• Sílvio Lopes
  • 03 Janeiro 2024

 

Sílvio Lopes                          

            "Melhor do que fazer o bem para nos sentirmos bem, é ajudar as pessoas a serem donas de seu próprio destino". O mantra é de autoria de Kris Mauren, diretor do Acton Institute, um think tank global voltado ao estudo da religião e da liberdade. Esse não é - nem nunca será -, o propósito da ideologia "escondida" sob as vestes reluzentes dos chamados progressistas, que, aliás, nada tem que passe perto do que seja progresso em se tratando de desenvolvimento da raça humana.

Ver os pobres sob essa visão social é, antes de tudo, desprezar sua dignidade e sua inata e potencial capacidade de eles próprios suprirem suas necessidades e as de sua prole. Em sua maioria (provam as pesquisas) estes preferem não criar e/ou manter eterna dependência alheia (como do Estado) para comer o pão de cada dia. Apenas reivindicam - quem sabe de forma pouco convincente, é verdade - uma chance para se integrar à economia.

O pior é que, com o intuito de contribuir para sua redenção social e econômica, ao seu entorno multiplicam-se profissionais e instituições governamentais e não governamentais (as tais ONGs da vida), que se locupletam e vivem nababescamente num processo incestuoso de perpetuação, sim, da pobreza, não de sua erradicação ou mesmo redução.

Esta sina persegue o Brasil há décadas, reconheçamos. Sua erradicação só será alcançada a partir da tomada de consciência do povo que hoje (estranhamente) nutre cega idolatria a uma ideologia que, de forma hipócrita, o que faz é justamente fomentar a indústria da pobreza com a multiplicação de mais e mais pobres. Vibrar como vibram nossos governantes toda vez que que citam o aumento se dependentes de programas sociais como o Bolsa Família, reflete o total descompromisso dessa gente em realmente buscar resgatar a dignidade dos que sonham ter um dia lugar na complexa engrenagem da economia.

Premissa imprescindível para encaminhar e resolver a questão é o descomprimir o sistema econômico. Para isso, no entanto, é imperativo adotar a liberdade irrestrita de empreender. Falar em direitos e liberdades, porém, aos atuais detentores do dom da tirania e da exclusão social, é deveras uma divertida e estúpida empreitada.

*       O autor, Sílvio Lopes, é  jornalista, economista e palestrante de Economia Comportamental.

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  • Gustavo Lopes
  • 31 Dezembro 2023

 

Gustavo Lopes 

        O ano que termina trouxe de volta velhas práticas ao cenário nacional. No entanto, diferentefmente de outras épocas, quando havia uma tentativa de esconder esse modus operandi, agora a certeza da impunidade permite que os sócios do clube falem abertamente sobre as vantagens de ser associado.

É claro que há diferentes níveis de associados neste clube, e isso depende de algumas questões como cargo que exerce, poder decisório e, claro, a amizade com a diretoria. Há o associado premium, que tem um programa de milhagens infinitas e pode viajar pelo mundo hospedando-se nos hotéis mais luxuosos, comendo nos restaurantes mais badalados, mobiliando a sede campestre do clube com os móveis mais sofisticados. Essa categoria é reservada ao presidente honorário do clube e sua digníssima esposa.

Há os associados VIPs, que exercem cargos no clube, porém sem a vantagem de morar na sede. É formado por uma catrefa deslumbrada, que também tem um programa de milhagens quase infinito, além de outras vantagens, como fazer parte de conselhos em estatais, que lhes permitem multiplicar enormemente seus salários, aos quais sequer fazem jus, uma vez que muitos dos cargos que ocupam sequer precisariam existir. Mas estão ali para alegria de um outro grupo: o trans-sócio, que se identifica como sócio, mas não é. Porém, é preciso mantê-lo com a ilusão de que o clube é para todos.

Há, claro, os membros da diretoria. Esses são os que mandam, de fato. A eles, além das demais vantagens, é facultado decidir as regras do clube. Sobretudo silenciar e perseguir os que acham que o clube é um abuso. Gente chata, cobrando coerência e vergonha na cara. Uns estraga prazeres. Melhor silenciá-los ou prendê-los. Mas, claro, em nome da “defesa da democracia”. Além disso, à diretoria é permitido, por exemplo, cancelar multas de sócios antigos e trazê-los de volta, garantindo com isso algumas mega senas da virada aos seus familiares, já que não há mais problema que estes trabalhem em causas julgadas por aqueles. Uma decisão muito inteligente da diretoria para manter tudo dentro da lei.

Tem um grupo de sócios que garantem que tudo pareça estar dentro da normalidade. São os legitimadores, formados por veículos de comunicação sedentos por verbas publicitárias, jornalistas militantes e/ou simples puxa sacos. A função deles é afirmar diariamente que tudo está perfeitamente correto. E acusar de radical, antidemocrático e coisa pior quem ousa apontar o dedo para essa suruba institucional.

Mas quem paga toda essa farra? Os mensalistas, pobres mensalistas. Eles sustentam o clube e todas as suas vantagens. Alguns até pagam alegremente a diversão dos sócios, na ilusão de que fazem parte dela. Mas não fazem. Ninguém faz. A maioria dos mensalistas sabe que está, mais do que sustentando, enriquecendo uma corja desavergonhada. Mas só pode olhar pela cerca do clube e torcer para que a farra tenha fim.

A boa notícia? A cada dia o fim se aproxima. Porque toda soberba precede a ruína. Os mensalistas, que sempre foram a maioria, estão cada vez mais despertos e conscientes de que o clube precisa acabar. Ainda que leve tempo, suas atividades serão encerradas e serão apenas uma triste lembrança de nossa história.

*       O autor, Gustavo Lopes, é escritor, documentarista e ex-Secretário Nacional do Audiovisual. @gustavochlopes

 

 

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  • Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 31 Dezembro 2023

 

Gilberto Simões Pires

ÚLTIMO EDITORIAL DO ANO

Considerando o que está escrito no título de hoje, este é o último editorial que escrevo neste complicado ano de 2023, prometendo voltar à carga, com ENERGIA LIBERAL mais do que redobrada para enfrentar os sacrifícios que serão impostos, de maneira cruel, maldosa e persistente, pelo governo PETISTA-COMUNISTA.

ALGO MAIS

Para que não reste dúvidas a respeito das intenções deste governo, o próprio presidente Lula, em todas as aparições públicas, quando lhe é perguntado, faz enorme questão de declarar o quanto tem ORGULHO DE SER COMUNISTA. Ou seja, se COMUNISTAS CONFESSOS aplicam com rigor e efetividade os IDEAIS E PROPOSTAS COMUNISTAS, os COMUNISTAS ORGULHOSOS se consideram especiais e como tal sempre querem ALGO MAIS em termos de destruição. 

A MANDO DOS CÉUS

A história aí está para contar, de maneira muito clara, que são raras as vezes em que os povos, quando ameaçados da PERDA DA LIBERDADE, agem rapidamente para impedir que isso aconteça. Em geral, só ACORDAM TARDE DEMAIS, QUANDO O CAOS JÁ ESTÁ INSTALADO. Isto geralmente acontece porque a maioria sempre imagina e/ou acredita, firmemente, que ao fim e ao cabo aparecerá alguém -CELESTIAL-, a MANDO DOS CÉUS, com a firme disposição de impedir a INSTALAÇÃO DA TIRANIA. 

COMUNISMO -DECLARADO, INICIADO E QUASE CONCLUÍDO-

Para comprovar, tim tim por tim tim, o que a história conta, vejam que ainda há um universo enorme de cidadãos brasileiros que se diz PREOCUPADO com o avanço do COMUNISMO NO BRASIL. Ora, a bem da verdade -absoluta-, há que se reconhecer que o COMUNISMO JÁ ESTÁ INSTALADO e COMO TAL AVANÇA A CADA DIA. Da mesma forma como uma tropa, ao entrar em território inimigo, tem a missão de avançar e/ou ocupar e conquistar os espaços, os governos COMUNISTAS fazem o mesmo para impor suas ideias e determinações a cada espaço ocupado. No Brasil, queiram ou não, a GUERRA -COMUNISTA- JÁ FOI DECLARADA, DEVIDAMENTE INICIADA, E ESTÁ PRESTES A SER CONCLUÍDA COM MUITO ÊXITO.

FELIZ 2025!

Face à esta incontestável situação, o que resta aos brasileiros de bem é fazer do ano de 2024 uma FORTE BASE DE RESISTÊNCIA que consiga, de fato e de direito, proporcionar a todos os brasileiros um FELIZ 2025!

 

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  • Dartagnan da Silva Zanela
  • 29 Dezembro 2023

 

 

Dartagnan da Silva Zanela 

        Em uma sociedade onde, como nos ensina Guy Debord, o espetáculo midiatizado é o seu coração pulsante, torna-se imprescindível que procuremos, de tempos em tempos, nos isolar da enxurrada de informações que batem, sem dó, nas encostas da nossa mente para desbarrancar as ladeiras da nossa alma.

Todos nós estamos expostos a isso, não tem lesco-lesco, não adianta negar.

Basta um clique e lá estamos nós, de peito aberto e com a alma desarmada, de frente para as correntezas das redes sociais, ou diante dos tsunamis televisivos.

Lá estamos nós, vidrados com as imagens aliciantes que estimulam o cultivo do amor desmedido pelo dinheiro, que fomentam o deslumbre pelos sucessos ocos e que provocam, sem sutileza alguma, o deleite pelos prazeres fugazes.

E, tudo isso, junto e misturado, acaba esvaziando a nossa vida e destruindo a nossa mirrada capacidade de discernimento, agrilhoado o nosso olhar ao frenesi de uma sucessão de imagens que espelham, em nossa alma, um turbilhão de desejos que não são nossos.

Desejos esses que, muitas vezes, acabam sendo adotados por nós, como um "norte" para a bússola quebrada da nossa vida exaurida de sentido e isso, meu caro Watson, é um trem pra lá de perigoso.

Por essas e outras, é tão importante darmos uma estancada nessa loucuragem toda a que, de certa forma, todos nós aderimos, inicialmente, de forma voluntária, em nosso dia a dia.

Frear nossa adesão à volúpia midiática, que se encontra no centro da vida moderna, é algo sumamente necessário para darmos uma trégua a nós mesmos e, podermos, como nos ensina Érico Veríssimo, parar para olhar os lírios do campo, as aves do céu e assim, aquietar nossas vistas e abrandar o nosso coração.

Enfim, pararmos um pouco com o desassossego midiático e vermos a vida sem câmeras, sem filtros, sem likes, sem parafernálias; somente a alegria simples, sem alarido; apenas os momentos pequeninos, sem pretensões megalômanas de querer parecer um grande e tedioso espetáculo para um público massificado.

Feliz 2024!

*      O autor, Dartagnan da Silva Zanela é professor, escrevinhador e bebedor de café. Mestre em Ciências Sociais Aplicadas.  Autor de "A VERTICALIZAÇÃO DA BARBÁRIE", entre outros ebooks.

 

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  • Darcy Francisco Carvalho dos Santos
  • 26 Dezembro 2023

 

Darcy Francisco Carvalho dos Santos

         Emendas e fundo eleitoral igual à soma de 55% dos órgãos federais!

O orçamento federal para 2024 é de R$ 5,4 trilhões. Ele corresponde a 48,1% do PIB. Quase a metade dele é formada por dívidas (refinanciamentos e novas operações de crédito).  A receita efetiva, a que fica com a União, é R$ 2.258 bilhões ou 42,3% do total, depois da dedução das transferências aos entes subnacionais (10,1%).

Para um total de despesa com a dívida de R$ 2,563 trilhões, 67,7% serão pagos por rolagens, 27,1% por novas operações de crédito e apenas 5,2% com recursos próprios, que são receitas eventuais, como remuneração das disponibilidades do Tesouro; alienação de bens e amortização de empréstimos, entre outras.

Os juros deverão ser R$ 649 bilhões ou 29% superior a 2022. As operações de crédito, ao passarem de R$ 1,558 trilhões em 2022, para R$ 2,431 trilhões em 2024, terão um aumento de R$ 873 bilhões ou 56%, em dois anos. São praticamente todas para pagar a dívida.

O resultado primário está previsto em R$ 2,8 bilhões, com uma grande queda em relação a 2022, que já foi baixo, quando alcançou R$ 54,9 bilhões.  Há, no entanto, indicativos de déficit bastante significativo. Não havendo superavit, a dívida continuará crescendo.

A dívida líquida do setor público passou de 57,1% do PIB em dezembro/2022 para 60,0% em setembro/2023. No mesmo período a Dívida Bruta do Governo Geral passou de 72,9% para 74,4% do PIB.

Do orçamento federal 63,5% são da Seguridade Social, sendo 41% Previdência; 12,4% Desenvolvimento Social e Combate a Fome e 10,1% Saúde.

A Justiça Eleitoral, com uma dotação de R$ 11,8 bilhões; e com 0,52% do total, deve estar inflada com R$ 4,9 bilhões do fundo eleitoral.

Segundo a imprensa, serão canalizados para as emendas parlamentares R$ 53 bilhões e mais R$ 4,9 bilhões para fundo eleitoral, totalizando R$ 57,9 bilhões. Isso é igual às dotações para 28 órgãos federais (55%) somadas. Outro dado estarrecedor é o fato de a soma das dotações para 13 órgãos de elite, tais como Senado, Câmara Federal, STF, Superior Tribunal de Justiça, TCU, Banco Central, entre outros, ser de R$ 45,2 bilhões. A soma das duas anomalias citadas (emendas e fundo eleitoral), se fosse um órgão, ficaria em oitavo lugar entre os 51 constantes do orçamento para 2024, igual ao Ministério do Transportes.

Isso é o absurdo dos absurdos, uma situação dessas não pode perdurar.  Os senhores parlamentares que me desculpem, não estão pensando no Brasil, que caminha a passos largos para a derrocada.

Confira o estudo completo aqui.

*       O autor, Darcy Francisco Carvalho dos Santos é bacharel em Ciências Contábeis pela Ufrgs (1971) e Bacharel em Ciências Econômicas pela Ufrgs (1980). É, também, especialista em Integração Econômica e Comércio Internacional pela PUC-RS (1997). Com mais de 30 anos dedicados à vida pública, atua com foco em finanças públicas e previdência. É coautor do livro “O Rio Grande tem saída?” Uma análise das potencialidades e dos entraves para o desenvolvimento (2014).

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  • Alex Pipkin, PhD
  • 26 Dezembro 2023

 

Alex Pipkin, PhD 

       Não há um fiapo de dúvida de que a imensa maioria dos brasileiros é ignorante - não no sentido pejorativo - em economia. Faltam razão e conhecimentos, sobram sentimentalismos. Sendo assim, essa maioria possui alta sensibilidade para absorver inverdades, falácias, e bom-mocismos de todas as espécies.Em especial a gigantesca turma de sinalizadores de virtude crê que a preocupação com o “social” é de exclusividade dos partidos situados a esquerda do espectro político.

Penso que o mais eficiente programa social advém do crescimento econômico e da respectiva geração de empregos. Claro que se gostaria que esses ocorressem em setores intensivos em conhecimento, mas estamos no Brasil… Nesta direção, o sentimentalismo - grosseiro - impede que se utilize a singela lógica a fim de compreender como os fatos são na realidade objetiva.

Embora possa parecer uma nobre política, os “progressistas” gastos governamentais em uma série de programas sociais - e para alimentar a fome voraz da máquina pública -, verdadeiramente, são a pá de cal no crescimento econômico brasileiro.

Governos não criam riqueza (oh pensamento mágico!), eles extraem a riqueza de seus respectivos geradores, ou seja, dos indivíduos e das empresas. Desse modo, os gastos estatais simplesmente transferem dinheiro desses criadores de riqueza para outros indivíduos. O aumento do gasto público, então, “rouba” o dinheiro de investimentos da iniciativa privada. Investimentos do setor privado são a chave para o crescimento econômico e social.

O gasto público acarreta inflação que prejudica, sobretudo, os mais pobres, retirando da população a possibilidade de utilizar seus próprios recursos da maneira que essa julga ser a mais adequada.

A elevação da tributação para fazer frente ao aumento dos gastos, por sua vez, impacta negativamente no crescimento.

Os “bondosos” governos de esquerda, querem fazer crer que dinheiro nasce em árvores, demonstrando completa negligência quanto a preocupação pelo equilíbrio fiscal. Além de deixar a conta para gerações futuras de brasileiros, o (des)governo impede fortemente o aumento da produtividade da economia. E grande parte da população nacional vê, porém, não enxerga.

Na verdade, quando crescem os gastos governamentais, de forma geral, diminuem os gastos dos indivíduos. Bingo. Afastando meus sentimentos, o futuro do país é mesmo sombrio.

É certo que o crescimento econômico e social depende da qualidade de nossas instituições. Também é evidente que essas, atualmente, são instituições extrativistas, das quais emanam incentivos para que as elites - podres - continuem a sugar a renda dos criadores de riqueza tupiniquins.

Nossa cabal “In”Justiça acaba por desestimular a atividade privada e os respectivos incentivos para os fundamentais investimentos. Os incentivos importam e muito, mas eles estão completamente invertidos. A infértil parceria governo-STF está consolidada, e nosso Congresso é, transparentemente, inoperante. Sem um Congresso ativo e forte, com mais voz para os contribuintes, a festa com o dinheiro público rola livre, leve e solta e, claro, quem sofre é o povaréu.

O câncer do intervencionismo estatal tupiniquim persiste em inibir a elevação do nível de competitividade empresarial, não havendo investimentos em inovações, e muito menos na criação de setores intensivos em conhecimento.

Em nossa vanguarda do atraso, políticas econômicas intervencionistas, para maquiar a geração de empregos e de renda, desincentivam os investimentos produtivos, além de arriar o espírito e a ação empreendedora.

A retórica governista é nobre; da união e da reconstrução, do amor! O discurso é da ampliação do emprego e da melhora da distribuição de renda; sentimental e bondoso.

Porém, no reino vermelho, verde-amarelo do “rent seeking”, o crescimento econômico é sempre uma miragem. Nunca se logra alcançar o tão necessário aumento da produtividade, a geração de setores intensivos em conhecimento e, assim, a ampliação de empregos mais bem pagos.

Como somos sentimentais! Claro, as paixões nos movem… Porém, é preciso razão e conhecimento para compreender “as coisas”.

Acho que precisamos de crescimento econômico, de geração de mais e melhores empregos, e de muito mais inovações.

Ah, de muito menos sentimentalismos, baratos.

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