Gilberto Simões Pires
O QUE FAZER EM RELAÇÃO À FRAUDE?
Considerando que se trata de FATO INCONTESTÁVEL a existência de FRAUDE na eleição para presidente da empobrecida Venezuela, a PERGUNTA mais ouvida mundo afora neste crucial momento, tanto pelos indignados quanto pelos esperançosos, é a seguinte: - O QUE FAZER EM RELAÇÃO À FRAUDE?
PANAM POST
Pois, o PanAm Post, site que se propõe a divulgar e analisar com muito cuidado tudo que acontece na América, publicou o seguinte texto produzido por Victor H. Becerra, presidente do Think Tank México e membro do Board de la Alianza Internacional de Partidos Libertários, o qual, com objetividade, se prontificou a RESPONDER à INSTIGANTE INDAGAÇÃO. Eis:
SEM ESPERANÇA
- Nos dias que antecederam as eleições de domingo, 28 de julho, conversei com um grande número de venezuelanos e em nenhum deles percebi a menor esperança de que este seria um processo limpo e democrático, muito menos que os resultados seriam respeitados . Em todo caso, esperava que diante de milhões de olhos o chavismo tivesse um pouco de modéstia e não tentasse algo errado.
O tempo provou que eles estavam certos. O regime bolivariano decidiu cometer uma FRAUDE FLAGRANTE numa eleição que já não resistiu aos testes de qualquer legalidade ou legitimidade, com uma pane do sistema informático incluída, como nos piores momentos do PRI mexicano, com um copy paste mal feito de resultados. Por que o fez, sabendo que a atenção de milhões de cidadãos em todo o mundo estava voltada para este processo, graças à luta e à tenacidade da oposição e de María Corina Machado? Porque podia e também porque acreditava que não teria consequências, face à tibieza e ao desinteresse da maioria dos governos ibero-americanos. E claro: porque perder o poder seria muito perigoso para ele e para a sua camarilha.
CONTROLE TOTAL
Os leitores devem lembrar que o CHAVISMO TEM O CONTROLE TOTAL DO APARELHO ESTATAL: O EXECUTIVO, A ASSEMBLEIA NACIONAL, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA, OS GOVERNOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS, O MINISTÉRIO PÚBLICO, O EXÉRCITO, A GUARDA NACIONAL, O ÓRGÃO ELEITORAL -CNE- (seu presidente foi até mesmo um funcionário e deputado chavista). Mais: CONTA COM A SÓLIDA CUMPLICIDADE DE IMPORTANTES SEGMENTOS DA OPOSIÇÃO, UNIVERSIDADES, ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E MEIOS DE COMUNICAÇÃO, o que lhe garantiu liberdade de ação. E CONFIOU NA IMPUNIDADE, através do apoio da Rússia, da China (graças às enormes dívidas do regime com esses países), de Cuba, da Nicarágua, da Bolívia e da cumplicidade aberta de governos como o da Colômbia, do México e da Espanha, todos eles traidores da democracia com que chegaram ao poder, e talvez confiando no silêncio dos seus pares ideológicos no Brasil, Chile e outros países. É por isso que ele CONSEGUIU E OUSOU.
FRAUDE FLAGRANTE
Perante uma FRAUDE TÃO FLAGRANTE, O QUE DEVERIA SER FEITO? Em princípio, acredito que POUCO SE PODE ESPERAR DE EXÉRCITO E DA GUARDA NACIONAL VENEZUELANOS. Para eles, ir contra o regime significa ir contra o seu modus vivendi e os privilégios bons e ilícitos que colheram com o chavismo. Tão pouco se pode esperar dos comandantes militares e das forças de segurança: além do mais, não são uma entidade diferente do chavismo, são uma parte orgânica dele.
Também não creio que devamos esperar nada dos governos de outros países: muitos deles mantêm negócios, legais ou não, com o regime chavista, o que lhe permitiu sobreviver. Além de romper relações com o regime, não creio que isso signifique muito para ele; Já rompeu com uma dúzia de países. A sua expulsão de algumas organizações como os BRICS ou o Mercosul poderia ser mais significativa, uma vez que daria ao regime de Maduro uma aparência mais ostensiva de ilegitimidade. Mas dificilmente isso será feito, pela complexidade do tema e pela necessidade de atrair tantas vontades. Em qualquer caso, a atitude de Javier Milei face ao regime fraudulento deve ser valorizada como um exemplo de coragem e de compromisso democrático, face a governos ibero-americanos desprovidos de toda a decência e valores democráticos.
Mas a verdade nestas horas decisivas é que a responsabilidade recai sobretudo sobre os cidadãos venezuelanos: venceram nas urnas e agora devem vencer nas ruas.
Tenho ouvido pessoas na América Latina exigirem uma atitude mais desafiadora e concreta da oposição, especialmente de María Corina Machado. Não partilho dessa visão: deveria ser sempre exigido mais aos líderes e às figuras públicas: eles pediram para estar presentes. Mas penso que conseguir compilar 73% dos registros de votação em menos de 24 horas e colocá-los online, com todas as circunstâncias contra isso, parece-me notável.
Fundamentalmente, a responsabilidade cabe aos cidadãos venezuelanos, que neste momento se manifestam em todo o país e exigem a anulação do processo. Se os próprios cidadãos não derrotarem o chavismo, através da sua resistência pacífica e do erguer da voz, ninguém o fará por eles. É verdade: opõem-se a uma ditadura, não a um regime que faz cumprir as leis, mas a um bando de criminosos, sem respeito pela civilidade e pela vida. Portanto, devem ser prudentes e colocar a sua integridade como valor supremo.
Na Venezuela houve grandes protestos populares em 2002, 2014, 2017 e 2019, iguais ou talvez maiores que os acuais, e o regime resistiu e ainda está lá, igualmente confiante. Talvez o regime não esperasse uma participação política tão massiva e isso representa uma diferença substancial em relação ao passado. À medida que a mobilização continua, isto certamente levará a liderança chavista a pelo menos se perguntar se é aconselhável arriscar tudo para manter uma figura como Maduro, e acabar como um amazônico Nicolae Ceau?escu ou Muammar Gaddafi. Introduzir a dúvida no regime, semear a dúvida nos reais factores de poder e eventualmente dividi-lo deve ser a chave de todo este processo de resistência, até que se acredite que o regime não tem hipóteses de sobreviver.
Também exporá cada vez mais a ditadura à opinião pública internacional, que está mais receptiva ao drama venezuelano, depois de ver o êxodo de 8 milhões de venezuelanos e os outros que virão se Maduro continuar no poder. A sua mobilização também aumentará os custos para o regime de tentar uma repressão dura e sangrenta e, eventualmente, de ser desobedecido pelas tropas, o que seria fatal para ele e mostraria a sua fraqueza. Tudo isto tornaria a possibilidade da queda do regime mais realista e mais próxima.
Não creio que haja outra solução: os fuzileiros navais dos EUA ou os soldados brasileiros não chegarão para se sacrificar pela Venezuela. Isso não acontecerá, os cubanos esperam a mesma coisa há 65 anos e nada... nem veremos López Obrador, nem Petro nem Pedro Sánchez, que de repente têm uma decência inexistente para pedir a saída do seu aliado Maduro.
Todo o destino da Venezuela reside exclusivamente nos seus cidadãos e na esperança de uma liderança da oposição que resista, não os abandone nem os venda; A este respeito, é preciso estar ciente de que os aliados do chavismo, como a Rússia e o seu aparelho de desinformação, ou a China e a sua presença nas universidades, procurarão introduzir rumores e divisões entre a oposição. Os cidadãos devem ser muito ativos, criativos, serenos e concentrados no que é importante, sem espalhar pessimismo ou desconfiança, e sabendo que será um esforço longo e talvez solitário.
E nós, latino-americanos, devemos estar conscientes e acompanhar estes esforços de limpeza e regeneração democrática: é do nosso próprio interesse. Muitos países da região, em particular a Colômbia e o México, estão perto de acabar com um regime como o venezuelano, que não desaparecerá por acaso ou por votos. E daí termina como Cuba, sem escalas, em vôo direto.
Força venezuelana! Saiba que a sua luta também é a nossa e nós a replicamos e acompanhamos: o silêncio nos torna cúmplices da ditadura e da desumanidade. Lembre-se que o comunismo caiu na URSS e no Leste Europeu sem disparar um tiro, com sociedades rebeldes e resistentes, movidas por um ideal.
Sílvio Lopes
Desde sempre, a filosofia tomou a si o papel de questionar os dogmas da teologia, e a afirmar os princípios da ciência.
Nem sempre conseguiu uma ou outra coisa. A complexidade das interconexões entre os dois caminhos, e a diversidade de novas e avançadas implicações humanas e das patologias sociais, tornam o desafio sobremaneira misterioso e, por vezes, indecifrável.
O que vemos, hoje, é o desaguar da civilização num processo niilista desconstrutivo total dos valores que erigiram a civilização ocidental. O " É proibido proibir" do maio de 68, na França, exigindo basicamente a liberalização sexual, nesta altura avança para destruir todos os valores da estrutura ética e moral da sociedade judaico-cristã. Trata-se, quem sabe, de um tipo de profecia apocalíptica se desnudando em várias e bem definidas partes do mundo.
Onde entra, afinal de contas, a figura de Deus em tudo isso? Fiódor Dostoiévski( Crime e Castigo), na sua obra "Os irmãos Karamazov", afirmou: " Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Sartre, por sua vez - convicto ateu que foi- sentenciou: " Deus não existe! Portanto, tudo é permitido!".
Mas no meio do caminho nos deparamos com Albert Einstein: " Deus é a lei e o legislador do Universo"; e mesmo a um Voltaire: " Se Deus não existisse, precisaria ser inventado".
Quem sabe seja Friedrich Nietzche( sim, ele mesmo) quem nos possa socorrer nesta hora tão dramática vivida pela humanidade. Ele sentenciou: " Deus está morto! Mas considerando o estado em que se encontra a espécie humana, talvez ainda por um milênio existirão grutas onde se mostrará a sua sombra".
Sim, só Deus, ou mesmo sua sombra numa gruta qualquer deste mundo para evitar a catástrofe civilizatória para onde caminhamos.
* O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante.
Alex Pipkin, PhD
Vivemos na era da mentira maldosa e desavergonhada, e do nefasto sectarismo ideológico. É sabido. Mas água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Não consigo conter meus instintos, lendo, assistindo e/ou escutando tanta corrupção da verdade. Isso é incontestável, na medida em que os fatos e dados são abundantes e transparentes. Começo pelo trágico e mentiroso pronunciamento do ex-presidiário, no último domingo, em rede nacional.
Juro que me deu ânsia de vômito. Primeiro porque o ex-presidiário parecia se referir à Nárnia, e não ao pobre Brasil.
Chamou-me por demais atenção, a estratégia, de veia marxista, de dividir os brasileiros entre brancos e negros, homens e mulheres, pobres e ricos, héteros e “homos”, jovens e velhos, entre outros.
Além de mentir pelos cotovelos, o mitômano prega, pratica e incentiva um clima de revanchismo, repleto de ódio e rancor pelo governo de seu antecessor.
Uma vez que seu dogma da ideologia do fracasso faz com que, de fato, não haja um genuíno projeto de crescimento e progresso para a nação, seu trabalho é, como de costume, afundar o país, ampliando o coletivismo matador em terras verde-amarelas. Todo o esforço desse desgoverno populista e incompetente, centra-se em querer punir todos aqueles que vão de encontro às falácias e às narrativas “progressistas” petistas, e sua obsessão pela caça às alegadas “fake news” que, factualmente, são verdades verdadeiras.
A vontade petista é a de operar, como faz agora o ditador Maduro, tentando, a todo custo, eliminar seus oponentes políticos, por meio de prisões e de sequestros.
O comedor de “s”, afirmou que Bolsonaro deixou o país “em ruínas”. A mentira contumaz é o esporte favorito desse comprovado corrupto.
Aqueles com memórias mais longas se lembrarão do rombo de bilhões, da corrupção escrachada, do déficit de R$ 96 bilhões, do aumento dos impostos e da gastança como o dinheiro público, deixados pela “presidenta” Dilma; a estocadora de vento. Eles retornaram à cena do crime, e com eles a tributação escorchante e a reluzente corrupção.
Só se enxergam escolhas políticas equivocadas, tais como o aumento do gasto público, o aumento do inchaço estatal, e a fábrica de programas sociais contraproducentes, esses com o transparente objetivo de ludibriar os incautos e angariar votos.
Na economia, o corrupto intervencionismo estatal, que favorece os amigos do rei e afeta as operações e as expectativas de outros setores econômicos.
Por sua inabalável fé coletivista, o projeto “progressista” de destruição venezuelana, começado na década de 90 pelo companheiro Chávez, chegou ao seu ápice com a acolhida em tapete vermelho do ditador Maduro, recebido em seu novo governo com honras de Estado. Naquele momento, negando à ditadura e o aniquilamento do povo venezuelano - hoje mais de 80% na linha da miséria e da pobreza -, Luiz da Silva recomendou ao ditador Maduro, a construção de uma “narrativa”, uma vez que esse seria uma “vítima de narrativas”. De forma genuína, a construção de uma mentira sobre a calamidade e a devastação de um país, outrora cheio de recursos e esperanças, por parte de um “democrata”, segundo Luiz da Silva.
O que se poderia esperar de um parceiro inseparável do Irã, que se posta do lado errado da história, endossando terroristas do Hamas, e demonizando o grandioso Estado de Israel?
Maduro, sem nenhuma novidade, arquitetou um novo processo eleitoral, uma verdadeira coleção de fraudes. Já se conhecia o “vencedor” do pleito. Agora, a dissimulação e o teatro do ex-presidiário quanto aos acontecimentos na Venezuela são de causar náuseas!
Mas ele não engana mais “quase ninguém”, que pensa dignamente.
No entanto, sua companheira petista, Gleisi Hoffmann, em nota do PT, reconheceu a vitória do ditador Maduro na eleição presidencial. Afirmou que a eleição foi “democrática e soberana”. Essa é a “democracia” petista! Por óbvio, como faz parte da cartilha vermelha, a nota enfatiza que Maduro “continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”. Claro, sempre o problema é dos outros; de Bolsonaro, dos yankees, dos ricos…
De minha parte, penso que o coletivismo não funcionou - em lugar algum! - na Venezuela, meramente por um detalhe de implementação.
Como dizia o saudoso Roberto Campos: “Para as esquerdas brasileiras, o socialismo não fracassou; é apenas um sucesso mal explicado”. Uma mistura de escárnio e nojo!
Eu, incrédulo, fico me perguntando se os brasileiros não conseguem enxergar que o destino coletivista é sempre o mesmo: miséria, pobreza, desordem e destruição?
É, já tinha agendado exame com o meu oculista. Triste.
Gilberto Simões Pires
TAXAÇÃO DOS SUPER-RICOS
Ontem, 24, a durante a reunião de Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, que contou com a participação dos ministros da Fazenda e presidentes do Banco Central dos 20 países, mais a União Europeia e África do Sul, entre tantas barbaridades que são pensadas, preparadas e despachadas a todo momento pelo enlouquecido MINISTÉRIO DA TAXAÇÃO do governo Lula, o ministro Fernando Taxadd defendeu, com unhas e dentes, a TAXAÇÃO DOS SUPER-RICOS. E, para ganhar a simpatia dos participantes, e com isso satisfazer a sua insaciável sede de -TAXAR, TAXAR E TAXAR-, o ministro TAXADD, usou a expressão -JUSTIÇA SOCIAL- ao dizer que os recursos seriam destinados para financiar a ALIANÇA CONTRA A FOME.
VAMOS TAXÁ-LO!!!
Pois, de forma muito bem-apanhada, o jornalista Alexandre Garcia, na sua coluna da Gazeta do Povo de hoje, faz as seguintes e oportunas perguntas: -TAXAÇÃO DAS GRANDES FORTUNAS É JUSTIÇA SOCIAL? COMO ASSIM? QUE JUSTIÇA É ESSA?
- Você trabalhou muito, foi inteligente, foi empreendedor, teve iniciativa, descobriu novas formas de conquistar o consumidor, ganhou muito dinheiro, ficou bilionário e deu emprego para muita gente, movimentou a economia, fez um movimento de crescimento geométrico do pagamento de impostos, mas tem que ser punido por isso. Vamos TAXÁ-LO.
INJUSTIÇA SOCIAL
Cirúrgico, Alexandre Garcia foi além: - Não é inteligente isso. É um MEIO DE VINGANÇA, TALVEZ DE INVEJA. Isso é INJUSTIÇA SOCIAL. Disse mais: - INJUSTIÇA SOCIAL é quando o Estado TAXA MUITO, mas não presta os serviços correspondentes ao tamanho da taxação. Para se autossustentar, porque fica cada vez mais inchado e aí não presta bom serviço, muitas vezes devido à sua própria incompetência.
O ministro TAXADD disse que ficou dois meses só em aula de economia, mas não deve ter aprendido a curva de Laffer, segundo a qual -quanto mais imposto, lá pelas tantas chega num ápice em que cai a atividade econômica-, desestimula investimento, emprego e o pagamento de impostos.
Stephen Kanitz
em 27/06/2024
(Escrito na Veja em 2003, mas continua válido até hoje)
Imagine-se técnico da seleção da economia brasileira.
O Brasil está perdendo o jogo da globalização por 4 a zero.
Você se reúne com seus assistentes para analisar as opções.
A primeira opção é mandar todo o time para o ataque. Isso significa incentivar a indústria brasileira a adotar programas de qualidade e produtividade, apoiar as exportações, investir em tecnologia e aumentar a competitividade.
É o que nossos governos têm feito desde 1950, sem muito sucesso.
Outra opção seria criar uma enorme confusão no meio-de-campo, provocar a expulsão de adversários como multinacionais, globalistas, a ONU e o FMI e anular a partida, já que as regras foram inventadas por eles e não nós.
Essas são basicamente as únicas opções discutidas pela maioria dos especialistas e partidos políticos.
Existe ainda uma terceira opção, pouco analisada, que parte da percepção de que temos perdido a maioria dos jogos econômicos porque ficamos o tempo todo tentando entender ou então mudar as regras.
Quando finalmente aprendemos os truques e os macetes, as regras já mudaram, e os que querem mudá-las nem sabem como.
A verdade é que nunca vamos ganhar jogos com regras escritas por outros.
Jogos econômicos são ganhos muito antes de o time entrar em campo, nos meses de treinamento intensivo, na organização e administração do time.
O Brasil sempre entra em campo anos depois de o jogo ter começado.
Precisamos nos preparar para o próximo jogo internacional.
Precisamos nos preparar para os jogos e as regras que estarão por vir, e até criar nossos jogos com nossas regras.
Tudo isso pode parecer muito óbvio, mas nunca foi feito.
Nossos economistas e intelectuais estão discutindo os problemas econômicos do passado, sem tempo para discutir as tendências do futuro.
Perdemos anos corrigindo o passado, como fizemos na Constituição de 1988, e não discutindo as possibilidades do futuro.
Pior, nossos políticos e nossa imprensa só ouvem aqueles que explicam o presente, e não aqueles que se preocupam com o futuro.
Por definição, o futuro não é notícia, porque ainda não aconteceu.
“Qual será o próximo jogo econômico internacional?” é portanto a pergunta cuja resposta vale ouro.
Infelizmente, não tenho espaço nem competência para me estender convincentemente nesse assunto.
Por isso, vou dar um exemplo dos jogos possíveis, um exemplo didático, não uma proposta concreta.
Um dos jogos que imagino é o turismo da terceira idade de média renda.
O mundo está envelhecendo e, com os progressos da ciência, a população do Primeiro Mundo estará vivendo cada vez mais.
Lugares como Miami, Costa Brava e Lisboa ficarão pequenos para acolher os milhões de velhinhos e velhinhas aposentados dos Estados Unidos e da Europa, que fogem dos rigores de seu inverno.
Se estivermos preparados, eles poderão escolher cidades mais quentes e mais baratas, como Salvador, Fortaleza, Natal e Maceió, cidades com a tradicional hospitalidade brasileira.
Doze milhões de velhinhos com aposentadoria anual média de 80.000 dólares para gastar nos trariam 5 trilhões de reais, bilhões de “exportações” por ano, metade de um PIB.
Mas, para que o Brasil participasse desse jogo, precisaríamos nos preparar desde já.
Em vez de construir estádios de futebol e hotéis de luxo, teríamos de erguer milhares de flat services ao lado.
Em vez dos cassinos que muitos querem criar, teríamos de construir dezenas de campos de golfe, se o MST permitir.
Em vez de boates, precisaríamos de bingos, quadras de bocha e piscinas térmicas, além de resolver nossos problemas de segurança.
Mais importante seria a construção de centros ortopédicos e geriátricos de qualidade internacional, o que nos traria ainda mais divisas.
E aqui, caro leitor, vem o ponto crucial.
Esses investimentos levam tempo para ser feitos.
E, uma vez construído, um hospital cardiológico ou ortopédico leva no mínimo dez anos para ganhar reputação internacional.
Ou seja, já estamos atrasados e podemos perder também esse barco, porque nunca pensamos nos jogos do futuro, somente nos erros do passado.
O autor, Stephen Kanitz, é administrador
Gilberto Simões Pires
DIREITO DE ESFOLAR
Ontem, finalmente, o tão aguardado e pra lá de necessário CORTE DE GASTOS PÚBLICOS foi anunciado pela área econômica do governo. Entretanto, por mais que Lula tenha dado o AVAL para o CONGELAMENTO DE R$ 15 BILHÕES, a sua fisionomia revela, com total transparência e vontade, que, a exemplo do agente secreto James Bond - conhecido como Agente 007 - que tem PERMISSÃO PARA MATAR, ele não pretende abrir mão do -DIREITO DE ESFOLAR- OS PAGADORES DE IMPOSTOS.
NÚMEROS...
Para que não paire dúvida e tampouco euforia com a tardia e pouco confiável atitude do governo, ontem a equipe econômica fez uma mera apresentação de números, os quais, não por acaso, agradou muito os jornalistas de plantão, do tipo que sorriem iguais hienas para qualquer coisa dita e ou prometida pelo governo. A rigor, a proposta completa, segundo disse Fernando Taxadd, será detalhada no relatório de despesas de julho, a ser anunciado na próxima segunda-feira, 22.
INGENUIDADE EXPLÍCITA
O mais curioso é que muitos analistas do mercado financeiro ficaram muito satisfeitos com o CONTINGENCIAMENTO DE 15 BILHÕES, pois achavam que o governo anunciaria um corte de apenas R$ 10 bilhões. Ou seja, tomados por um incompreensível sentimento de INGENUIDADE, os analistas ficaram felizes e crentes que Lula está realmente disposto a CORTAR GASTOS. Pode?
DESPESA X INVESTIMENTO
Vale lembrar, antes de tudo, que durante a entrevista que concedeu nesta semana ao Jornal de Record, o presidente Lula, com todas as letras, afirmou que -NÃO É OBRIGADO A CUMPRIR A META FISCAL. Mais do que sabido e comprovado, Lula só tem compromisso com a DESPESA. Mais: ao confundir, espertamente, DESPESA COM INVESTIMENTO, não admite que o INVESTIMENTO exige a SAÍDA DE DINHEIRO (INEXISTENTE) DO CAIXA DO GOVERNO.
RELATÓRIO DO IFI
A propósito: segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal, da Instituição Fiscal Independente (IFI), divulgado ontem, o DÉFICIT PRIMÁRIO recorrente do Brasil foi de 1,6% do PIB nos 12 meses encerrados em junho de 2024. Com isso, a IFI calcula que será necessário um esforço fiscal equivalente a 1,3 pp do PIB para que seja alcançada a META FISCAL de DÉFICIT PRIMÁRIO ZERO DO GOVERNO EM 2024. Atenção: enquanto as RECEITAS crescem 6%, o AUMENTO DAS DESPESAS chegou a 10,9% no primeiro semestre de 2024. Que tal?