mauborgne, professores do INSEAD, com seu livro “Estratégia do Oceano Azul” (2005), entraram para a lista dos três maiores “gurus” da área de gestão, na lista Thinkers50.
O que há de tão inovador? Inovador foi romper com o axioma tradicional da estratégia que residia no trade-off valor-custo. Uma coisa ou outra, em que o objetivo era a competição entre empresas no oceano vermelho “sangrento”. No oceano azul, a competição é irrelevante, uma vez que essa é contornada com a criação de espaços de mercado inexplorados. Cria-se uma nova curva de valor, por meio de mais valor/soluções inovadoras para os clientes e, simultaneamente, menores custos para as organizações. A inovação de valor gera e captura uma nova e lucrativa demanda para a empresa!
O essencial é que os negócios, atualmente, estão entrelaçados em redes colaborativas, em empresas estendidas.
A forma de criar alto e inovador valor para o cliente é dependente de um relacionamento íntimo entre organização, parceiros e, especialmente, com o cliente. É indispensável compreender e desenvolver – muitas vezes, conjuntamente – soluções que resolvam seus problemas e o satisfaçam de uma melhor maneira.
Somente com uma visão direcionada objetivamente ao cliente - fim maior da estratégia da empresa – é que será possível criar uma vantagem competitiva sustentável, duradoura e lucrativa.
Mas, por favor, deixem a bola rolar!