Estou disposto a encaminhar uma reclamação à Revista "Fortune", pois me fez vítima de inexplicável omissão. Acontece que ela publicou a lista dos homens mais ricos do planeta e nela eu não apareço!
Aparecem, o sultão de Brunei e também os herdeiros de Sam Walton e Takichiro Mori. Figuram aí personalidades como a Rainha da Inglaterra, Stavros Niarkos e os mexicanos Carlos Slim e Emilio Azcárraga.
No entanto, a mim não me mencionam na "Fortune". E eu sou um homem imensamente rico. Vejam vocês:
• tenho vida que recebi não sei por que e saúde que conservo não sei como;
• tenho uma família. Esposa adorável que, ao entregar-me sua vida, me deu o melhor da minha; filhos maravilhosos dos quais não recebi senão felicidade; netos com os quais exerço uma nova e gostosa paternidade;
• tenho irmãos, que são como meus amigos e tenho amigos que são como meus irmãos;
• tenho gente que me ama com sinceridade apesar dos meus defeitos e a quem amo com sinceridade apesar dos meus defeitos;
• tenho quatro leitores aos quais, cada dia, dou graças porque leem bem o que eu escrevo mal;
• tenho uma casa e nela muitos livros (minha esposa diria que tenho muitos livros e, entre eles, uma casa);
• possuo um pedacinho do mundo na forma de um pomar que, a cada ano, me dá maçãs que teriam encurtado ainda mais a presença de Adão e Eva no Paraíso;
• Tenho um cão que não vai dormir enquanto não chego e me recebe como se fosse o dono dos céus e da terra;
• tenho olhos que veem e ouvidos que ouvem; pés que caminham e mãos que acariciam; cérebro que pensa coisas já ocorridas a outros, mas que a mim nunca me haviam ocorrido;
• sou dono da herança comum dos homens: alegrias desfrutadas e penas para irmanar-me aos que sofrem.
Tenho fé em Deus, que guarda para mim infinito amor.
Podem existir riquezas maiores do que as minhas? Por que, então, a revista "Fortune" não me pôs na lista dos homens mais ricos do planeta?
E a ti, como te consideram? Rico ou pobre?
Há gente pobre, mas tão pobre, que a única coisa que tem é dinheiro...
* Jornalista mexicano
(A tradução do original em espanhol para o português foi cometida por Percival Puggina, sem autorização alguma, mas ele espera ter feito o melhor possível...)
(Publicado originalmente em http://robertorachewsky.blogspot.com.br)
Sexta-feira, 13 de Novembro de 2015, data de uma tragédia anunciada. Este foi o dia em que o ISIS, também conhecido por Estado Islâmico, chegou à Paris, com toda a violência e crueldade que lhe são características.
Paris é o centro do multiculturalismo europeu e foi ali, entre tolerantes, que a intolerância fez suas vítimas fatais.
Depois da chacina, cabe-nos fazer algumas reflexões sobre o acontecimento, suas causas e suas consequências.
Transcrevo aqui, algumas que passaram pela minha mente.
Os filósofos e economistas difundiram suas idéias mediante livros e folhetos, oralmente (nos “salões”, reuniões de caráter social, equivalentes às nossas conferências) e, sobretudo, na Enciclopédia.
A Enciclopédia foi “um quadro geral dos esforços do intelecto humano em todos os gêneros e em todos os séculos”. Era um resumo ordenado e sistemático, disposto em ordem alfabética, da forma de um dicionário.
A Enciclopédia foi redigida por uma sociedade de filósofos e economistas – os chamados “enciclopedistas” – dirigidos pelo filósofo Diderot (1713-1784) e pelo matemático D’Alembert (1717-1783).
Diderot e seus colegas desenvolveram, nas páginas da Enciclopédia, um fervoroso programa de reivindicações sociais e políticas. Reinava na França, nesse tempo, um espírito policial de intolerância. Assim, pois, os enciclopedistas evitaram a propaganda aberta dos seus ideais libertários. Introduziram sorrateiramente as suas idéias nos verbetes de menor significação política, a fim de iludir a vigilância da censura.
Colaboraram na Enciclopédia, entre outros: Voltaire, Rousseau, Quesnay, Necker, Torgot, Buffon, Condorcet, Helvetius, Holbach.
A Enciclopédia foi editada com dificuldades. Duas vezes foi proibida. Ficou suspensa durante oito anos. Começada em 1751, foi concluída em 1772. Constava de 35 volumes.
Idéias diretrizes que difundiu e popularizou:
- Liberdade individual;
- Liberdade de pensar, escrever e publicar;
- Liberdade comercial e industrial;
- Guerra às idéias religiosas, consideradas um obstáculo para a liberdade;
- Guerra ao absolutismo político.
A Enciclopédia foi um dos mais importantes fatores dentre os que contribuíram para a eclosão da Revolução Francesa. As novas idéias difundiram-se, não só na Europa – mas em toda a América.
Apesar da rigorosa censura, as obras e os autores proibidos (a “Enciclopédia”, Monstesquieu. Voltaire, Rousseau) foram entrando clandestinamente nas colônias espanholas.
A influência também se exerceu no Brasil. Manifestou-se claramente na Inconfidência Mineira (1789). “Excluídos os antecedentes históricos da colônia – escreve João Ribeiro – os primeiros germes da revolução seriam trazidos pela cultura universitária européia, onde os princípios de Montesquieu, Rousseau e Voltaire eram o alimento comum da mocidade. Os brasileiros numerosos que seguiam carreiras científicas e literárias estudavam na França ou em Portugal e não podiam ser insensíveis a esse movimento irresistível das novas teorias”.
www.ricardobergamini.com.br
Faz mais de dez anos que eu vou à agência central dos correios para bancar o Papai Noel. Pego ali, aleatoriamente, umas cinco cartas que levo para casa e, no dia seguinte, lá me vou comprar o presente que aquela criança anônima da periferia pediu para alegrar seu Natal.
Que tolice! Volta e meia nós caímos nessa ratoeira: "Ouro para o bem do Brasil"; "Orós precisa de nós"; "Criança esperança"; "Dedico meu milésimo gol às criancinha pobres do Brasil" (Pelé). Explode coração! Quantas emoções!
Agora que eu entrei para o clube do cotonete - só entra quem tiver a cabeça branca - tudo vai ser diferente. Vou dar meu Natal para os pobres. Isso mesmo, o Natal inteiro. Desde a árvore, as bolas douradas, os sinos, até o anjo que anuncia com uma flauta a esperança de um futuro melhor. Como fez Dilma na campanha eleitoral do ano passado.
Vou radicalizar minha solidariedade. Nada de enviar um presentinho, menos para o menino inocente do que para mim mesmo. Para lavar as mãos de minha consciência.
Darei um telefonema a esses promotores de campanhas tão meritórias para pedir que me informem o endereço da sede do PT. Não quero constranger nenhuma família de "excluídos" com um presente dado por um burguês, reacionário, fascista. Conservador. Não vou mais me intrometer, inadvertidamente, nessa seara que é um monopólio do PT. Esse partido que é tão apaixonado pelos pobres que os multiplica. Quanto mais pobres, melhor.
Minha única dúvida - já que eu sou um cara muito desconfiado - é se o PT será capaz de distribuir tantos presentes até o Natal. Mesmo convocando sua militância. Os voluntários da pátria. E que os comissários, diante dessa avalanche de tantos outros que pensem como eu, acabem se aturdindo. Recusem os presentes como uma tentativa de suborno, coisa que repelem veementemente, devolvendo o agrado com um bilhete malcriado ao benfeitor. E me chamem de golpista imperdoável. Lá vou para o paredón dos infames, erguido pela diligente patrulha ideológica.
Não, pensando bem, neste Natal, eu vou presentear com meu coração os adultos que vivem nas ruas, sem título de eleitor nem filiação sindical. Os esquecidos. Com um copo de café com leite, um sanduíche de queijo e presunto e um abraço, agachado na calçada para me nivelar a eles, lembrando que o Menino nasceu numa manjedoura para nos igualar como filhos de Deus. E nos elevar no mistério que reflete a semelhança da imagem humana de Deus na imagem divina do homem: Cristo.
Em primeiríssimo lugar, registro aqui minha absoluta solidariedade a todo o povo francês e a cada familiar e amigo das vítimas dos horrendos e abomináveis atentados terrorista que o Estado Islâmico já reivindicou como sendo seus em Paris.
Que episódios mais tristes, lamentáveis, repugnantes! O ser humano, infelizmente, consegue superar as nossas mais terríveis expectativas sobre o quão mau e perverso ele pode ser quando doutrinado e cegado por uma ideologia. Os horrores de regimes nazistas e fascistas no passado e comunistas no passado e, lamentavelmente, ainda no presente, fazem-nos refletir sobre o dever que temos, todos nós, defensores do Estado de Direito, da democracia e da liberdade, de continuar sempre vigilantes e ativos.
Faço essa introdução pois, sobre a tragédia parisiense, agravam ainda mais a situação os desastrosos e mesmo criminosos posicionamentos de certas figuras públicas de esquerda ao determinar suas supostas "causas". Os corpos ainda estavam sendo arrastados pelas ruas, o Estado Islâmico ainda não havia assumido a autoria dos atentados e alguns "iluminados" da esquerda já procuravam denunciar o "capitalismo" e o "neoliberalismo" - esse jargão vazio e pejorativo - como responsáveis pela tragédia.
Como o filho traquinas que é pego pela mãe com a boca na botija e aponta o dedo para o irmãozinho inocente a fim de safar-se do castigo, a esquerda nacional e mundial foi pródiga em abusar da tragédia francesa para apontar culpados os mesmos fantasmas de sempre e isentar-se da própria responsabilidade sobre a tragédia por muitos anunciada.
"Esse terror q agiu em Paris nem declarou sua 'causa'. Mas, em geral, o terror reforça o que supostamente quer combater: xenofobia, racismo...", declarou no Twitter hoje, às 8h51, o "expert" deputado Chico Alencar, do PSoL - o novo partido dos socialistas de iPhone brasileiros¹. "Atentado em Paris mata dezenas: desordem neoliberal no planeta atirou a incerteza que espalha a peste da guerra e do nacionalismo xenófobo"², alertava a Carta Maior - um daqueles sites e blogs chapa-branca-petistas que vivem de dinheiro público para contar suas mentiras, em tweet ontem, ainda, às 21h21. E, para colocar a cereja no topo do bolo, sua excelência, o Sr. General das Forças Armadas Petistas-Bolivarianas-Sem-Terra convocadas por Lula contra a população, João Pedro Stédile, em entrevista à rádio Guaíba aqui no RS, declarou que a "responsabilidade por atentados é das grandes empresas"³.
Como vocês perceberam, eu demorei um pouco para me pronunciar aqui. Sou cauteloso, quero juntar as peças do quebra-cabeça antes, avaliar bem a situação para, aí sim, me pronunciar. E confesso que, ainda assim, falar sobre esse assunto, mesmo sendo especialista em relações internacionais, é sempre um desafio.
No entanto, uma coisa é certa: além da solidariedade ao povo francês e aos familiares e amigos das vítimas, não posso deixar de manifestar meu repúdio a essa esquerda que desfere o tapa e esconde a mão. Uma esquerda que defende jihadistas, o Estado Islâmico e ditadores em teocracias islâmicas que oprimem mulheres, perseguem gays e impedem qualquer exercício de liberdade religiosa enquanto essa mesma esquerda faz discursos, aqui no Brasil e alhures, em defesa de minorias.
Hipócritas!!! Criminosa e dolosa hipocrisia!
E quanta perversidade, abusando da dor alheia com os atentados terroristas para continuar batendo na tecla de que a culpa é das "empresas", do "capitalismo", do "neoliberalismo". Na verdade, essa esquerda faz exatamente a MESMA COISA que os islamistas fazem com aqueles que são arrebanhados para suas jihads e para o Estado Islâmico: busca DOUTRINAR a mente dos incautos em favor de suas ideologias tortas, moribundas, totalitárias e, pior de tudo, assassinas e mortíferas.
Repito: fica aqui o nosso compromisso de refutar, dia e noite, todas as barbaridades pronunciadas por essa esquerda totalitária e renova-se nosso dever de defender sempre, em todas as circunstâncias, a verdadeira liberdade e a verdadeira democracia, que só são possíveis em uma sociedade livre, que tenha economia de mercado e Estado de Direito. Só.
Isso prova a teoria, isso prova a história e isso está nos provando, infelizmente mais uma vez, também o presente.
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¹Fonte: https://twitter.com/depChicoAlenc…/status/665482303502721024
²Fonte:
https://twitter.com/cartamaior/status/665308479100358663
³Fonte: https://twitter.com/RdGuaibaOfici…/status/665553420552683520
O que mais estarrece ante este crime horrendo em Paris é o despreparo do governo francês para sustar os criminosos islamitas. Como admitir que, depois do alerta gritante do atentado ao semanário Charlie há menos de ano, a inteligência policial, os informativos militares, as medidas legislativas de defesa nacional tenham se acomodado à calmaria da irresponsabilidade.
As agressivas ondas migratórias provindas da geografia muçulmana, recrudescendo sobre a Europa, mercê da hospitalidade humanista, a Europa deveria cogitar sobre o perigo ideológico contrabandeado: o ódio irreprimível contra os valores da cultura ocidental. A experiência dolorosa dos acontecimentos da Paris a dezembro de 2014 não podia admitir o relaxamento da guarda. Eram franceses e muçulmanos os criminosos; traidores da pátria. A França abrigou sob a igualdade de direitos, a sacrossanta pedra lapidar de sua cultura, os filhos espúrios que fermentam sua aversão doentia à democracia, a mesma democracia que os alimentou na tolerância, como se chocasse ovos de serpente.
Inconcebível igualar direitos de cidadania a agressores da pátria. A guerra está declarada. O momento então exigia, e mais do que nunca exige, leis e ações consentâneas para guarnecer a segurança da nação. O peso histórico do cristianismo na Europa cedeu à necessidade da precaução; escancarou as portas à imigração islamita qual fosse da mesma natureza pacífica de sua cultura moderna. Os guetos islâmicos hostis pulsando nas capitais européias, desde o limiar do século XX, abroquelados nas mesquitas doutrinárias, nas orações corâmicas anestesiantes, vão minando a resistência dos governos concessivos; socialistas, social democratas, inclinados sempre a admitir o islamismo compatível com a democracia.
Reconheça-se: a tolerância que alimenta o fanatismo canceroso, que agride a ordem civilizada e democrática, tem sua cota de responsabilidade nos atentados. Nestes dias, se esboça uma reação democrática convergente na guerra ao Estado Islâmico. Um pensamento de Putin pode nortea-la: “Na Rússia admitimos receber imigrantes de qualquer religião, que se submetam a nossas leis e costumes”. Ponto!