• Guilherme Fiuza
  • 01 Junho 2015

(Publicado na revista Época)

Lula ficou revoltado com Pixuleco, um boneco inflável de 12 metros de altura que apareceu em Brasília nas manifestações do dia 16. Pixuleco é uma caricatura de Lula com roupa de presidiário e a inscrição “13-171”. A sátira motivou uma nota oficial do Instituto Lula, afirmando que o ex-presidente nunca fez nada de errado e só foi preso na ditadura militar por defender as liberdades. Nunca antes um ex-presidente da República polemizou com um boneco inflável – que veio desinflar o mito de Lula. E, quando isso se consumar, acabará a bateria da marionete que governa o Brasil.

Lula está indignado, porque a indignação é seu disfarce perfeito. Um dia ele já se indignou de verdade, mas, quando notou que o figurino do injustiçado chorão lhe dava poderes mágicos, não vestiu mais outra roupa. Lula manda no Brasil há 12 anos e continua se queixando da opressão – fórmula perfeita para eleger uma oprimida profissional, que luta dia e noite contra uma ditadura encerrada 30 anos atrás. Hoje, há quem diga que essa ditadura foi profética ao prender Lula: atirou no que via e acertou no que ainda não existia. É evidentemente uma piada. O autoritarismo militar não tem graça, e Lula não estava destinado a ser o Pixuleco 171. Quem lhe reservou esse destino, quase sem querer, foi ele mesmo.

Lula não se enrolou por banditismo. Se enrolou por mediocridade. Foi muito pobre e, ao se aproximar do poder, mais forte do que o impulso de combater a pobreza foi o instinto de se vingar dela. Vingança pessoal, bem entendido. Não resistiu aos convites do poder como status, como ascensão social. Quem conviveu com ele nos primeiros anos de palácio se impressionou com os charutos, os vinhos caros e demais símbolos de riqueza. Um ex-operário fascinado pela opulência dos magnatas. Isso não costuma dar certo. Não para um político.

Luiz Inácio da Silva é um cara simpático, engraçado. Não tem o olhar demoníaco de um Collor, que exala prepotência e crueldade. Mas, assim como a imensa maioria dos companheiros petistas, tem uma noção visceral de sua mediocridade. Os companheiros morrem de medo de sua própria covardia. Daí o desespero com que se agarram às tetas do Estado, com a forte desconfiança de que não serão capazes de mamar em outra freguesia. Talvez até alguns fossem capazes – Lula muito mais do que Dilma, por exemplo –, mas eles mesmos não acreditam. E não pagam para ver. Ou melhor: pagam para não ver.

E pagam bem. A República do Pixuleco é possivelmente um dos mais formidáveis sistemas de corrupção da civilização moderna – se é que se pode chamar isso de civilização. Um sistema montado sobre um trunfo infalível em sociedades infantilizadas e sentimentaloides: a chantagem emocional. Lula da Silva chora, e os corações derretidos ficam cegos para tudo – inclusive para o saque a seus próprios bolsos. O Brasil está sendo roubado de forma obscena há 12 anos pelos coitados, e não se sabe mais quantos exemplares de Joaquim Barbosa e Sergio Moro serão necessários para o país enxotar o governo criminoso.
A Lava Jato já evidenciou: as campanhas presidenciais de Lula e Dilma foram abastecidas com dinheiro roubado da Petrobras. Enquanto Lula batia boca com o boneco inflável, explodia a confissão de Nestor Cerveró sobre o uso de propina do navio-sonda Vitória 10000 para a campanha de Lula em 2006. O próprio Instituto Lula que foi visto polemizando com o Pixuleco é uma central de arrecadação de cachês milionários do ex-presidente, oficialmente para palestras pagas por grandes empreiteiras – as mesmas que ganham obras no exterior graças ao lobby do palestrante.

Não é que o impeachment de Dilma seja uma saída legítima – ele é a única saída legítima, se os brasileiros ainda quiserem salvar suas instituições da pilhagem desenfreada. A legalidade no país leva todo dia um tapa na cara das trampolinagens companheiras sucessivamente reveladas e expostas, escatologicamente, à luz do sol. Dilma é a representante oficial da pilhagem – e só os covardes duvidam disso.

Se o Brasil tiver vergonha na cara, cercará o Congresso Nacional e o “encorajará” a fazer o que tem de ser feito. Se ficar em casa chupando o dedo, talvez o país tenha de ser libertado por um boneco inflável.
 

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  • Paulo Briguet
  • 01 Junho 2015


Sou especialista em acordar cedo – e sei que vocês, meus sete leitores, também são assim. Todos os dias eu me levanto às cinco horas para rezar e escrever. No entanto, durante muito tempo em minha vida, eu acordava tarde e rezava uma única prece, composta pela frase que dá título a esta crônica: – Deus não existe.

Acredito profundamente que todos nós, do mais humilde ao mais poderoso, temos um acontecimento central na vida. Para uma amiga, foi ter de ficar na ponta dos pés para contemplar o rosto da mãe pela última vez. O acontecimento central da minha vida foi contemplar uma igreja incendiada em Mariana e sentir que ali estava o retrato da minha alma. Deus existe.

Enquanto os manifestantes gritavam ofensas e palavras de ordem diante da igreja em que se realizava o casamento do deputado, eu me sentei na pedra e fiquei rezando. Naquele momento, pensei na noiva, na mãe da noiva, nos convidados e principalmente nas crianças que testemunhavam aquela cena, do lado de dentro e de fora da igreja. Ali elas estavam aprendendo que o certo na vida é ofender, xingar, humilhar, atacar o próximo que não realiza aquilo que desejamos. Uma bela lição de alguns professores grevistas – esses que, conforme o JL noticiou neste domingo, não ganham tão mal assim.

Existem momentos na vida que são sagrados. Momentos que devemos respeitar sempre e de maneira incondicional: o nascimento, o batismo, o adeus aos mortos, o socorro aos enfermos, o casamento. Mesmo as sociedades mais bárbaras reservam determinados instantes para que os inimigos possam observar seus rituais.

Ao contrário do que muitos iluminados modernos acreditam, o casamento não é uma brincadeira. É uma instituição sagrada e essencial à vida em sociedade. Na cerimônia matrimonial, assiste-se ao nascimento de uma família. E sem a família a vida humana civilizada é impossível. Uma sociedade que desrespeita o casamento comete um ato suicida, como se desse um tiro no coração, como se gritasse uma ordem incontestável: – Deus não existe!
E se Deus não existe – lembraria um personagem de Dostoievski –, tudo é permitido.

http://www.jornaldelondrina.com.br/blogs/comoperdaodapalavra

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  • Jorge Hernández Fonseca
  • 31 Maio 2015


Agora que o fracasso do socialismo em Cuba já é evidente, o país está caminhando para a criação de outra monstruosidade castrista: o capitalismo do Estado na economia -- com militantes sem emprendedores - e socialismo estalinista em toda a sociedade, sem liberdade de nenhum tipo. Neste ambiente, há algumas vozes que proclamam o estabelecimento de um experimento socialista com o argumento de que "Fidel não era socialista, nem sabia o que estava fazendo", enquanto o país navegando sem rumo em meio a um punhado de oportunistas ansiosos por dinheiro fácil.

 O capitalismo é sobre tudo, um sistema econômico de produzir bens e ele . O capitalismo não é um sistema social no sentido estrito e, embora sua implementação envolva conseqüências na sociedade, não é em si mesmo um sistema social. Pode-se dizer que o capitalismo não foi "inventado". Ele é o sistema econômico mais eficiente que a sociedade humana desenvolveu ao longo de um processo lento e contínuo na história da humanidade.

 O socialismo é, de sua parte e sobretudo, uma elocubração teórica sobre “o que deveria ser”. É um sistema econômico-social "inventado" a partir de posições teóricas baseadas em não-produtivos pressupostos filosóficos. Assim, ele não é um sistema "natural", mas é o produto de esquemas mentais que enfatizam a "distribuição" em vez da "geração" de riqueza.

 As diferenças descritas acima nos levam pela mão, para responder por que o socialismo fracassou em quase todas as áreas onde foi aplicado como um sistema sócio-econômico, em função do que não há uma única palabra escrita pelos "clássicos" do socialismo sobre como gerar ou produzir bens ou serviços. Essas sociedades supostamente socialistas falharam em seus sistemas de produção e têm sido forçadas a adotar o esquema setores econômicos capitalistas para gerar bens e serviços.

 Por todas estas razões, no caso de Cuba, as mudanças fundamentais que Raul Castro programa se situam no ámbito econômico, tentando efetivar tímidas mudanças na direção do capitalismo, mas sem o apoio do empreendedorismo de todos os cubanos, limitando, assim, os efeitos na ilha. Ao deixar os negócios nas mãos da "nomenclatura", Raul Castro comete um erro típico de socialismo: imaginar que qualquer um (sem capacidade empresarial) pode ser bem sucedido no papel de produção de bens e serviços.

 No sistema capitalista, os empreendedores, os donos dos negocios, não são eleitos nem designados: eles surgem por seleção natural, dentro de toda a sociedade civil. São pessoas com habilidades especiais no mundo dos negócios que nada têm a ver com o compromisso político e muito menos com que seus pais teham sido guerrilheiros da Sierra Maestra, ou com o fato de serem militantes de um determinado partido político.

 As mudanças de Raúl Castro na direção do capitalismo estão comprometidas por um erro grave: não existem capitalistas cubanos, ou seja, a sociedade cubana não pode contribuir com seu talento e capacidade. A ela é reservado o papel secundário de empregados do Estado. Assim, o que as pretensões socializantes de marxistas opositores e governistas têm por objetivo é organizar outra experiencia socialista, tratando a sociedade cubana como um “conselhinho das Índias”. Liberdade geral, democracia pluralista e economía de mercado são as únicas alternativas de solução.

Artigos deste autor pode ser encontrado em http://www.cubalibredigital.com
 

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  • Gilberto Simões Pires
  • 28 Maio 2015


CONAR?
Às vezes fico me perguntando para que serve o tal de CONAR - Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. Cultivo essa curiosidade porque o CONAR, sociedade civil (não é governamental, portanto), que foi fundado em 1950, tendo como foco principal a ética na publicidade, está falhando muito nesse importante propósito.

VOLUNTÁRIOS
Vale lembrar que o Conar, segundo apurei, é mantido pelas contribuições financeiras das entidades fundadoras e de empresas anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação. Ou seja, não aceita verbas do erário público nem goza de incentivos fiscais. Mais: os membros do Conselho Superior e do Conselho de Ética são voluntários e nenhum deles é servidor público ou exerce cargo eletivo.

FALHA IMPERDOÁVEL
Ora, como se declara totalmente dedicado à autodisciplina, e tem como propósito EVITAR a veiculação de anúncios e campanhas de conteúdo enganoso, ofensivo e abusivo, no meu entender o CONAR não está cumprindo com o seu dever ao não se pronunciar sobre as grossas mentiras propagadas, a todo instante, desde o início do mandato de Lula, persistindo com mais vigor ainda desde a posse deste péssimo governo Dilma-Neocomunista-Petista.

ENTIDADES
Só para esclarecer:
1-as entidades que fundaram o CONAR:
ABAP - Associação Brasileira de Agências de Publicidade,
ABA - Associação Brasileira de Anunciantes,
ANJ - Associação Nacional de Jornais,
ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão,
ANER - Associação Nacional de Editores de Revistas,
CENTRAL DE OUTDOOR; e,
2- as Entidades que aderiram :
ABTA – Associação Brasileira de TV por Assinatura,
FENEEC – Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas e da
IAB BRASIL – Interactive Advertising Bureau (internet)

ISTO É ÉTICO?
A minha indagação, sobre as razões, tanto da existência quanto da real função do CONAR, se tornou ainda mais preocupante depois de ler o livro - O ESTADO NARCISO-, de autoria de Eugênio Bucci, o qual, como bem diz J.R. Guzzo (que faz parte do Conselho Editorial da revista Veja), desmonta o conceito de -COMUNICAÇÃO PÚBLICA e revela que os governos gastam o nosso dinheiro com PROPAGANDA. Pergunto: - Isto é ÉTICO?

OMUNICAÇÃO PÚBLICA
Aliás, quem não quiser ler o livro basta ver a Veja desta semana. Lá está escrito, com toda clareza, que o brasileiro que não for cego ou surdo sabe muito bem que -COMUNICAÇÃO PÚBLICA- são todos esses anúncios que se lê nas páginas de revistas ou jornais, vê em comerciais na tv e ouve no rádio, dizendo que ele vive no país que tem os melhores governantes do mundo.

MÁQUINA DE ELOGIAR GOVERNOS
Como o cidadão não sabe disso, o governo usa a PUBLICIDADE para informá-lo. Só que todas as -mentiras- são pagas pelo próprio cidadão. Essa fantástica MÁQUINA DE ELOGIAR OS GOVERNOS, diz o autor, sustenta não só os 10 mil veículos de comunicação que divulgam a publicidade oficial, mas também as agências de propaganda, empresas de marketing político, produtores de comerciais, consultorias de relações públicas e assessorias de imprensa.
O que mais revolta é que os governos, depois de gastarem fortunas em propaganda, fazem exatamente o contrário de tudo que anunciam na mídia. Não querem informar, mas esconder as informações, conclui Bucci, com total razão. Que tal? Fala aí, CONAR...

Publicado originalmente em www.pontocritico.com
 

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  • Roberto Rachewsky
  • 27 Maio 2015

 

Piketty é um best seller, não porque as pessoas se interessam por economia, mas porque elas acreditam em algo metafisicamente impossível, que deveríamos ser todos iguais.

Ao criticar a desigualdade, o economista francês transformou seu livro em uma Bíblia para os ressentidos, uma espécie de manual para a superação do que seria o mal nesta era da pós modernidade, a de que somos todos absolutamente diferentes, o que para eles é sinônimo de injustiça.

Não é à toa que tiranos genocidas como Pol Pot se inspiraram nos pensadores e filósofos da França, onde o germe do igualitarismo, do coletivismo fraterno, vem sendo cultivado, ali, há séculos e especialmente no séc XX, como nunca antes havia sido.

Pol Pot foi o grande promotor da justiça segundo os ditames da escola de pensamento francesa, que quer que sejamos todos iguais, mesmo que para isso, tenhamos que ser aniquilados para que nossas diferenças sejam eliminadas.

Ninguém colocou em prática as teses comunistas com maior afinco, do que o líder do Khmer Vermelho, que baniu a propriedade privada, suprimiu a liberdade, expulsou as populações das cidades, matou os mais ricos, depois matou os mais sábios, depois matou os mais inteligentes, depois matou os mais espertos, depois matou os mais saudáveis, até que, finalmente foi tirado do poder.

Tivesse continuado, aniquilaria a população inteira, pois seu objetivo de fazer com que todos fossem iguais, ainda não havia sido alcançado e é certo que jamais seria, porque onde há um ser humano com vida, há um indivíduo, e onde há dois indivíduos, há dois seres humanos com propósitos e habilidades diferentes.
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http://robertorachewsky.blogspot.com.br/ 

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  • Eguinaldo Hélio de Souza
  • 26 Maio 2015

Antes que algum marxista-socialista-comunista reclame que esta exposição está incompleta, gostaria de lembrar que se trata de um artigo, não de um livro ou mesmo um ensaio. Logo, não poderá tratar de todos os pontos minuciosamente e sim da visão geral.

A grande mentira a que me refiro é a mentira histórica que coloca no ringue o capitalismo contra o socialismo, como se estivéssemos falando de coisas com a mesma natureza. Não são. Que você acharia de ver no tatame um lutador de judô sendo desafiado por um cabrito? A disputa entre um rinoceronte e uma abóbora? Seria muito estranho, pois a natureza diferente dos rivais não tornaria a disputa coerente.

Quando falamos de capitalismo, estamos falando de um sistema econômico. Iniciativa privada, acúmulo de capitais, propriedade privada dos meios de produção. O capitalismo tem haver somente em como os homens produzem. Se perguntássemos ao capitalismo algo sobre a natureza do homem, sua origem, seu destino, enfim, sobre as grandes questões filosóficas da humanidade ele diria para procurar uma religião ou sistema filosófico. O capitalismo nada sabe das “leis que regem a história” ou do estado futuro da humanidade. Ele é limitado em suas proposições.

Já as ideias de Marx vão muito além da economia. Claro que essas ideias assumiram diversas correntes e formas, mas desde o seu princípio o marxismo-socialismo-comunismo proclamou seu caráter messiânico. Viera para redimir a humanidade e livrá-la dos inimigos que impediam sua felicidade. Em seu seio se abriga o ateísmo, o evolucionismo, a dialética, o materialismo histórico. Não era uma resposta para a economia, era uma resposta aos enigmas do universo e do homem. Mais do que um sistema econômico, nasceu como uma cosmovisão. Proclamou seu inimigo a burguesia com todos os seus valores e entre eles o cristianismo.

Exagero? Veja o que Marx escreveu com respeito ao comunismo.

O comunismo é a abolição positiva da propriedade privada e por conseguinte da auto-alienação humana e, portanto, a reapropriação real da essência humana pelo e para o homem… É a solução genuína do antagonismo entre homem e natureza e entre homem e homem. Ele é a solução verdadeira da luta entre existência e essência, entre objetivação e auto-afirmação, entre liberdade e necessidade, entre indivíduo e espécie. É a solução do enigma da história e sabe que há de ser esta solução” (Karl Marx, Vida e Pensamento, David MacLellan, Vozes, p. 133).

Seu socialismo “científico” sem dúvida era mais utópico do que os socialismos utópicos que ele combateu.

Foi e é um grande engano histórico e mesmo filosófico contrapor capitalismo e socialismo como se referindo à coisas com natureza semelhante. Capitalismo é economia, socialismo é ideologia, é messianismo, é religião. Como dizia Sun Tzu, não conhecer o inimigo em uma guerra é uma deficiência.

Entretanto a desproporção não termina por aí. Há outra disparidade nesse conflito.

O capitalismo é uma realidade histórica. O socialismo apenas uma realidade teórica. Sei muitos dirão que ele existiu em boa parte do mundo e que ainda subsiste em Cuba e Coréia do Norte. Se você, porém, conversar com seus defensores eles dirão que o que existiu até hoje foi um “capitalismo de Estado”. O socialismo real, puro, como tem que ser e como foi idealizado por Marx ainda não chegou, apenas está a caminho e eles estão lutando por isso.

Em outras palavras, o capitalismo deve ser destruído e substituído por e em nome de um sistema idealizado e não por um sistema concreto. O presente real deve morrer pelas armas de um futuro hipotético. Esse futuro, depois de quase dois séculos de mortes, prisões e torturas em seu nome, ainda não chegou. Apesar de dominar o pensamento acadêmico ele ainda não teve uma existência concreta que alguém pudesse dizer: “Olha aqui o socialismo funcionando”. Mesmo assim temos que acabar com qualquer coisa ligada ao capitalismo, temos de sacrificá-lo no altar de uma teoria que nunca conseguiu provar que funciona. Perigoso.

“O socialismo acabou”. É o que muitos vão dizer. Ele teria sido sepultado sob os escombros do Muro de Berlim. Então por que tantos “Partidos Socialistas”? Então porque os estudantes são bombardeados por marxismo e tantos professores interpretam a história e o mundo segundo a cosmovisão marxista? Por que as razões reais do fracasso socialista não são estudas a fundo e apresentadas à nova geração? Por que o Foro da São Paulo, o “socialismo ou morte” de Chaves (nosso vizinho) e o gramscismo nas escolas? Uma ideologia não morre tão fácil assim, muito menos uma ideologia tão destruidora como essa. Ela fica impregnada na humanidade e embora possa metamorfosear-se sempre que necessário, não se torna por isso mais fraca ou menos perigosa.

Para terminar, temos que pensar no que disse o próprio Marx:

Por causa desta divergência devemos levar as obras teóricas o mais possível a sério. Estamos firmemente convencidos de que não é o esforço prático, mas antes a explicação teórica das ideias comunistas que é o perigo real. Tentativas práticas perigosas, mesmo aquelas em larga escala, podem ser respondidas com canhão. Mas as ideias conseguidas por nossa inteligência, incorporadas ao nosso modo de ver, e forjadas em nossa consciência, são correntes que nós mesmos não podemos romper sem partir nossos corações; elas são demônios que não podemos vencer sem nos submetermos a eles. (David MacLellan, op. Cit.) [Negrito e grifo nossos]

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