• Alex Pipkin, PhD
  • 07 Abril 2024

 

Alex Pipkin, PhD
       Semana sim, outra semana sim, a população brasileira é brindada com uma surpresa desagradável, para ser econômico. Factualmente, com descalabros e outras decisões kafkianas. A bola da vez é a Petrobras. Surreal! À desfaçatez é tão ostensiva, que até mesmo parte do partido da situação, a ex-mídia, nem mais consegue “passar o pano”.

O resultado de políticas públicas populistas, que cabalmente já se mostraram desastrosas em um passado recente, e que agora foram “revitaminadas”, está mais uma vez conduzindo a nau tupiniquim ao desastre econômico e social. Parte dos brasileiros não duvida disso. Alguns afetados pelo “nojinho” ao ex-presidente, têm se dado conta da incompetência, da mentira contumaz e do projeto de poder vermelho do desgoverno atual. Não é por acaso que a popularidade do comedor de “s” tem se mostrado tal qual a situação econômica verde-amarela. Contudo, há dois seguimentos que são resistentes ao antibiótico da verdade frente a doença coletivista rubra.

Primeiro: dentro do povaréu incauto, existem os doentes sectários ideológicos. Aconteça o que acontecer, o viés de confirmação não os deixa enxergar um milímetro para além de suas crenças utópicas e destruidoras. Se isso não bastasse, há algo muito mais perigoso neste vergonhoso contexto de tirania global.

Segundo: uma (des)elite, dona de uma “verdade própria”, de uma “democracia” que impõe aquilo que deve ser feito e seguido pelos seus súditos, do tipo “é para o seu bem”, suportada por uma classe de “intelectuais” doentes e/ou interesseiros, persiste avidamente apoiando o projeto de poder encarnado. Claro, muitos desses “intelectuais” se sentem superiores aos reles mortais de Macunaíma. Eles se creem visionários, que por idealismo e/ou interesses, acabam por sucumbir ao transparente ilusionismo.

Na luta do bem contra o mal, toda essa turma se encobre sob o véu das “boas intenções” humanitárias e progressistas do pai dos pobres, na busca pela sonhada “justiça social”. Todos aqueles que ousam ir de encontro aos seus desejos vis e suas pseudoverdades de cunho social e econômico, são taxados de fascistas, autoritários, negacionistas; a lista é extensa.

Neste sentido, nada de novo no Reino podre da Bananalândia. Os “intelectuais” são cegos para as virtudes do sistema de economia de mercado. Aquele que, de forma voluntária e colaborativa, estabelece relacionamentos entre os indivíduos e os agentes econômicos. O sistema que respeita a autonomia individual do cidadão e, fundamentalmente, o genuíno Estado de Direito. Neste há, legitimamente, liberdade individual, econômica, cultural e religiosa.

Tais “intelectuais” são, por natureza, anti-capitalistas; para eles um sistema econômico do rolo compressor de criacinhas, jovens, adultos e idosos. Como idealistas e benevolentes, desprezam todos aqueles que têm como objetivo alcançar o lucro. Pouco importa se esse lucro é ou não utilizado para o aumento do bem comum. Manda a ideologia, eles obedecem. A “novidade” é a de que algumas pessoas aparentam se ter curado da síndrome de Estocolmo.

Porém, as armas do sistema tirânico são extremamente poderosas. Mesmo que haja a erosão da narrativa do ex-presidente autoritário, homofóbico, misógino, etc. e tal, penso que somente uma completa decadência econômica possa ser capaz de trazer alguma alteração no deplorável mecanismo vermelho coletivista.

Resta-nos o que fazer? Penso eu, enfaticamente, lutar pela verdade objetiva, pela fuga ao ilusionismo, pelo real pluralismo das ideias, e pelo respeito ao contraditório. É aquilo que estou fazendo.

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  • Juliano Roberto de Oliveira
  • 03 Abril 2024

 

Juliano Roberto de Oliveira

        Embora a educação seja, de fato, pública (uma vez que é ofertada pelo Estado), não há nada no sistema estatal de ensino que possa ser chamado de gratuito e não há nada, também, que o torne altamente (ou minimamente) qualificado.

Se considerarmos que o sistema educacional ofertado pelo estado é gratuito teremos, inescapavelmente, de colocar sob suspeita o ditado popularizado pelo economista norte-americano Milton Friedman, segundo o qual “não existe almoço grátis”.

Por meio da tributação o governo espolia os cidadãos produtivos da sociedade para financiar os centros educacionais que estarão aptos a propagar as ideias da elite política dominante. Conceitos como inevitabilidade do estado e diversidade de gênero são, por exemplo, elementos do cardápio progressista que encontram terreno fértil nas escolas estatais.

A tributação é, portanto, a forma como um indivíduo é forçado ao pagamento involuntário de toda a estrutura educacional criada pelo estado. Não faz sentido falar em gratuidade quando se está diante de um sistema que exige pagamentos contínuos e periódicos que, combinados com a adoção de métodos rocambolescos, cega os pagadores de impostos a ponto de os fazerem crer nas supostas benfeitorias do estado e na gratuidade do serviço que recebem.

Quanto à qualidade, vale a pena destacar que a educação estatal não prioriza a individualidade dos que a ela são submetidos. Não importa o quanto eu me interesse pela matemática, por exemplo. Não importa quão hábil eu seja com os números e com a lógica, ou com as palavras e a escrita. Não importa quão desinteressado eu seja pela composição genética de micro-organismos. Submetido à educação estatal estarei exposto a longas horas de conteúdos pelos quais não tenho o menor interesse e com os quais não possuo nenhuma afinidade. A um só tempo, ressalte-se, deixarei de me dedicar ao pleno aprendizado de conteúdos para os quais apresento uma habilidade natural. Como diz Rothbard em seu livro “Educação: Livre e Obrigatória”:

“Quando a mesma instrução, para o mesmo número de horas num dia, pelos mesmos professores, é provida para cinquenta meninos e meninas, a maioria não tem quase nenhuma oportunidade. Os estudantes brilhantes são contidos... os estudantes mais fracos são incapazes de acompanharem... os estudantes médios são desencorajados porque os alunos brilhantes realizam suas tarefas com muita facilidade”.

Qual deveria ser a função de uma escola?

Em tese, a escola deveria fornecer às nossas crianças e jovens uma consciência cidadã (e de fato, neste quesito, “tem sido bem sucedida” se observarmos que grande parte de nossos jovens têm se tornado revolucionários em favor da causa estatal), deveria prepará-los para uma vida adulta independente. Ora, uma vida adulta independente demanda, como corolário, a capacidade de gerar valor para seus concidadãos. Nossas escolas, como já explicitado anteriormente, estão eivadas de doutrinas como ideologia de gênero, diversidade, guerra de classes e ódio a propriedade privada. Alguém espera, realmente, que o nosso modelo estatal de ensino seja capaz de produzir cidadãos que gerem valor para si e para todos os que estão em seu entorno?

Não. Ao contrário, a educação estatal se especializou em violar direitos fundamentais. O direito à liberdade é negligenciado, por exemplo, sempre que somos convidados a financiar, por meio de trabalhos produtivos, a disseminação das ideias que são contrárias à produtividade.

O direito à liberdade é negligenciado toda vez que, em nome da defesa do bem comum, tenho negadas as condições adequadas ao desenvolvimento das minhas habilidades e capacidades individuais.

No ápice, os direitos à liberdade e à livre associação são negligenciados sempre que, forçado a buscar alternativas ao modelo estatal de ensino, preciso pagar por um ensino privado, o qual, embora menos danoso, fora meticulosamente maculado pelas doutrinas e ideologias da elite política dominante (o Grande Irmão, afinal, não tiraria os olhos do que é ensinado nos redutos privados).

Não há liberdade, não há gratuidade e não há decência. Este é o modelo de educação desenhado pelo estado que nos subjuga ano após ano.

*       O autor, Juliano Roberto de Oliveira, é Bacharel em Administração de Empresas – FAI, Especialista em Qualidade e Produtividade – UNIFEI e Mestre em Eng. da Produção - UNIFEI

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 03 Abril 2024

Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico

VENEZUELA

Para quem não sabe, a Venezuela, que já foi o 4°país do planeta com o MAIOR PIB PER CAPITA, vive hoje uma situação dramática, onde 95% da população do país vive abaixo da linha de pobreza. Mais: entre 2014 e 2020, quando o povo venezuelano passou a ser governado por comunistas, a média de -crescimento- do PIB da Venezuela foi de -20,02%. 

CARTILHA

Como Lula e seus aliados, obedecendo piamente a Cartilha do Foro de São Paulo, nunca negaram que têm firme predisposição para colocar o nosso pobre Brasil na mesma linha de POBREZA das DITADURAS COMUNISTAS, com atenção especial às DITADURAS de Cuba e da Venezuela, já se pode ter uma ideia do que, em breve, vai acontecer no nosso quintal.

ÚNICA SAÍDA

Pois, na semana passada, li na Gazeta do Povo, o conteúdo produzido pela jornalista Maria Laura Assis com o título -A ÚNICA SAÍDA É FUGIR: SOCIALISMO CRIA A MAIOR CRISE MIGRATÓRIA DA AMÉRICA LATINA-. Segundo Maria Laura, a fronteira sul do México sofre com o agravamento do êxodo da Venezuela, depois de um aumento de 131,8% na migração irregular daquele país em 2023 para quase 223 mil pessoas, mais de um quarto do total de migrantes detectados pelo governo mexicano. A PERSEGUIÇÃO E A CENSURA À OPOSIÇÃO se transformaram em um dos principais fatores para a emigração de milhares de venezuelanos na última década. Além do medo, questões como a falta de insumos, de medicamentos e de comida também se tornaram fundamentais na decisão de começar a vida em outro país.

UM TERÇO JÁ CAIU FORA

No entanto, completa Maria Laura, apesar do alto índice de emigrantes e refugiados da Venezuela, outros países da região como Cuba, Nicarágua e até a própria Argentina (durante a pandemia e o governo kirchnerista), também tiveram que lidar com a mesma problemática. A forte intromissão do Estado e o controle da população em governos socialistas terminaram forçando o abandono de empresas e de inúmeras famílias de seus países. Atenção: segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), “mais de 7,7 milhões de pessoas deixaram a Venezuela em busca de proteção e de uma vida melhor; a maioria — mais de 6,5 milhões de pessoas — foi bem recebida por países da América Latina e do Caribe. Como a população da Venezuela é de aproximadamente 28 milhões, mais de um terço já caiu fora. Que tal?

 

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  • Dartagnan da Silva Zanela
  • 03 Abril 2024

 

Dartagnan da Silva Zanela

          No final dos anos 90, o sociólogo catalão Manuel Castells publicou uma densa trilogia intitulada "A Era da Informação", obra essa que me impressionou muito quando a li, também, na última década do milênio passado.

Mas não é a respeito desta obra em particular, do referido sociólogo, nem a respeito de outras de sua lavra que pretendo assuntar nessa escrevinhada, mas sim, procurarei me restringir a um tema mais modesto que, penso eu, cabe direitinho na caçamba do meu caminhãozinho de ideias. No caso, é a noção mesma de "informar".

Hoje, para todos os lados que voltamos nossas vistas, lá encontramos alguém falando pelos cotovelos a respeito da "era da informação" e que, diante do avassalador poder de manipulação da grande mídia, e frente a maré das chamadas "Fake News", seria um absurdo continuarmos a nos referir à presente página da história da humanidade com esta alcunha e que, o mais apropriado seria chamarmos o nosso tempo de "era da desinformação" ou, como alguns preferem, "era da pós-verdade", ou de alguma outra tranqueira similar.

Bem, o espanto de muitos, talvez, se deva a uma boa dose de incompreensão frente ao termo "informar", como bem nos adverte o filósofo checo-brasileiro Vilém Flusser. Em seu livro "O mundo codificado", ele nos explica que "informar" é o ato de impor uma forma a algo e não apenas e simplesmente entregar alguma coisa em estado bruto.

Flusser nos apresenta um exemplo muitíssimo didático para nos explicar esse ponto. Imaginemos um carpinteiro. Um carpinteiro que confeccionou uma mesa. Ao fazê-la, ele está informando, dando forma de mesa à madeira. A madeira, ao cair nas mãos do bom homem, é "amorfa", destituída de propósito; mas, com o trabalho impresso por ele sobre sua natureza, ela ganha uma forma, uma finalidade. Ela fica informada.

Quando vamos nos informar, seja a respeito das tretas políticas do momento, ou dos entreveros econômicos do nosso tempo, ou ainda sobre assuntos mais elevados como o sentido da vida e o destino da alma, estamos literalmente imprimindo uma forma à nossa vida.

Podemos fazer isso, de modo autônomo e prudente, procurando realmente selecionar de maneira ajuizada e criteriosa o que iremos permitir informar a nossa alma, ou podemos simplesmente, feito um glutão, ir consumindo tudo que nos é apresentado pela grande mídia e pelas redes sociais, sem filtro algum, sem discernimento nenhum, permitindo que terceiros possam, de forma maliciosa ou não, fixar uma forma disforme sobre a nossa personalidade, modulando o nosso campo de percepção e, deste modo, ditando a forma como iremos avaliar e pensar a vida em sociedade, o mundo e a nossa existência.

Nesse sentido, não há equívoco algum em afirmarmos que hoje vivemos na "Era da informação", o que não significa que estamos, necessariamente, sendo bem informados e, principalmente, que estejamos sinceramente interessados em nos informar bem, em elevar a nossa forma ver e compreender a realidade.

Na real, o que todos nós queremos, na maioria das vezes, não é ampliar o nosso entendimento a respeito de nada em especial, mas apenas e tão somente garimpar aqui e acolá uma e outra informação que possa corroborar na confirmação daquilo que nós "pensamos" a respeito de um punhado de assuntos, que apenas reforce a formatação atual do nosso limitado entendimento.

Para constatar essa obviedade ululante, basta apenas que vejamos, com um olhar inclemente, como se dá o compartilhamento de informações em nossos grupos virtuais de "amigos" para constatarmos que, de um modo geral, nós amamos – como amamos - ficar reforçando a forma que foi impressa sobre o nosso discernimento, acreditando piamente que, com esse gesto, estamos arrebentando a boca da informação quando, na verdade, estamos apenas e tão somente agravando o nosso estado de alienação.

É isso. Fim de causo.

*     O autor, Dartagnan da  Silva Zanela, é professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de "REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO", entre outros livros.

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  • Vanderlino H. Ramage
  • 02 Abril 2024

Vanderlino H. Ramage

“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”!

Qualquer semelhança não é mera coincidência.

No ano de 2005 estive na Colômbia, e naquela ocasião estava chegando às livrarias a biografia de Pablo Escobar, o mega narcotraficante do chamado “Cartel de Medellin”. Impressiona a semelhança do que vivenciava aquele país, nos anos 80 e 90 do século passado, com o Brasil de hoje, com os níveis de violência, como decorrência do narcotráfico.

A biografia é um depoimento contundente e sem firulas, dado por Jhon Jairo Velásquez Vásquez, conhecido no mundo do crime como “Popeye”, à jornalista colombiana Astrid Maria Legarda Martínez. “Popeye” era o segundo na hierarquia do “Cartel de Medellin”, abaixo apenas do super “capo”, Pablo Escobar, sobreviveu ao Cartel, e deu estes depoimentos a partir de 1998, na prisão em Bogotá, Colômbia.

Para aqueles que se interessam, estudiosos, curiosos, sociólogos, professores de direito, enfim todos aqueles que acreditam, de que não há efeito sem causa, e sobretudo acreditam no nosso país, recomendo que leiam “El Verdadero PABLO, Sangre, traicion y muert...”, mutatis mutandis, concluirão de que o Brasil de hoje se encaminha (ou já vive) à Colômbia de ontem.

É inacreditável, mas Pablo Escobar, com seu “Cartel de Medellin”, chegou a dominar o país inteiro. O Estado Colombiano, foi posto de joelhos, ficou à mercê do traficante. Dominou o Congresso Nacional, chegando ao ponto de mudar a legislação que permitia extradita-lo para os EUA. Entretanto para atingir este nível de dominação, amedrontou a nação através do terror.

É necessário ressaltar, que Pablo angariava a simpatia de parte da população, que via nele um salvador, um benfeitor. Na realidade era um populista bandido, que sabia como poucos manipular as pessoas e carrear os anseios das populações humildes e carentes. Um Robin Hood às avessas, do século XX. Qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência.

No auge do seu poder e na luta titânica para não ser extraditado, Pablo Escobar cooptou especialistas dos grupos guerrilheiros ETA, das FARCs, do ELN, do M-19 etc, para as quais fornecia drogas em troca de armamento e treinamento operacional militar. É incontestável, nesse relato biográfico, a simbiose do narcotráfico com as esquerdas latino-americanas. Os Sandinistas da Nicarágua, o General Noriega do Panamá, e os donos de “La Isla Paradiso”, Cuba. Pablo tinha a simpatia dos ditos “movimentos da sociedade organizada”, do “indigenismo”, dos “direitos humanos”, do “ambientalismo” etc.  

As “FARCs” brasileiras têm outros nomes, mas são bem conhecidas. Tem apelidos camuflados como “Movimentos Sociais”, inclusive ONGs. Daí talvez, se possa começar a entender porque os “direitos humanos” nunca acodem as vítimas, o policial assassinado ou seus familiares, mas se apiedam sempre do bandido!

No final de sua vida, Pablo com seu “Cartel de Medellin”, entre outros recordes, contabilizava a morte de 1500 policiais, o assassinato de 03 candidatos à presidência da república, 02 ministros da justiça, 01 senador, 01 procurador da república, a derrubada  de um avião um avião com 107 passageiros abatido em pleno voo, mais de 250 atentados com dinamite, morte de mais de 1000 jovens das comunidades, centenas de civis inocentes, sequestros de empresários, jornalistas, políticos, etc, e a proeza de ter acabado com a cúpula do judiciário colombiano de uma tacada só, incluindo a morte de mais de 100 pessoas num único atentado. Foi aí que a nação começou a acordar! Será que o Brasil está necessitando de um choque semelhante?

No caso do Brasil a situação é mais grave, pois contabilizamos quase 50.000 assassinatos por ano, em grande parte, como decorrência do consumo de drogas ilícitas, o narcotráfico e seus desdobramentos. Incluindo as mortes no trânsito (50.000 por ano), chegamos a um número apocalíptico, de mais de 1.000.000 de mortes violentas em 10 anos. E ainda não acordamos!

É uma guerra das mais devastadores de todos os tempos. E o custo psicológico? Medo, descrença, insegurança. E o custo social e financeiro? Quanto custa aos contribuintes deste país pagar esta guerra fratricida?

Entretanto, o mais inverossímil foi o debate político das últimas eleições sobre o tema, quase nada. A preocupação relevante orbitava sobre a questão LGBT, casamento gay, homofobia etc, temas que passaram a ser prioridade nacional, uma questão de Estado. Aliás, continuam como prioridades no Congresso Nacional. Enquanto isso a nação sangra.

Nas questões estratégicas, que realmente interessam para o futuro do nosso país, o Brasil virou o “samba do criolo doido”: Na TV o herói é do UFC, violência que faz do boxe um esporte para os fracos; do “BIG Brother”, da “novela das oito”, e para fechar a semana, o herói da “Dança dos famosos”.

O narcotráfico já mantém muitas áreas “liberadas” em cidades brasileiras, e está na gênese da maior parte da violência deste país. As medidas para extirpar esta chaga, tomadas pelas autoridades, são de uma candura de fazer chorar o mais insensível dos mortais.

Vejamos: como se trata de uma guerra, o problema escapa à soluções meramente policiais. Todos sabem de onde vem as drogas, por onde entram no país, por onde entram as armas que dão suporte bélico e quem são os respectivos fabricantes.

Portanto as UPPs, tão celebradas como soluções em algumas grandes cidades brasileiras, são apenas respostas políticas de candidatos eleitoreiros. Na prática, servem de mortes anunciadas de policiais que morrem às dezenas, no cumprimento inglório do dever.

De outra parte, as campanhas antidrogas se revelam de um cinismo que despreza a capacidade cognitiva e a sensibilidade do ser humano. Se restringem ao “CRACK”, o “genérico” das drogas. O “crack” incomoda ao grande traficante e a sensação que se tem é de que o narcotráfico já controla setores da mídia, dada as investidas para “legalizar” a maconha. Qualquer estudante do segundo grau sabe que a maconha é a porta de entrada para as drogas mais pesadas.

O tabaco e o álcool destroem o físico, o narcótico destrói a alma.

Causa espanto que os bilhões de reais, movimentados pelo narcotráfico, escapem ao controle das autoridades fazendárias deste país. Pois, qualquer brasileiro que já viveu a experiência de movimentar o montante de R$ 100.000,00 sabe que tem um órgão chamado COAF, que controla as movimentações financeiras desse porte. E mais, o dinheiro do tráfico necessita ser “lavado”, e não é feito em lavanderias convencionais. Todos sabem onde eles são “lavados” para legitima-los. Conforme estudiosos do tema, a movimentação financeira do narcotráfico só é superada pelo mercado de armas!

Há muitos anos, na época da inflação galopante, ouvi alguém dizer: “Sabem por que a inflação não acaba? Porque alguém lucra com ela, pois se a sociedade inteira, sem exceção, perdesse, ela acabaria no dia seguinte”.

Este raciocínio vale para o narcotráfico. Além dos narcotraficantes, alguém mais lucra, alguém ou alguns muito poderosos, e dá para inferir quais sejam?!

Poderia continuar este raciocínio usando a lógica capitalista. O narcotráfico existe porque existe mercado. Como o maior mercado consumidor do mundo, até segunda ordem, continua sendo o mercado norte americano, não seria ali, também, que o problema teria que ser atacado prioritariamente?

Num país como o Brasil, onde ocorrem perto de 50 mil assassinatos por ano, esta questão continua não sendo tratada como prioridade nacional, convenhamos, vivemos numa sociedade doente, num paroxismo sem fim!

Lembro-me de uma amiga, que teve seu único filho assassinado num latrocínio. Esta mãe teve que lutar, como só uma mãe o faz, para conseguir prender e manter o bandido na cadeia. Passado algum tempo, alegando insegurança, este facínora conseguiu a transferência de um presídio de segurança máxima para um presídio de segurança mínima, no interior do Estado. Esta mãe, periodicamente, se dirigia àquela cidade para conferir se o “seu bandido” ainda estava lá encarcerado. Como já se passaram muitos anos, “a progressão da pena”, a Lei que autoriza bandidos a continuarem praticando novos delitos, já deve ter colocado este assassino no convívio da sociedade.

Os exegetas do Direito dirão: são conquistas da civilização! E, quem pensa diferente, os esquerdopatas logo rotulam de autoritário, direitista e fascista.

Disse-me aquela mãe: a sociedade brasileira silencia e o silêncio a faz conivente!

Silencia o Executivo, silencia o Judiciário, silencia o Legislativo, silencia a OAB, silencia o MP!

Diz-se que “A história se repete duas vezes, a primeira como farsa, e a segunda como tragédia”. A farsa é a pseudodemocracia que vivenciamos, a tragédia é o que virá depois!

“Isto não é o fim do mundo, é o fim do Brasil, apenas”!

*       O autor, Vanderlino H. Ramage, é Major Veterano da FAB/Administrador

 

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  • Valterlucio Bessa Campelo
  • 30 Março 2024

 

Valterlucio Bessa Campelo

      Com origem perdida em tempos imemoriais, ipsis literis ou com variações dependendo da circunstância histórica, a frase “quem não deve, não teme”, vem sendo utilizada ultimamente com bastante frequência para atribuir a qualquer demonstração de medo, uma culpa evidente. É como dizer “se teme, é culpado”, ou, “se fosse inocente, não temeria” e, com isso, condenar o indivíduo pelo sentimento que demonstre perante a atribuição de crimes de qualquer natureza.

Ocorre que a frase proverbial exprime uma sentença cujos pressupostos se assentam em um sistema de justiça necessariamente idôneo. Por exemplo, na Bíblia, em Provérbios 28:1, está escrito: "Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los, mas os justos são corajosos como um leão”, ou seja, o culpado anda com medo, enquanto os inocentes andam com altivez. Sim, mas aí se colocam à presença de Deus, onisciente, justíssimo, infalível. Indiscutivelmente, posto perante Deus, quem não deve, não teme. Para por aqui.

Embora o topo do Sistema seja habitado por uma espécie de deuses-trans, sua presença não oferece segurança aos justos, pelo contrário. Lembremos da senhora presa na Papuda, que se urinou de medo na hora da visita de algumas autoridades ao presídio. Teria sido por culpa que demonstrou tanto temor? Pelo contrário. Sabendo-se inocente, ela tremeu de medo da INJUSTIÇA ali personificada. Em sua mente, abalada por meses de martírio psicológico, provavelmente se viu diante do carrasco e sentiu quebrarem-se os próprios nervos. Já que estamos na semana santa, é oportuno citar o apóstolo Pedro que, amedrontado, negou Jesus três vezes, obviamente, não por culpa.

Pois bem. Especula-se, depois do vazamento criminoso de imagens da embaixada da Hungria, que o ex-presidente Jair Bolsonaro cogitou pedir asilo político àquele país, após lhe tomarem o passaporte (outra indignidade). Apareceu uma versão na web de que o serviço secreto húngaro foi informado de um novo atentado para aqueles dias e o protegeu (não foi confirmada pela Globo, deve ser fake). Certo é que imediatamente após a divulgação da notícia, os “corajosos” lulopetistas correram para o esconderijo de suas redações e bunkers digitais pedindo prisão preventiva e, hipocritamente, acusando-o de fugitivo. O próprio Ministro Alexandre Padilha deu um tempo nas dezenas de processos que responde e referiu-se ao ex-Presidente como fugitivo confesso, ou seja, propagou a ideia de que a visita à embaixada era medo e medo é culpa e culpa implica condenação e condenação só pode ser prisão.

Ora, o medo é, ele mesmo, excluindo-se os psicopatas, inerente ao homem tanto quanto ter cérebro. Duvida? Perguntemos sobre ele a algumas personagens um tanto mais sabidas do que eu e os lulopetistas:

  • Sócrates: "A coragem não é a ausência de medo, mas a superação do medo."
  • Platão: "O medo é o início da sabedoria."
  • Sêneca: “A verdadeira coragem reside na capacidade de enfrentar os próprios medos.”
  • Confúcio: "O homem corajoso não teme a morte, mas teme não viver de acordo com seus princípios."

Não bastasse isso, a história é prodiga em revelar grandes nomes que em determinado momento ousaram fugir para não serem aprisionados por regimes ditatoriais. De Ghandi ao Dalai Lama, de Aung San Suu Kyi a Alexei Navalny (recentemente assassinado na Rússia), inúmeros líderes políticos enfrentaram o medo com a coragem de racionalizá-lo e agir com serenidade. Portanto, se não estou enganado, depreciável é aculpa, não o medo.  

Sob regimes ditatoriais, a frase "quem não deve, não teme" perde seu significado original e se torna uma ferramenta de propaganda e controle, largamente utilizada para silenciar críticas, legitimar a repressão e manipular a percepção pública. Em tais regimes, a frase não serve para proteger os cidadãos, mas sim para oprimi-los e controlá-los.

Quando anunciam “quem não deve, não teme”, regimes como o que avança sobre os brasileiros, em primeiro lugar se arroga infalível, ou seja, inserem no imaginário popular um “acreditem em nós, somos sábios, justos e imparciais”, para daí em diante se sentirem legitimados e perseguirem sem freios quem se atravessar no caminho. Assim, por cima, no balaio de objetivos dessa gente, pode-se encontrar facilmente: autocensura e submissão; silenciamento de dissidentes; criminalização de opositores; deslegitimação de qualquer forma de resistência; associação dos opositores à culpa e ao medo enfraquecendo-os moralmente; apatia e inação da população. Tudo amparado na frase estendida “somos sábios e justos, quem não deve, não teme”.

Já se disse que sem a funcionalidade do medo, nem mesmo as religiões teriam sobrevivido. O mesmo aplica-se aos regimes ditatoriais. Qual romano não temia Nero? Qual alemão não obedecia a Hitler de olhos fechados? Qual soviético não tremia sob a mira de Stálin? Qual cubano não tinha medo de Fidel? Qual brasileiro não tem medo de Alexandre de Moraes? Qual idiota dirá que não tem medo porque não tem culpa? Nos dias atuais, a culpa é o de menos. Quer saber, pergunte aos vários jornalistas autoexilados, à juíza Ludmila Lins Grillo refugiada nos EUA, à viúva do Clesão, ou, ainda, a cuidadora dona Jupira e a professora aposentada dona Iraci Nagoshi, condenadas com centenas de inocentes, em baciadas jurídicas, por um crime impossível.

Já se vão pelo menos 5 anos que Jair Bolsonaro enfrenta uma caçada sem tréguas, um cerco político-jurídico jamais conhecido em qualquer democracia. Escarafuncharam cada centímetro de seu espaço privado, filtram cada palavra que pronuncia, espionam cada passo que dá e, agora, como clímax da podridão do sistema, querem prendê-lo pelos pensamentos e emoções. Há algum tempo, inaugurou-se no Brasil uma nova doutrina jurídica – a punibilidade da cogitação sem meios de ação (vide 8 de janeiro), o que significa censura do pensamento. “Ex cogitatione mea, culpa oritur”, diria o jurisconsulto de camisa vermelha. E fazem isso das torres de seus palácios, arrotando um saber jurídico que traem de modo vil.

É claro que Bolsonaro tem medo da ditadura lulo-alexandrina. Como não teria? Eles mesmos se gabam em público de terem derrotado o bolsonarismo, são seus inimigos políticos declarados, dia sim dia sim se revezam na mídia para opinarem fora dos autos em um ativismo político exacerbado nos termos da Constituição Federal. Chegam a dar prazo para a sua prisão. Repito. Como não ter medo da injustiça praticada por quem deveria zelar pela justiça?

Alguns camundongos vermelhos que habitam livremente a velha imprensa e as mídias sociais, chegaram a comparar o caso Bolsonaro com o de Lula em 2018. Esqueceram de dizer que Lula foi alvo de trocentas delações aceitas porque provadas, declarações livres de gente do governo, de empresários, de políticos e até de ministros da sua cozinha, como Antonio Palloci. Bilhões de reais afanados dos cofres públicos foram devolvidos. Além disso, se desenvolveram trocentos processos, julgamentos e condenações em várias instâncias, por corrupção e lavagem de dinheiro, rigorosamente respeitado o devido processo legal. Todos “surpreendentemente” anulados, engavetados ou prescritos a posteriori por filigranas que em nenhum momento examinaram as provas dos autos. Para esses lobotomizados, Lula enfrentou e “não fugiu”. Quanta hipocrisia. Embora tenha cogitado se meter em algum cafofo do Foro de São Paulo, Lula não fugiu basicamente porque percebeu que não havia razão de medo. Não porque não tivesse culpa, mas porque “estava em casa”, sabia (nomeou a maioria) quem eram os donos do malhete. Tanto que, na primeira oportunidade, como confessou Gilmar Mendes, foi dado um cavalo de pau jurídico pelo STF e, enfim, sua elegibilidade foi possível.

A pergunta honesta cabível é: Como Jair Bolsonaro reúne coragem suficiente para enfrentar as bestas-feras que transformaram o Brasil em uma republiqueta governada a canetadas com traços de psicopatia (royalties para o Ministro Barroso), que prendem e torturam, que escolhem a dedaços quem pode ser candidato e quem deve ser inelegível, com o parlamento ajoelhado, vendido, diariamente aviltado por eles próprios? Com o apoio bem pago da velha imprensa amestrada, estamos assistindo a gradual implantação de uma ditadura. Só não a reconhece quem não sabe o que é, quem nunca viu uma ou quem, de algum modo, nela se locupleta.

Os brasileiros estão com medo, significando que percebem o sinal de perigo e que precisam reunir coragem para enfrentar e vencer o inimigo. Somente idiotas não teriam medo ao enxergar bem na frente um furacão político, capaz de transformar uma nação enorme, rica, cristã, pacífica, de uma só língua e um só povo em um corpo totalitário, miasmado, humilhado, a andar de mãos dadas com ditaduras sanguinárias, a ameaçar o pôr do sol a cada amanhecer.

*      O autor, Valterlucio Bessa Campelo, escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor Percival Puggina e em outros sites. A imagem que ilustra o presente texto foi copiada do seu livro “Desaforos e Desaforismos (politicamente incorretos)” que pode ser adquirido por este LINK.

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