"A FILHA DILETA DA IGREJA" REJEITA A MÃE
Percival Puggina

A França atravessou os séculos ostentando a dignidade dessa expressão. No entanto, a partir do século XVII, o país começou a renegar a mãe e hoje sofre as consequências da debilidade da fé e a penetração do mesmo Islã que, no século VIII, teve seu avanço no oeste europeu travado pelos franceses na batalha de Poitiers.

Renovo a memória desses fatos após ler um texto publicado há dois anos no site fidespress.com. Ele relata a situação vivida por igrejas e catedrais católicas que, tendo passado em 1905 ao patrimônio do Estado francês, ficaram sem conservação. Diz a matéria, lá pelas tantas:

O governo da França, que por sinal é socialista, iniciou uma campanha - velada – de sabotagem aos templos católicos. Edifícios históricos de igrejas que não estão restauradas são alugadas para empresas ou até para seitas. Depois de um tempo, são dadas à demolição.

A lista de igrejas demolidas continua a crescer. Ao mesmo tempo, muitos setores creem que é inútil cobrar posicionamento dos membros do clero francês que se tornaram impotentes diante da situação, pois a legislação atual não está do seu lado.

Procurei no Google e, depois, em imagens, por igrejas francesas demolidas, e encontrei bastante informação a respeito. São fatos que entram em contradição com o que princípio da preservação do patrimônio cultural e evidencia o avanço do laicismo na pátria de St. Remy.
 

  • 04 Julho 2016

ESTATAIS, UM FALSO TESOURO
Percival Puggina

 Em recente trabalho, o minucioso e competente economista prof. Ricardo Bergamini, buscando dados num documento oficial do Ministério do Planejamento, constatou existirem 135 empresas estatais federais. São 18 do setor financeiro e 117 do setor produtivo.

Fica cada vez mais difícil justificar a existência de tantas estatais num país teoricamente não socialista. Se fôssemos constitucionalmente socialistas, então se justificariam nossas urgências e carências. Seria uma opção nacional e estaríamos sujeitos a arcar com as consequências disso. No entanto, o Brasil optou constitucionalmente pela economia de mercado. É o governo, ou melhor, são os governos que nos têm proporcionado socialismo através de suas políticas. Vem daí o oneroso catálogo das estatais que, em grande parte, mantêm um quadro funcional superior às suas necessidades.

Uma curiosidade destacada por Bergamini no mencionado "Perfil das Empresas Estatais Federais" traçado pelo próprio Ministério do Planejamento, é a existência de um grupo sob o título de "Empresas dependentes do Tesouro Nacional". Desde quando algo assim existe e se chama "empresa"? O grupo pode ser estudado nas página 35 a 39 deste documento. E mais, quando se observa a evolução do quadro de pessoal desse grupo, percebe-se que no ano de 2014 (ano eleitoral) o conjunto dessas organizações receberam um acréscimo de 11.100 servidores, passando de 47.433 para 58.533 o que representa um aumento de quase 40% sobre o ocorrido em todo o quadriênio anterior. Isso deve ser declarado como "despesa nacional com a campanha da candidata oficial"?

Há quem creia que tudo possa mudar sob nova direção e que as empresas estatais sejam um tesouro produzido graças ao esforço nacional. No entanto, numa empresa estatal, a gestão é a parte menor do problema. A parte maior é sua condição estatal.
 

  • 02 Julho 2016

NA FRENTE DA MANGUEIRA DA LAVA JATO
Percival Puggina

 Ontem (23/06), cumprindo ordens judiciais da operação Custo Brasil, prendendo conhecidos dirigentes petistas, a PF também vasculhava o diretório nacional do PT. Enquanto isso acontecia, o secretário de comunicação do partido, diante da sede, caminhava e discursava, furioso, sobre enorme banner estendido no pavimento. Nele, uma grande imagem de Eduardo Cunha dividia espaço com dizeres onde se lia "Tchau ladrão!", seguido de uma interrogação: "E o Temer?".

Indo e vindo sobre a faixa, o orador reclamava: "Eu não vejo os companheiros do PT irem à casa do Cunha". E sobre essa suposta duplicidade de conduta, tecia seu discurso. Ora, enquanto, com razão, o orador atacava o desonesto Cunha, ele mesmo produzia uma desonestidade intelectual, um sofisma, ou seja, corrupção do raciocínio lógico para induzir a uma conclusão errada. Sim, sofisma é corrupção. Corrupção da lógica. Aliás, trata-se de um dos instrumentos mais recorrentes na argumentação de tantos políticos: dane-se a verdade, o que importa é convencer. Como escrevi anteriormente, ninguém enche os bolsos com dinheiro alheio sem, antes, ter sido um mentiroso porque a mentira é o primeiro e necessário degrau na deformação do caráter. Na política, o segundo é o sofisma. O terceiro é o assassinato de reputações. E por aí vai a escada até penetrar a intimidade dos cofres.

O sofisma repetido com exaltação pelo secretário de comunicação do PT consistia em desconsiderar o fato de que caso do réu Eduardo Cunha está no STF. Enquanto não for cassado pelo plenário da Câmara dos Deputados, ele conserva a prerrogativa de foro. Mas Cunha já tem um bilhete aéreo em aberto para Curitiba, que será usado tão logo seu mandato seja tomado pelo plenário da Câmara dos Deputados. É claro que o secretário de comunicação do PT sabe disso tudo, mas nesse degrau da escada a verdade já deixou de ter importância há bom tempo.

Creio que vale a pena aproveitar o tema para explicar a diferença entre doações legítimas e ilegítimas em campanhas eleitorais. Cumpridos os requisitos legais, todo recurso que um candidato receba da sua direção partidária e contabilize devidamente na respectiva prestação de contas é presumivelmente legítimo. O que está revelando ilegítima a recepção de muitos desses valores são as investigações que a Lava Jato vem conduzindo a partir da prisão de diretores das grandes empreiteiras. Ao iniciar por eles as prisões e condenações, a operação desvendou o lado obscuro desses recebimentos, obtendo evidências da participação direta de parlamentares na cobrança de valores, a título de propina, nos respectivos feudos partidários rateados em órgãos e empresas estatais.

Quem acha que pode parar a Lava Jato com gritaria, sofismas e ardis, vai acabar na frente da mangueira por obstrução à justiça.
 

  • 24 Junho 2016

EM 1950 PIB BRASILEIRO ERA TRÊS VEZES SUPERIOR AO DA COREIA DO SUL. HOJE É 2,6 VEZES MENOR.

Em 1986, o PIB dos dois países, em paridade do poder de compra, era igual. Nos 30 anos seguintes produzimos esse desastre que agora inflete em direção à base do gráfico... Transcrevo, por absolutamente adequado, o comentário de Gustavo Franco à imagem em questão, enviada por Oscar André Frank Lúnior.

 

"Três vivas para o nosso modelo de substituição de importações, para os requisitos de conteudo nacional, o adensamento das cadeias produtivas, a política industrial ativa, a proteção do valor adicionado nacional, os empregos indiretos, os complexos industriais, o sistema "s", o imposto sindical, a contribuição confederativa, o "ex" tarifário, as regras de origem, os campeões nacionais, o Mercosul, o multilateralismo como pretexto, o esforço de auto-suficiência, as reservas de mercado e todas as construções intelectuais que nos levaram a este resultado patético." (Gustavo Franco)

  • 21 Junho 2016

INVASORES DE ESCOLAS: DEIXEM DE BOBAGENS E VÃO ESTUDAR!
Percival Puggina

 Se alguém entra numa escola, passa o cadeado e impede os demais de entrar, pratica um ato criminoso que determinará pronta reação da autoridade policial. Se várias pessoas fazem o mesmo, a invasão vira ação de movimento social, ato político e muda de nome, passando a chamar-se, eufemisticamente, "ocupação".

Dá para entender? Não, não dá. Menos ainda dá para entender que quando centenas de escolas são invadidas de modo articulado, a imprensa escrita jamais tenha dado o nome certo ao que está acontecendo. Nunca, veículo algum, usou a palavra invasão. Jamais fez denúncia eloquente da articulação dessa sequencia de atos delitivos com partidos políticos de esquerda, bem como com professores e alunos a eles ligados. No entanto, em Caxias, quando pais decidiram entrar numa escola e restabelecer a ordem, a notícia estava lá, estridente: "Pais invadem escola ocupada"... Patético!

Se são estudantes e querem protestar, por que não o fazem no recreio ou depois da aula? Se querem se manifestar publicamente, por que não vão para a praça? Por que impedem de entrar os que, interessados na continuidade do ano letivo, querem ter aula? Esses "rebeldes" de causas alheias, a serviço de ideologias malsãs, colocam diante das escolas faixas e cartazes nos quais se lê: "A ESCOLA E NOSSA!". Ah, é? Quem foi que passou para vocês a escritura desse colégio, gurizada? Essa escola é pública e pertence a toda a comunidade escolar e a toda sociedade, bem como às futuras gerações de alunos.

Se a escola de vocês não é tudo que desejariam, saibam que a melhoria vai demorar porque os partidos de esquerda quebraram o Estado e o país. Então, parem de tamborilar nos celulares e tratem de estudar mais. Formem grupos de estudo e vão se preparar para a vida porque a vida não é fácil. Nela nada se conquista sem esforço. E esse esforço de ocupar escola não acrescenta coisa alguma à possibilidade de se tornarem bem sucedidos no futuro.
 

  • 16 Junho 2016

ACUADO, EDUARDO CUNHA PODE FAZER DELAÇÃO PREMIADA
Diário do Poder - Redação


Medida foi defendida por parte do núcleo jurídico do deputado

O presidente afastado da Câmara já vinha fazendo ameaças de entregar políticos caso sofresse derrota no Conselho de Ética, que aprovou ontem a cassação de seu mandato (foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/abr)

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pode fazer um acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. De acordo com o jornal Estado de São Paulo, parte do núcleo jurídico que assessora o peemedebista passou a considerar a possibilidade após derrotas na Câmara e na Justiça.

De acordo com um assessor jurídico de Cunha, ele não quer fazer delação, mas “não descarta nenhuma hipótese”. Segundo este interlocutor, a possibilidade ganhou mais força depois da derrota no Conselho de Ética, do bloqueio de bens dele e da mulher, a jornalista Cláudia Cruz, da multa estipulada pelo Banco Central e da exclusão de Cunha do rol de pedidos de prisão indeferidos pelo ministro Teori Zavascki.

“Ele está mais incomodado com a situação da Cláudia”, disse o assessor ao jornal. A jornalista tornou-se ré do juiz federal Sérgio Moro.

Cunha sempre ameaçou retaliação aos seus adversários. E chegou a dizer na última semana, inclusive, que se caísse, levaria consigo deputados, senadores e um ministro do governo Michel Temer.
 

  • 15 Junho 2016