• Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 01 Agosto 2023

 

Gilberto Simões Pires

GOLDMAN SACHS

Na entrevista que concedeu ao jornal Valor Econômico, publicada na edição de hoje, o diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, afirmou, alto e bom tom, que o Banco Central brasileiro -tem feito um trabalho notável-. Mais: disse que o BC fez um CORRETO POUSO SUAVE DA ECONOMIA, COM CONTROLE DA INFLAÇÃO.

 POR TABELA

Ora, a considerar as críticas carregadas de muita imbecilidade, desferidas por Lula e sua imensa turma de puxa-sacos, com destaque para o incompreensível ministro da Fazenda e a insignificante ministra do Planejamento, o diretor de pesquisa do Goldman Sachs disse, sem mencionar nenhum dos estúpidos, o quanto as -nossas autoridades- são incompetentes. 

ACERTADÍSSIMO E SUPERRAZOÁVEL

Na entrevista, Alberto Ramos saiu em defesa do BC afirmando que ao manter a taxa Selic elevada por mais tempo -algo implacavelmente criticado pelo governo Lula-, foi -ACERTADÍSSIMO-. A decisão de colocar a política monetária num campo claramente restritivo e GARANTIR essa convergência em um cenário de 18 meses, de 6 a 8 trimestres foi uma decisão SUPERRAZOÁVEL. Muitas das críticas ao BC não procedem. Se a autoridade quisesse colocar a inflação na meta no fim deste ano na marra, teria de ter dado um arrocho de juros acima de 20%-.

 A PARTIR DE AGOSTO...

Alberto Ramos disse que o Goldman Sachs já apostava há mais de um ano na redução da taxa a partir de agosto deste ano. "-Continuamos a achar que o BC começa a cortar os juros em agosto e nosso cenário é de uma queda de 25 pontos base. Até pode vir 50 pontos, mas dado que o BC tem enfatizado tanto a questão de ser paciente, que o processo é gradual. Olhando onde está a Selic e a taxa neutra real no Brasil [descontada a inflação], podemos observar que há outros países na América Latina onde a política monetária é mais restritiva porque o neutro em outros países é bem abaixo do que é no Brasil"-.

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  • Silvio Munhoz
  • 31 Julho 2023

Sílvio Munhoz

         Na última crônica da série de oito sobre censura, nas quais busquei atacar a busca do Governo em regular as redes sociais, afirmei: “Não se deixem enganar, a busca dos atuais detentores do poder é CENSURAR”.

Para conseguir o desesperado e urgente intento criam o que dizem buscar impedir Fake News ou Falsas Narrativas na tentativa de comover a população e pressionar parlamentares para aprovação da absurda PL 2630 (PL da Censura), para ganharem o poder de Censurar o que será dito, por intermédio de algum Conselho Autônomo, com membros indicados pelo Governo e outras regras que permitem controle, quase absoluto, sobre as redes.

Tática antiga e sempre usada – quando a informação era centralizada – aconselhada, aliás, pelo personagem que quer urgência na regulamentação a conhecido Ditador, quando afirmou ser necessário a criação de “narrativa” para melhorar a visibilidade de seu País perante o mundo!..

A tática foi utilizada pelo Ministro da Justiça, ao defender o PL da Censura, chegando ao extremo de ameaçar os responsáveis de aplicativo de mensagem com a Polícia, pois, na “narrativa” criada para comover o povo, as redes sociais seriam responsáveis pelo massacre de crianças – fato ocorrido dias antes em uma creche em Santa Catarina: “não posso acreditar que alguém vai dizer que a suposta liberdade de expressão usada de modo fraudulento, [que] é uma falcatrua, se sobrepõe a uma vida de uma criança morta a machadadas na cabeça”.

A culpa de massacres públicos com múltiplas vítimas seria das redes sociais... nada mais falso e enganoso. Peguemos como exemplo os EUA, País em que tais fatos ocorrem com muito mais frequência que no Brasil, aqui não temos tradição deste tipo de fato:

"Poucos eventos geram tanta cobertura nacional e mundial nos noticiários como aqueles onde diversas pessoas são alvejadas e mortas num local público. Alguns exemplos altamente divulgados vem de imediato à mente. Colin Ferguson matou seis pessoas num tiroteio de fúria na ferrovia de Long Island em 1993. Um único atirador matou indiscriminadamente 22 cidadãos na cafeteria Luby’s no Texas em 1991, Um segurança fora do horário de trabalho matou 21 pessoas na escola Columbine em Littleton, Colorado em 1999” (aqui, pág. 126).

Qual o aspecto comum em todos? Foram praticados nos idos de 90, ou seja, muito antes do boom da internet e das redes sociais que, no Brasil, ocorreu em torno de 2010, quando já ocorriam tais fatos no mundo.

O autor, analisando pesquisa científica aponta: “A tabela 6.5 indica que as Leis de porte oculto de armas curtas reduzem significativamente os tiroteios públicos de múltiplas vítimas” (pág. 144). Crimes com múltiplas vítimas têm a ver com o desarmamento do cidadão e a criação de Gun free zones (zonas livres de armas). Nada incentiva mais o criminoso que saber de antemão que vai atacar um local só com crianças e professores, todos desarmados. Mormente se o bandido for dotado de “personalidade criminosa”. Como afirmou Samenow, outro pesquisador Americano:

As respostas de meu público incluíram ataques pessoais (até fui denunciado como perigoso) porque desafiei as teorias quase sagradas sobre o que causa o comportamento criminoso, além de ter afirmado que uma ‘personalidade criminosa’ existe, de fato.” (aqui, pág. 12).

O Ministro, porém, ao perceber que tal “narrativa falaciosa” não se sustentaria acabou por confessar o real objetivo da regulamentação das redes ao admitir que as “redes sociais devem ser reguladas por causa das ideias da DIREITA”, ou seja, como afirmei, CENSURA PURA E SIMPLES (no mesmo congresso, propício às confissões, onde um iluminado supremo lascou “vencemos o bolsonarismo”).

Será a tal “democracia relativa”? Com opinião única, partido único e, quiçá, “extirpar” quem pensa diferente!.. A liberdade de expressão é fundamental para a democracia, segundo a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos.

 “[...] ao se obstaculizar o livre debate de ideias e opiniões, limita-se a liberdade de expressão e o efetivo desenvolvimento do processo democrático.”

Que Deus tenha piedade de nós!..

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 30 Julho 2023


Alex Pipkin, PhD

     Muitos de meus leitores conhecem à metodologia de identificação do perfil comportamental dominante de uma pessoa. Trata-se do DISC.

Basicamente, têm-se o dominante, o influente, o estável e o analítico. Não há um perfil melhor do que o outro.

De fato, temos um perfil adaptado, e somos, verdadeiramente, uma combinação de perfis.

Penso que sou mais dominante, orientado para resultados e, ao mesmo tempo, analítico.

Talvez por isso eu seja, cada vez mais, cético e desesperançado quanto a nossa “academia” e o seu sistema “meritocrático” em voga.

Nessa Republiqueta verde-amarela, qualquer sujeito com discernimento e lógica, sabe que os incentivos e as punições em nível institucional estão profundamente mergulhados, de cabeça para baixo, num mar de lama.
Ah, como os incentivos importam!

Na academia, por exemplo, existe um processo de reconhecimento e, portanto, uma enorme pressão por publicações em periódicos científicos. O que não isenta, em algumas situações, de uma “módica cobrança”.

“Científico” é uma espécie de eufemismo para qualificar os pares do “clube inglês”, com suas solenes e risíveis discussões sobre gestão e negócios, sobre temáticas completamente frívolas, despidas de qualquer relevância e impacto para o mundo empresarial real, e que por isso, não conseguem alcançar sequer os portões de indústrias e de outros negócios. Quando conseguem superar essa barreira, transformam-se em motivo de espanto, ironia e troça.

O academicismo é abissal, com pompa e circunstância. “Papers” para afirmar platitudes e/ou absolutamente nada.

O conhecimento da realidade empresarial, como ela é, e insights importantes para serem aplicados com pragmatismo no cotidiano das operações empresariais, são extremamente raros de ser encontrados.
Desacredita? Pesquise seriamente.

Na realidade, a verdade e o mundo empresarial real ficaram tão distantes desses “doutores”, que já não possuem mais valor.

Compreensível, são pesquisadores, na sua grande maioria, que não tiveram a oportunidade de colocar sequer um pé em empresas com fins efetivamente lucrativos.

O que vale mesmo, é o poder e o teatro dantesco dentro das quatro paredes acadêmicas. Eles se congratulam mutuamente.

Não é novidade que a educação, de fato, foi substituída pelo corporativismo canhoto dentro das universidades.

O grande economista, professor Thomas Sowell, tem uma definição perfeita para os nossos mestres da atualidade. São ungidos, aqueles que se autoproclamam a “elite intelectual” de uma realidade impermeável a genuína realidade fática. Os “gênios dos livros” estão fora das garrafas, e no contexto presente, é muito penoso trazê-los de volta.

Sou consultor empresarial, e quando menciono que também sou professor, recebo de parte dos clientes, quase sempre, uma sinalização de desconfiança e/ou de contemplar um puro dogmatismo. “Such is life”.

A turma de PhD’s, no seu íntimo, deve saber disso. São os incentivos invertidos que conduzem a eficiência de algo, normalmente, contraproducente e improdutivo.

 Na era da “nova consciência”, a inspiração da hora também passa pelas questões de gênero e de diversidade e inclusão, algumas - poucas - vezes pertinentes, não exatamente aquilo com o qual tenho me deparado. É a tal indústria da “nova consciência”…

Cursei o Mestrado e o Doutorado, porém, e objetivamente, tenho procurado ajudar a empresa e meus clientes a alcançarem seus objetivos corporativos.

Por muito tempo fui executivo, um misto de dominante com analítico, deste modo, focado em resultados para aqueles que remuneram e que necessitam de soluções para os seus problemas concretos no mundo real.

Sou quase um sexagenário, e diferentemente desses ungidos PhD’s, não procuro reconhecimento e glórias pessoais.

Quem tem que lucrar são os clientes!

Triste, mas com a atual pompa e futilidade acadêmica, ser professor, para atuar no ambiente empresarial, a fim de contribuir para a melhoria dos resultados organizacionais, significa, na prática, um fardo.

Ah, como os incentivos - corretos - importam!

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  • Bárbara Te atualizei
  • 28 Julho 2023

 

Barbara Te atualizei

Nota do editor: Sou assinante do canal Barbara Te Atualizei. Com isso, reforço o trabalho de uma valente mulher brasileira e apoio a liberdade de opinião. Aconselho a todos que façam o mesmo porque vale a pena sob todos os aspectos. Além dos vídeos, recebo cotidianamente comentários como este.

O Lule comemorou as novas restrições para aquisição de armas de fogo.

O fato aconteceu num discurso na posse de um novo dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Uma pausa: o Palácio do Planalto deve ser o melhor lugar pra se esconder do Dilmo, ele nunca fica lá. ?
Voltando ao tema, vejamos o que ele disse:
"Eu agora proibi a venda de pistola 9mm, porque esse negócio de liberar armas é para favorecer o crime organizado a comprar armas."
Mas a cara nem arde, como pode??? ?
Você já ouviu falar de traficante indo à lojinha pra comprar armas?
Já viu bandido ir registrar a arma no Exército entre o esconderijo e o banco a ser assaltado?
É CLARO QUE NÃO!
Isso eu, você e o Dilmo sabemos que não existe. ?
O que você vê aqui é a tradicional política de desarmamento implantada por todos os regimes comunistas.
O Jair sabia disso e armou o povo.
O Lule sabe disso e desarma o povo.
Os argumentos são infantis e bobos.
A mídia aceita tranquilamente, assim como a militância.
É mais uma fatia da liberdade sendo cortada como um salame?

 

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  • Valdemar Munaro
  • 28 Julho 2023


Valdemar Munaro

       "A criação da incompreensibilidade, diz o historiador Paul Johnson, quando deliberada, constitui uma agressão contra a razão e, consequentemente, contra a civilização; e quando acidental, significa incapacidade".

Incompreensibilidades, conforme Johnson, ou são deficiências de incapacitados ou são artimanhas de perversos. Quando intencionalmente cultivadas, agem pelo espírito diabólico que trabalha para conflitar e conflitua para trabalhar. Ao invés de esclarecimentos, é confusão e embotamento mental que produzem.

Entre as narrativas mitológicas da Grécia antiga havia o deus Hermes tornado patrono de jornalistas, ladrões e mentirosos. Possuía habilidades interpretativas (hermenêutica) e personalidade camaleônica. Era artista no manuseio de ambiguidades linguísticas e hábil mediador de conversas humano-divinas e divino-humanas. Liquefazia-se para ultrapassar portas e fechaduras a fim de bisbilhotar vidas alheias.

Incompreensibilidades 'deliberadas' ou propositais atuam de modo semelhante. gestadas em redutos imorais, ao invés de esclarecimentos, ofuscam, criam embustes e empulhações. Para nascer, estilhaçam honestidades, esmigalham regras intelectuais e perdem vergonha.

Mentes virgens e sem malícia, sedentas de verdades, infelizmente, quando conectadas a tais incompreensibilidades, ficam abalroadas na confusão e na doidice.

O mundo que Deus nos deu, porém, não é de modo algum ambíguo e obscuro, mas cristalino e luminoso. a percepção e a mente humanas é que falham e se embaralham. as coisas, em si mesmas, não são complicadas, mas são simples e transparentes. Trabalhar para demolir e demolir para trabalhar é, intelectualmente, ir na contramão da obra divina, é ser ninho de trevas.

Já Aristóteles (322 a. c), cientista honesto, entendeu que a alma humana, naturalmente, carrega ordem e orientação para o pensar e para o agir. não é, pois, a sina da humanidade chafurdar na escuridão, viver em conflitos, arder em confusões. o destino do homem é a luz, a comunhão, o bem que acalma e sacia, o esplendor da verdade que beatifica. O próprio Jesus ao se referir a si mesmo, definia-se 'luz do mundo' (jo 8, 12), e os Filósofos Tomás de Aquino e Agostinho amavam a inteligência como faculdade da luz, raiz da liberdade e da dignidade.

Uma prolongada escuridão pode demolir, enlouquecer e incapacitar qualquer personalidade humana. Longas trevas são uma tortura para o ser humano. se o sol morresse, morreriam com ele estrelas, planetas e vidas. Sem a invisível luz que nos ilumina e nos aquece não existiríamos.

Ora, irracionalidades e loucuras são como sóis mortos, sem brilho e sem calor. promover 'ininteligibilidades' é contribuir à alarmante e triste decadência mental em que nos encontramos. preferir a escuridão (Bill Gates planeja tapar o Sol) à luz, é insensatez ignominiosa, é uma escolha suicida e niilista sem cabimento.

Deliberadas incompreensibilidades, portanto, servem ao caos e à demência. Escrever e ensinar com a intenção de confundir, convulsionar, contradizer e conflitar é ser inimigo da luz, de Deus, da humanidade, é contribuir para transformar o mundo num grande hospício.

A sã atividade intelectual, modesta e humilde, por sua vez, ama a verdade, 'não se ostenta, não se ensoberbece', reconhece o engano, se retrata quando erra, sente-se continuamente grata pelo conhecimento adquirido e sabe que é uma dádiva existir de modo racional.

O tecido social liquefeito (segundo expressão de Zygmunt Bauman) dos últimos séculos, contudo, se tornou terreno fértil para ambiguidades abraçadas a dramáticas e ressentidas experiências contemporâneas de opressão, guerra e sofrimento.

A Escola de Frankfurt, por exemplo, nasceu para abordar tais problemas e se guiou por um criticismo tão radical que terminou queimando tudo (menos a si mesma). a empreitada nada edificou, apenas demoliu.

reunidos, os membros abastados e mimados dessa referida escola, quase todos judeus marxistas, difundiram teorias rebuscadas e confusas, encharcadas de análises históricas, sociais, estéticas, eróticas, psicanalíticas, políticas e econômicas que mais confundem que esclarecem. Os escritos desses autores exigem esforços enormes de compreensão por suas 'dialéticas negativas', autênticas britadeiras moedoras de passados e tradições que se tornaram úteros gestantes de tédios e desilusões, antros fumegantes de ídolos, fomentos de burocratas funcionais, como disse Roger Scruton.

Garimpar, ainda que parcialmente, tais intelectuais leva o interessado a encontrar 'demolição' e niilismo em tudo. H. Marcuse misturou Marx a Freud, Max Horkheimer, Hegel a Marx, Theodor Adorno, estética a dialética e assim por diante. este último, destacado expoente daquela escola, infartou vendo frutos de sua própria filosofia: ouvintes, na sua última conferência, puseram em prática 'dialéticas negativas' mostrando suas bundas e peitos ao velho filósofo.

Incompreensibilidades, porém, não são de hoje. Já o poeta Heirich Heine, lendo o renomado Immanuel Kant, comparou suas obras a um saco de papel cinza e seco. Adolfh Baczko, historiador e aluno de Kant, noites adentro, tentava decifrar páginas enigmáticas do seu professor. Viu-se inepto à filosofia kantiana e se convenceu que a mesma ineptidão atingia também os demais colegas. Iam às aulas do filósofo apenas para buscar reputação. Há, desde sempre, mais professores que atordoam alunos do que ensinam e iluminam.

Mesmo o velho Kant, conforme testemunho do biógrafo Manfred Kuehn, não entendia o que escrevia, especialmente nos seus últimos anos. E o contemporâneo iluminista judeu, Moses Mendelsohn (1729 - 1786), por sua vez, lendo escritos kantianos, achava-os obscuros.

pôr-se a ler N. Maquiavel, J. J. Rousseau, J. P. Sartre, M. Foucault, J. Lacan, G. Deleuze, L. Althusser, A. Gramsci, K. Marx, F. Engels, G. W F. Hegel. I. Kant, C. Darwin, Kurt Godel, H. Bergson, J. Habermas, Sigmund Freud, G. Lukács, M. Horkheimer, H. Marcuse, J. Habermas, Theodor Adorno, Friedrich Nietzsche, Bertolt Brech, William Reich, Alfred Kinsey, Margared Mead, Vladimir Lenin, Adolf Hitler, John Keynes, L. Wittgenstein, M. Heidegger, B. Russell, etc. etc., grande parte deles, autores do nosso tempo, é para se encontrar, certamente, no interior de florestas doutrinárias estonteantes que mais barafundam o leitor do que iluminam. Benjamin Wiker enumerou obras ambíguas e confusas desses autores que, segundo ele, se tornaram muito perniciosas à humanidade.

Mas a lista de Wiker pode ser ampliada. M. Heidegger, outro exemplo, considerado por muitos como o maior filósofo do século XX, é visto por Emmanuel Faye como embusteiro e nazista. A mesma opinião têm Victor Farias, chileno, e José Pablo Feynman, argentino, cujo texto 'a sombra de Heidegger', "desvenda a relação dos intelectuais com o poder e põe a nu a ambiguidade das verdades absolutas, a racionalidade do horror e as armadilhas da inteligência".

As profusas e prolixas correntes doutrinárias contemporâneas, têm uma peculiaridade: fazem conceitos ter novos significados e significados ter novos conceitos. Tudo para complicar.

Entre nós, há muito, pelejamos com 'teologias libertadoras' que sob muitos aspectos se tornaram indigestas à fé cristã justamente pela abundância de ambiguidades e confusões que trazem e criam. A sabedoria teológica porventura extraída de seus ensinamentos vem embananada na mistura de elementos ambíguos e conflitivos: sociologia, psicologia, história, marxismo, economia, política, ética etc e até bíblia sagrada.

De ambiguidades também se nutrem as campanhas da fraternidade derramadas em todos os períodos quaresmais na igreja do Brasil. Não se distinguem ali as fronteiras do mero serviço social e político prestado pela religião do serviço religioso prestado pela atividade política incrustada nela. A confusão é dos diabos, tanto para a pastoral quanto para a teologia.

Ambíguos são os comportamentos sindicais dos dirigentes da CNBB congraçando-se alegremente com o larápio Lula, corruptor e corrupto, sob muitas faces, exatamente na contramão das verdades cristãs. Basta conferir o que pensa a doutrina petista sobre aborto, drogas, ideologia de gênero, cerceamento de liberdades, ditaduras, propriedade privada, etc.

Ambiguíssimas foram as manifestações do Papa Francisco sobre as supostas inocências e purezas de Lula e Dilma. O pontífice, para dizer tais asneiras deve ter sido orientado por seus péssimos informantes. O abraço ao mandatário brasileiro e o beijo deste no Papa estampam uma caricatura da 'honestidade' e um espelho da hipocrisia. O fiel católico que porventura repudiar a corrupção, defender a vida e a liberdade há de desnorteado, se perguntar: "Quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a Terra?" (Lc 18, 8)

A jurisprudência nascitura das recentes decisões do STF e do TSE será certamente confusa e ambígua. Os supremos magistrados, bicados por ativismos políticos, dão espetáculos dantescos e bizarros ao Brasil quando soltam ladrões e prendem inocentes, proclamam livre opinião, mas aplaudem a censura, cerceiam a liberdade dos que andam à direita e corroboram a tirania dos que vão à esquerda.

Esses mesmos magistrados, encharcados de 'imaginações dialéticas' participam de churrascos no Alvorada, fazem lobby com deputados, vão a congressos de estudantes comunistas (UNE), casamentos de amigos, conferências no exterior mostrando em tudo, ambiguidades sorrateiras e despudoradas.

Envolvidas nas contradições de políticos, juízes, religiosos, jornalistas, professores, filósofos, teólogos, sociólogos e analistas, nossas instituições são abalroadas em ambiguidades e 'baratinam' os que ainda confiam nelas.

Ambiguidades e contradições, infelizmente, já não nos espantam, nem nos envergonham. Hegel (1831), o mestre das ideologias totalitárias e das contradições, ensinou que se pode viver de modo esquizofrênico, sem problemas. Seu fiel discípulo, Karl Marx (1883), absorveu perfeitamente seu ensinamento e nos deu uma filosofia, o marxismo, insuperável em matéria de conflitos, ambiguidades, contradições e hipocrisias.

À florescente comunidade de Corinto, na Ásia Menor, o apóstolo Paulo advertia falantes e linguarudos acerca da importância de usar clareza nas palavras e atitudes. As ambiguidades, entendia ele, corroem a comunhão e a força de uma comunidade. "Se a trombeta emitir um som confuso, quem se preparará para a guerra?" (II Cor 14, 8).

Santa Maria, 27/07/2023

*        O autor é professor de Filosofia

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 27 Julho 2023

 

Gilberto Simões Pires

LUTA PELA LIBERDADE

Mais do que sabido, o que está por trás das REVOLUÇÕES é a LUTA PELA LIBERDADE. E neste particular 1- a REVOLUÇÃO AMERICANA (1776), comemorada no dia 4 de JULHO; 2- a REVOLUÇÃO FRANCESA (1789), festejada no dia 14 de JULHO; e, 3- as atrocidades cometidas ao longo das duas sucessivas GUERRAS MUNDIAIS; ((1914-1918) e (1939-1945) foram fundamentais para a elaboração, por parte da ONU, da DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, publicada no dia 10 de dezembro de 1948.

DIREITOS HUMANOS

Para quem ainda não se ligou quanto aos 30 ARTIGOS que perfazem o -DOCUMENTO OFICIAL- da -DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS-, separei os 10 seguintes:  
ARTIGO 1- Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

ARTIGO 2- Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

ARTIGO 3- Todo ser humano tem DIREITO À VIDA, À LIBERDADE E À SEGURANÇA PESSOAL 

ARTIGO 4- Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

ARTIGO 5- Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

ARTIGO 6- Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

ARTIGO 7- Todos são IGUAIS PERANTE A LEI E TÊM DIREITO, SEM QUALQUER DISTINÇÃO, A IGUAL PROTEÇÃO DA LEI. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

ARTIGO 8- Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

ARTIGO 9- Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

ARTIGO 10- Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

O PAPEL DA INJUSTA E ATIVISTA SUPREMA CORTE

Pois, passados mais de 74 anos desde a aprovação -por unanimidade- pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a nossa INJUSTA E ATIVISTA SUPREMA CORTE, sem dar a mínima para qualquer um dos artigos acima, simplesmente resolveu -JUDICIALIZAR AO SEU MODO IDEOLÓGICO,- que nada mais é do que IGNORAR, não apenas o que está posto na DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS como o que está escrito na nossa CARTA MAGNA de 1988. Isto prova que, por conta da maldosa e injusta Suprema Corte, o nosso Brasil vive um período de TERROR mais apurado do que viveram os franceses lá em 1789.

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