• Hermes Rodrigues Nery
  • 28 Outubro 2015


(Publicado originalmente em FratresInUnum.com)

“O mandato vem de Cristo, as incumbências e os deveres vêm de Cristo, as chaves foram entregues por Cristo e não pelo povo. Aí está o engano, o perigo, a ilusão da chamada ‘descentralização’. O caminho da Igreja começa por escutar a Cristo e não o povo. A missão de Pedro vem de Cristo e não do povo. Cristo é o que está ‘elevado, acima de todos’, pois ‘nada podereis fazer sem Mim’”.

De volta a Roma, ainda uma semana antes de encerrar o Sínodo da Família, o clima constatado era de apreensão, especialmente entre os bispos e cardeais, que se empenharam na defesa da sã doutrina sobre matrimônio e família, conforme o ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo, coerentemente defendido pelo Magistério da Igreja, ao longo dos séculos. Tendo estado com D. Robert Sarah, um dos signatários da carta ao papa Francisco, sabíamos da necessidade de mais vozes se somarem em favor da sã doutrina católica. Por mais que muitos dissessem que a doutrina não será alterada, a preocupação era patente após o pronunciamento de Francisco, na Sala Paulo VI, no sábado, 17 de outubro, quando explicitou categoricamente sua disposição por uma “conversão do papado”, dizendo sentir a necessidade da “descentralização”.

Caminhando com um prelado pelas colunas da Praça de São Pedro, à noite, vimos a Basílica toda iluminada, cuja majestade encanta os olhos, especialmente com as fontes também acesas, com águas em profusão. Ao longe, avistamos a loggia de onde Francisco apareceu pela primeira vez ao mundo, em 13 de março de 2013, curvando-se ao povo, naquele gesto inusitado e impactante, indicando logo naquele início todo o propósito do seu pontificado. “Começamos aqui um novo caminho”, proferiu à multidão de fiéis na Praça, naquela noite fria e chuvosa.

“Não se trata de alterar a doutrina” – explicou-me o prelado, enquanto avistava o Palácio Apostólico desocupado, lembrando-me ainda antes que nem Bento XVI nem Francisco ocupam os aposentos papais, pois o primeiro está recluso no Matter Eclesia, o segundo, ativíssimo na Casa de Santa Marta, junto aos demais bispos e cardeais.

“Eles não teriam como alterar a doutrina”, repetiu, voltando-se em direção ao outro lado, à Porta de S. Ufficio, pela entrada de acesso à Congregação para a Doutrina da Fé. E continuou em sua análise, enquanto seguimos pela Via della Conciliazione.

“Mas poderão recorrer à retórica, às sutilezas semânticas e subterfúgios sofisticados para dubiedades e ambigüidades que permitam afrouxar as exigências da fé, e então o rebanho poderá ficar confuso, especialmente se os conteúdos da fé forem diluídos pelo relativismo. Não irão alterar a doutrina, estamos todos certos disso, mas os problemas começam quando os pastores passam a dizer meias-verdades, a minimizar os efeitos do pecado, a olhar demais somente para a humanidade, deixando de lado a dimensão soteriológica.”

Da Via della Conciliazione era possível ver, ao longe, o castelo de Santo Angelo, com a imagem de São Miguel Arcanjo, no cume da histórica edificação.

“Eles não teriam como fazer isso, ao menos como muitos querem, há décadas. Então, se utilizam de artifícios e estratégias, muito bem calculadas, como num jogo político. Enquanto muitos dizem que não irão alterar a doutrina, abrem brechas para flexibilizações e permissividades, muitas delas justificando aceitar o que era até então inimaginável. ‘Mas os tempos mudaram, as coisas evoluem, e a Igreja não é museu’, repetem com empolgação. Antes, o relativismo não tinha como avançar, quando o sim era sim, e o não era não, com inteira clareza. Agora, os tempos são outros, mais leves, com ‘o espírito e o método’ de um Igreja mais horizontal e igualitária.”

Passamos pela embaixada do Brasil, onde paramos e de onde podíamos ainda avistar a Basílica de São Pedro, ao fundo, iluminada.
E prosseguiu o prelado com as suas considerações:
“O que se teme não é isso, mas a abordagem e a metodologia utilizada, recorrendo também à retórica e ao eufemismo para que muitos desinformados não se dêem conta das brechas que poderão abrir com a estratégia usada. Trata-se de uma questão de método, de um método revolucionário. E Bergoglio confirmou, em sua fala, estar mesmo disposto a fazer tal revolução”.

Lembrei-me do que Elizabetta Piqué conta o que disseram dele: “além de pastor, é um homem de mando, muito capaz, tecnicamente, um animal político”. E mais: “os dois aspectos fortes da sua personalidade são, por um lado, sua proximidade, seu interesse pelos outros, e, ao mesmo tempo, é um homem de condução, de mando. Isso percebe-se mesmo na sua relação com o clero”. Aos sacerdotes de Buenos Aires, Piqué ressalta o que diz Poirier sobre Bergoglio: ele “sempre deixava bem claro quem mandava”, mencionando ainda o que disse José Ignácio Lopez: “além de despojado e de vida espiritual, o cardeal é um homem do poder, que sabia onde colocar suas fichas”.

As fichas agora foram colocadas em seu desejo de “descentralização”, que havia sido acenado na exortação apostólica Evangelii Gaudium, mas afirmado com veemência no pronunciamento de 17 de outubro, como que determinando o tom e a saída política que parece pretender oferecer aos impasses que não pôde resolver durante os dois Sínodos (tanto do ano passado, quanto deste ano). Então, a solução seria mesmo política, bem ao gosto do estilo descrito por Piqué, delegando tão graves decisões, num primeiro nível, às igrejas particulares e, num segundo nível, de modo especial, às conferências episcopais.

Ainda próximo de mais algumas Pontifícias Academias, que ficam quase ao início da Via della Conciliazione, prosseguimos na reflexão:

“É isso que tememos” – completou o prelado – “pois sabemos que muitos organismos das igrejas particulares estão aparelhados, muitos deles ideologizados e serão instrumentalizados para favorecer o relativismo. Com isso, a doutrina corre o risco de ser interpretada ao gosto da base, na conveniência dos interesses locais, sem que Roma possa intervir para salvaguardar os desvios.” E continuou: “Isso, de uma certa forma, já ocorre, em muitos casos e em muitas regiões, mas não com o beneplácito explícito de quem deve ser o primeiro e principal guardião da fé. Isso realmente preocupa”.

Tendo chegado ao início da Via della Conciliazone, quase à esquina da Via S. Pio X, entrando no lungotevere, com vista do rio Tibre, continuamos a conversar.

Lembrei a ele que no Brasil, por exemplo, isso já ocorre, tendo em vista que muitos conselhos paroquiais e diocesanos estão aparelhados ideologicamente, tendentes às muitas expressões da Teologia da Libertação, com padres que apoiam descaradamente partidos políticos abortistas, etc., e, de fato, por estarem aparelhados muitos desses conselhos, a fé ideologizada passa a desconsiderar muitos aspectos essenciais da sã doutrina.

“É preciso reconhecer que há um grave equívoco nesta questão de método, pois trata-se de um método revolucionário, que se volta contra a sã doutrina, contra a identidade católica, contra a própria instituição do papado, diluída e totalmente enfraquecida e, portanto, destituída de suas prerrogativas no cumprimento da sua missão na defesa da Igreja. A descentralização atinge em cheio as prerrogativas do ministério petrino, que foram dadas pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo [Tú és Pedro…] , pois é o mandato que vem de Cristo, as incumbências e os deveres vêm de Cristo, as chaves foram entregues por Cristo e não pelo povo. Aí está o engano, o perigo, a ilusão da chamada ‘descentralização’. O caminho da Igreja começa por escutar a Cristo e não o povo. A missão de Pedro vem de Cristo e não do povo. Cristo é o que está ‘elevado, acima de todos’, pois ‘nada podereis fazer sem Mim’, Ele dissera, como ainda sabemos por Ele, que os ramos que não estiverem enxertados na Videira não produzirão bons frutos”.

Na questão de método, na lógica das sutilezas semânticas e da retórica, um “mas” torna-se bem perigoso, no desvio do que se diz inicialmente, a exemplo do que foi afirmado no pronunciamento de 17 de outubro, quando se disse que “Jesus constituiu a Igreja, colocando no seu vértice o Colégio Apostólico, no qual o apóstolo Pedro é a ‘rocha’ (cf. Mt 16, 18), aquele que deve ‘confirmar’ os irmãos na fé (cf. Lc 22, 32). Mas nesta Igreja, como numa pirâmide invertida, o vértice encontra-se abaixo da base.” O prelado chamou-me a atenção sobre isso, de que aqui havia o problema, a lógica da “pirâmide invertida” que coloca a instituição do papado “abaixo da base”, em que “só na medida em que estes organismos permanecerem ligados a ‘baixo’ e partirem do povo, dos problemas do dia-a-dia, é que pode começar a tomar forma uma Igreja sinodal”.

“É o próprio Rousseau que ressoa naquele discurso – continuou observando – e sabemos no que deu Rousseau.” E acrescentou: “Mais enfático Francisco não poderia ter sido quando afirmou: ‘não convém que o Papa substitua os episcopados locais no discernimento de todas as problemáticas que sobressaem nos seus territórios. Neste sentido, sinto a necessidade de proceder a uma salutar ‘descentralização’”. Agora, é aguardar a exortação pós-sinodal, pois esta é a hora em que Francisco poderá usar sua força de mando para impor a todos o que quer, o programa que deseja desde o primeiro instante, quando propôs a todos um caminho novo, na loggia da Basílica, ao lado de Cláudio Hummes e Godfried Daneels.

“Com a descentralização, estará desferindo assim um duro golpe à instituição do papado, com consequências bastante imprevisíveis. É isso o que tememos, pois não sabemos até que ponto ele está ou não disposto, e em que proporções. Ele próprio disse sentir a necessidade disso. Portanto, agora é aguardar e rezar”.
 

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  • Paulo Vasconcelos Jacobina
  • 28 Outubro 2015

 

Um exame que foi pensado como mero indicador de qualidade acadêmica transformou-se num forte instrumento de controle, inclusive ideológico, de acesso ao ensino superior. E já está sendo usado para consolidar a ideologia de gênero.
 (ZENIT.org)

Nunca houve, na história do Brasil, um instrumento potencialmente tão completo, em termos de dominação ideológica do país, como o ENEM. De fato, ele é, hoje, basicamente a única porta de acesso a todo o ensino superior e a toda a estrutura de pós-graduação no país – vale dizer, quem não estiver preparado para demonstrar não somente qualidade acadêmica, mas também afinação com os pressupostos ideológicos que regem os elaboradores e corretores do exame está condenado a não obter vaga nas universidades, ou ao menos privar-se das universidades de maior qualidade e dos cursos mais procurados.

Não se trata de discutir se o ENEM é ou não um instrumento pedagógico tecnicamente bom. Possivelmente ele é, e isto não diz nada em seu favor: são exatamente os instrumentos bons os que são mais aptos de produzir danos enormes quando mal utilizados. Uma faca extremamente afiada é um instrumento soberbo para um bom churrasco, mas é também uma arma letal nas mãos de um assassino. Há uma confusão básica – também no campo da educação – entre ética e técnica, como se o avanço técnico da ciência pudesse influir diretamente, ou mesmo determinar, as fronteiras da ética.

Neste ponto, há que se frisar: nenhum governo autoritário do Brasil jamais dispôs de um instrumento tão completo, abrangente e eficaz, no plano do controle ideológico, como é o ENEM. Para o bem ou para o mal. Trata-se, como disse, de condicionar o acesso a todo o ensino superior à porta única de entrada que é este exame. E que, é claro, submete-se (potencialmente ao menos, senão em ato) a um grande controle ideológico sob o ângulo de certos consensos acadêmicos e midiáticos que estão bem estabelecidos, hoje, no nosso país e no mundo.

Dou um exemplo: há uma grande discussão, hoje, sobre a verdadeira noção de “identidade sexual”. Tradicionalmente, sempre se entendeu que a “identidade sexual” do ser humano é binária: somos homens e mulheres, e as exceções clínicas, raríssimas, somente confirmavam a regra. Há, é claro, (e tradicionalmente se entendia assim) o campo das tendências, inclinações, desejos e opções sexuais, mas estes não faziam parte da própria identidade sexual, da substância da pessoa humana, senão do campo dos condicionamentos e das escolhas,

das opções e vivências culturais e pessoais, na riqueza da sexualidade humana. Compreendia-se que havia homens e mulheres, e que havia diversas maneiras e modos de se viver na prática a sexualidade, sem que tais maneiras e modos passassem a integrar a própria noção de identidade sexual. É assim que a Declaração Universal de Direitos Humanos, já nos seus “consideranda”, fala em “dignidade e valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres”, ou em vedação de “distinção de sexo”, já no seu artigo 2º. É assim, também, que no seu art. 16, reconhece-se que “Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução”. Para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, portanto, a questão de uma “identidade sexual” diversa do sexo das pessoas nem sequer se colocava. Éramos, e sempre fomos, homens e mulheres. Ponto. Todo o resto estava no campo dos condicionamentos, das escolhas, das tendências e desvios, alguns publicamente reprimidos, como a pedofilia, alguns simplesmente tolerados, como a promiscuidade, outros estimulados, em função do seu interesse para todos, como a formação de famílias complementares e fecundas. E as coisas foram assim até pelo menos os anos setenta.

O advento da ideologia do gênero.
De repente, embalados por estudos pretensamente científicos e suas interpretações filosóficas ou pseudoéticas, de pensadores como Wilhelm Reich, Marcuse, Simone de Beauvoir, Foucault, Shulamith Firestone ou Judith Butler, só para citar alguns, a “identidade sexual” passou a incorporar em si não somente a condição de homens e mulheres, mas as próprias tendências, escolhas, condicionamentos ou desvios, fazendo com que o lado estritamente subjetivo da sexualidade humana prevalecesse sobre a objetividade da convivência pública, e inserindo no campo da dignidade da pessoa humana a ser tutelada pelo Estado aquilo que, anteriormente, estava no âmbito da estrita variabilidade pessoal, com todo o grau de conforto ou desconforto que as situações concretas determinavam.

Assim, ser, digamos, somente para exemplificar, um pedófilo, um estuprador, um heterossexual promíscuo, ou mutilar-se física e hormonalmente com o fito de simular um sexo biológico diverso daquele que sua pessoa recebeu pelo nascimento, dentre outras tendências sexuais possíveis, tudo isto transportou-se de onde estava originalmente (do plano das tendências, dos condicionamentos e das escolhas comportamentais) para o campo da própria identidade sexual substancial da pessoa humana, a ser pretensamente tutelada pela legislação que protege a dignidade da pessoa humana. E sob as penas de criminalizar-se como homofóbico o pensamento de quem insiste na concepção histórica e consentânea com a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU de que a identidade sexual, quanto à substância da pessoa humana, diz respeito apenas à condição de sermos homens e mulheres. Tudo o mais tem, é certo, reflexos importantes na tutela da pessoa humana, mas não definiria, conforme sempre se pensou até a instalação hegemônica do pensamento contrário no âmbito de um certo “consenso acadêmico” e “jurídico”, identidade substancial de ninguém.

Quais as consequências sociais dessa ideologia.
As consequências práticas estão aí, e tornam impossível adotar a postura do “viva e deixe viver” que a maior parte dos pais, educadores, operadores e mesmo pessoas religiosas estão adotando. Não se trata de dizer: “ora, se você não concorda com isso, viva a sua vida e deixe que os outros vivam, afinal esta é uma sociedade democrática e plural”. Não é tão simples assim: definir que tendências e inclinações sexuais definem a própria identidade sexual para fins de tutela da dignidade da pessoa humana significa dizer, entre outras coisas, que os banheiros públicos já não terão mais, como critério de uso, a fisiologia dos usuários, mas a sua “identidade sexual” definida pela “tendência” ou “inclinação” que ele escolhe ou encontra em si mesmo. Assim, em vez de usar um banheiro público conforme a sua fisiologia, ele o usará conforme a sua “identidade sexual”, num grande quiproquó: o banheiro não será mais espaço de atendimento de necessidades fisiológicas determinadas pela biologia, mas espaço de afirmação de tendências ou inclinações sexuais elevadas ao grau de dignidade da pessoa humana. Não se trata, pois, de construir mais banheiros, digamos, terceiros ou quartos banheiros, para aqueles cuja escolha identitária sexual não coincide com a fisiologia, por nascimento ou por mutilação cirúrgica, mas de compelir a todos, mesmo aqueles que ainda acreditam no texto original da Declaração dos Direitos Humanos da ONU, a dividir o banheiro não pelo critério da conformação fisiológica, mas da tendência ou inclinação sexual, inclusive e principalmente quando esta não coincidir com a fisiologia. A proposta, portanto, é de reeducação global impositiva estatalmente, inclusive por meios criminais, para tornar hegemônico aquilo que certo consenso acadêmico e jurídico vê como avanço social e civilizatório, tornando impossível sequer manifestar opinião contrária. Que seria, segundo eles, afrontosa aos direitos humanos e à dignidade da pessoa, e portanto, uma opinião que até outro dia fazia parte do próprio texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU passa a ser quase uma opinião bandida.E banida.

Os reflexos práticos das opções estatais nas liberdades públicas.
Imaginemos, agora, uma ação judicial coletiva que vise forçar as escolas confessionais do país inteiro a permitir, ou mesmo a impor, que suas crianças, meninos ou meninas, dividam o banheiro com pessoas adultas cuja “inclinação” ou tendência” não coincida com a respectiva fisiologia. Isto simplesmente inviabilizaria, no limite, a própria existência de espaços confessionais abertos ao público, remetendo a religiosidade humana exatamente para onde estes mesmos ideólogos sempre propuseram que ela deveria estar: no âmbito do estritamente privado e fechado. E onde estamos? Basicamente calados.

Ora, o que se vê, mesmo, digamos, em certos âmbitos educacionais e confessionais, não é simplesmente uma preparação para conviver – e formar nossos filhos para conviver – com uma sociedade majoritariamente adversa. Trata-se de estar muitas vezes cegos para o que parece ser um discurso de “direitos humanos” e “militância” social, ou mesmo empolgados com tais perspectivas, promovendo-as até mesmo como deveres para um cristão, jovem ou idoso. E vemos educadores católicos, padres, bispos e entidades religiosas promovendo, orgulhosos, encontros, debates e passeatas para promover a defesa destas posições como se fossem a defesa de “oprimidos e marginalizados”, numa postura pouco coerente. Mas parece que ainda vivemos uma época, mesmo em certos âmbitos religiosos institucionais, em que palavras de ordem valem mais do que a Bíblia e o Catecismo. Não há nada mais importante do que ter critérios. E é exatamente de critérios que estamos nos tornando paupérrimos.

Voltemos então para o ENEM. Não é de estranhar que Simone de Beauvoir tenha sido tema no último exame. Nem quero imaginar o que ocorreria com os estudantes que ousassem lê-la, na prova, de maneira diversa dos tais “consensos acadêmicos”. Muito poucos, é certo, conseguiriam, porque já foram devidamente doutrinados para fazer o exame, e nem sequer sabem que há a possibilidade de uma leitura diversa daquela que o Exame espera deles. Mas e quanto aos que pensam diversamente? Dobram-se à ideologia vigente ou estão fora do mundo do ensino superior de qualidade. É uma arma poderosa.
 

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  • Eurico de Andrade Neves Borba
  • 27 Outubro 2015

(Publicado originalmente em O Globo de 26/10/2015)

A greve é um inegável direito de defesa dos trabalhadores, conquistado à duras penas nos últimos dois séculos.

As primeiras greves, ainda no sec.XIX, eram movimentos de radical protesto para forçar aos patrões aceitarem as reivindicações, quase sempre justas, dos trabalhadores: melhores salários, condições saudáveis de trabalho, redução das jornadas, direito ao repouso semanal e férias remuneradas, e mais recentemente benefícios vários tais como planos de saúde, vale refeição, auxílio adicional nas aposentadorias, etc.

As empresas em greve, não produzindo e vendendo, seus donos passavam a ter prejuízos. Uma parcela pequena da população era pouco afetada pelas greves, deixando, por algum tempo, de usufruir daqueles produtos ou serviços que poderiam ser substituídos por similares, existentes no mercado. Estabelecia-se, então, a negociação e os trabalhadores ganhavam experiência de luta e alguma coisa de suas reivindicações. As leis de proteção ao trabalhador foram surgindo.

Mas agora, no Brasil em particular, vemos uma perigosa banalização deste poderoso instrumento de luta dos trabalhadores, com greves freqüentes nos serviços públicos e na prestação de serviços essenciais, oferecidos por empresas particulares. Nas suas origens, como vimos, a greve destinava-se a intimidar e prejudicar os patrões – não a população de uma cidade, região, muito menos do país inteiro. Serviços públicos, oferecidos pelo Estado ou pela iniciativa privada, não podem entrar em greve, a não ser em casos especialíssimos. Correios, bancos, lixeiros, transportes, segurança publica, bombeiros, saúde publica e educação, por mais justas que sejam suas reivindicações, não tem o direito de penalizar uma população, na sua maioria também sofrida, que muito pouco pode fazer para que os grevistas sejam atendidos.

Não é justo. Não é lógico, pois o Estado ou as grandes corporações privadas, como os bancos, por exemplo, estão pouco se importando com as greves. As greves não os afetam com a intensidade imaginada, pois continuam com seus negócios com a ajuda da cada vez mais diversificada e disponível tecnologia, disponibilizadas pela informática.

Agindo desta maneira os sindicatos, já esvaziados pelo crescente desemprego, vão perder o apoio da população, tão necessário para as lutas futuras que ainda virão. Preparem-se os trabalhadores para, em muito pouco tempo, lutarem contra os “robôs”, (novas tecnologias), que não fazem greve e que já começam a tomar, sem que se perceba, expressiva parcela dos postos de trabalho, em todo o planeta.

Os políticos, os parlamentares medíocres ou corruptos na sua maioria, são os responsáveis por esta situação a que estamos chegando.

* Aposentado, escritor, ex professor da e Vice Reitor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, mora em Ana Rech, Caxias do Sul.
 

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  • Bruno Braga
  • 27 Outubro 2015

(Postado pelo autor em http://b-braga.blogspot.com.br/)

Todo professor sabe que não pode cobrar em prova uma matéria que não deu em sala de aula. Para o governo comuno-petista, a moral é outra. No Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deste ano - realizado no último fim de semana - a questão 05 da prova de Ciências Humanas levantou a bandeira da "ideologia de gênero" e exigiu dos alunos conhecimento sobre o assunto .

Mas, o caso não é apenas de matéria não dada em sala de aula. É mais grave. Trata-se de matéria vedada nas escolas. No ano passado, o Congresso Nacional impediu a inclusão da "ideologia de gênero" - por conta de suas teses absurdas e disparatadas - do Plano Nacional de Educação (PNE). Inconformado, o governo comuno-petista resolveu desacatar. Inseriu a matéria no Documento Final do CONAE-2014 (Conferência Nacional de Educação) - ato que foi objeto de denúncia na Câmara dos Deputados [1]. E mais. Para fugir dos holofotes da política e dos debates nacionais, lançou mão da estratégia ardilosa de tentar nas sombras incluir a "ideologia de gênero" nos planos estaduais e municipais de educação. Estratégia traiçoeira e ilícita que levou o cidadão comum à Assembleia Legislativa do seu estado, à Câmara de Vereadores de sua cidade para afastar - na maioria esmagadora dos casos, com sucesso heroico - o nefasto projeto de engenharia social e comportamental comuno-feminista-gayzista das escolas.

A questão do ENEM é uma afirmação do governo: vai impor a "ideologia de gênero" de qualquer forma, nem que seja necessário passar por cima do Congresso Nacional, pisar as leis e cuspir na vontade da própria população. Na "Pátria Educadora" comuno-petista a moral é outra: prevalecem os princípios dos delinquentes que a proclamaram.

***

"Ninguém nasce mulher: torna-se mulher". Em vez de iniciar uma discussão sobre a tese exposta na prova do ENEM - basta o seu absurdo auto-evidente -, é importante colocar alguns dados biográficos da sua proponente: Simone de Beauvoir (1908-1986). Eles podem ser úteis até para contestar as teses da feminista louvada no exame comuno-petista, uma vez que ela fazia parte de um círculo intelectual que pregava a prioridade da "existência" sobre a "essência".

[...] "ela não possuía nenhuma das fraquezas de Sartre, EXCETO O HÁBITO DE MENTIR.

"Apesar disso tudo, essa mulher brilhante e de espírito vigoroso tornou-se uma SERVA de Sartre desde quase o primeiro encontro deles E CONTINUOU ASSIM POR TODA A SUA VIDA ADULTA ATÉ MORRER. Ela serviu a ele como amante, esposa substituta, cozinheira e administradora, guarda-costas feminina e enfermeira, sem ter obtido nenhum outro 'status' legal ou financeiro em sua vida. Em linhas gerais, Sartre não a tratava melhor do que Rousseau em relação a Thérèse; tratava-a pior, porque ele era flagrantemente infiel. NOS ANAIS DA LITERATURA, EXISTEM POUCOS CASOS PIORES DE UM HOMEM QUE EXPLORA SUA ESPOSA. ISSO É AINDA MAIS SURPREENDENTE PORQUE SIMONE DE BEAUVOIR FOI UMA FEMINISTA DURANTE TODA A SUA VIDA. Em 1949, ela descreveu o primeiro manifesto moderno do feminismo, 'O segundo sexo', que vendeu bastante pelo mundo afora. As palavras que abrem o livro, 'On ne nait pas femme, on la devient' ('Não se nasce mulher, torna-se mulher'), são uma citação consciente da abertura do 'Contrato social' de Rousseau. BEAUVOIR, NA VERDADE, FOI A PROGENITORA DO MOVIMENTO FEMINISTA E DEVE, POR DIREITO, SER SEU SANTO PATRONO. PORÉM, EM SUA PRÓPRIA VIDA ELA NÃO FEZ JUS A TUDO O QUE ISSO REPRESENTA.

[...]

"Porém, como Beauvoir ensinava a alunas muito mais adequadas, ERA ENTRE AS ALUNAS DELA QUE ELE [Sartre] ESCOLHIA A MAIOR PARTE DE SUAS VÍTIMAS; na verdade, BEAUVOIR PARECE TER ACEITADO, NESSA ÉPOCA, O PAPEL DE CAFETINA. Ela também, em seu confuso desejo de não ser excluída do amor, criou seus próprios relacionamentos íntimos com as garotas. Um deles foi com Nathaline Sorokine, filha de exilados russos e a melhor aluna de Beauvoir no Lycée Molière, em Passy, onde lecionou durante a guerra. Em 1943, os pais de Nathaline fizeram ACUSAÇÕES FORMAIS CONTRA BEAUVOIR POR TER RAPTADO UMA MENOR, UMA SÉRIA TRANSGRESSÃO CRIMINAL QUE PODIA ACARRETAR UMA SENTENÇA DE PRISÃO. Amigos dos dois intervieram e eles por fim desistiram da acausação criminal. MAS BEAUVOIR FOI EXPULSA DA UNIVERSIDADE E TEVE A LICENÇA, QUE LHE PERMITIA DAR AULAS EM QUALQUER PARTE DA FRANÇA, CASSADA PELO RESTO DA VIDA".

In JOHNSON, Paul. "Os Intelectuais". Imago: Rio de Janeiro, 1990. pp. 258; 261.

Sobre o a militância de Simone de Beauvoir em prol da PEDOFILIA, leia: VÂLSAN, Lucian. "Simone de Beauvoir: Nazista, pedófila, misândrica e misógina" [http://www.vistadireita.com.br/blog/simone-de-beauvoir-nazista-pedofila-misandrica-e-misogina/].

No vídeo abaixo, Simone de Beauvoir - na companhia de seu amante, Jean-Paul Sartre, e de outros "intelectuais" - é recebida na União Soviética. Feminista prestigia o regime comunista, que transformava mulheres em escravas sexuais dos membros da "nomenklatura", que exterminava milhares delas nos Gulags.

 

REFERÊNCIAS.

[1]. Cf. [http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=0160CA54101A76D684998B8AA92DADAE.proposicoesWeb2?codteor=1337320&filename=Tramitacao-RIC+565/2015], pp. 01-02. 

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  • vespeiro.com
  • 25 Outubro 2015

(Texto de muitos méritos, publicado originalmente em vespeiro.com

Poucas vezes terá havido situação semelhante à deste nosso banquete de horrores no qual 90% dos comensais declaram-se com nojo da comida que lhes tem sido servida mas são obrigados a continuar a traga-la simplesmente porque não sabem pedir outro prato.

Na 2a feira, 19, O Globo publicou nova reportagem da série “Cofres Abertos” sobre a realidade do estado petista. O título era “Remuneração em ministério vai até R$ 152 mil”.
Eis alguns dados:

Lula acrescentou 18,3 mil funcionários à folha da União em oito anos. Em apenas quatro Dilma enfiou mais 16,3 mil. Agora são 618 mil, só na ativa. 103.313 têm “cargos de chefia”. Os títulos são qualquer coisa de fascinante. Ha um que inclui 38 palavras. “Chefe de Divisão de Avaliação e Controle de Programas, da Coordenação dos Programas de Geração de Emprego e Renda…” e vai por aí enfileirando outras 30, com o escárnio de referir um acinte desses à “geração de emprego e renda”…

O “teto” dos salários é o da presidente, de R$ 24,3 mil. Mas a grande tribo só de caciques constituída não pelos funcionários concursados ou de carreira mas pelos “de confiança”, com estrela vermelha no peito, ganha R$ 77 mil, somadas as “gratificações” que podem chegar a 37 diferentes. No fim do ano tem bônus “por desempenho”. A Petrobras distribuiu mais de R$ 1 bi aos funcionários em pleno “petrolão”, depois de negar dividendos a acionistas. A Eletronorte distribuiu R$ 2,2 bilhões em “participação nos lucros” proporcionados pelo aumento médio de 29% nas contas de luz dos pobres do Brasil entre os seus 3.400 funcionários. Houve um que embolsou R$ 152 mil.

A folha de salários da União, sem as estatais que são 142, passará este ano de R$ 100 bilhões, 58% mais, fora inflação, do que o PT recebeu lá atrás.

Essa boa gente emite 520 novos “regulamentos” (média) todo santo dia. Existem 49.500 e tantas “áreas administrativas” divididas em 53.000 e não sei quantos “núcleos responsáveis por políticas públicas”! Qualquer decisão sobre água tem de passar pela aprovação de 134 órgãos diferentes. Uma sobre saúde pública pode envolver 1.385 “instâncias de decisão”. Na educação podem ser 1.036. Na segurança pública 2.375!

E para trabalhar no inferno que isso cria? Quanto vale a venda de indulgências?

Essa conversa da CPMF como única alternativa para a salvação da pátria face à “incompressibilidade” dos gastos públicos a favor dos pobres não duraria 10 segundos se fatos como esses fossem sistematicamente justapostos às declarações que 100 vezes por dia, os jornais, do papel à telinha, põem no ar para afirmar o contrário. Se fossem editados e perseguidos pelas televisões com as mesmas minúcia, competência técnica e paixão com que seus departamentos de jornalismo fazem de temas desimportantes ou meramente deletérios verdadeiras guerras-santas, então, a Bastilha já teria caído.

Passados 10 meses de paralisia da nação diante da ferocidade do sítio aos dinheiros públicos e ao que ainda resta no bolso do brasileiro de 2a classe, com a tragédia pairando no ar depois do governo mutilar até à paraplegia todos os investimentos em saúde, educação, segurança pública e infraestrutura, a série do Globo é, no entanto, o único esforço concentrado do jornalismo brasileiro na linha de apontar com fatos e números que dispensam as opiniões de “especialistas” imediatamente contestáveis pelas opiniões de outros “especialistas” para expor a criminosa mentira de que este país está sendo vítima.

Nem por isso deixou de sofrer restrições mesmo “dentro de casa” pois apesar da contundência dos fatos, da oportunidade da denúncia e da exclusividade do que estava sendo apresentado, a 1a página do jornal daquele dia não trazia qualquer “chamada” para o seu próprio “furo” e nem as televisões da casa o repercutiram. O tipo de informação sem a disseminação da qual o Brasil jamais desatolará da condição medieval em que tem sido mantido, tornou-se conhecida, portanto, apenas da ínfima parcela da ínfima minoria dos brasileiros alfabetizados que lê jornal que tenha folheado O Globo inteiro daquele dia até seus olhos esbarrarem nela por acaso e que se deixaram levar pela curiosidade página abaixo.
É por aí que se agarra insidiosamente ao chão essa cultivada perplexidade do brasileiro que, em plena “era da informação”, traga sem nem sequer argumentar aquilo que já não admitia que lhe impingissem 200 anos atrás mesmo que a custa de se fazer enforcar e esquartejar em praça pública.

Do palco à platéia, Brasília vive imersa no seu “infinito particular“. Enquanto o país real, com as veias abertas, segue amarrado ao poste à espera de que a Pátria Estupradora decida quem vai ou não participar da próxima rodada de abusos, os criminosos mandam prender a polícia e a platéia discute apaixonadamente quem deu em quem, entre os atores da farsa, a mais esperta rasteira do dia.

Deter o estupro não entra nas cogitações de ninguém. A pauta da imprensa – e com ela a do Brasil – foi terceirizada para as “fontes” que disputam o comando de um sistema de opressão cuja lógica opõe-se diametralmente à do trabalho. Os fatos, substância da crítica que pode demolir os “factóides“, esses todos querem ocultados.

Perdemos as referências do passado, terceirizamos a “busca da felicidade” no presente, somos avessos à fórmula asiática de sucesso quanto ao futuro. Condenamo-nos a reinventar a roda em matéria de construção de instituições democráticas porque a que foi inventada pela melhor geração da humanidade no seu mais “iluminado” momento e vem libertando povo após povo que dela se serve, está banida das nossas escolas e da pauta terceirizada pela imprensa a quem nos quer para sempre amarrados a um rei e seus barões. Como o resto do mundo resolve os mesmos problemas que temos absolutamente não interessa aos “olheiros” dos nossos jornais e TVs no exterior que, de lá, só nos mostram o que há de pior…

A imprensa nacional está devendo muito mais à democracia brasileira do que tem cobrado aos outros nas suas cada vez mais segregadas páginas de opinião.
 

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  • Edésio Reichert
  • 25 Outubro 2015

 

O cara pega sua mulher na cama com outro, esbraveja uma reação, fecha os olhos (prá fazer de conta que não viu), vira as costas e sai; vai para o bar ou vai trabalhar. Mais calmo, volta e tenta negociar alguma “vantagem” com o “ricardão”.

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A elite do setor produtivo brasileiro – agrícola, agropecuária, comércio, serviços e indústria - está agindo semelhante a um corno manso, frente a dois temas:

1- A escancarada, obscena, nefasta doutrinação ideológica marxista praticada no sistema de ensino, público e privado, onde o capitalismo e seus empreendedores, são o que de pior existe no mundo, pois só exploram, só pensam no lucro e que devem ser combatido.

2- A destruição total dos pilares que fundamentam uma democracia, um país desenvolvido, praticadas pelo desgoverno petista/marxista/comunista do Foro de São Paulo, de Lula e Dilma.

Em relação ao primeiro tema, nossa elite do setor produtivo, não faz absolutamente nada, há mais de 30 anos, para enfrentar essa questão. A doutrinação ideológica mais parece um “estupro intelectual” praticado contra nossas crianças, adolescentes e jovens.

Em relação ao segundo, “esbraveja” uma reação, mandando cartinha, fazendo reuniões, colocando tratores nas ruas; colocando um pato lá em Brasília (Fiesp, prá dizer que não vai pagar o pato da CPMF), mas como recebe uns “presentinhos”, algumas “vantagens” em forma de isenção tributária, em forma de patrocínio para eventos (via estatais) e outros motivos, vai aceitando passivamente a completa destruição do estado de direito, do respeito às leis e contratos, dos valores da democracia.

Elite do setor produtivo brasileiro, não consegue levantar o olhar para o horizonte e ver as nuvens negras que estão chegando, trazendo a desgraça para quase todos que habitam essa nação? Acaso a Venezuela não é exemplo suficiente para demonstrar, que o Brasil vai pelo mesmo caminho, pois é isso que pensa o Lula, PT e o Foro de São Paulo?

Senhores podem liderar a grande massa para reagir, para se opor aos males que já estão se abatendo sobre todos e que só irão piorar.

Reajam energicamente antes que seja tarde demais. Ou vão continuar agindo semelhante a um corno manso?

* Pequeno empresário no Paraná
 

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