ALERTA DE NICE CHEGA AO RIO DE JANEIRO

Percival Puggina

15/07/2016

 

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen afirmou hoje (15/07), em entrevista coletiva, que:

"Estamos ainda sob o efeito do choque da tragédia que atingiu a França. Desde aquele momento, o Ministério da Justiça, Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional estão trabalhando para que se possa garantir que continuemos no mesmo nível de segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Isso exige uma série de revisões, de novas providências e trabalho intenso daqui para a frente para que mantenhamos o nível de segurança. Obviamente, nossas preocupações subiram de patamar".

Teria ficado melhor se o ministro e os órgãos mencionados fizessem essa revisão sem dizer. Ela deveria ser parte de uma rotina de acompanhamento e controle, em elevadíssimo patamar, das atividades de segurança específicas dos Jogos Olímpicos. A afirmação do general sugere que se não tivesse ocorrido o massacre de Nice, essa revisão e busca de lacunas não estaria acontecendo e o patamar seria outro, inferior.

Não sei por que a toda hora se renova, em mim, essa sensação de que segurança, nos países livres, nunca merece toda a atenção devida. Ora, a segurança é essencial à liberdade! Não estava a França por rebaixar o seu nível de alerta?

É possível que nada de ruim aconteça no Rio durante os jogos. E é possível que aconteça. O terrorismo se interessa pelo espaço publicitário. Por isso, alerta máximo! Diz um ditado italiano: La madre della Prudenza non piangeva mai (A mãe da Prudência nunca chorou).
 

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MÉDICA QUE ATENDEU SOLDADO PM MORTO NO RIO DESABAFA EM REDE SOCIAL

Médica do Hospital Marcílio Dias RJ

14/07/2016

O soldado Eric é o 59º morto este ano no Rio de Janeiro.

Uma médica do Hospital Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte, que afirma que, na noite de domingo (10), teria atendido o soldado PM Victor Eric Braga Faria, baleado na cabeça, fez um desabafo emocionado numa rede social. Ela publicou uma selfie com a roupa ainda manchada de sangue do policial, como mostrou o RJTV.
03h da manhã.


Estou deitada na cama de um quarto de plantão.
Trabalhei por 20h e mesmo assim não consigo dormir.
Só chorar.
Mas pra você, talvez hoje seja uma boa noite.
Você que está na sua cama quentinha, na sua casa, bem alimentado, com algumas frustrações normais do dia a dia porém, vivo.
Talvez seja uma boa noite para os políticos que têm 50 seguranças garantindo a paz do sono deles. Que têm helicóptero à disposição para os deslocamentos, assim não estão sujeitos a arrastões, assaltos, sequestros...
Políticos que não vivem nossa realidade de medo, insegurança, instabilidade... E por não serem atingidos pela podridão da sociedade, simplesmente não estão nem um pouco preocupados com os milhões que são atingidos todos os dias. Simplesmente não pretendem fazer nada para mudar o cotidiano de terror que vivemos.
Hoje deu entrada neste hospital um policial militar.
Atingido por um tiro na cabeça.
Chegou ainda com vida, trazido por quatro outros policiais que, desesperados como quem transportassem seus próprios pais ou irmãos, gritavam tentando mantê-lo acordado.
"Estamos contigo, parceiro. Você vai ficar bem. Nós estamos aqui com você."
E assim o entregaram aos cuidados da equipe.
Tudo foi feito.
Em perfeita sincronia a rotina de trauma foi realizada e em pouquíssimo tempo estávamos na sala do centro cirúrgico com um neurocirurgião a postos para o procedimento.
A anestesia trabalhando firme, a cirurgia atuando com rapidez e precisão.
Terminou o procedimento. Mas ele faleceu.
Não, essa história não tem um final feliz.
E sim, eu chorei.
Fiz um sinal da cruz no peito dele e saí da sala de cirurgia aos prantos, soluçando... E ainda estou chorando.
Porque não me conformo em perder um policial.
Não me conformo viver numa sociedade tão doente que trata esses homens como bandidos, corruptos.
Fico revoltada de ver como esses caras morrem sem um mínimo de dignidade, com um tiro dado por um marginal, mequetrefe, sem vergonha.., um filho de chocadeira.
Não consigo aceitar a desvalorização dos policiais militares.
Esses caras são heróis!!!!!
Eles botam a farda e sobem o morro pra catar bandido. Pra prender, pra matar.. Não importa.
A função deles é tirar o bandido de circulação pra que VOCÊ não seja assaltado.
Pra que VOCÊ não seja sequestrado.
Pra que SUA ESPOSA não seja estuprada.
Eles arriscam a vida deles por VOCÊ!!!!!!
Por um salário de merda, com um treinamento de merda, com equipamento de proteção pessoal de merda e armamento de merda, eles sobem o morro por VOCÊ.
E como a sociedade retribui???
Rotulando que todo policial militar é bandido.
Todo policial militar pratica abuso de poder.
Todo policial militar é corrupto.
NÃO!!! ELES NÃO SÃO!!!!
Eles são filhos de alguém. Irmãos de alguém. Amigos de alguém. Pais de alguém.
E, repito, saem todos os dias de casa, arriscando a própria vida POR VOCÊ.
É inadmissível o que vêm acontecendo.
Bandido pode matar policial com tiro nas costas que não acontece nada.
Ele é uma pobre vítima da sociedade... E o bandido tava só se vingando do policial malvado que incitou ódio quando deu dura no bandido de forma ultrajante. Coitado do bandido. Ele é gente. O policial não podia tê-lo tratado assim. Policial malvado! A culpa é sua que despertou o ódio num pobre menino de comunidade que nunca teve acesso à nada e foi discriminado por você.
NÃO!!!!
Meu Deus, NÃO!!!!!
Enquanto isso, se um policial atira num bandido, é afastado da corporação, responde à sindicância, perde o direito de atuar.
A polícia está coagida.
Não tem mais um pingo de autonomia.
Resultado?
Policiais morrendo a 3 X 4.
O de hoje, foi só mais um.
Uma estatística. Um número. Um qualquer.
Fazem um enterro bonito, com honras militares e tá resolvido. Vida que segue.
Político falar sobre morte de policial não dá voto.
Falar sobre morte de meninos negros da favela é que dá.
Porque a população odeia policial. Eles são uns babacas corruptos mesmo.
É com os meninos negros que a população se identifica.
PAREM, PAREM, PAREM, PELO AMOR DE DEUS!!!!
Não pode um homem que arrisca sua vida pela sua, morrer tão anônimo, tão indignamente, tão desprezado.
Não pode, Meu Deus. Não pode.
Até quando eu vou ter que ouvir os gritos de desespero das mães dos policiais ecoando nos corredores dos hospitais quando dou a notícia que o filho delas faleceu???
Até quando eu vou ter que consolar uma mãe que diz "como eu vou viver sem nunca mais ver meu filho?"
Até quando eu vou ter que escutar "o filhinho dele de 2 anos é tão apegado com o pai... como vai ser agora??"
Escutar "como eu vou aguentar ver meu filho de 24 anos num caixão?"
Até quando, Meu Deus, até quando????
Parafraseando meu grande amigo e brilhante médico Leandro Cacciari que atuou comigo na sala de trauma hoje, lavando minha farda, plena de sangue do policial, eu pensava: "sempre que eu lavar minha farda suja de sangue, esse sangue nunca vai ser o meu. mas sempre vai ser de algum militar. e eu sinto um puta orgulho de ter escolhido prestar assistência a esses homens que me defendem, te defendem, nos defendem."
E peço a Deus que esse orgulho dos militares alcance outras pessoas...
Porque quando eu disse para a mãe dele hoje "seu filho morreu como um herói. lembre-se dele sempre com muito orgulho. nunca deixe que te digam o contrário sobre ele.", eu estava falando de coração.
Descanse em paz, Eric.
Eu tenho muito orgulho de você.
 

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 Quanto mais segredo, menos confiança e, obviamente, maior proteção a atos ilícitos. Há quantos anos engordam as suspeitas sobre irregularidade nas obras e no financiamento do porto cubano de Mariel? O BNDES emprestou US$ 682 milhões àquele empreendimento da firma Castro & Castro Cia. Ltda. (também conhecida como República de Cuba). Por envolver informações que seriam sigilosas e que precisariam ser mantidas assim até o ano de 2027, esse contrato foi classificado como secreto pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Pois no último dia 7, o juiz Marcelo Rebello Pinheiro, da 16ª Vara Federal do Distrito Federal atendeu pleito do advogado Adolfo Saschida que pretende usar a informação como subsídio para eventual ação popular. Segundo o magistrado, os indícios de irregularidades se sobrepõem ao dever de sigilo. Não tenho certeza, contudo, de que decisão do juiz será cumprida. A valer a tradição, é muito grande a possibilidade de que ela caia em grau de recurso.

A proteção ao crime sob o véu do silêncio funciona como a burca. Ele está ali, mas é só o que se sabe. Há 60 dias, por exemplo, duas ou três pequenas notas na imprensa informavam que o misterioso cartão corporativo da senhora Rosemary Póvoa Noronha, amiga íntima e companheira de viagens de Lula, tinha seu sigilo parcialmente quebrado. Durante mais de dois anos, o jornalista Thiago Herdy Lana e a Infoglobo vinham tentando, em juízo, obter acesso aos dados desse cartão. Em 4 de maio, uma decisão de Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, por maioria, manteve o sigilo sobre as despesas relativas a período de gestão da presidente atualmente afastada, liberando o demais. Mesmo assim, do período anterior a 2011, até agora nada veio ao conhecimento público!

Tomei estes dois fatos aparentemente isolados para mostrar que estão conectados por um efetivo ânimo protetor, que circula entre a legislação e as cortes, e que muito favorece a prática de atos ilícitos. Como tenho reiteradamente afirmado, as gavetas do STF estão entre os melhores esconderijos do país.

Por outro lado, não devemos desconhecer que a própria imprensa brasileira, ao mesmo tempo em que realiza notáveis trabalhos de jornalismo investigativo, tem demonstrado muito pouco empenho em se associar à população nas reivindicações por transparência em tantos casos. Recentemente, por exemplo, não mais do que pequenas notas registraram e comentaram o afastamento de três delegados da força-tarefa da Lava Jato. O pouco interesse da mídia levou um dos afastados a gravar um vídeo comentando a situação! Aparentemente, já que ninguém se interessou em ouvi-lo, o delegado tratou de falar por conta própria.

Não raro, o que num outro país e noutras circunstâncias poderia ser "normal", adquire, no Brasil, uma anormalidade gritante.
 

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QUE RAIOS DE JORNALISMO É ESSE?

Percival Puggina

03/07/2016

 

 Uma pequena matéria no portal G1 e uma breve repercussão da matéria em O Antagonista foi o máximo que pude ler, até agora, sobre o esquartejamento promovido pela Polícia Federal no setor da Lava Jato que trata das denúncias envolvendo os donativos em bens e dinheiro recebidos pelo Instituto Lula e pelo ex-presidente. Os delegados Eduardo Mauat e Luciano Flores foram designados para outras tarefas. Um no Rio de Janeiro e outro no Rio Grande do Sul. Parte pior da informação: "A Polícia Federal, não quis se manifestar sobre o assunto".

 Silêncio na Polícia Federal e silêncio na matéria. Inaceitável! Como cidadão, como leitor, como contribuinte me recuso a aceitar que a Polícia Federal adote uma providência que naturalmente se faz cercar das piores suspeitas e se sinta desobrigada de esclarecer a opinião pública sobre o que fez. Não se trata, neste caso, de mero ato administrativo, de simples remanejamento nos quadros de pessoal. É um ato com graves repercussões políticas! Afastar dois delegados da Lava Jato, no atual ambiente do país, já ensejaria incômodas conjeturas. Não dar explicações, torna tudo muito mais assustador e repulsivo.

 Soma-se a isso, até o momento em que escrevo estas linhas, a falta de reação do jornalismo nacional, que parece incapaz de compreender a gravidade da situação e corresponder ao anseio de todos aqueles que se preocupam com o bem do Brasil, com o combate à corrupção e com a eficiência da força-tarefa da operação Lava Jato.

A estas alturas, batalhões de repórteres deveriam diante do prédio do Ministério da Justiça, da casa do ministro, do comando da PF em Brasília e em Curitiba, disparando telefonemas e transformando em informação a própria falta de informação. 
 

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Os procuradores da República responsáveis pela Operação Custo Brasil têm convicção na legalidade da decisão proferida pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que expediu 65 mandados de busca, apreensão, prisão e condução judicial contra os investigados. O Ministério Público Federal reafirma a importância de se analisar todo o material colhido durante o cumprimento das medidas na última quinta-feira, 23 de junho, inclusive documentos e objetos coletados em um apartamento em Brasília.

O fato de o juízo de primeira instância ter autorizado a realização de busca e apreensão no imóvel funcional onde reside a senadora Gleisi Helena Hoffmann, detentora de prerrogativa de foro, não elimina o caráter legal do cumprimento da medida e de seu resultado. Na decisão proferida, o magistrado destaca que a coleta deveria se restringir a materiais relacionados exclusivamente ao marido da parlamentar, o ex-ministro Paulo Bernardo Silva. “Tudo o que for de propriedade ou posse da Senadora deve ser excluído de qualquer medida pelas autoridades policiais, eis que ela não é investigada nesta primeira instância”, escreveu na decisão.

A possibilidade de julgamento por instâncias superiores é condição que advém do exercício de determinados cargos. Essa prerrogativa não se estende a cônjuges ou pessoas que convivem com quem a detém. Do contrário, o instituto do foro por prerrogativa de função estaria demasiadamente ampliado, sem fundamento legal ou na Constituição. Desta forma, ao limitar a busca e apreensão estritamente às posses de Paulo Bernardo, a 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo atuou conforme a legislação processual, independentemente do local onde a ordem seria cumprida.
 

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O juiz Sergio Moro foi mais aplaudido do que a banda de rock (assista aqui)

Posted on junho 26, 2016 by Tribuna da Internet

O juiz Sérgio Moro viveu mais um momento de superstar no sábado à noite durante show do grupo Capital Inicial em Curitiba. Por mais de um minuto, ele foi ovacionado pelo público presente na apresentação da banda de rock brasiliense no Teatro Positivo. As aparições públicas do juiz responsável pela condução das ações da Operação Lava-Jato viraram momentos dignos das estrelas pop com fotos, gritos, aplausos e uma idolatria quase mítica.

Como faz em todo show do Capital, antes de tocar o clássico “Que País é Esse?”, do Legião Urbana, o cantor Dinho Ouro Preto fez críticas ao sistema político e lamentou o atual momento que o país vive:

— Tenho a impressão que o poder é tóxico. Eles sentam naquelas cadeiras lá, naquelas palácios, e tudo desanda. A minha frustração é imensa. Eu não me sinto representado por ninguém. Gostaria que o Brasil voltasse às nossas mãos.

DEDICANDO A MÚSICA – Dinho então disse que normalmente dedica a música a algum político, mas que naquele dia iria dedicar a uma das 2,4 mil pessoas que estavam no teatro para ver a apresentação.

— A gente sempre dedica essa música a alguém que está envolvido em algum escândalo. Nesta semana poderia ser o Paulo Bernardo (ex-ministro do Planejamento e das Comunicações dos governos Lula e Dilma, respectivamente). Na semana passada, o Eduardo Cunha (presidente afastado da Câmara dos deputados). Mas eu vou dedicar essa música hoje ao juíz Sérgio Moro. Ele está aqui assistindo.

O anúncio levou a plateia a um frenesi até então não ocorrido na apresentação da banda brasiliense na fria noite curitibana. O público ficou “caçando” o juiz como um agente da Polícia Federal atrás dos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras. Dinho também tentava localizar o magistrado entre as pessoas nos camarotes.

Moro ajudou e se levantou para delírio dos presentes. Vestindo preto, como de costume, o juiz acenou, mandou “jóinha” e se curvou, em reverência, para a plateia que por mais de um minuto gritou seu nome e o aplaudiu. Após a cena, o show continuou.

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NOTA DA REDAÇÃO DE TRIBUNA DA INTERNET – Moro é tão importante, se dedica tanto ao país, que a gente até esquece de que ele ainda é jovem e tem direito de se divertir. Seus pais certamente têm um orgulho enorme de terem conseguido criá-lo dessa maneira: um homem tão importante e, ao mesmo tempo, tão simples e verdadeiro.(C.N.)

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