• Maria Lucia Victor Barbosa
  • 17 Março 2016

Os fatos têm se precipitado no Brasil de modo espantoso. A cada dia acontece um episódio contundente na esfera política, como se as páginas da história fossem escritas aceleradamente, enquanto a economia esboroa infelicitando a vida da população.

No dia 13, desse agitado mês de março, um protesto espontâneo e gigantesco encheu as ruas brasileiras. Milhões de pessoas clamaram de forma pacífica contra a corrupção, centrando foco nos responsáveis que roubam da população uma vida digna para encher os próprios bolsos.

Fora Dilma. Fora Lula. Fora PT. Foram esses os brados que ecoaram Brasil afora no maior movimento de massa já havido no País. Impressionou São Paulo, onde um mar de gente tomou conta da Avenida Paulista entupindo também as ruas laterais. No Rio de Janeiro a orla de Copacabana foi ocupada de ponta a ponta por cidadãos indignados com as falcatruas governamentais. E não só nas capitais, mas nas cidades de porte médio ou do interior, a mesma manifestação apartidária, composta por pessoas de todas as classes sociais e não só pela “elite branca de olhos azuis” como querem fazer crer inutilmente os petistas fanáticos ou temerosos de perde a boa vida que a corte lhes proporciona, tingiu as ruas de verde e amarelo.

Foram às ruas homens, mulheres, crianças, idosos, pessoas em cadeiras de rodas, todos coesos, todos centrados no mesmo objetivo: livrar-se de uma governanta incompetente que não governa, assim como do seu partido, o mais corrupto de nossa história, e do presidente de fato, Lula da Silva. Este, além das acusações de grossa corrupção que surgem nas delações premiadas, chegou ao ponto de assaltar o acervo governamental dizendo que era presente do povo brasileiro.

O verdadeiro tesouro, composto por objetos valiosos ofertados por governantes estrangeiros ao governo brasileiro, Lula escondeu em um cofre do Banco do Brasil convertido em caverna do Ali-Babá. Naturalmente, ele desconhece que a Constituição reza que um presidente da República só pode considerar como seus presentes algo até R$ 100,00. Será que Lula roubou também cinzeiros dos hotéis de luxo por onde tantas vezes passou?

Em contraste com a esbórnia da corrupção avulta a figura de Sérgio Moro, juiz competente, íntegro, corajoso que tem posto na cadeia ricos e poderosos demonstrando que a lei é para todos. Por isso, multidões em todos os recantos pátrios o aclamaram provocando a fúria, o despeito, a inveja petista.

Inclusive, como o ministro Joaquim Barbosa, o juiz Moro tem sido ameaçado de morte. Ele que se cuide porque os membros do “exército de Stédile” que Lula convocou ou suas milícias, os camisas-vermelhas, são violentos, boçais, truculentos e capazes de tudo para servir à jararaca de ovos de ouro que os sustenta. Isto foi demonstrado, por exemplo, quando as milícias lulistas atacaram senhoras de idade para arrancar-lhes das mãos a bandeira do Brasil.

Os fatos acontecem como turbilhões diários. Não me deterei nos acontecimentos de ontem ou de dias atrás. Mas se 13 de março foi marcante como nosso maior ato de civismo, dia 16 o País sofreu o golpe dado por Lula da Silva. Ironicamente, os petistas e a governanta se referiam ao pedido de impeachment como golpe, mas foram eles, a mando do chefe, que perpetraram um golpe ao por em pratica o plano B arquitetado desde o ano passado: a nomeação de Lula como ministro.

Alguém duvida de que agora seja ele o presidente de fato, melhor, o ditador? Aliás, nunca deixou de mandar na criatura, uma espécie de marionete em suas mãos. Porém, aboletado no Palácio, ao mesmo tempo em que foge vergonhosamente do Juiz Moro passa a comandar o país usando novamente sua errática e populista política econômica. Enquanto isso, ele se prepara para envergar a faixa presidencial em 2018. Não que precise dela como agora, mas porque gosta de ostentá-la como uma caricia ao seu ego descomunal. Ele conta com políticos venais, um Supremo que deu a entender é camarada e com instituições que se calam.

Lula deu uma monumental e venenosa cusparada na cara do povo. Atingiu não só os milhões que foram às ruas, mas, os mais de 70% que o repudiaram nas pesquisas de opinião. Uma cusparada perigosa porque jararaca é bicho peçonhento. Estamos de luto, Estamos precisando urgentemente de um antídoto.


* Socióloga
http://www.maluvibar.blogspot.com.br

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  • Márcio de Carvalho Damin
  • 17 Março 2016

 


Como explicar que depois de reiterados escândalos de corrupção o PT continue a convencer seus militantes de que estão do lado da verdade? E como convencem a si mesmos?

A verdade, por vezes, nos coloca em uma posição vexatória. Ela nos mostra que somos imperfeitos e cheios de erros, que temos culpas a assumir e comportamentos a modificar. Só que para algumas pessoas a coragem de enxergar a verdade é substituída pela existência de uma realidade paralela, onde a imagem que fazem de si mesmas não pode ser questionada.

Há uma voz no interior de cada ser humano que o acusa de suas faltas. Porém, se essa voz for calada obstinadamente, ela já não mais poderá ser ouvida. Então, uma das características mais básicas que constituem o indivíduo se perde. Perde-se a capacidade de sentir culpa.

Outro atributo primordial que foi perdido pelos petistas e seus militantes é a capacidade de se por no lugar do próximo. Ou as pessoas fecham os olhos à realidade e se ocupam de uma hipotética felicidade futura, ou são considerados inimigos mortais. Os inimigos tornam-se ‘’racistas’’, ‘’homofóbicos’’,’’elite branca’’,’’eles’’,etc. Perde-se a capacidade de sentir empatia.

Estas duas perdas substanciais penetraram profundamente em toda a sociedade. Não apenas nos membros do governo e em sua militância.

As pessoas já não mais sentem que cometem erros mesmo nas situações mais absurdas. E quando acusadas de uma verdade dolorosa, afirmam que não existem verdades, que tudo é uma questão de interpretação da realidade. O próprio ENEM de 2015 priorizou a ‘’interpretação da realidade’’ ou seja, diante de uma verdade o que valem são as interpretações, e não a percepção.

Não há covardia mais nefasta à alma humana do que a covardia do intelecto. A decisão livre de não encarar as coisas como são dilacera a humanidade da pessoa humana, transformando-a em um emaranhado de chavões e ideias desconexas.

A verdade, o bem, a reta moral, são objetivos que devem ser buscados incessantemente e jamais devem ser consideradas características infusas que não necessitam de coragem e honestidade para serem alcançados.

* Poeta
 

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  • Jayme Eduardo Machado
  • 15 Março 2016


       A entronização de Lula como ministro não seria tipificável como obstrução da Justiça, pois ele continuaria processado em outro órgão jurisdicional. Mas sugere nulidade por desvio de finalidade. Porque todo ato da autoridade deve atender a um interesse público, e o de que ora se cogita mira exclusivamente em interesses pra lá de particulares.

O fundamento anunciado para eventual impugnação, mais se ajustaria a uma “obstrução de instância”, que não encontra respaldo para imputação em nossa legislação.

Para caracterizar o ato viciado, basta atentar a que o desvio de finalidade se verifica quando se torna óbvio que, embora atuando nos limites de sua competência, a presidente busca proporcionar ao seu ex, foro por prerrogativa de função depois de iniciada a investigação e até formulada a denúncia, ou seja, “foro privilegiado”. Aqui não se cogita apenas de indícios de desvio, mas de evidências gritantes, resultantes de fatos notórios que independem de provas.

O ato praticado com desvio de finalidade – como todo o ato ilícito ou imoral – se apresenta disfarçado sob o capuz do interesse público, lecionava o saudoso Hely Lopes Meirelles. Em face disso, há de ser surpreendido e caracterizado por indícios e circunstâncias que revelem sua distorção legal, substituído ardilosamente por um fim de interesse exclusivamente particular.

A velha Lei Popular (Lei 4.717, de 29.6.65), já naqueles obscuros tempos jejunos de democracia, abriu a qualquer cidadão a possibilidade de anular todo ato da autoridade pública viciado pelo desvio de finalidade ou de poder.

Fica caracterizado quando “o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explicita ou implicitamente, na regra de competência (art. 2º. e parágrafo único). O ato do “convite” se encaixa como uma luva na definição legal. Pois quem estaria interessado em retroceder de ex-presidente vitorioso a ministro sob mau tempo, que não exclusivamente o próprio, para cair no colo do Supremo?
 

*  Ex-subprocurador-geral da República

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  • Nadia Raupp Meucci
  • 15 Março 2016

 

Eu estava lá. Sozinha entre todos. Caminhei durante quatro horas por todos os cantos do Parcão e pelo entorno, para ver com meus próprios olhos a quantidade de gente que foi para a rua ontem. Eram muitos. Muitos milhares. De todos os tipos. Cadeirantes, velhos, jovens, maduros, crianças, ricos, pobres, remediados, brancos, amarelos, afro descendentes.... e papeleiros simples e maltratados pela nação e pela vida, mortos de medo e de vergonha de serem expulsos (eu pensei), entrando timidamente no meio de todas as gentes, também vestidos de seus verde e amarelo debotados.

Minha dignidade não me deixou roubar a deles, fotografando apenas para registrar. Portanto, não fotografei. Observei apenas. E não vi ninguém torcer o nariz. Todos reunidos em torno de uma mesma reclamação.

Muitas e muitas vezes, mesmo sem querer, temos atitudes que escandalizam a nós mesmos, muitas vezes involuntárias. Nunca desrespeitei papeleiros, nem gente de rua. Não porque eu seja a boazinha, simplesmente por se tratar de humanos. Hoje em dia, as pessoas parecem respeitar mais os cachorros do que os humanos (nada contra cães). E sabes como me dei conta disso tudo? Uma vez, há uns 25 anos atrás, eu estava varrendo a minha calçada na frente do meu atelier de trabalho (no mesmo endereço onde estou até hoje) e um mendigo estava se aproximando pela calçada, caminhando calmamente. Eu parei de varrer e o deixei passar, para depois continuar varrendo. E sabes o que ele me disse? – “MUITO OBRIGADO”. E continuou andando. Nunca mais esqueci. Atitudes que a gente não espera de pessoas que a gente não espera...

Por que estou te contando isto? Porque muitas vezes nesta vida, pessoas que a gente menos espera, tem raciocínios e atitudes mais equilibradas e coerentes do que muitos de nós....talvez pela vida que eles tem, ou seja, não tem nada a perder, a dignidade está esfarrapada....não tem emprego para proteger, nem conseguem proteger os próprios filhos...parecem não ter grandes interesses individuais...É como se eles observassem a vida e os outros, sem filtros nos olhos....

Evidentemente que tudo isto que estou te escrevendo aqui agora, são apenas pensamentos soltos, reflexões, livres de qualquer tipo de entendimento mais profundo dentro do conhecimento humano. Apenas fatos, ao longo da vida, que me fizeram refletir. Somos tão arrogantes e prepotentes, porque podemos...

A democracia é muito jovem no Brasil...recém estamos nos tornando adultos e aprendendo a ser políticos e lutar por nossa dignidade.

ESTAMOS COM VOCÊS. E agradeço por estarem conosco. E já estou me preparando para a próxima.
Beijo em ti e em todos os que estão junto contigo nesta luta pela democracia.

Nádia

Nádia Raupp Meucci
* Bibliotecária e fotógrafa

 

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  • João Antônio Pagliosa
  • 14 Março 2016

 

O PT afirma categoricamente que é perseguido pelo Poder Judiciário. Isso soa muito estranho porque o Partido dos Trabalhadores indicou oito dos onze ministros que compõe o Supremo Tribunal Federal, indicou ainda seis dos sete ministros que compõe o Tribunal Superior Eleitoral, e indicou finalmente, vinte e seis dos atuais trinta e um ministros que compõe o Superior Tribunal de Justiça.

Entendo, caso sejam vítimas de fato, que Rui Falcão e todo seu partido indicam muito mal os juízes desses poderes. Mas sei que não é este o caso, e apenas nefelibatas creem nesta remotíssima possibilidade.

O PT comanda o poder executivo desta nação há treze anos, e se diz vítima de um “Estado de Exceção”! Ora, ora, vejam só, que coisa atroz!

O que posso dizer ao PT, senão: ”Vocês são maldosos demais, iníquos demais e mendazes demais. Não estudam, não fazem o dever de casa, não se preparam, não leem, não interagem, não se atualizam, não renovam suas mentes e por isso só falam besteiras, só fazem bobagens.”

O PT controla de forma direta, a terça parte de nosso PIB, e influencia outra terça parte de nossa economia, via empréstimos, barreiras tarifárias, concessões, permissões, subsídios, licitações públicas, participações das estatais e de fundos de pensão, e apesar disso tudo declara para todo mundo ouvir, que é vítima das elites deste país.
Com o controle de dois terços do PIB, uma declaração estúpida dessas mostra o quanto são tergiversadores estes petistas. Enrolam e enrolam-se em suas infinitas mendacidades.

Neste domingo, 13 de março de 2016, há milhões e milhões de brasileiros na rua clamando para que vocês sejam impedidos de continuar no comando do governo desta nação.

Vocês entenderam o clamor das ruas de populações de milhares de cidades deste país?

Ou querem que a gente desenhe?

www.palestrantejoaopagliosa.blogspot.com.br
 

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  • Rodrigo Constantino
  • 14 Março 2016

(Originalmente publicado em http://rodrigoconstantino.com/)

O que dizer? Apenas que era preciso ter estado lá, com o povo brasileiro, reunido por um país melhor, contra o governo mais incompetente e corrupto de nossa história. Não tinha como ficar de fora disso, e estou muito feliz por ter vindo direto da Flórida “só” para essa manifestação. Foi incrível. Foi fantástico. Foi lindo de ver.

A energia nas ruas, a esperança renovada, famílias inteiras, crianças, idosos, jovens, todos juntos num protesto apartidário e pacífico, o que dá um nó na cabeça dos petistas. Eles não sabem o que é isso. Nunca entenderam o conceito de patriotismo e de civilidade. Não é de sua natureza golpista e revolucionária.

Carlos Andreazza, editor da Record, resumiu bem a situação de perplexidade dos petistas:
Para quem sempre teve o domínio dos protestos de rua, compreendo que seja difícil assimilar a derrota monumental de ontem. Foi golpe mesmo. A maior manifestação pública da história do Brasil não foi sua. É duro. É um tremendo baque narrativo. Mas é do jogo.

Sei que o repúdio à figura do político tradicional de qualquer partido – Aécio e Alckmin foram hostilizados, entre outros – causa-lhe curto-circuito. Mas é o que é: quem foi às ruas ontem não tem compromisso seletivo; não tem compromisso de defender Fulano, Sicrano ou Beltrano. Este compromisso – eletivo – é seu. Vire-se com ele. Cada um tem a jararaca que merece. Enrole-se com ela.

Tenho clareza sobre o fato de que a exploração cafajeste da imagem de uma família com babá – trabalho regulamentado e recolhedor de impostos como o meu e (espero) o seu – é reação representativa do desespero de uma constatação: você sabe que elite nenhuma no mundo reúne milhões de pessoas nas ruas; você sabe que a conta não fecha.

Você sabe…

Foi o povo brasileiro.

O povo brasileiro, esse ilustre desconhecido dos petistas, que transita apenas em seus discursos, nada mais. Algo mudou: o PT não tem mais as ruas, não tem mais nada além dos vendidos, da gangue da mortadela. Até a classe artística, que outrora fez tanta campanha pelo “partido”, mudou. Suzana Vieira estava lá, eu vi, assim como Márcio Garcia, entre outros. No passado, vejam quantos deram seu apoio a essa ilusão furada chamada Lula:

Muitos ainda continuam defendendo o indefensável, ou calados, com vergonha. Mas não é mais algo “descolado” defender Lula, uma “estrela que brilha”. O que brilha em Lula é todo o ouro que ele roubou. E não venham dizer que ele mudou no poder; ali ele foi apenas revelado. Seus defensores é que se iludiram e quiseram acreditar numa farsa, pois era charmoso, romântico ter o ex-metalúrgico com discurso populista como mascote. São os que defendem o PSOL hoje.

O PT joga tão baixo que até no horóscopo da Folha de domingo ele se meteu, por meio de Bárbara Abramo (o nome diz tudo, o mesmo da fundação do partido). Foi algo tão escancarado que impressiona. Todos os signos tinham como recomendação afastar o leitor das manifestações, incentivando os leitores a permanecer em casa, no campo, no cinema, longe de emoções e gente.
Vão todos na mesma linha de desincentivar “atividades improvisadas”, de evitar o “emocional coletivo” que “anda teimoso” com “fantasias”. É simplesmente absurdo! Parece até que Verissimo voltou a escrever horóscopos. Essa Falha de SP…

Por falar no maior jornal do país, “golpista” segundo o PT, seu instituto de pesquisas, Datafalha, cometeu genocídio: eliminou um milhão de brasileiros! Diz que foram 500 mil na Av. Paulista, e basta olhar a capa do Estadão para ver o absurdo:

Um mar de gente! Uma multidão impressionante! O MBL contratou empresa israelense especialista no assunto e sua contagem deu 1,4 milhão. Ou seja, o Datafolha sumiu com um milhão de paulistas patriotas! A revolta do povo com a classe política está evidente, e a imprensa será a próxima vítima, se continuar assim.
 

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