• Gilberto Simões Pires
  • 20 Junho 2015


CICLISMO FISCAL
Se, por um lado, o Tribunal de Contas da União mostrou ser eficiente e correto ao constatar que a presidente Dilma, além de expert em promover caos econômicos, pratica com rara maestria o CICLISMO FISCAL, por outro se mostrou fraco e extremamente condescendente por conceder um inexplicável prazo de 30 dias (com direito a prorrogação) para que a presidente explique as manobras que fez em cima das combalidas contas públicas, até o ano de 2014.

BRINCADEIRA??
Como já se passaram muitos meses desde que essas fraudes, conhecidas popularmente como -pedaladas fiscais-, que atentam severamente contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, foram comprovadamente cometidas, não é possível entender a razão para concessão de prazo para Dilma explicar algo que não tem explicação, mas tão somente PUNIÇÃO. Aliás, PUNIÇÃO SÉRIA E DE ACORDO COM O QUE MANDA A LEI. A não ser que o TCU esteja brincando...

APENAS 4 ITENS BASTAM
Ora, considerando apenas 4 itens comprovadamente fraudados, entre os 13 apontados pelo TCU, já é o bastante para condenar e punir o governo Dilma-Petista de acordo como manda a lei. Eis aí os pontos que me refiro como mais relevantes:

PONTOS SUFICENTES PARA CONDENAÇÃO
1- não houve contabilização de dívidas do governo junto ao Banco do Brasil, BNDES e FGTS, no total de R$ 40,2 bilhões acumulados até 2014;
2 - a Caixa Econômica Federal adiantou mais de R$ 7 bilhões à União, para despesas dos programas Bolsa Família, Seguro-Desemprego e Abono Salarial, nos exercícios de 2013 e 2014;
3- o FGTS adiantou mais de R$ 1,4 bilhão à União para cobertura de despesas do Programa Minha Casa Minha Vida;
4- o BNDES fez pagamentos para o PSI, que é um programa para estimular a produção, aquisição e exportação de bens de capital e a inovação e não recebeu repasses do governo no tempo certo;

TOLERÂNCIA INFINITA
Como se vê, embora sabendo que as leis não são feitas para serem cumpridas, pois a impunidade é geral e irrestrita, quando os crimes cometidos envolvem governantes, o cumprimento da lei é ainda mais brando. Nesse caso a tolerância parece ser ilimitada ou mesmo infinita. Sempre há espaço para uma explicação, mesmo que pífia e incapaz de reverter o que dizem as provas mais consistentes e evidentes.

MP 664 PARA A 2ª CLASSE
Mudando de assunto: Hoje pela manhã, a presidente Dilma assinou a Medida Provisória 664, que propõe nova engambelação para a já complicada Previdência Social, notadamente aquela que diz respeito apenas à turma que pertence a 2ª CLASSE de brasileiros, ou seja, aqueles que se aposentam pelo RGPS, ou INSS.
Ficam fora do alcance da referida MP, portanto, os Servidores Públicos da União, por exemplo, que fazem parte da 1ª CLASSE, ou CLASSE PRIVILEGIADA.

FÓRMULAS MÁGICAS
Anotem aí: fórmulas mágicas não resolvem o sério problema das nossas Previdências Sociais, tanto daquela que cuida dos pouco mais de 1,1 milhão de privilegiados, que pertencem à 1ª Classe, quanto dos mais de 28 milhões de miseráveis, que perfazem a 2ª Classe.
O que o país realmente precisa é de uma REFORMA DA PREVIDÊNCIA. Algo, enfim, que consiga acabar com os repetidos e continuados ROMBOS que aumentam as despesas públicas (por conta dos pagadores de impostos) em mais de R$ 146 bilhões, como chegou apenas em 2104. De novo: ROMBO!!!!, ou seja a diferença entre a arrecadação em forma de contribuições e o real pagamentos de aposentadorias. Que tal? 

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  • Paulo Briguet
  • 18 Junho 2015

A blasfêmia é tão antiga quanto a religião; na verdade, tão antiga quanto a criação. A serpente do Paraíso é o primeiro blasfemador da história – e obteve êxito. Na segunda criação do homem, a ofensa a Deus também estava presente. Além de ter sido acusado de blasfemar pelas autoridades religiosas de sua época, Jesus Cristo foi vítima de blasfêmias no momento em que estava pregado à cruz, sofrendo dores lancinantes: “Ele salvou a outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é rei de Israel, desça agora da cruz e nós creremos nele!” (Mt, 27,42) Por isso, não me escandalizo com as blasfêmias contemporâneas. Só sinto uma profunda pena, uma invencível vontade de rezar pelos blasfemadores. Acham-se ousados, não sabem como são típicos. Um dia terão consciência do erro que cometeram.

A mais antiga imagem pictórica do cristianismo é um ato de blasfêmia. Trata-se do grafite de Alexamenos, encontrado durante escavações no Monte Palatino, em Roma, no ano de 1875. Calcula-se que o grafite seja do século III da era cristã. O desenho em gesso mostra a crucificação de um burro, tendo a seus pés um fiel em atitude de adoração. A legenda, em grego, diz: “Alexamenos adora seu deus”. Imagine-se que Alexamenos seja um cristão dos primeiros tempos, ridicularizado por seus colegas.

Nos tempos modernos, um dos maiores alvos dos blasfemadores é a família. Os novos colegas de Alexamenos fazem isso porque sabem que o núcleo familiar sempre foi a maior força de resistência contra as arbitrariedades do Estado e da ideologia. Marx, Trotski, Stalin, Mao e Fidel estavam conscientes dessa força. Tanto é que fizeram tudo para destruir as famílias de seus contemporâneos – e acabaram destruindo as suas próprias.

Um dos truques da blasfêmia moderna é esconder-se sob as palavras. Os ideólogos querem agora promover a sexualização das crianças disfarçada com o nome “ideologia de gênero”. De minha parte, acho um milhão de vezes pior a blasfêmia que pode atingir nossos filhos na escola do que aquela feita meramente para atrair manchetes na mídia. A serpente que se esconde é mais perigosa do que a serpente que se mostra. Vigiai e orai!

http://www.jornaldelondrina.com.br/blogs/comoperdaodapalavra/blasfemia/

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  • José Antônio Giusti Tavares
  • 18 Junho 2015


(Publicado originalmente em www.polibiobraga.com.br)

O Professor Luis Milman, conhecido pela propriedade e pelo rigor de suas atitudes quanto às questões políticas, denunciou o grave documento no qual o Pró-Reitor de Posgraduação da Universidade Federal de Santa Maria instou a comunidade acadêmica a identificar nomear os israelitas que em qualquer condição exerciam atividade do campus daquela instituição, invocando tratar-se de uma solicitação que respondia a requerimento de duas ou três entidades locais, entre as quais o Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino, buscando desagravar as ofensas físicas e morais infligidas àquele povo pelo Estado de Israel. Segundo o documento do Pró-Reitor, o atendimento ao pedido respondia a um imperativo da lei do acesso à informação. Ulteriormente o Reitor e outros membros da alta administração da Universidade simplesmente confirmaram o ato do Pró-Reitor.

A partir da denúncia do Professor Paulo Milmanl, três judiciosos jornalistas, Políbio Braga, Reinaldo Azevedo e Vitor Veira, dedicaram largos e continuados espaços editoriais à condenação veemente desse insólito crime de racismo, que lembra os primórdios da propaganda nazista.

Há pelo menos dois conjuntos de motivos que impõem ao autor deste breve artigo o dever de somar-se, embora um pouco tardiamente, ao clamor dos três magníficos analistas políticos ora mencionados diante daquele nojento absurdo moral.

Exerci ao longo de mais de três décadas a docência de ciência política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e por períodos alternados atuei como convidado, em pesquisa e em ensino, na Fondation Nationale des Sciences Politiques, de Paris, e da Notre Dame University, de Indiana/US; enfim, cerca do ano 2000, perturbado menos pelos totalitarismos clássicos – o comunismo russo, o fascismo italiano e o nacional-socialismo alemão – do que pela rápida expansão do PT, o ovo da serpente que já ameaçava o país, distanciei-me da minha área de concentração – o estudo da representação política e dos sistemas eleitorais – passando a dedicar-me a investigar o tema tenebroso e complexo do petismo, que denominei totalitarismo tardio. Aposentado da UFRGS, tive o privilégio de ensinar ciência política em posgraduação na Universidade Federal de Santa Maria, a convite do Professor Selvino Malfati, em período de dois anos, durante o qual nunca tive o dissabor de presenciar tamanha barbárie como a que ora me produz indignação e tristeza. Uma visita cordial aos dirigente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, que aliás havia silenciado e tentar silenciar o Professor Milman sobre a grave ofensa não pode repará-la, simplesmente porque esse dirigente não é o povo ou Estado de Israel nem seu embaixador.

O argumento dos reitores da UFSM ultrapassa a idiotia porque a lei do acesso à informação não pode dar mais legitimidade ao crime que a informação serve do que o porte legal de arma ao assassino.

Por fim, o Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino, a organização mais ativa na produção do evento que manchou a imagem da UFSM tem como membro o deputado petista Paulo Pimenta, que publicou em seu espaço midiático um artigo tendencioso sobre a questão palestina, evadindo-se da responsabilidade com a evasiva de que não fora de sua autoria. Nos últimos tempos de seu governo, Tarso Genro simplesmente revogou um acordo de investimento com uma empresa israelita de tecnologia avançada, que beneficiaria consideravelmente o Rio Grande do Sul, com fundamento ano bloqueio da esquerda internacional contra Israel ao qual certamente o ultracomunismo petista deveria marcar presença.

Líderes judeus construíram o primeiro Estado comunista do mundo e foram destruídos pelo seu segundo ditador: entre eles a mão assasssina daquele Estado estendeu-se até o México para eliminá-lo insidiosa e cruelmente.

Concluída a segunda guerra mundial, a nação judaica, emergindo da tragédia do Holocausto, mas dispersa e sem pátria, edificou-se como Estado, Israel, habitando o Oriente Médio por consenso humanitário das nações. Mas, ao fazê-lo, cometeu dois graves erros, ambos não voluntários mas inerentes à grandeza de sua cultura: instalou nos limites do mundo eslavo e árabe a cultura e os valores do Ocidente – de origem civilização heleno-judaico-cristã, que desafiava o sonho czarista imorredouro da Terceira Roma, que sobreviveu mais vigoroso com o comunismo e sobrevive ainda mais forte sob Putin. Por esse motivo o namoro inicial de Stálin com Israel durou muito pouco.

Israel é a trincheira avançada da cultura ocidental e agredi-la define os inimigos do Ocidente ou, o que é o mesmo, de toda a verdadeira cultura e espiritualidade.

Por esse motivo, Professor Luis Milman, te saúdo, saúdo a tua coragem e o teu desassombro diante dos fantasmas que cercam a civilização.    

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  • Entrevista de Zenit com o Pe. Étienne Roze
  • 16 Junho 2015

Por Federico Cenci
Roma, 11 de Junho de 2015 (ZENIT.org)


"A complementaridade entre o homem e a mulher, ápice da criação divina, está hoje sendo contestada pela chamada ideologia de gênero", voltou a dizer o papa Francisco, na última segunda-feira, durante um encontro com os bispos de Porto Rico em sua visita ad limina. A preocupação do papa reflete a de toda a Igreja, chamada a testemunhar a beleza da diferença sexual diante da proliferação de uma ideologia que tenta corroer a milenar herança biológica e antropológica da humanidade.

O padre Étienne Roze, pároco de origem francesa na diocese italiana de Albano Laziale, doutor em ciências do matrimônio e da família e autor do ensaio “Verdade e esplendor da diferença sexual”, aborda nesta entrevista as origens da teoria do gênero, as implicações que dela decorrem e o caminho para vencermos esta batalha contra um pensamento único disposto a destruir as diferenças.


ZENIT: Pe. Roze, como é que se chegou a questionar um dado que sempre foi óbvio para os homens de todas as épocas e culturas, como é o caso da diferença sexual?

Pe. Étienne Roze: Para responder a esta pergunta, eu tenho que voltar às fontes da teoria de gênero. Ela tem a ver com um desvio da inteligência cujo cume é o niilismo. A natureza se torna sem sentido, o homem vira Deus e molda a realidade e a verdade a seu gosto. Então, na medida em que a realidade à nossa volta não é mais um dado original que nos precede e que nos dá significados, nós pretendemos redefinir também a diferença sexual. Este retrocesso cultural se corrobora com as aplicações modernas do niilismo, como, por exemplo, o existencialismo, o construtivismo e o estruturalismo, que foram estudados, absorvidos e reinterpretados pelas feministas ativas nas universidades norte-americanas dos anos 70 e 80. É desta síntese que nasce a teoria de gênero, que dá as caras publicamente em 1995, em Pequim, durante a Conferência Mundial sobre as Mulheres. Na ocasião, a feminista Judith Butler teoriza, pela primeira vez num contexto tão importante, um dualismo entre gênero e sexo.

ZENIT: A teoria de gênero é brandida pelos seus proponentes como uma arma contra a discriminação...

Pe. Étienne Roze: Exatamente. Faz parte de uma dialética de ódio e de antagonismo entre dois elementos, de modo que um possa derrotar o outro. É o passo que leva do niilismo ao marxismo, que tenta traduzir a filosofia em história. Karl Marx é o mestre dessas feministas. O comunismo criou um conflito para suprimir a discriminação entre o proletariado e o capital, mas sabemos como foi que isso acabou... Hoje, na reinterpretação feminista do método de Marx, o capital é representado pela heterossexualidade e o proletariado por todos os gêneros fluidos e em contínua mutação, que, em inglês, são indicados pelo termo “queer”. São mais de cinquenta, além das identidades agrupadas na sigla LGBT. De acordo com especulações dessas feministas, a história foi dominada durante séculos pela opressão da heterossexualidade como condição para a reprodução dos seres humanos, mas finalmente chegou a hora em que as correntes da escravidão serão quebradas. De que forma? Com a ectogênese, ou seja, a possibilidade de ter filhos fora de um corpo feminino. Assim, ser mulher não terá mais nada a ver com o fato real da maternidade, que seria completamente absorvida pela biotecnologia.

ZENIT: Essa ideologia está infiltrada em edifícios institucionais, locais de cultura, escolas... Quem se beneficia com isso?

Pe. Étienne Roze: Isso é útil para quem está no poder, para quem tem interesse no pensamento único, porque isso deixa a humanidade dócil a qualquer imposição. A história mostra que afirmar um pensamento único deixa as coisas mais fáceis para as classes dominantes. Há exemplos recentes e atrozes, como a pretensão de Hitler de impor o domínio da raça ariana, ou a do comunismo de massificar as pessoas e privá-las da sua dignidade. A teoria de gênero certamente não interessa à humanidade, porque a diferença é a condição do nascimento. Se a diferença for eliminada, teremos uma lacuna que vai nos destruir. É um cenário que lembra o que lemos na Bíblia.

ZENIT: Em que passagens?

Pe. Étienne Roze: Por exemplo, no capítulo 7 de Jeremias, versículo 34, encontramos: "Eu farei cessar nas cidades de Judá e nas vias de Jerusalém os gritos de alegria e a voz do regozijo, a voz do esposo e da esposa, porque o país será reduzido a um deserto". E no Apocalipse, capítulo 18, versículos 21 a 23, lemos: "... e a voz do esposo e da esposa não será mais ouvida em ti". Bom, eu não gostaria de passar por profeta de catástrofes, mas a sociedade concebida pelos defensores da teoria de gênero, privada da diferença entre homens e mulheres que possam se unir e procriar, se tornaria um deserto...

ZENIT: Como evitar este cenário? O cardeal Elio Sgreccia escreve na introdução do seu livro: "A melhor refutação da filosofia desconstrutivista de gênero está na apresentação da positividade da antropologia cristã"... Pode nos falar mais sobre isto?

Pe. Étienne Roze: O cardeal Sgreccia captou a intuição por trás do meu livro, que flui das palavras de Fiodor Dostoiévsky: "A beleza salvará o mundo". No texto, depois de apresentar a teoria de gênero no primeiro capítulo, eu tentei destacar a verdade e a beleza da diferença sexual, considerando-a em nível filosófico, exegético, antropológico, biológico e psicológico. Ao longo dos séculos, as várias heresias permitiram que a Igreja realizasse um trabalho profundo para refutá-las. Hoje, embora não seja uma heresia, mas uma ideologia, a teoria de gênero está nos dando a oportunidade de aprofundar na dimensão criatural da diferença sexual. Por isso, é importante agir em dois níveis: no setor público, por meio de manifestações, e também no setor intelectual. É questão de captar, encarar e lutar positivamente essa nova batalha.

 

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  • Luis Milman
  • 16 Junho 2015

Sabemos que dos anos 60 para cá, a mentalidade confessional-esquerdista no Brasil só se faz consolidar. Uma das suas consequências destacadas, ainda que indireta, é a formação de um consenso sobre a idiotia do pensamento de direita, seja ele conservador ou liberal. Na mesma proporção em que vem se propagando pelos meios cultural e político, o confessionalismo esquerdista faz crer que as alternativas a ele são meramente reacionárias, ou - o que é pior- mesmo fascistas; e, por isso, não devem sequer ser estudadas ou debatidas, pelo seu primitivismo.

A mentalidade confessional conseguiu injetar, desde o meio escolar até o meio culto, a noção segundo a qual estar ao lado da direita é defender posições torpes, como a desigualdade social, a exploração dos pobres, a discriminação dos negros e a manutenção de posições de poder econômico e político, para ficar nisso. Logo, não pode existir, neste ambiente degradado, um pensamento sofisticado e antagônico ao pensamento de esquerda. Somente este deve ser discutido, estudado e praticado. A pregação da linha justa inicia-se nas escolas, por meio de professores de história e ciências sociais; e são raríssimos os casos em que se oferece, a estudantes universitários, informação básica sobre pensadores não-marxistas, todos eles taxados de irrelevantes, menores e indecorosos.

O resultado deste fenômeno é a colonização das consciências por um esquematismo marxista, a todo momento e de todas as formas, reproduzido nos meios de comunicação e na Universidade. Você deve cultuar Marx, Lênin e Trotski, admirar Rosa de Luxemburgo, Luckás, Gramsci e Sartre. Foucault e Althusser são inexcedíveis. Adorno, Marcuse e Habermas, incontestavelmente profundos. Chomsky é inigualável. Até mesmo Tarso Genro,Frei Beto e Leonardo Boff são considerados intelectuais de respeito.

E quanto ao outro campo? Não há nada de inteligente nele e, por isso, é sequer mencionado. Ou quem discute, no ambiente culto brasileiro, Leo Strauss, Isaiah Berlin, Eric Voegelin, Raimond Aron, Roger Scruton, Fernand Broudel, Paul Johnson, Russel Kirk ou Jean Fraçois Revel, para ficar apenas em alguns nomes contemporâneos do pensamento "de direita?" Se são de direita, são certamente reprováveis in limine pelo subconsciente coletivo, abduzido por décadas de militância confessional-esquerdista, sem oposição e com a consequente imbecilização do país.

 

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  • Guilherme Fiuza
  • 15 Junho 2015


Publicado originalmente na Revista Época

Enquanto a Polícia Federal descobre R$ 4,5 milhões pagos por uma empreiteira a Lula, o PT lança a candidatura presidencial do filho do Brasil com uma "guinada à esquerda". Coerência total: o dinheiro da empreite ira; segundo o Instituto Lula, era para "erradicar a pobreza e a fome no mundo". É um projeto ambicioso, mas pode-se dizer que já está dando resultado, com a erradicação da fome da esquerda por verbas e cargos. Uma fome de cada vez.

O discurso preparado pelo PT para seu Congresso em Salvador inicia a arrancada para dar ao Brasil o que ele merece: a volta de Lula da Silva em 2018. Com sua consciência social e convicção progressista, o Partido dos Trabalhadores salta na trincheira contra o neoliberalismo, assumindo sua vocação de governo de oposição - o único no mundo. O truque é simples, e vai colar de novo: a vida piorou e o desemprego voltou por causa "da crise global do capitalismo", esse monstro que infiltrou Joaquim Levy no governo popular. Lula voltará à Presidência para enxotar novamente essa maldição capitalista (bancado pelo socialismo das empreiteiras amigas).

O gigante se remexe na cama, mas a armação dos companheiros definitivamente não atrapalha seu sono. ÉPOCA mostrou o ex-operário trabalhando duro pelo sucesso internacional da Odebrecht, a campeã de financiamentos externos do BNDES.Revelou que o Ministério Público investiga o ex-presidente por tráfico de influência. Vem a Polícia Federal e flagra as planilhas da Camargo Corrêa, investigada na Operação Lava Jato, com uma média anual superior a R$ 1 milhão em transferências para Lula (Instituto e empresa de palestras) desde que ele deixou.a Presidência. E o gigante ronca.

O Brasil não se incomoda com a dinheirama entregue a Lula. É uma ajudinha ao grande líder para que ele combata a pobreza no planeta,' qual o problema? Nenhum. A não ser para essa elite branca invejosa, que acha estranho - o dinheiro vir .de empreiteiras que têm como cliente o governo no qual Lula manda.

Os petistas, como se sabe, são exímios palestrantes e consultores. Destacam-se nessa arte estrelas como o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e o ex-ministro Antonio Palocci, ambos consagrados por suas consultorias mediúnicas milionárias. Lula deve ter passado seus oito anos no Palácio do Planalto treinando duro, porque saiu de lá em ponto de bala. Não é qualquer um que chega a Moçambique, faz uma palestra e embolsa R$ 815 mil- pagos à vista por uma empreiteira brasileira. Deve ser isso o paraíso socialista: empresários pagando fortunas a iluminados por palestras em outro continente, para a construção de um mundo melhor.

Assim fica fácil salvar o Brasil da crise global do capitalismo, conforme a plataforma do PT no seu 5º Congresso Nacional. Com a assinatura da delação premiada de Júlio Faerman, ex-representante da empresa holandesa SBM, os brasileiros entenderão ainda melhor como o capital internacional elitista e malvado escorre docemente para o bolso dos defensores do povo - através das fantásticas operações socialistas envolvendo a maior estatal do país. A Petrobras é uma mãe - e se você não está na ninhada é porque não se filiou ao partido certo.

A inflação bate 8,5%, e o milagre brasileiro (da miopia) permite que a presidente da República assegure, tranquilamente, o respeito à meta - que é de 4,5%. Quem quiser chamá-Ia de mentirosa assegurando o respeito ao que ela diz, portanto, estará dentro da margem de erro. Mas ninguém fará isso, porque o Brasil adormeceu de novo, em bloco. A recessão iminente, a escalada do desemprego e o consequente aumento da violência urbana - com tiros e facadas democraticamente distribuídos nas capitais do país - são problemas que a nova Frente Popular vai resolver em 2018,com Lula lá. Duvida? Então procure saber o tamanho do caixa que a frente de palestrantes e consultores formou nos últimos 12 anos, com o mais sórdido dos cúmplices: a opinião pública brasileira.

A reeleição de Lula após o mensalão permitiu a ascensão de Dilma. A reeleição de Dilma após o petrolão permitirá a volta de Lula. A divertida gangorra prova que o crime compensa. A não ser que... Melhor não falar, para não perturbar o sono do gigante.
 

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